SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 10
AS ALTERAÇÕES ELETROLÍTICAS NOS PACIENTES
          AGUDAMENTE COMPROMETIDOS

I - Objetivos:

 I.1 – Determinar de modo rápido, possíveis etiologias de alterações eletrolíticas, seja como
      causa da internação, seja durante a internação;
 I.2 – Ter bem estabelecido que o acompanhamento laboratorial diário dos principais
      eletrólitos é de fundamental importância nos pacientes graves;
 I.3 – Saber reconhecer as repercussões clínicas das principais alterações eletrolíticas;
 I.4 – Estabelecer a medida exata da velocidade do tratamento das principais alterações
      eletrolíticas.


II – Fluxogramas e passo a passo de raciocínio:

 II.1 – SÓDIO/ÁGUA:

       → HIPONATREMIA:


   NORMOVOLÊMICA                                  HIPERVOLÊMICA           HIPOVOLÊMICA


                            OSM UR < OSM SER                              NaU <20 NaU >20
 OSM UR > OSM SER                                    INS. RENAL
 OSM UR > 300                                        INS.HEPÁTICA
 NaUR > 20 mEq/l                INTOXICAÇÃO          ICC
                                  POR ÁGUA

         SIADH

                                          PERDA EXTRA-RENAL               PERDA RENAL
                                          • Vômitos                       • Diuréticos
                                          • Diarréia                      • D. de Addison
                                          • Queimaduras                   • Nefrite perdedora de sal
                                          • Reposição inadequada          • Diurese osmótica
                                                                          • Acidose tubular renal




           Educação Continuada em Terapia Intensiva com Simulador Real de Paciente      pág 1
-   SIADH:

          •   Tumores malignos;
          •   Comprometimentos do SNC: traumáticos ou hemorrágicos;
          •   Drogas:     clorpropamida,   carbamazepina,  vincristina,       ciclofosfamida,
              antidepressivos tricíclicos;
          •   Hipotiroidismo;
          •   Pneumonias;
          •   Síndrome de Guillain-Barré.


 ► Pontos importantes para o tratamento:

      1. Pacientes assintomáticos e Na > 120 mEq/l – reposição em dias com solução salina
         isotônica ou restrição de água nos casos de SIADH;
      2. Pacientes com sintomas (crises convulsivas ou outra manifestação neurológica) ou
         Na < 110 mEq/l – reposição com solução salina hipertônica até que o Na atinja 120
         mEq/l ou sejam controlados os sintomas, seguida por solução isotônica;
      3. Atenção para Desmielinose Pontina:
         3.1 – Nos pacientes assintomáticos – aumentar o Na sérico em menos da 10 mEq/l
               no primeiro dia e de 18 mEq/l nos dias a seguir;
         3.2 - Nos pacientes sintomáticos – observar o mesmo limite de elevação no
               primeiro dia.


      → HIPERNATREMIA:

      1. Excesso de reposição com solução isotônica em condições agudas;
      2. Desidratação hipertônica em pacientes com mecanismo da sede comprometido.


      1. Corrigir a desidratação com salina a 0,9% e em seguida água livre ou salina a 0,45%;
      2. Água livre – 200 ml a cada 4 horas.


► Déficit de água = 0,5 x [ ( Na/140) – 1] x peso corporal:
      • A diminuição da taxa de Na sérico deve ocorrer a uma velocidade de 12 mEq/L/dia.




          Educação Continuada em Terapia Intensiva com Simulador Real de Paciente     pág 2
II.2 – POTÁSSIO:

      → HIPOPOTASSEMIA:

                                              SIM
                              Hipertensão               Hiperaldosteronismo
                               Arterial                Primário ou Secundário

                                    NÃO


                              K Urinário



          < 20 mEq/l                          > 20 mEq/l




      Perda Gastrintestinal                 Bicarbonato sérico




                         Baixo                   Baixo                 Alto
                        ph baixo                 ph alto



                     Acetazolamida          Hiperventilação       Diuréticos
                                                aguda             Gentamicina
                                                                  Carbenicilina
                                                                  NaHCO3




• Não se deve infundir mais de 20 mEq/H;
• Para cada 20 mEq:
  50 ‫ ־‬ml – acesso venoso central;
  100 ‫ ־‬ml – acesso venoso periférico.



