Em algumas regiões do Brasil a anemia ferropriva ainda é considerada uma carência prevalente entre crianças menores de cinco anos.
Material de 09 de dezembro de 2019
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção à Criança
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: http://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
Em algumas regiões do Brasil a anemia ferropriva ainda é considerada uma carência prevalente entre crianças menores de cinco anos.
Material de 09 de dezembro de 2019
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção à Criança
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: http://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
Página está voltada para auxiliar estudantes da área da Enfermagem, com divulgação de trabalhos, pesquisas e conteúdos atualizados.
Trabalho de enfermagem completo. Enfermagem Florence. Apresentação do trabalho de anemia.
Página está voltada para auxiliar estudantes da área da Enfermagem, com divulgação de trabalhos, pesquisas e conteúdos atualizados.
Trabalho de enfermagem completo. Enfermagem Florence. Apresentação do trabalho de anemia.
Palestra sobre a Síndrome Anomalia de Chédiak-Higashi (Chediak, Higashi) ministrada em 18 de novembro de 2013, no Hospital Metropolitano de Sarandi/PR.
Aula com dicas para uma boa prescrição (receita) médica hospitalar para os internos do Curso de Medicina da Faculdade Ingá (Uningá), Maringá, Paraná, Brasil
Parada Cardiorrespiratória PCR Ressuscitação Cardiopulmonar e Cerebral (Cardíaca) RCP
Suporte Básico de Vida
Cardiac Arrest - Basic Life Suport
Aula preparada para treinamento de alunos, residentes e profissionais das áreas da saúde (Medicina, Enfermagem e Técnicos)
Pronto Socorro - ES
UTI - ICU
Atendimento extra-hospitalar
Por OptiFer® é bom para o planeta. O que você precisa saber
Contagens de ferro baixas e até mesmo anemia por deficiência de ferro é um problema generalizado. Entre os adolescentes, trará consequências no crescimento, desempenho escolar, morbidade e desempenho reprodutivo.
FERRO NÃO PODE SER SUBSTITUÍDO POR QUALQUER OUTRA COISA
O ferro é um componente importante das células vermelhas do sangue que transportam oxigênio para todas as células do corpo. Se não temos o suficiente, é comum a sensação de falta de ar, cansaço e problemas de concentração. Nossos corpos contêm de 4 a 5 gramas de ferro. Pode ser difícil obter quantidade suficiente deste importante nutriente a menos que refeições à base de carne façam parte da dieta. Frutas, cereais e verduras contêm relativamente pouca quantidade de ferro útil. Nenhuma quantidade de vitaminas ou de qualquer outro suplemento diferente irá mudar um quadro de baixas contagens de ferro.
O ferro Heme em refeições à base de carne é a fonte mais importante de ferro. Existem apenas dois tipos de ferro que podemos usar: ferro heme proveniente de carne, aves ou peixe e ferro não heme proveniente de legumes, produtos lácteos e ferro ligado quimicamente nos suplementos regulares.
Todos os suplementos regulares são sintéticos / artificiais. Eles contêm ferro quimicamente ligado, como por exemplo sulfato ferroso.
Hoje existem suplementos de ferro heme disponíveis que são feitos com hemoglobina bovina natural.
Um problema universal
A deficiência de ferro é a desordem nutricional mais comum e generalizada no mundo.
Além de afetar um grande número de crianças e mulheres nos países em desenvolvimento, é a única deficiência de nutrientes que também é significativamente prevalente em países industrializados.
Aula sobre deficiência de ferro e anemia por deficiência de ferro, com ênfase no metabolismo do ferro no organismo, causas, avaliação clínica e laboratorial e tratamento - sais de ferro, ferro lipossomal, ferro injetável
A palavra PSICOSSOMATICA tem como raiz as palavras gregas: Psico (alma, mente), somática (corpo).
É a parte da medicina que estuda os efeitos da mente sobre o corpo.
