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Ac. Henrique Mascioli Fiorillo
Interno 5º ano FAMECA 2011
Objetivos da aula
 Conhecer o quadro clínico-laboratorial das anemias
carenciais
 Reconhecer a deficiência de ferro e a anemia ferropriva
como situação de grande prevalência populacional
 Tratar as anemias carenciais
 Promover as práticas de impacto social na prevenção
de anemia ferropriva
Definição
 Anemia: segundo a Organização Mundial da Saúde, a
anemia é definida segundo a concentração sanguínea de
hemoglobina:
a) Do nascimento aos 6 meses de vida: valores inferiores a 9
g/dL
b) Dos 6 meses aos 6 anos e também gestantes: valores
inferiores a 11 g/dL
c) Dos 6 aos 14 anos e mulheres adultas: valores inferiores a
12 g/dL
d) Homens adultos: valores inferiores a 13 g/dL
Anemia carencial
 Anemia decorrente de insuficiência no aporte de
nutrientes à medula óssea.
Eritropoiese
1) Célula tronco mielóide
2) Pró-eritroblasto
3) Eritroblasto basófilo
4) Eritroblasto policromático
5) Eritroblasto acidófilo
6) Reticulócito
7) Eritrócito
Eritropoiese
 Dura em média 7 dias, e a taxa de produção pode ser
aumentada em até 8 vezes.
 Tempo de vida da hemácia: +/- 118 dias
 Regulação: eritropoietina
 Secretada pelos rins (90 a 95%) e pelo fígado
 Age diretamente nas linhagens precursoras
(reticulócitos)
 Produção relacionada ao nível de oxigenação nos
tecidos. Se deficiente = anemia hipoproliferativa
Necessidades nutricionais
 A formação das hemácias exige:
 Aminoácidos
 Ferro (componente heme)
 Ácido fólico (essencial para formação de ácidos
nucléicos)
 Cianocobalamina (cofator contendo cobalto)
 Vitaminas A, B2 (riboflavina), C
Cinética da cianocobalamina
 Uma vez ingerida, forma complexo com glicoproteína
gástrica
 Absorvida na região ileal
 Armazenada no fígado
 Causas de deficiência:
-> dieta veganista
-> erro genético: não-produção da proteína gástrica
(anemia perniciosa)
-> ressecção, lesão do íleo.
Cinética do ácido fólico
 Encontrado naturalmente em alimentos crus,
principalmente folhas
 Absorvido no íleo
 Armazenado nos tecidos
 Degradado e excretado: necessidade de ingestão diária
 Causas de deficiência:
-> alimentação desbalanceada
-> situações de hipercatabolismo (hemoglobinopatia,
infecções, neoplasias, etc.)
Cinética do ferro
 Absorção de ferro: ou pela forma iônica (menos
eficiente) ou por formas orgânicas
 Formas orgânicas: ferro ligado ao grupo heme ou
formando quelatos com aminoácidos
 Formas inorgânicas: íon Fe 3+ não é absorvível, há
necessidade de redução ao íon Fe 2+
Cinética do ferro
 Fatores que aumentam a disponibilidade do íon
ferroso: ácidos, vitamina C
 Fatores que diminuem a disponibilidade do íon
ferroso: ftatos e oxalatos (presentes em certos vegetais
crus).
Cinética do ferro
 Absorvido principalmente no duodeno
 Deficiências nutricionais de cobre e zinco podem
reduzir a absorção do ferro.
 No sangue: liga-se à transferrina, proteína carreadora
de ferro e produzida pelo fígado.
Cinética do ferro
 Na medula óssea, e nos tecidos, o ferro é ativamente
absorvido
 O excedente de ferro é armazenado na ferritina,
proteína do sistema reticuloendotelial.