          Educação Continuada em Terapia Intensiva com Simulador Real de Paciente   pág 3
→ HIPERPOTASSEMIA:

       • A principal causa da elevação do K é a insuficiência renal. Em seguida, pensar em
         reposição inadequada e no uso de inibidores da enzima conversora da angiotensiva.
       • Manifestações clínicas: fraqueza muscular, parestesias, íleo, paresias e parada
         cardíaca;
       • Alterações eletrocardiográficas: ondas T pontiagudas, achatamento da onda P,
          intervalo PR prolongado e alargamento do complexo QRS;
       • Tratamento:
               → Gluconato de Ca: ação imediata;

              → Bicarbonato de Sódio
                                          Ação em minutos
              → Glicoinsulinoterapia

              → Kayexalate – ação em 2 – 12 h


 II.3 – CÁLCIO:

      → HIPERCALCEMIA:

       • Principais etiologias:
              → Tumores malignos;
              → Hiperparatiroidismo;
              → Hipertiroidismo.
       • Tratamento:
              → Hidratação vigorosa – 200 ml/h;
              → Diurético: furosemide;
              → Corticóide: em caso de doenças hematológicas malignas ou tumores de
                mama.

       Para o tratamento de longa duração: etidronato, pamidronato, calcitonina e mithramycina
(nos casos de supressão de medula óssea).




          Educação Continuada em Terapia Intensiva com Simulador Real de Paciente       pág 4
→ HIPOCALCEMIA:

      • Manifestações clínicas: hipotensão arterial, diminuição do débito cardíaco,
        bradicardia e arritmias. Freqüente ocorrência nos processos de rabdomiólise.
      • Reposição de Ca, somente quando o Ca ionizado esteja < 0.8 mmol/L e com
        evidentes sinais clínicos de hipocalcemia, já que existem evidências de que o
        excesso de Ca intracelular provoca a morte celular nos pacientes sob isquemia
        tecidual.


II.4 – MAGNÉSIO:

     → HIPOMAGNESEMIA:

      • Principais etiologias:
            → Alcoolismo e abstinência alcoólica;
            → Perdas gastrintestinais;
            → Diabetes mellitus;
            → Diuréticos de alça, aminoglicosídeos e anfotericina B.
      • Manifestações clínicas, laboratoriais e eletrocardiográficas:
            → Hipopotassemia e hipocalcemia;
            → Confusão mental, crises convulsivas e ataxia;
            → Arritmias atriais e ventriculares.
      • ATENÇÃO PARA REPOSIÇÃO:
            → SEM INSUFICIÊNCIA RENAL – 2 g DE MgSO4 EM 10 MINUTOS,
                SEGUIDO POR 0,5 g/h DURANTE 6 HORAS;
            → COM INSUFICIÊNCIA RENAL: METADE DAS DOSES ACIMA;
            → ACOMPANHAR DOSAGEM DO Mg SÉRICO APÓS ESTA
                REPOSIÇÃO.


II.5 – FOSFATO:

     → HIPOFOSFATEMIA:
     • Principais etiologias:
            → Alcoolismo e abstinência alcoólica;
            → Alcalose respiratória;
            → Queimaduras.




         Educação Continuada em Terapia Intensiva com Simulador Real de Paciente   pág 5
• Manifestações clínicas e laboratoriais:
            → Depressão miocárdica;
            → Fraqueza muscular, rabdomiólise e insuficiência respiratória;
            → Confusão mental, coma e crises convulsivas;
            → Hemólise e disfunção plaquetária.
       • ATENÇÃO PARA REPOSIÇÃO:
            → Em geral empírica, acompanhada pela dosagem sérica a cada 6 horas;
            → Velocidade de reposição de 6 mg/Kg/h em solução salina 0,45% - 500 ml
              em 6 h.


III – Abreviaturas, legendas e siglas:

→   OSM UR – Osmolaridade urinária;
→   OSM SER – Osmolaridade sérica;
→   SIADH – Síndrome inapropriada de hormônio antidiurético;
→   ICC – Insuficiência cardíaca congestiva.




           Educação Continuada em Terapia Intensiva com Simulador Real de Paciente   pág 6
IV – Bibliografia recomendada:

1. Handbook of Evidence-Based Critical Care: capítulo 30: Electrolyte disturbances; Paul Ellis
   Marik; Springer-Verlag, 2.001.