Pessoas desajustadas emocionalmente tendem a ficarem mais doentes.
Exemplo do efeito da mente sobre o corpo: uma pessoa recebe uma notícia da morte de um parente. O choque emocional é muitas vezes tão forte que o cérebro desarma o "disjuntor" e a pessoa desmaia. Em alguns casos a descarga de hormônios e adrenalina no coração é tão forte que a pessoa morre na hora ao receber uma notícia terrível.
O que entra na sua mente ou coração pode em um instante te matar.
Maus sentimentos de rancor e mágoa podem envenenar o organismo lentamente.
A medicina psicossomática é uma concepção “holística” da medicina pluricausal que tem como objetivo estudar não a doença isolada, mas o homem doente, que é o paciente humanizado na sua mais completa perspectiva nosológica e ecológica. Numerosos argumentos parecem indicar a realidade das ligações clínicas e experimentais entre a vida emocional, os problemas psíquicos e o disfuncionamento de órgãos ou o aparecimento de lesões viscerais. Os estudos anatómicos e fisiológicos desempenham um papel capital ao nível do hipotálamo, do sistema límbico e dos diferentes sistemas neuroendocrinológicos (hipófise, corticoadrenal e medulloadrenal). No nível experimental, além de limitar as úlceras obtidas por diferentes técnicas no rato de laboratório, deve-se insistir nos experimentos de Weiss que mostraram que as úlceras pépticas do rato, sob certas condições, dependem de duas variáveis: o número de estímulos que o animal deve enfrentar e os feedbacks informativos mais ou menos úteis que recebe em troca. As investigações realizadas no doente mostram a importância dos problemas funcionais em relação às anomalias do sistema nervoso autônomo ou às anomalias dos gânglios intramurais, o que talvez explique a noção de órgãos-alvo dos problemas. Considerando os conceitos mais recentes que valorizam o papel dos fatores genéticos na determinação das doenças psicossomáticas, pode-se conceber que os determinantes psicológicos, afetivos ou ambientais, são cofatores que se integram a fatores somáticos, genéticos, constitucionais e nutricionais para produzir o quadro mórbido final.
2. CONCEITOS
• Anemia (OMS): “estado em que a concentração de
hemoglobina do sangue é baixa devido carência de
nutrientes essenciais, qualquer que seja a origem desta”
• A deficiência de ferro é a mais comum das carências
nutricionais, com maior prevalência em mulheres e
crianças, principalmente nos países em desenvolvimento
• Dados regionais têm demonstrado elevada prevalência de
anemia no Brasil, em todas as idades e níveis
socioeconômicos
Prevalência de anemia ferropriva no Brasil: uma revisão sistemática . Rev Paul Pediatr 2009;27(1):90-8
3. EPIDEMIOLOGIA
• Em um estudo de revisão brasileiro, 53% das 20.952
crianças avaliadas apresentavam anemia ferropênica
• Em revisão de estudos regionais, estimou-se uma taxa de
20% de anemia entre os adolescentes
• Informes da Organização Pan-Americana da Saúde indicam
que 42% das gestantes no Brasil seriam anêmicas
• UNICEF: anemia ferropriva afetaria até três bilhões e meio
de indivíduos no mundo em desenvolvimento
Prevalência de anemia ferropriva no Brasil: uma revisão sistemática. Jordão RE et al. Rev Paul Pediatr 2009;27(1):90-8
Deficiência de ferro na adolescência. Garanito MP et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(Supl. 2):45-48
Parâmetros para avaliação do estado de ferro. Paiva AA et al. Rev Saúde Pública 2000;34(4):421-6
Anemia como problema de saúde pública: uma realidade atual. Batista Filho, M. et al. Ciência & Saúde Coletiva 2008;3(6):1917-1922
4. ETIOLOGIA DA FERROPENIA
• Fatores Fisiológicos (maior necessidade):
– Gestação
– Parto
– Puerpério
Necessidade adicional de ferro:
• Gestantes sem anemia:
Aproximadamente 1g (4mg/dia)
• Gestantes com anemia:
>2,5g de ferro
Anemia ferropênica no adulto – causas, diagnóstico e tratamento. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-246
5. ETIOLOGIA DA FERROPENIA
• Fatores Nutricionais:
– Dieta com baixa quantidade de ferro heme (animal), cuja