 A ferritina: duas formas: uma tissular e outra sérica
(em equilíbrio constante)
O laboratório
 Hemograma: dosa-se o número de eritrócitos por mL,
a hemoglobina por dL e o hematócrito
 O hematócrito é sempre aproximadamente 3 vezes o
valor da hemoglobina
DADO VALOR NORMAL
Hemácias (Hm) 4 – 6 milhões
Hemoglobina (Hb) 12 – 17 g/dl
Hematócrito (Ht) 36 – 50%
Índices hematoscópios
ÍNDICE CÁLCULO SIGNIFICADO
VCM
Volume corpuscular médio
Ht/GV ; 80 – 100 fl Tamanho da hemácia
HCM ( pg )
Hemoglobina corpuscular
média
Hb/GV ; 28 – 32 pg Cor da hemácia
CHCM ( % )
Concentração de
hemoglobina corpuscular
média
Hb/Ht ou HCM/VCM ; 32
– 35 g/dl
Cor da hemácia
RDW (% )
Cell distribution width
10 – 14% Anisocitose (discrepância
entre tamanhos)
*RDW é caracteristicamente elevado nas anemias.
Causas na infância
 Pouca reserva ao nascimento
 Desmame precoce (leite de vaca)
 Doença celíaca
 Ancilostomíase (anemia + eosinofilia)
 Pico de utilização
 Baixa ingesta
Quadro clínico
 Varia de formas graves a formas silentes
 Formas graves: insuficiência cardíaca (dispneia progressiva,
astenia).
 O sinal semiológico de palidez cutâneo-mucosa tem baixa
sensibilidade e reprodutibilidade, mas é útil para casos extremos.
 Formas moderadas: possibilidades de expressão:
-> baixo rendimento intelectual
-> redução na velocidade de crescimento
-> maior suscetibilidade a infecções
Ou seja: silente, mas que insidiosamente prejudica o pleno
desenvolvimento da criança.
Deficiência de folato e
cianocobalamina (B12)
 Anemia megaloblástica: hemácias com volume corpuscular
médio acima de 95 fL.
 Assincronismo de maturação núcleo-citoplasma
 Megaloblastos destruídos na MO = eritropoiese ineficaz
 QC:
 Sintomas anêmicos
 Glossite
 Sds Neurológicas (demencial, neuropatia periférica,
mielinólise transversa, etc)
 Doenças autoimunes associadas (perniciosa) – vitiligo
 Hemograma:
 Baixos Hb, Ht; macrocítica (VCM > 120, somente ela)
normocrômica, alto RDW, pancitopenia
 Leucograma: leucopenia, hipersegmentação de
neutrófilos (1 neutrófilo para diagnóstico)
 Diagnóstico laboratorial:
 Dosagem sérica de cianocobalamina e de folato (pouco
acessíveis no SUS).
 Aumento do ácido metilmalônico (def de B12)
Deficiência de folato e
cianocobalamina (B12)
Tratamento da anemia carencial
megaloblástica
1) Reponha cianocobalamina por via parenteral
(intramuscular) antes da oferta de ácido fólico
-> Há relatos que a reposição isolada de ácido fólico em
meio a déficit de cianocobalamina desencadeia
neuropatias
2) Correção da dieta e suplementação com ácido fólico
Deficiência de ferro
 Causa mais comum de anemia em cças
 A deficiência de ferro precede à anemia.
 Depleção: esgotamento das reservas
 Deficiência: hemoglobina normal, mas sinais de
insuficiência de ferro
 Por fim, anemia ferropriva
 QC: anorexia e irritabilidade, prejuízo no
desenvolvimento, alterações comportamentais,
cansaço, dispnéia, disfagia, picacismo, etc.
Deficiência de ferro
 É um diagnóstico laboratorial baseado, mais comumente,
nos seguintes exames:
-> Ferritina sérica baixa
-> Protoporfirina eritrocitária livre
-> Volume corpuscular médio (micro/hipo)
-> Poiquilocitose (hemac em forma de cigarro – grave)
Obs: a ferritina é também proteína de fase aguda (estados
infecciosos podem aumentar a ferritina sérica)
O diagnóstico epidemiológico exige pelo menos dois valores
reduzidos
Deficiência de ferro/Anemia
ferropriva
 Hemograma: volume corpuscular médio inferior a 80
fL
 Concentração de hemoglobina corpuscular média
inferior a 30%
 Anisocitose: RDW (red cell width) maior que 14
Deficiência de ferro: causas
1) Aporte insuficiente na dieta.
