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Educação Musical 
Paulo Ricardo Ulrich (UERGS;PIBID/CAPES) 
O fato é que durante toda minha formação como músico popular, lembro de 
alguns relatos de estudantes expondo que a teoria musical é um assunto que não os 
interessa, difícil. Seguindo o mesmo ponto de vista, freqüentemente falo com 
colegas professores de música e reforçam este comportamento da relação de seus 
alunos por este conhecimento. Qual o motivo deste desinteresse? 
Primeiramente é necessário entender que os conceitos e regras da teoria da 
música são parecidos com as da língua escrita, as regras gramaticais. Permitindo 
ser lida e estudada em qualquer parte do mundo graças a sua padronização. E que 
o no meio da música erudita é uma parte integrante da aprendizagem. Enquanto na 
formação dos músicos populares acontece de uma forma diferenciada. Para isto é 
importante investigar como é o seu primeiro contato com a música. 
Lacorte e Galvão ilustram esta situação citando que: 
As primeiras vivências da música popular ocorrem, geralmente, no 
seio familiar, entre parentes, vizinhos e amigos próximos. A 
aprendizagem ocorre, muitas vezes, de forma natural, quase que 
lúdica, em meio a festas, churrascos e práticas informais entre 
amigos. Desde as primeiras etapas, os músicos mais experientes 
passam o seu conhecimento para os iniciantes de maneira informal. 
(PRASS, 2004; PINTO, 2002 apud LACORTE, Simone; GALVÃO, 
Afonso, 2007, p. 29-38) 
Todas estas idéias se concretizaram na minha prática cotidiana. Inicialmente 
eu não sabia ler partitura, o método de tirar as músicas era de ouvido, tablatura ou 
cifras. Posteriormente comecei a compor músicas e tocar com uma banda. 
Acerca disto os pesquisadores citam que: 
O aprendizado se dá, inicialmente, pelo tocar juntos, falar, assistir e 
ouvir outros músicos, e, principalmente, mediante o trabalho criativo 
feito em conjunto. Quando não há tradição familiar de tocar 
instrumentos musicais, os amigos representam os primeiros 
“professores” e incentivadores da prática musical. Os jovens, por 
exemplo, praticam em grupo, ensaiam, formam bandas e aprendem 
muito por meio das gravações e audições. Campos (2000) destaca 
que essa prática é freqüentemente conhecida como “tirar música 
de ouvido”. Green (2000) complementa afirmando que a 
aprendizagem inicial desses músicos populares requer audição e 
imitação com elevada atenção e com intenção auditiva.
Assim, aprendizagem do músico popular envolve uma complexidade 
de atos mentais ainda pouco explorados e compreendidos no 
processo de ensino-aprendizagem da música. Aspectos como 
memória, atenção e percepção constituem a base para a 
compreensão de como esses profissionais aprendem e constroem o 
seu conhecimento. (LACORTE, Simone; GALVÃO, Afonso, 2007, p. 
29-30) 
Na continuidade da minha carreira comecei a ministrar aulas de música, 
compor e atuar como instrumentista. Somente após anos fazendo o vestibular 
consegui ingressar na faculdade. De fato, não há como desviar do aprender pelo 
prazer, quando falamos na carreira do músico popular, porém ao tentar deter-me no 
tema educação musical, deparo com outro fator que instiga que é entender, definir e 
pensar o que estamos fazendo. Esta trajetória é evidenciada neste pensamento: 
Percebe-se então que o caminho percorrido por músicos populares, 
desde o início da aprendizagem até a profissionalização, é repleto de 
vivências musicais fora do ambiente acadêmico. Vinculado a 
processos de aprendizagem informal, há o prazer de aprender um 
instrumento. Algo que não representa sacrifício, com regras, prazos e 
currículos a serem cumpridos. (LACORTE, Simone; GALVÃO, 
Afonso, 2007, p. 34) 
Todos os conhecimentos adquiridos no curso de Graduação em Música estão 
divididos em disciplinas práticas e teóricas não se relacionando diretamente. É 
importante observar que através da minha inserção na escola pelo Pibid como as 
ações no Programa Mais Educação e aulas particulares, estão sendo uma 
oportunidade de exercitar esta relação entre o teórico e o prático se tornando mais 
próxima. E com a influência da mídia no cotidiano a diversidade de percepções, 
idéias e gostos tomam diferentes espaços, trazendo para o educador o desafio de 
exercitar criticamente e mediar este conhecimento. Não dando ênfase a distinções e 
sim apontando para construção do conhecimento como explicado por Burnett: 