          Educação Continuada em Terapia Intensiva com Simulador Real de Paciente     pág 7
IV – Bibliografia recomendada:

1. Handbook of Evidence-Based Critical Care: capítulo 30: Electrolyte disturbances; Paul Ellis
   Marik; Springer-Verlag, 2.001.




          Educação Continuada em Terapia Intensiva com Simulador Real de Paciente     pág 7
IV – Bibliografia recomendada:

1. Handbook of Evidence-Based Critical Care: capítulo 30: Electrolyte disturbances; Paul Ellis
   Marik; Springer-Verlag, 2.001.




          Educação Continuada em Terapia Intensiva com Simulador Real de Paciente     pág 7
IV – Bibliografia recomendada:

1. Handbook of Evidence-Based Critical Care: capítulo 30: Electrolyte disturbances; Paul Ellis
   Marik; Springer-Verlag, 2.001.




          Educação Continuada em Terapia Intensiva com Simulador Real de Paciente     pág 7

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Cap 5 -_farmacos_antihipertensivos
Cap 5 -_farmacos_antihipertensivosCap 5 -_farmacos_antihipertensivos
Cap 5 -_farmacos_antihipertensivosCamila Gonzaga
 
Ecg antes, durante e depois da anestesia
Ecg antes, durante e depois da anestesiaEcg antes, durante e depois da anestesia
Ecg antes, durante e depois da anestesiaDuediagnostico
 
Diuréticos Tiazidicos
Diuréticos TiazidicosDiuréticos Tiazidicos
Diuréticos TiazidicosSafia Naser
 
Aula - Cardiovascular - Tratamento da insuficiência cardíaca
Aula - Cardiovascular - Tratamento da insuficiência cardíacaAula - Cardiovascular - Tratamento da insuficiência cardíaca
Aula - Cardiovascular - Tratamento da insuficiência cardíacaMauro Cunha Xavier Pinto
 
Insuficiência renal aguda
Insuficiência renal agudaInsuficiência renal aguda
Insuficiência renal agudaAna Nataly
 
Insuficiência renal crónica
Insuficiência renal crónicaInsuficiência renal crónica
Insuficiência renal crónicaLénise Parreira
 
Anticoagulante e Antiagregante
Anticoagulante e AntiagreganteAnticoagulante e Antiagregante
Anticoagulante e Antiagreganteresenfe2013
 
Usp farmacologia cardiovascular aula 1 anti-hipertensivos
Usp farmacologia cardiovascular aula 1   anti-hipertensivosUsp farmacologia cardiovascular aula 1   anti-hipertensivos
Usp farmacologia cardiovascular aula 1 anti-hipertensivosmanoelramosdeoliveir1
 
Caso clinico simpósio fa
Caso clinico simpósio faCaso clinico simpósio fa
Caso clinico simpósio faFelipe Motta
 
Farmacologia do sangue anemias
Farmacologia do sangue anemiasFarmacologia do sangue anemias
Farmacologia do sangue anemiasRicardo Alanís
 
Síndromes hepatorrenal e hepatopulmonar
Síndromes hepatorrenal e hepatopulmonarSíndromes hepatorrenal e hepatopulmonar
Síndromes hepatorrenal e hepatopulmonarHenrique Fiorillo
 
2018 Protocolo de Transfusão Maciça no Trauma - H.C. UFU - Uberlândia (MG) 2018.
2018 Protocolo de Transfusão Maciça no Trauma - H.C. UFU - Uberlândia (MG) 2018.2018 Protocolo de Transfusão Maciça no Trauma - H.C. UFU - Uberlândia (MG) 2018.
2018 Protocolo de Transfusão Maciça no Trauma - H.C. UFU - Uberlândia (MG) 2018.Heitor Gomes
 

Mais procurados (20)

Cap 5 -_farmacos_antihipertensivos
Cap 5 -_farmacos_antihipertensivosCap 5 -_farmacos_antihipertensivos
Cap 5 -_farmacos_antihipertensivos
 
Antihipertensivos
AntihipertensivosAntihipertensivos
Antihipertensivos
 
Choque (1) 1
Choque (1) 1Choque (1) 1
Choque (1) 1
 
Farmacos anti hipertensivos
Farmacos anti hipertensivosFarmacos anti hipertensivos
Farmacos anti hipertensivos
 