Na criança, o rápido crescimento corporal pode não ser
acompanhado do aporte adequado de ferro.
2) Parasitoses intestinais
3) Perdas insensíveis (sangue oculto nas fezes por leite
de vaca)
>>>Grupo heterogêneo de doenças com investigação
laboratorial mais complexa
Anemia ferropriva: tratamento
 A princípio, toda criança com anemia, sem outros
sintomas, deve ser abordada como carencial.
 Já no adulto, anemia carencial é menos provável de
ocorrer
Anemia ferropriva: tratamento
 1) Tratamento empírico com vermífugos
 2) Suplementação com sulfato ferroso ou ferro quelato
4-6 mg/kg.dia
 3) Realização de contagem de reticulócitos: há
aumento nos reticulócitos circulantes em 2-3 dias após
o início da suplementação
 4) Espera-se um aumento de 1 g/dL nos níveis de
hemoglobina a cada 28 dias.
 5) Casos muito graves podem exigir transfusão
sanguínea.
Anemia ferropriva: implicações
sociais
 Prevalência de anemia ferropriva no Brasil: varia
conforme os grupos sociais
 Varia de 25 a 50% das crianças como um todo
 Varia de 35 a 65% nas crianças menores de três anos.
 Até 10% dos casos de anemia hipocrômica microcítica
são devidos a défices vitamínicos (A, B, C).
Anemia ferropriva: implicações
sociais
 1) Triagem laboratorial de rotina mostrou-se cara, ineficaz e
sem custo/benefício.
 2) O que é eficaz:
a) Aleitamento materno exclusivo até os seis meses
b) Uso de fórmulas lácteas e também não usar leite de vaca
integral como único alimento no primeiro semestre
c) Acompanhamento de curvas de crescimento
d) Anamnese alimentar e orientação dietética
e) Saneamento básico
Anemia ferropriva: futuro
 Discute-se, ainda, a indicação de suplementação de
ferro rotineira a partir do sexto mês de vida.
 A resolução da Anvisa RDC número 344, de 13/12/2002
obriga a fortificação de ferro e ácido fólico das farinhas
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Anemiascarenciaisnainfncia 111106150815-phpapp01

  • 1. Ac. Henrique Mascioli Fiorillo Interno 5º ano FAMECA 2011
  • 2. Objetivos da aula  Conhecer o quadro clínico-laboratorial das anemias carenciais  Reconhecer a deficiência de ferro e a anemia ferropriva como situação de grande prevalência populacional  Tratar as anemias carenciais  Promover as práticas de impacto social na prevenção de anemia ferropriva
  • 3. Definição  Anemia: segundo a Organização Mundial da Saúde, a anemia é definida segundo a concentração sanguínea de hemoglobina: a) Do nascimento aos 6 meses de vida: valores inferiores a 9 g/dL b) Dos 6 meses aos 6 anos e também gestantes: valores inferiores a 11 g/dL c) Dos 6 aos 14 anos e mulheres adultas: valores inferiores a 12 g/dL d) Homens adultos: valores inferiores a 13 g/dL
  • 4. Anemia carencial  Anemia decorrente de insuficiência no aporte de nutrientes à medula óssea.
  • 5. Eritropoiese 1) Célula tronco mielóide 2) Pró-eritroblasto 3) Eritroblasto basófilo 4) Eritroblasto policromático 5) Eritroblasto acidófilo 6) Reticulócito 7) Eritrócito
  • 6. Eritropoiese  Dura em média 7 dias, e a taxa de produção pode ser aumentada em até 8 vezes.  Tempo de vida da hemácia: +/- 118 dias  Regulação: eritropoietina  Secretada pelos rins (90 a 95%) e pelo fígado  Age diretamente nas linhagens precursoras (reticulócitos)  Produção relacionada ao nível de oxigenação nos tecidos. Se deficiente = anemia hipoproliferativa
  • 7. Necessidades nutricionais  A formação das hemácias exige:  Aminoácidos  Ferro (componente heme)  Ácido fólico (essencial para formação de ácidos nucléicos)  Cianocobalamina (cofator contendo cobalto)  Vitaminas A, B2 (riboflavina), C
  • 8. Cinética da cianocobalamina  Uma vez ingerida, forma complexo com glicoproteína gástrica  Absorvida na região ileal  Armazenada no fígado  Causas de deficiência: -> dieta veganista -> erro genético: não-produção da proteína gástrica (anemia perniciosa) -> ressecção, lesão do íleo.