Não podemos classificar o caráter cultural recente do Brasil em uma 
forma de hierarquização. Com a globalização assimilamos do 
capitalismo a padronização que torna os povos indistinguíveis. O que 
é a verdade musical? A música da mídia que é reconhecível ou a 
música de entretenimento, do modismo da ocasião pode ser 
considerada boa ou agradável? (BURNETT, 2008) 
A visão de Eduardo Luedy é que uma prática pedagógica em música deve 
desenvolver uma compreensão teórica das experiências prévias e cotidianas de 
nossos alunos e alunas. Como afirma:
A contribuição fundamental da teorização crítica, por ampliar nossas 
noções de cultura, conhecimento e de teoria em música, para incluir 
tais práticas populares, não deveria ser vista, por fim, como uma 
atitude paternalista-tolerante, mas sim como uma obrigação ética de 
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musicais existentes que necessitam igualmente ser apreciados e 
criticados. (LUEDY, 2006, p.106) 
Através do exercício de reflexão deste texto percebo que a música popular 
pode assumir diferentes pontos de vista e significados. Creio que toda esta 
diversidade problematiza e distingue uma cultura rica. Para mim ela é o conjunto das 
particularidades dos gêneros musicais de todas as regiões, tanto midiática ou não e 
deve ser entendida criticamente através da educação musical. Acredito que ainda 
não tomamos posse no nosso cotidiano destas idéias. Entendo, no entanto, que há 
tentativas de mudança neste cenário. Porém, ainda são poucos os espaços que são 
possíveis perceber esta mudança.
BIBLIOGRAFIA 
BURNETT, Henry. Arte filosofia, Ouro Preto, n.4, p. 105-123, jan.2008 
LACORTE, Simone; GALVÃO, Afonso. Processos de aprendizagem de músicos 
populares: um estudo exploratório. Revista da ABEM, Porto Alegre, V. 17, 29-38, 
set. 2007. 
LUEDY, Eduardo. Batalhas culturais: educação musical, conhecimento 
curricular e cultura popular na perspectiva das teorias 
críticas em educação. Revista da ABEM, Porto Alegre, V. 15, 101-107, set. 2006.

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Educação Musical Popular

  • 1. Educação Musical Paulo Ricardo Ulrich (UERGS;PIBID/CAPES) O fato é que durante toda minha formação como músico popular, lembro de alguns relatos de estudantes expondo que a teoria musical é um assunto que não os interessa, difícil. Seguindo o mesmo ponto de vista, freqüentemente falo com colegas professores de música e reforçam este comportamento da relação de seus alunos por este conhecimento. Qual o motivo deste desinteresse? Primeiramente é necessário entender que os conceitos e regras da teoria da música são parecidos com as da língua escrita, as regras gramaticais. Permitindo ser lida e estudada em qualquer parte do mundo graças a sua padronização. E que o no meio da música erudita é uma parte integrante da aprendizagem. Enquanto na formação dos músicos populares acontece de uma forma diferenciada. Para isto é importante investigar como é o seu primeiro contato com a música. Lacorte e Galvão ilustram esta situação citando que: As primeiras vivências da música popular ocorrem, geralmente, no seio familiar, entre parentes, vizinhos e amigos próximos. A aprendizagem ocorre, muitas vezes, de forma natural, quase que lúdica, em meio a festas, churrascos e práticas informais entre amigos. Desde as primeiras etapas, os músicos mais experientes passam o seu conhecimento para os iniciantes de maneira informal. (PRASS, 2004; PINTO, 2002 apud LACORTE, Simone; GALVÃO, Afonso, 2007, p. 29-38) Todas estas idéias se concretizaram na minha prática cotidiana. Inicialmente eu não sabia ler partitura, o método de tirar as músicas era de ouvido, tablatura ou cifras. Posteriormente comecei a compor músicas e tocar com uma banda. Acerca disto os pesquisadores citam que: O aprendizado se dá, inicialmente, pelo tocar juntos, falar, assistir e ouvir outros músicos, e, principalmente, mediante o trabalho criativo feito em conjunto. Quando não há tradição familiar de tocar instrumentos musicais, os amigos representam os primeiros “professores” e incentivadores da prática musical. Os jovens, por exemplo, praticam em grupo, ensaiam, formam bandas e aprendem muito por meio das gravações e audições. Campos (2000) destaca que essa prática é freqüentemente conhecida como “tirar música de ouvido”. Green (2000) complementa afirmando que a aprendizagem inicial desses músicos populares requer audição e imitação com elevada atenção e com intenção auditiva.