absorção varia entre 20 e 30% do total de ferro ingerido
– A absorção do ferro de origem vegetal (inorgânico) é de 1-7%
– Vegetarianos, principalmente mulheres em idade reprodutiva,
têm mais chances de ter deficiência de ferro, assim como
idosos e pessoas com doenças psiquiátricas (demência)
– Ingestão de antiácidos, fitatos, fosfatos, oxalatos e tanino
diminuem a absorção de ferro
Anemia ferropênica no adulto – causas, diagnóstico e tratamento. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-246
6. ETIOLOGIA DA FERROPENIA
• Fatores Patológicos (perda de sangue ou diminuição de absorção):
– Sangramentos em geral (trauma, acidente etc.)
– Sangramento urogenital:
Menorragia: maior causa nas mulheres em idade fértil
Perda sanguínea: >80mL/período ou >7 dias
Absorventes: >12/período ou >4/dia
Coágulos: >2cm ou incidência após o 1º dia
20% das mulheres têm sangramento GI associado
Anemia ferropênica no adulto – causas, diagnóstico e tratamento. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-246
7. CAUSA DA FERROPENIA
• Fatores Patológicos (perda de sangue ou diminuição de absorção):
– Sangramento gastrintestinal:
• Principal causa em homens e mulheres pós-menopausa
• Esofagite, varizes de esôfago, hérnia de hiato, úlcera gastroduodenal,
tumor, angiodisplasia, telangectasia, gastrite atrófica autoimune ou
relacionada à infecção pelo helicobacter pylori, doença intestinal crônica,
doença celíaca, diverticulose, doença hemorroidária
– Parasitose:
• Infecção por necator americanus, ascaris ,
schistossoma mansoni, trichuris trichiura
Anemia ferropênica no adulto – causas, diagnóstico e tratamento. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-246
8. ETIOLOGIA DA FERROPENIA
• Fatores Patológicos (perda de sangue ou diminuição de absorção):
• Ingestão de AAS, AINE ou Anticoagulante
• Gastrectomia, Gastroplastia redutora (bariátrica):
Deficiência de ferro nos 2 primeiros anos varia entre 15 e 60%
Comum em mulheres pré-menopausa – reservas menores
Origem multifatorial: menor ingestão de carnes, menor secreção
ácida gástrica, trânsito intestinal acelerado, exclusão do
duodeno – principal área de absorção do ferro
A deficiência pode ocorrer a despeito da suplementação oral
Anemia ferropênica no adulto – causas, diagnóstico e tratamento. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-246
9. ETIOLOGIA DA FERROPENIA
• Fatores Patológicos (perda de sangue ou diminuição de absorção):
– Hemólise intravascular/ Hemoglobinúria
– Sangramento pelo trato respiratório
– Doação de sangue (cada doação de 500mL de sangue por
ano implica a necessidade adicional de 0,5mg de ferro/dia)
– Procedimentos como hemodiálise, cirurgia, flebotomia
Anemia ferropênica no adulto – causas, diagnóstico e tratamento. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-246
10. ESTÁGIOS E DIAGNÓSTICO DA
FERROPENIA
Anemia ferropênica no adulto – causas, diagnóstico e tratamento. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-246
11. DIAGNÓSTICO DA FERROPENIA
• Ferritina é uma proteína de fase aguda e seus valores podem
estar elevados quando há infecção, inflamação ou câncer:
– Pode haver ferropenia com ferritina normal ou aumentada
• Ferritina “baixa” pode variar de acordo com a doença subjacente:
– Doença renal crônica dialítica: <100ng/mL (ou mg/dL)
– Doença inflamatória (artrite reumatóide etc.): <70ng/mL
– Hepatopatia: <50ng/mL
Anemia + Ferritina sérica <12ng/mL = Anemia Ferropênica
Anemia ferropênica no adulto – causas, diagnóstico e tratamento. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-246
12. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
• Talassemia (alfa e beta) e
outras hemoglobinopatias (E, C,
Lepore)
• Anemia de doença crônica
(câncer, infecção, inflamação)
– Microcítica/hipocrômica em 30% dos casos
– Diminuição do ferro sérico e da saturação da
transferrina; ferro medular e ferritina normais
ou elevados
• Anemia sideroblástica
• Intoxicação por chumbo
• Medicamentos (pirazinamida, isoniazida)
Anemia ferropênica no adulto – causas, diagnóstico e tratamento.
Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-
246
13. TRATAMENTO
Introduzido por Blaud em 1832, a "pílula de Blaud“ (carbonato férrico) foi
o pilar do tratamento da deficiência de ferro por mais de cem anos,
até o aparecimento de novos compostos
Hoje, o tratamento consiste em orientação nutricional,
administração oral ou parenteral de compostos com ferro
e, eventualmente, transfusão de hemácias
A identificação e a correção das causas que levaram à
anemia, associadas à reposição correta do ferro, resultam na sua
correção e confirmam o diagnóstico
Embora o idoso tenha maior tendência à anemia, sua presença não
deve ser atribuída à idade; tratar a anemia sem identificar a causa
pode significar a perda da oportunidade de se diagnosticar uma
doença maligna subjacente em fase curável
Anemia ferropênica no adulto – causas, diagnóstico e tratamento. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-246
14. TRATAMENTO
Orientação Nutricional
• Aumentar a ingestão de carnes (ferro heme): 100g de carne
corresponde a 1kg de feijão (ferro não heme)
• O consumo de vitamina C (sucos, caju, leguminosas, goiaba) e carnes
em geral favorece a absorção do ferro (não heme)
• Fitatos, fosfatos e carbonatos (abacaxi, hortaliças, leite), tanino (chá,
café), fosfoproteína (gema de ovo) e medicamentos que elevam o pH
gástrico (antiácidos, inibidores de bomba de próton, bloqueadores
histamínicos H2) dificultam a absorção do ferro (não heme)
• Não misturar leite e chá na mesma refeição, evitar cereais integrais
e chocolate como sobremesa no período de tratamento com sal ferroso
• Recomendações desnecessárias se o tratamento é feito com sais férricos
• Apenas a correção da dieta não costuma ser suficiente para o
tratamento de pacientes com anemia ferropênica
Anemia ferropênica no adulto – causas, diagnóstico e tratamento. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-246
15. TRATAMENTO
Ferro (por via) Oral
• O melhor meio de repor ferro é por via oral
• A dose terapêutica é de 2-5mg/kg/dia:
– Normalizar Hb – um a dois meses
– Restaurar estoques de ferro – dois a seis meses ou até se obter uma
ferritina sérica >50-60ng/mL
• Ter ciência da quantidade exata de ferro elementar prescrita para o
paciente, pois ela varia de acordo com o composto usado ou disponível
• Na prática, a dose preconizada para indivíduos adultos é de
150-200mg/dia de ferro elementar
• Não é recomendável administrar doses >200mg/dia, pois a mucosa
intestinal atuaria como barreira, reduzindo a absorção do metal
Anemia ferropênica no adulto – causas, diagnóstico e tratamento. Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-246
16. TRATAMENTO
Ferro (por via) Oral
• Sais ferrosos são rapidamente absorvidos e devem ser ingeridos:
– com o estômago vazio (uma hora antes das refeições ou entre
as refeições ou antes de dormir - maior produção de ácido gástrico)
• Apesar da elevada eficácia dos compostos ferrosos, eles estão
associados à elevada frequência (até 40%) de efeitos
adversos (EA):
– gosto metálico, náusea, vômito, epigastralgia, dispepsia, desconforto
abdominal, diarréia, obstipação
• Esses EA determinam menores tolerância e adesão ao
tratamento
• Entretanto, o sulfato ferroso é o composto disponível aos
pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS)
17. TRATAMENTO
Ferro (por via) Oral
Anemia ferropênica no adulto –
causas, diagnóstico e tratamento.