  • 9. Cinética do ácido fólico  Encontrado naturalmente em alimentos crus, principalmente folhas  Absorvido no íleo  Armazenado nos tecidos  Degradado e excretado: necessidade de ingestão diária  Causas de deficiência: -> alimentação desbalanceada -> situações de hipercatabolismo (hemoglobinopatia, infecções, neoplasias, etc.)
  • 10. Cinética do ferro  Absorção de ferro: ou pela forma iônica (menos eficiente) ou por formas orgânicas  Formas orgânicas: ferro ligado ao grupo heme ou formando quelatos com aminoácidos  Formas inorgânicas: íon Fe 3+ não é absorvível, há necessidade de redução ao íon Fe 2+
  • 11. Cinética do ferro  Fatores que aumentam a disponibilidade do íon ferroso: ácidos, vitamina C  Fatores que diminuem a disponibilidade do íon ferroso: ftatos e oxalatos (presentes em certos vegetais crus).
  • 12. Cinética do ferro  Absorvido principalmente no duodeno  Deficiências nutricionais de cobre e zinco podem reduzir a absorção do ferro.  No sangue: liga-se à transferrina, proteína carreadora de ferro e produzida pelo fígado.
  • 13. Cinética do ferro  Na medula óssea, e nos tecidos, o ferro é ativamente absorvido  O excedente de ferro é armazenado na ferritina, proteína do sistema reticuloendotelial.  A ferritina: duas formas: uma tissular e outra sérica (em equilíbrio constante)
  • 14. O laboratório  Hemograma: dosa-se o número de eritrócitos por mL, a hemoglobina por dL e o hematócrito  O hematócrito é sempre aproximadamente 3 vezes o valor da hemoglobina DADO VALOR NORMAL Hemácias (Hm) 4 – 6 milhões Hemoglobina (Hb) 12 – 17 g/dl Hematócrito (Ht) 36 – 50%
  • 15. Índices hematoscópios ÍNDICE CÁLCULO SIGNIFICADO VCM Volume corpuscular médio Ht/GV ; 80 – 100 fl Tamanho da hemácia HCM ( pg ) Hemoglobina corpuscular média Hb/GV ; 28 – 32 pg Cor da hemácia CHCM ( % ) Concentração de hemoglobina corpuscular média Hb/Ht ou HCM/VCM ; 32 – 35 g/dl Cor da hemácia RDW (% ) Cell distribution width 10 – 14% Anisocitose (discrepância entre tamanhos) *RDW é caracteristicamente elevado nas anemias.
  • 16. Causas na infância  Pouca reserva ao nascimento  Desmame precoce (leite de vaca)  Doença celíaca  Ancilostomíase (anemia + eosinofilia)  Pico de utilização  Baixa ingesta
  • 17. Quadro clínico  Varia de formas graves a formas silentes  Formas graves: insuficiência cardíaca (dispneia progressiva, astenia).  O sinal semiológico de palidez cutâneo-mucosa tem baixa sensibilidade e reprodutibilidade, mas é útil para casos extremos.  Formas moderadas: possibilidades de expressão: -> baixo rendimento intelectual -> redução na velocidade de crescimento -> maior suscetibilidade a infecções Ou seja: silente, mas que insidiosamente prejudica o pleno desenvolvimento da criança.