Emergências oncologias
Emergências oncologiasEmergências oncologias
Emergências oncologias
 
Ecg antes, durante e depois da anestesia
Ecg antes, durante e depois da anestesiaEcg antes, durante e depois da anestesia
Ecg antes, durante e depois da anestesia
 
Diuréticos Tiazidicos
Diuréticos TiazidicosDiuréticos Tiazidicos
Diuréticos Tiazidicos
 
Aula - Cardiovascular - Tratamento da insuficiência cardíaca
Aula - Cardiovascular - Tratamento da insuficiência cardíacaAula - Cardiovascular - Tratamento da insuficiência cardíaca
Aula - Cardiovascular - Tratamento da insuficiência cardíaca
 
Insuficiência renal aguda
Insuficiência renal agudaInsuficiência renal aguda
Insuficiência renal aguda
 
Insuficiência renal crónica
Insuficiência renal crónicaInsuficiência renal crónica
Insuficiência renal crónica
 
Choque
ChoqueChoque
Choque
 
Anticoagulante e Antiagregante
Anticoagulante e AntiagreganteAnticoagulante e Antiagregante
Anticoagulante e Antiagregante
 
Usp farmacologia cardiovascular aula 1 anti-hipertensivos
Usp farmacologia cardiovascular aula 1   anti-hipertensivosUsp farmacologia cardiovascular aula 1   anti-hipertensivos
Usp farmacologia cardiovascular aula 1 anti-hipertensivos
 
Caso clinico simpósio fa
Caso clinico simpósio faCaso clinico simpósio fa
Caso clinico simpósio fa
 
Caso clínico cg 5
Caso clínico cg 5Caso clínico cg 5
Caso clínico cg 5
 
Aula 6 glicosídeos cardiotônicos
Aula 6 glicosídeos cardiotônicosAula 6 glicosídeos cardiotônicos
Aula 6 glicosídeos cardiotônicos
 
Caso clínico nefro 3
Caso clínico nefro 3Caso clínico nefro 3
Caso clínico nefro 3
 
Farmacologia do sangue anemias
Farmacologia do sangue anemiasFarmacologia do sangue anemias
Farmacologia do sangue anemias
 
Síndromes hepatorrenal e hepatopulmonar
Síndromes hepatorrenal e hepatopulmonarSíndromes hepatorrenal e hepatopulmonar
Síndromes hepatorrenal e hepatopulmonar
 
2018 Protocolo de Transfusão Maciça no Trauma - H.C. UFU - Uberlândia (MG) 2018.
2018 Protocolo de Transfusão Maciça no Trauma - H.C. UFU - Uberlândia (MG) 2018.2018 Protocolo de Transfusão Maciça no Trauma - H.C. UFU - Uberlândia (MG) 2018.
2018 Protocolo de Transfusão Maciça no Trauma - H.C. UFU - Uberlândia (MG) 2018.
 

Semelhante a Alterações eletrolíticas pacientes graves

IRenal Aguda e Métodos Dialíticos
IRenal Aguda e Métodos DialíticosIRenal Aguda e Métodos Dialíticos
IRenal Aguda e Métodos DialíticosRodrigo Biondi
 
DistúRbio HidroeletrolíTico E áCido BáSico
DistúRbio HidroeletrolíTico E áCido BáSicoDistúRbio HidroeletrolíTico E áCido BáSico
DistúRbio HidroeletrolíTico E áCido BáSicoRodrigo Biondi
 
Fisiopatologia do Choque = conferência Módulo de Emergência - turma 2015.pptx
Fisiopatologia do Choque = conferência Módulo de Emergência - turma 2015.pptxFisiopatologia do Choque = conferência Módulo de Emergência - turma 2015.pptx
Fisiopatologia do Choque = conferência Módulo de Emergência - turma 2015.pptxTarcisioRonacher
 
Insuficiência cardíaca
Insuficiência cardíaca Insuficiência cardíaca
Insuficiência cardíaca Leonardo Bax
 
Condutas médicas no paciente com distúrbios eletrolíticos agudos.curso de con...
Condutas médicas no paciente com distúrbios eletrolíticos agudos.curso de con...Condutas médicas no paciente com distúrbios eletrolíticos agudos.curso de con...
Condutas médicas no paciente com distúrbios eletrolíticos agudos.curso de con...douglas silva
 
PÓS OPERATÓRIO IMEDIATO DE CIRURGIA CARDÍACA
PÓS OPERATÓRIO IMEDIATO DE CIRURGIA CARDÍACAPÓS OPERATÓRIO IMEDIATO DE CIRURGIA CARDÍACA
PÓS OPERATÓRIO IMEDIATO DE CIRURGIA CARDÍACAAlexandre Francisco
 
Challange of hyponatremia
Challange of hyponatremiaChallange of hyponatremia
Challange of hyponatremiajaninemagalhaes
 
Challange of hyponatremia
Challange of hyponatremiaChallange of hyponatremia
Challange of hyponatremiajaninemagalhaes
 
Principais diisturbios do sistema urinario 2015
Principais diisturbios do sistema urinario 2015Principais diisturbios do sistema urinario 2015
Principais diisturbios do sistema urinario 2015ReginaReiniger
 
Anti-hipertensivos-1_66d9bbf89a2746d59ba54be8330f54e3.pdf
Anti-hipertensivos-1_66d9bbf89a2746d59ba54be8330f54e3.pdfAnti-hipertensivos-1_66d9bbf89a2746d59ba54be8330f54e3.pdf
Anti-hipertensivos-1_66d9bbf89a2746d59ba54be8330f54e3.pdfAngelicaCostaMeirele2
 

Semelhante a Alterações eletrolíticas pacientes graves (20)

DHE AULA .pptx
DHE AULA .pptxDHE AULA .pptx
DHE AULA .pptx
 
Irc 2014
Irc 2014Irc 2014
Irc 2014
 
IRenal Aguda e Métodos Dialíticos
IRenal Aguda e Métodos DialíticosIRenal Aguda e Métodos Dialíticos
IRenal Aguda e Métodos Dialíticos
 
Irc 2019
Irc 2019Irc 2019
Irc 2019
 
DistúRbio HidroeletrolíTico E áCido BáSico
DistúRbio HidroeletrolíTico E áCido BáSicoDistúRbio HidroeletrolíTico E áCido BáSico
DistúRbio HidroeletrolíTico E áCido BáSico
 
Emergências oncologias
Emergências oncologiasEmergências oncologias
Emergências oncologias
 
Sd hepato renal - caso clinico
Sd hepato renal - caso clinicoSd hepato renal - caso clinico
Sd hepato renal - caso clinico
 
Fisiopatologia do Choque = conferência Módulo de Emergência - turma 2015.pptx
Fisiopatologia do Choque = conferência Módulo de Emergência - turma 2015.pptxFisiopatologia do Choque = conferência Módulo de Emergência - turma 2015.pptx
Fisiopatologia do Choque = conferência Módulo de Emergência - turma 2015.pptx
 
Insuficiência cardíaca
Insuficiência cardíaca Insuficiência cardíaca
Insuficiência cardíaca
 
Condutas médicas no paciente com distúrbios eletrolíticos agudos.curso de con...
Condutas médicas no paciente com distúrbios eletrolíticos agudos.curso de con...Condutas médicas no paciente com distúrbios eletrolíticos agudos.curso de con...
Condutas médicas no paciente com distúrbios eletrolíticos agudos.curso de con...
 
PÓS OPERATÓRIO IMEDIATO DE CIRURGIA CARDÍACA
PÓS OPERATÓRIO IMEDIATO DE CIRURGIA CARDÍACAPÓS OPERATÓRIO IMEDIATO DE CIRURGIA CARDÍACA
PÓS OPERATÓRIO IMEDIATO DE CIRURGIA CARDÍACA
 
DISNATREMIAS+CA+P.pptx
DISNATREMIAS+CA+P.pptxDISNATREMIAS+CA+P.pptx
DISNATREMIAS+CA+P.pptx
 
Rabdomiolise hcm 2015
Rabdomiolise hcm 2015Rabdomiolise hcm 2015
Rabdomiolise hcm 2015
 
Challange of hyponatremia
Challange of hyponatremiaChallange of hyponatremia
Challange of hyponatremia
 
Challange of hyponatremia
Challange of hyponatremiaChallange of hyponatremia
Challange of hyponatremia
 
CIRROSE HEPÁTICA (1).pptx
CIRROSE HEPÁTICA (1).pptxCIRROSE HEPÁTICA (1).pptx
CIRROSE HEPÁTICA (1).pptx
 
Principais diisturbios do sistema urinario 2015
Principais diisturbios do sistema urinario 2015Principais diisturbios do sistema urinario 2015
Principais diisturbios do sistema urinario 2015
 
Anti-hipertensivos-1_66d9bbf89a2746d59ba54be8330f54e3.pdf
Anti-hipertensivos-1_66d9bbf89a2746d59ba54be8330f54e3.pdfAnti-hipertensivos-1_66d9bbf89a2746d59ba54be8330f54e3.pdf
Anti-hipertensivos-1_66d9bbf89a2746d59ba54be8330f54e3.pdf
 
Hipercalemia
HipercalemiaHipercalemia
Hipercalemia
 
Insuficiência Renal
Insuficiência Renal Insuficiência Renal
Insuficiência Renal
 

Alterações eletrolíticas pacientes graves

  • 1. AS ALTERAÇÕES ELETROLÍTICAS NOS PACIENTES AGUDAMENTE COMPROMETIDOS I - Objetivos: I.1 – Determinar de modo rápido, possíveis etiologias de alterações eletrolíticas, seja como causa da internação, seja durante a internação; I.2 – Ter bem estabelecido que o acompanhamento laboratorial diário dos principais eletrólitos é de fundamental importância nos pacientes graves; I.3 – Saber reconhecer as repercussões clínicas das principais alterações eletrolíticas; I.4 – Estabelecer a medida exata da velocidade do tratamento das principais alterações eletrolíticas. II – Fluxogramas e passo a passo de raciocínio: II.1 – SÓDIO/ÁGUA: → HIPONATREMIA: NORMOVOLÊMICA HIPERVOLÊMICA HIPOVOLÊMICA OSM UR < OSM SER NaU <20 NaU >20 OSM UR > OSM SER INS. RENAL OSM UR > 300 INS.HEPÁTICA NaUR > 20 mEq/l INTOXICAÇÃO ICC POR ÁGUA SIADH PERDA EXTRA-RENAL PERDA RENAL • Vômitos • Diuréticos • Diarréia • D. de Addison • Queimaduras • Nefrite perdedora de sal • Reposição inadequada • Diurese osmótica • Acidose tubular renal Educação Continuada em Terapia Intensiva com Simulador Real de Paciente pág 1
  • 2. - SIADH: • Tumores malignos; • Comprometimentos do SNC: traumáticos ou hemorrágicos; • Drogas: clorpropamida, carbamazepina, vincristina, ciclofosfamida, antidepressivos tricíclicos; • Hipotiroidismo; • Pneumonias; • Síndrome de Guillain-Barré. ► Pontos importantes para o tratamento: 1. Pacientes assintomáticos e Na > 120 mEq/l – reposição em dias com solução salina isotônica ou restrição de água nos casos de SIADH; 2. Pacientes com sintomas (crises convulsivas ou outra manifestação neurológica) ou Na < 110 mEq/l – reposição com solução salina hipertônica até que o Na atinja 120 mEq/l ou sejam controlados os sintomas, seguida por solução isotônica; 3. Atenção para Desmielinose Pontina: 3.1 – Nos pacientes assintomáticos – aumentar o Na sérico em menos da 10 mEq/l no primeiro dia e de 18 mEq/l nos dias a seguir; 3.2 - Nos pacientes sintomáticos – observar o mesmo limite de elevação no primeiro dia. → HIPERNATREMIA: 1. Excesso de reposição com solução isotônica em condições agudas; 2. Desidratação hipertônica em pacientes com mecanismo da sede comprometido. 1. Corrigir a desidratação com salina a 0,9% e em seguida água livre ou salina a 0,45%; 2. Água livre – 200 ml a cada 4 horas. ► Déficit de água = 0,5 x [ ( Na/140) – 1] x peso corporal: • A diminuição da taxa de Na sérico deve ocorrer a uma velocidade de 12 mEq/L/dia. Educação Continuada em Terapia Intensiva com Simulador Real de Paciente pág 2
  • 3. II.2 – POTÁSSIO: → HIPOPOTASSEMIA: SIM Hipertensão Hiperaldosteronismo Arterial Primário ou Secundário NÃO K Urinário < 20 mEq/l > 20 mEq/l Perda Gastrintestinal Bicarbonato sérico Baixo Baixo Alto ph baixo ph alto Acetazolamida Hiperventilação Diuréticos aguda Gentamicina Carbenicilina NaHCO3 • Não se deve infundir mais de 20 mEq/H; • Para cada 20 mEq: 50 ‫ ־‬ml – acesso venoso central; 100 ‫ ־‬ml – acesso venoso periférico. Educação Continuada em Terapia Intensiva com Simulador Real de Paciente pág 3
  • 4. → HIPERPOTASSEMIA: • A principal causa da elevação do K é a insuficiência renal. Em seguida, pensar em reposição inadequada e no uso de inibidores da enzima conversora da angiotensiva. • Manifestações clínicas: fraqueza muscular, parestesias, íleo, paresias e parada cardíaca; • Alterações eletrocardiográficas: ondas T pontiagudas, achatamento da onda P, intervalo PR prolongado e alargamento do complexo QRS; • Tratamento: → Gluconato de Ca: ação imediata; → Bicarbonato de Sódio Ação em minutos → Glicoinsulinoterapia → Kayexalate – ação em 2 – 12 h II.3 – CÁLCIO: → HIPERCALCEMIA: • Principais etiologias: → Tumores malignos; → Hiperparatiroidismo; → Hipertiroidismo. • Tratamento: → Hidratação vigorosa – 200 ml/h; → Diurético: furosemide; → Corticóide: em caso de doenças hematológicas malignas ou tumores de mama. Para o tratamento de longa duração: etidronato, pamidronato, calcitonina e mithramycina (nos casos de supressão de medula óssea). Educação Continuada em Terapia Intensiva com Simulador Real de Paciente pág 4
  • 5. → HIPOCALCEMIA: • Manifestações clínicas: hipotensão arterial, diminuição do débito cardíaco, bradicardia e arritmias. Freqüente ocorrência nos processos de rabdomiólise. • Reposição de Ca, somente quando o Ca ionizado esteja < 0.8 mmol/L e com evidentes sinais clínicos de hipocalcemia, já que existem evidências de que o excesso de Ca intracelular provoca a morte celular nos pacientes sob isquemia tecidual. II.4 – MAGNÉSIO: → HIPOMAGNESEMIA: • Principais etiologias: → Alcoolismo e abstinência alcoólica; → Perdas gastrintestinais; → Diabetes mellitus; → Diuréticos de alça, aminoglicosídeos e anfotericina B. • Manifestações clínicas, laboratoriais e eletrocardiográficas: → Hipopotassemia e hipocalcemia; → Confusão mental, crises convulsivas e ataxia; → Arritmias atriais e ventriculares. • ATENÇÃO PARA REPOSIÇÃO: → SEM INSUFICIÊNCIA RENAL – 2 g DE MgSO4 EM 10 MINUTOS, SEGUIDO POR 0,5 g/h DURANTE 6 HORAS; → COM INSUFICIÊNCIA RENAL: METADE DAS DOSES ACIMA; → ACOMPANHAR DOSAGEM DO Mg SÉRICO APÓS ESTA REPOSIÇÃO. II.5 – FOSFATO: → HIPOFOSFATEMIA: • Principais etiologias: → Alcoolismo e abstinência alcoólica; → Alcalose respiratória; → Queimaduras. Educação Continuada em Terapia Intensiva com Simulador Real de Paciente pág 5
  • 6. • Manifestações clínicas e laboratoriais: → Depressão miocárdica; → Fraqueza muscular, rabdomiólise e insuficiência respiratória; → Confusão mental, coma e crises convulsivas; → Hemólise e disfunção plaquetária. • ATENÇÃO PARA REPOSIÇÃO: → Em geral empírica, acompanhada pela dosagem sérica a cada 6 horas; → Velocidade de reposição de 6 mg/Kg/h em solução salina 0,45% - 500 ml em 6 h. III – Abreviaturas, legendas e siglas: → OSM UR – Osmolaridade urinária; → OSM SER – Osmolaridade sérica; → SIADH – Síndrome inapropriada de hormônio antidiurético; → ICC – Insuficiência cardíaca congestiva. Educação Continuada em Terapia Intensiva com Simulador Real de Paciente pág 6
  • 7. IV – Bibliografia recomendada: 1. Handbook of Evidence-Based Critical Care: capítulo 30: Electrolyte disturbances; Paul Ellis Marik; Springer-Verlag, 2.001. