Slides que mostram como se deu a comunicação social durante o fechado e opressor governo do presidente Médici. No final da apresentação é possível conferir um vídeo elaborado e narrado por mim denominado "Eu, etiqueta", adaptação do poema de Carlos Drummond de Andrade que narra as relações entre o consumismo e a liberdade individual.
2. INTRODUÇÃO -O referido seminário visa mostrar através de slides e outros materiais bibliográficos, como se deu a Comunicação social durante o fechado e opressor governo ditatorial do presidente Médici, no período de 1969 a 1974. Pretendemos através dele expor aos futuros profissionais de Comunicação a importância do livre exercício do pensar e do agir em prol dos direitos humanos.
3. O SEMINÁRIO SE DIVIDIRÁ EM CINCO TÓPICOS PRINCIPAIS: I-QUEM FOI MÉDICI?: Síntese bibliográfica e as mais importantes ações do seu governo; II-A COMUNICAÇÃO NO ESTADO MILITAR E A CRIAÇÃO DA AERP: Definir conceitos sobre como se deu a propaganda ideológica do regime.
4. III-A IMPRENSA DENTRO DO PERÍODO MÉDICI: Mostrar como a imprensa estava mobilizada diante da censura à liberdade de expressão; IV-ESTUDOS DE CASO DE JORNAIS PRÓ-REGIME: Analisar dois jornais que acabaram por se tornarem porta-vozes da Ditadura. V-A IMPRENSA ALTERNATIVA: Mostrar como alguns veículos como “O Pasquim”, conseguiram de forma satírica e corajosa, ir contra o regime;
6. Emílio Garrastazu Médici Nasceu em Bagé em 4 de dezembro de 1905 e faleceu no Rio de Janeiro, em 9 de outubro de 1985
7. Estudou no Colégio Militar de Porto Alegre. Formou-se oficial na Escola Militar de Realengo (1924-1927). Foi a favor da Revolução de 30 e contra a posse de João Goulart em 1961.
8. Com o afastamento de Costa e Silva, uma junta militar assumiu a presidência por um mês, a qual fez uma consulta a todos os generais do exército brasileiro, que escolheram Médici como novo presidente da república.
9. Médici exigiu que, para sua posse na presidência, o Congresso Nacional fosse reaberto, e assim foi feito. Em 25 de outubro de 1969, ele foi eleito presidente da república.
10. Foi o governo mais repressor e violento da fase ditatorial com muitas denúncias de mortes, torturas e desaparecimento de presos políticos.
11. “ANOS DE CHUMBO”: -Assassinato de Carlos Marighella pelo governo militar em 04/12/69 (um dos principais organizadores da luta armada para a criação de um estado socialista no Brasil); -Prisão e tortura do cearense Frei Tito de Alencar devido ao fato do mesmo participar da Aliança Nacional dos Estudantes, entidade que também queria a erradicação da ditadura;
12. -Exílio de cantores que se opunham à ditadura como Caetano Veloso e Gilberto Gil (em Londres de 1969 a 1972) , Geraldo Vandré (Paris,de 1969 a 1973), entre outros; -Extermínio de guerrilheiros que lutavam no Araguaia pela queda da ditadura, pelas Forças Armadas que contavam com 20 mil soldados; -Controle total da Imprensa e da liberdade de expressão.
13. O “MILAGRE ECONÔMICO” -Foi o desenvolvimento acelerado da economia brasileira durante o governo Médici; -Deixou um terrível legado para nosso país como: grande endividamento externo, aumento da já elevada concentração de renda, aumento das diferenças sociais entre as regiões, baixos salários, miséria e fome.
14. TÓPICO II A COMUNICAÇÃO NO ESTADO MILITAR E A CRIAÇÃO DA AERP
15. A PROPAGANDA IDEOLÓGICA E A AERP -Com intuito de encobrir as mazelas do regime, Médici investiu maciçamente em propagandas eficientes que mostrassem apenas sua imagem positiva; -O governo cria a Assessoria Especial de Relações públicas (Aerp);
16. A AERP se propunha a abrir canais de comunicação entre governantes e governados como meio de obter a integração do sistema político para a execução do projeto governamental.
17. -O Brasil era apresentado como uma ilha de paz e tranquilidade, em processo de gigantesco crescimento econômico;
18. -A figura do presidente era sempre associada a elementos da cultura popular como futebol e música;
19. - O clima de ufanismo disseminado no período Médici foi alimentado pela vitória do Brasil na Copa do Mundo de 70 como consequência do apoio do governo à seleção “canarinho”, aproveitando a paixão do brasileiro pelo futebol;
25. -Na imprensa, a década de 70 foi uma época rica, complexa e definidora dos caminhos que o país percorreria no futuro; - A imprensa, como uma espécie de porta-voz de seu tempo, acompanha as ambivalências do momento; -Ora concorda ou simplesmente se cala, ora reage, sinalizando para o o leitor os acontecimentos.
26. A SITUAÇÃO DOS PRINCIPAIS VEÍCULOS IMPRESSOS DIANTE DA CENSURA: -REVISTA VEJA: jovens de todo o Brasil foram recrutados para o lançamento dessa revista; - A enorme equipe prepara-se cuidadosamente para pôr nas ruas a primeira revista semanal de informação brasileira; -Nos primeiros anos após sua fundação, as matérias não eram assinadas.
27. -O JORNAL DO BRASIL que produzira uma edição histórica com a edição do AI-5, com toda a primeira página lu-dibriando os censores foi um exem-plo de resistência imediata ao arbí-trio.
28. -No Rio de Janeiro, os primeiros anos da década de 70 consolidam o JORNAL DO BRASIL como um jornal moderno, inteligente, compatível com as novas tendências do jornalismo diário e com as circunstâncias do Brasil da época.
29. -A FOLHA DE SÃO PAULO, até então um jornal imperceptível e inexpressivo, comporta-se da maneira mais educada possível durante os anos mais duros da ditadura e da censura.
30. -O ESTADO DE SÃO PAULO já terá uma posição muito mais digna. Depois do editorial do dia do AI-5, o jornal se aquieta, porque a ditadura se aquieta em relação a ele,mas no apogeu do governo Médici enfrenta o poder militar abertamente e de todas as formas; - Em agosto de 1972, a censura retorna ao jornal com toda a força;
31. - Os diretores decidiram que, no espaço destinado às matérias censuradas em O ESTADO DE SÃO PAULO, sairiam poemas de Camões (Os Lusíadas) e no JORNAL DA TARDE do mesmo grupo, receitas culinárias (que não necessariamente resultavam em bons pratos).
32. -Enfim, em todo o país a imprensa se mobilizava da maneira que podia para combater à censura, porém, devido ao fato do governo manter agentes e informantes do SNI( Sistema Nacional de Informação) infiltrados nos mais diversos ambientes sociais, havia um temor em relação à possíveis prisões, torturas e boicotes.
33. TÓPICO-IV ESTUDOS DE CASO DE JORNAIS PRÓ-REGIME
34. CASO DO JORNAL CORREIO DO SUL DA CIDADE DE BAGÉ, TERRA NATAL DE MÉDICI -Bagé: 3 emissoras de rádio, 1 jornal impresso com mais de 50 anos; “O Correio do Sul”
35. OBJETIVO DO JORNAL: DEFENDER OS PRECEITOS FEDERALISTAS -Médici colega de ginásio de Francisco X. Sá, diretor do Jornal; -Jornal faz campanha na posse de Médici para que a população local aderisse aos ideais do novo presidente.
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37. -O jornal contém símbolos que remetem aos significados de afeição, proximidade e orgulho, ajustados à realidade de Bagé em relação à Médici. -Correio do Sul trabalhará o sentimento patriótico que irá unir o povo ao seu líder, sendo este representante da comunidade.
38. -Correio do Sul organiza a festa para comemorar a posse do novo presidente; -Deste modo o Jornal divulga a imagem de Médici idealizada como a de um herói, personalidade maior no país, que jamais esquecerá seus semelhantes, o povo de Bagé.
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40. CASO FOLHA DA TARDE, JORNAL DA CIDADE DE SÃO PAULO -1967 a 1964, Empresa Folha da manhã, passa por grandes transformações tecnológicas; -Conglomerado jornalístico Folha: na época 5 jornais, cada um dirigido para um público específico; -Um destes veículos foi a “Folha da Tarde”;
41. -Dois anos depois do AI-5 o jornal sofre mudanças editoriais e se torna porta-voz da ditadura; -Embora com layout moderno para a época a redação funcionava nos moldes dos antigos jornais; -Escolha de Antônio Aggio, aliado dos militares, para dirigir o jornal.
42. -Alguns funcionários do jornal são demitidos por se mostrarem com tendências comunistas; -Vendas do jornal aumentam com manchetes impactantes; -”Folha da Tarde” usa termos sensacionalistas que deturpam a imagem dos participantes dos movimentos de esquerda, transformando-os em terroristas.
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47. -Ex-editor-chefe do jornal se defende dizendo que em nenhum momento visou legitimar atos de violência do governo, mas que publicava as notícias como as recebia da Agência Folha; -Porém,o jornal “Folha da Tarde” publicou notícias alegando que não existiam torturas.
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49. -O Jornal “Folha da Tarde” e “Correio do Sul”, feriram alguns princípios da ética jornalística que diz o seguinte: Art. 4º O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade no relato dos fatos, deve pautar seu trabalho na precisa apuração dos acontecimentos e na sua correta divulgação. Art. 6º É dever do jornalista: I - opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos; III - lutar pela liberdade de pensamento e de expressão;
50. -Porém, é importante lembrar que tais jornais, foram uma grande exceção, em relação a maioria dos Jornais que lutaram contra a violação do nossos direitos durante a ditadura!
52. A IMPRENSA ALTERNATIVA -Contra o regime militar, o modelo econômico, a violação dos direitos humanos e a censura; -160 periódicos contra a intransigência do governo.
53. OS TIPOS DE JORNAIS -Satíricos-políticos, feministas, ecológicos, culturais.
56. O Pasquim, n. 54, 2 a 8 de julho de 1970, contracapa.
57. O Pasquim, n. 43, 12 a 18 de fevereiro de 1970, p. 33.
58. A CONSTRUÇÃO DO DISCURSO ALTERNATIVO NO “MILAGRE”: OS ATORES SOCIAIS: -As esquerdas, os jornalistas e os intelectuais; AS VERTENTES: -Ideológica e existencial; OS JORNAIS: -Ideológicos e existenciais.
59. NOVAS FORMAS DE PENSAR A COMUNICAÇÃO E AS VIVÊNCIAS HUMANAS NO PERÍODO DA EXCEÇÃO: -O constante exercício do não – esquecer; -A homogeneização como regra número 1; -O diferente não é proibido, todavia é represado.
60. UM DESAFIO MAIOR... -Passada a ditadura militar, chegada da ditadura dos conteúdos.
61. CONCLUSÃO Para concluir, podemos dizer que o modelo de Comunicação Social imposto pelo autoritarismo no governo Médici construiu-se, alimentou-se e caminhou na lacuna entre a fragmentação do real e a imagem unificada e harmoniosa da realidade, criando um país fictício, onde a imagem ideal foi utilizada pelo poder para não declarar o país real, cheio de desigualdades e problemas