  • 18. Deficiência de folato e cianocobalamina (B12)  Anemia megaloblástica: hemácias com volume corpuscular médio acima de 95 fL.  Assincronismo de maturação núcleo-citoplasma  Megaloblastos destruídos na MO = eritropoiese ineficaz  QC:  Sintomas anêmicos  Glossite  Sds Neurológicas (demencial, neuropatia periférica, mielinólise transversa, etc)  Doenças autoimunes associadas (perniciosa) – vitiligo
  • 19.  Hemograma:  Baixos Hb, Ht; macrocítica (VCM > 120, somente ela) normocrômica, alto RDW, pancitopenia  Leucograma: leucopenia, hipersegmentação de neutrófilos (1 neutrófilo para diagnóstico)  Diagnóstico laboratorial:  Dosagem sérica de cianocobalamina e de folato (pouco acessíveis no SUS).  Aumento do ácido metilmalônico (def de B12) Deficiência de folato e cianocobalamina (B12)
  • 20. Tratamento da anemia carencial megaloblástica 1) Reponha cianocobalamina por via parenteral (intramuscular) antes da oferta de ácido fólico -> Há relatos que a reposição isolada de ácido fólico em meio a déficit de cianocobalamina desencadeia neuropatias 2) Correção da dieta e suplementação com ácido fólico
  • 21. Deficiência de ferro  Causa mais comum de anemia em cças  A deficiência de ferro precede à anemia.  Depleção: esgotamento das reservas  Deficiência: hemoglobina normal, mas sinais de insuficiência de ferro  Por fim, anemia ferropriva  QC: anorexia e irritabilidade, prejuízo no desenvolvimento, alterações comportamentais, cansaço, dispnéia, disfagia, picacismo, etc.
  • 22. Deficiência de ferro  É um diagnóstico laboratorial baseado, mais comumente, nos seguintes exames: -> Ferritina sérica baixa -> Protoporfirina eritrocitária livre -> Volume corpuscular médio (micro/hipo) -> Poiquilocitose (hemac em forma de cigarro – grave) Obs: a ferritina é também proteína de fase aguda (estados infecciosos podem aumentar a ferritina sérica) O diagnóstico epidemiológico exige pelo menos dois valores reduzidos
  • 23. Deficiência de ferro/Anemia ferropriva  Hemograma: volume corpuscular médio inferior a 80 fL  Concentração de hemoglobina corpuscular média inferior a 30%  Anisocitose: RDW (red cell width) maior que 14
  • 24. Deficiência de ferro: causas 1) Aporte insuficiente na dieta. Na criança, o rápido crescimento corporal pode não ser acompanhado do aporte adequado de ferro. 2) Parasitoses intestinais 3) Perdas insensíveis (sangue oculto nas fezes por leite de vaca) >>>Grupo heterogêneo de doenças com investigação laboratorial mais complexa
  • 25. Anemia ferropriva: tratamento  A princípio, toda criança com anemia, sem outros sintomas, deve ser abordada como carencial.  Já no adulto, anemia carencial é menos provável de ocorrer
  • 26. Anemia ferropriva: tratamento  1) Tratamento empírico com vermífugos  2) Suplementação com sulfato ferroso ou ferro quelato 4-6 mg/kg.dia  3) Realização de contagem de reticulócitos: há aumento nos reticulócitos circulantes em 2-3 dias após o início da suplementação  4) Espera-se um aumento de 1 g/dL nos níveis de hemoglobina a cada 28 dias.  5) Casos muito graves podem exigir transfusão sanguínea.
  • 27. Anemia ferropriva: implicações sociais  Prevalência de anemia ferropriva no Brasil: varia conforme os grupos sociais  Varia de 25 a 50% das crianças como um todo  Varia de 35 a 65% nas crianças menores de três anos.  Até 10% dos casos de anemia hipocrômica microcítica são devidos a défices vitamínicos (A, B, C).
  • 28. Anemia ferropriva: implicações sociais  1) Triagem laboratorial de rotina mostrou-se cara, ineficaz e sem custo/benefício.  2) O que é eficaz: a) Aleitamento materno exclusivo até os seis meses b) Uso de fórmulas lácteas e também não usar leite de vaca integral como único alimento no primeiro semestre c) Acompanhamento de curvas de crescimento d) Anamnese alimentar e orientação dietética e) Saneamento básico
  • 29. Anemia ferropriva: futuro  Discute-se, ainda, a indicação de suplementação de ferro rotineira a partir do sexto mês de vida.  A resolução da Anvisa RDC número 344, de 13/12/2002 obriga a fortificação de ferro e ácido fólico das farinhas de trigo e de milho.