Cançado RD et al. Rev. Bras.
Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-246
Tratamento da anemia ferropriva com
ferro por via oral. Cançado RD et al.
Rev. Bras. Hematol. Hemoter.
2010;32(Supl. 2):114-120
18. TRATAMENTO
Ferro (por via) Oral
Tratamento da anemia ferropriva com ferro por via oral.
Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter.
2010;32(Supl. 2):114-120
19. TRATAMENTO
Ferro (por via) Oral
Na Prática:
Noripurum: Sol. Oral/Gotas (15-
30mL): 2gotas/kg/dia; Xarope
(120mL); Cp 100mg
Fer-in-sol, Ferrototal, Vitafer,
vários nomes; 2gotas/kg/dia; Cp
40-60mg
Ferrin (Cp 50mg), Associações
Ferrin, Hemototal: Xarope
5mg/mL; Gotas (30mL; 20-
30mg/mL): 4gotas/kg/dia
Neutrofer, várias apresentações
Tratamento da anemia ferropriva com ferro por via oral.
Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(Supl. 2):114-120
20. TRATAMENTO
Ferro (por via) Oral
Tratamento da anemia ferropriva com ferro por via oral.
Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(Supl. 2):114-120
21. TRATAMENTO
Ferro (por via) Parenteral
Tratamento da anemia ferropriva com ferro por via parenteral.
Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(Supl. 2):121-128
22. TRATAMENTO
Ferro (por via) Parenteral
Tratamento da anemia ferropriva com ferro por via parenteral.
Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(Supl. 2):121-128
23. TRATAMENTO
Cálculo da dose (mg total) e via de
administração do ferro sacarato
Tratamento da anemia ferropriva com ferro por via parenteral.
Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(Supl. 2):121-128
[Hb (g/dL) desejada – Hb atual] x peso corporal (Kg) x 2,4 + 500
• Embora a administração de ferro por via IM tenha sido muito usada, sobretudo
em função da experiência negativa com o ferro dextran por via EV na década de
80 e pela facilidade de aplicação, esta via de administração tem sido
gradativamente substituída pela via IV
• Recomenda-se a dose IM máxima diária de 200mg (duas ampolas) de sacarato
• Na prática, orienta-se a aplicação de uma ampola, uma a duas vezes por semana,
até que se complete a dose total desejada ou calculada
• Sabe-se que o ferro aplicado por via IM tem absorção irregular e efeitos adversos
indesejáveis, como dor, mancha hipercrômica e necrose muscular (rara) no local
da aplicação. A ocorrência desses EA pode ser menos frequente quando a
técnica de aplicação escolhida é a intramuscular em Z
24. TRATAMENTO
Ferro (por via) Parenteral
Tratamento da anemia ferropriva com ferro por via parenteral.
Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(Supl. 2):121-128
• Estima-se que a administração de quatro ampolas (duas aplicações
de 200mg) do ferro sacarato seja capaz de aumentar em 1g/dL a
concentração de Hb, o que corresponde ao incremento esperado da
Hb quando se administra uma unidade de concentrado de
hemácias
• Em crianças, recomenda-se a dose de 0,35mL/kg de peso corporal
diluídos em, pelo menos, 200mL de SF; a duração da infusão deve
ser de, pelo menos, três horas; e a frequência de aplicação de
apenas uma vez por semana (Bula Noripurum (Sacarato hidróxido
férrico) IV, 2008)
25. TRATAMENTO
Ferro (por via) Parenteral
Tratamento da anemia ferropriva com ferro por via parenteral.
Cançado RD et al. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(Supl. 2):121-128
26. CONCLUSÕES: FERROPENIA
• Ferropenia tem causa, cuja investigação é obrigatória
• Anemia ferropênica é um grave problema de Saúde
Pública, sobretudo em países em desenvolvimento
• A melhor via para a reposição de ferro é a oral:
– A dose terapêutica recomendada é de 2 a 5mg/kg/dia;
– Período suficiente para normalizar a hemoglobina (1-2 meses);
– E restaurar os estoques normais de ferro do organismo
(2-6 meses, ou obtenção de ferritina sérica >50-60ng/mL)
27. CONCLUSÕES: FERROPENIA
• São fundamentais para o sucesso terapêutico:
– Aderência do paciente
– Adequada orientação do paciente quanto aos possíveis EA
– Duração correta do tratamento
• Ferripolimaltose confere melhores resultados
(menor frequência de EA e melhor adesão ao tratamento)
• O uso do sacarato de hidróxido férrico IV é uma boa
opção no tratamento de pacientes com anemia ferropênica
que não obtiveram resposta satisfatória com o ferro oral
28. ANEMIAS MACROCÍTICAS
• Macrocitose: 1,7-3,6% das “consultas médicas”
• Maioria é leve (<110fL) e segue “sem explicação”
• Dois grupos principais:
– Megaloblásticas
– Não Megaloblásticas
30. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA
• Termo usado por Ehrlich ao ver blastos gigantes
na MO de pacientes com “anemia perniciosa”
• Megaloblasto:
Eritroblasto com
maturação anormal
(Cromatina nuclear)
31. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA
• Causada por defeitos na síntese do ADN
(ciclo das pirimidinas, purinas e inibição da
polimerase) que conduzem a um conjunto de
anormalidades na MO e no SP
• Na deficiência de B12/B9, as hemácias não
conseguem produzir ADN, o que prejudica a
maturação celular/nuclear
32. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA
• A B12 é uma vitamina hidrossolúvel presente
naturalmente nas carnes, mormente no fígado
• Há várias formas de B12, sendo que todas
recebem o nome geral de cobalaminas (cobalto)
• Formas ativas no metabolismo humano: a 5-
desoxiadenosilcobalamina e a
Metilcobalamina
33. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA
• B12 é necessária para a síntese proteica
(ADN), hematopoese e função neurológica
• B12 funciona como cofator para a metionina-
sintase e para a L-metilmalonil-CoA mutase
• A primeira cataliza a conversão de homocisteína à
metionina, necessária para formar S-
adenosilmetionina
34. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA
• S-adenosilmetionina é fundamental para a
metilação de >100 substratos diferentes, inclusive
ADN, ARN, proteínas, gorduras, hormônios
• L-metilmalonil-CoA mutase converte L-
metilmalonil-CoA à succinil-CoA na degradação do
propionato, reação essencial para o
metabolismo de gorduras e proteínas,
inclusive síntese de Hb
35. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA
• B12, ligada à proteína alimentar, é liberada no
estômago pela ação do HCl e de proteases
• A B12 livre se combina com o fator intrínseco
(FI) secretado pelas células parietas gástricas
• O complexo B12-FI será absorvido no íleo distal
por receptores específicos
36. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA
• O ácido fólico (B9) existe em várias formas e tem
um metabolismo semelhante ao da B12
• As reações mais importantes dependentes de B9
são a conversão da homocisteína à metionina para
a síntese de S-adenosilmethionine e da
desoxiuridilata à timidilato, necessárias para a
síntese e divisão celulares
38. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA
• Clinicamente há sintomas e sinais de
anemia (atentar para neuropatia, queixas GI
e sinais de hemólise – icterícia leve)
• Nos exames:
– Anemia macrocítica (VCM >110fL),
leucopenia e/ou trombocitopenia
– Reticulocitopenia
– Aumento da BI, DHL (B12)
39. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA
• O exame do SP é “divisor de águas”
• Achados característicos da “megaloblastose”:
– Neutrófilos hipersegmentados
• >5 lobos nucleares
• Sinal + específico/característico (Basta “1”)
– Macroovalócitos
• Eritrócitos grandes e ovais
• VCM entre 110-130fL (até 160)
43. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA:
B12/B9
• Dosagem de B12 e Folato (sérico/eritrocitário)
• B12 sérica “estável”
• Folato (B9): sérico + lábil; preferir eritrocitário
• Outros exames:
– Metilmalonato sérico ou urinário (B12)
– Homocisteína sérica (B9)
– Estudos de absorção (Teste de Schilling etc.)
44. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA: MO
• A MO megaloblástica é hipercelular/plásica
• Precursores eritróides predominam
• Metamielócitos/Bastonetes gigantes
• Megaloblastos:
– Maiores que o eritroblastos normais
– Cromatina nuclear “imatura”
– Citoplasma róseo (maduro)
46. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA
• Causas de deficiência de B12:
– Déficit na dieta (raro; vegans; crianças/idosos)
– Fator Intrínseco disfuncional
– Falta de Fator Intrínseco:
• Anemia Perniciosa (Anti-CP/FI)
• Cirurgia Gástrica
• Ingestão de Cáusticos
47. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA
• Outras causas de deficiência de B12:
– Competição por B12 (bactérias, vermes)
– Má absorção familiar (Imerslund-Grasbeck)
– Má absorção induzida por droga (Metformina)
– Doença pancreática (Crônica)
– Síndrome de Zollinger-Ellison
– Doenças/Cirurgias do íleo
– Enterite regional
48. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA
• Causas de deficiência de B9 (Folatos):
– Falta na dieta (comum na infância, etilistas)
– Maior consumo (infância, gravidez, hemólise)
– Alcoolismo
– Má absorção congênita
– Induzida por drogas (MTX, SMZ-TMP etc.)
– Cirurgias intestinais grandes, ressecção jejunal
49. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA
• Causas de deficiência combinada de
B9/B12:
– Sprue Tropical, Doença Celíaca
• Desordens herdadas na síntese de ADN:
– Acidúria orótica, Síndrome Lesch-Nyhan, AMB
Tiamina responsiva, Déficit de Transcobalamina
II, outros defeitos enzimáticos
• Induzida por Drogas/Toxinas:
– MTX, Ciclofosfamida, Ara-C, AZT, SMZ-TMP
51. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA
• Confirme o diagnóstico:
– B12 sérica:
• <350pg/mL→ Carência Leve
• 150-350pg/mL→ Carência Moderada
• <150pg/mL→ Carência Grave
• Trate:
– Vitamina B12: 1mg/dia, IM ou VO
52. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA
• Investigue a causa subjacente da
carência:
– Anticorpos antiparietais e/ou anti-FI
– EDA
– Estudos funcionais
– Revisão e aconselhamento nutricional
– Afaste drogas causadoras
– Etc.
53. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA
• Acompanhe:
– Reticulócitos em 7-10 dias
– Hemograma em 30 e 60 dias
– Retorno a cada 3-6 meses
– Duração do tratamento depende da
causa
– Espace/Reduza doses conforme
resposta
54. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA
• Acompanhe:
– Na dúvida, faça o exame da medula
óssea
– Nos casos graves, inicie o tratamento
empiricamente com ambas as vitaminas
(não espere pelos exames
confirmatórios)
– Transfunda hemácias se necessário
(sempre tente colher os exames antes)
–