  • 2. Assim, aprendizagem do músico popular envolve uma complexidade de atos mentais ainda pouco explorados e compreendidos no processo de ensino-aprendizagem da música. Aspectos como memória, atenção e percepção constituem a base para a compreensão de como esses profissionais aprendem e constroem o seu conhecimento. (LACORTE, Simone; GALVÃO, Afonso, 2007, p. 29-30) Na continuidade da minha carreira comecei a ministrar aulas de música, compor e atuar como instrumentista. Somente após anos fazendo o vestibular consegui ingressar na faculdade. De fato, não há como desviar do aprender pelo prazer, quando falamos na carreira do músico popular, porém ao tentar deter-me no tema educação musical, deparo com outro fator que instiga que é entender, definir e pensar o que estamos fazendo. Esta trajetória é evidenciada neste pensamento: Percebe-se então que o caminho percorrido por músicos populares, desde o início da aprendizagem até a profissionalização, é repleto de vivências musicais fora do ambiente acadêmico. Vinculado a processos de aprendizagem informal, há o prazer de aprender um instrumento. Algo que não representa sacrifício, com regras, prazos e currículos a serem cumpridos. (LACORTE, Simone; GALVÃO, Afonso, 2007, p. 34) Todos os conhecimentos adquiridos no curso de Graduação em Música estão divididos em disciplinas práticas e teóricas não se relacionando diretamente. É importante observar que através da minha inserção na escola pelo Pibid como as ações no Programa Mais Educação e aulas particulares, estão sendo uma oportunidade de exercitar esta relação entre o teórico e o prático se tornando mais próxima. E com a influência da mídia no cotidiano a diversidade de percepções, idéias e gostos tomam diferentes espaços, trazendo para o educador o desafio de exercitar criticamente e mediar este conhecimento. Não dando ênfase a distinções e sim apontando para construção do conhecimento como explicado por Burnett: Não podemos classificar o caráter cultural recente do Brasil em uma forma de hierarquização. Com a globalização assimilamos do capitalismo a padronização que torna os povos indistinguíveis. O que é a verdade musical? A música da mídia que é reconhecível ou a música de entretenimento, do modismo da ocasião pode ser considerada boa ou agradável? (BURNETT, 2008) A visão de Eduardo Luedy é que uma prática pedagógica em música deve desenvolver uma compreensão teórica das experiências prévias e cotidianas de nossos alunos e alunas. Como afirma:
  • 3. A contribuição fundamental da teorização crítica, por ampliar nossas noções de cultura, conhecimento e de teoria em música, para incluir tais práticas populares, não deveria ser vista, por fim, como uma atitude paternalista-tolerante, mas sim como uma obrigação ética de reconhecimento e valorização das múltiplas vozes e discursos musicais existentes que necessitam igualmente ser apreciados e criticados. (LUEDY, 2006, p.106) Através do exercício de reflexão deste texto percebo que a música popular pode assumir diferentes pontos de vista e significados. Creio que toda esta diversidade problematiza e distingue uma cultura rica. Para mim ela é o conjunto das particularidades dos gêneros musicais de todas as regiões, tanto midiática ou não e deve ser entendida criticamente através da educação musical. Acredito que ainda não tomamos posse no nosso cotidiano destas idéias. Entendo, no entanto, que há tentativas de mudança neste cenário. Porém, ainda são poucos os espaços que são possíveis perceber esta mudança.
  • 4. BIBLIOGRAFIA BURNETT, Henry. Arte filosofia, Ouro Preto, n.4, p. 105-123, jan.2008 LACORTE, Simone; GALVÃO, Afonso. Processos de aprendizagem de músicos populares: um estudo exploratório. Revista da ABEM, Porto Alegre, V. 17, 29-38, set. 2007. LUEDY, Eduardo. Batalhas culturais: educação musical, conhecimento curricular e cultura popular na perspectiva das teorias críticas em educação. Revista da ABEM, Porto Alegre, V. 15, 101-107, set. 2006.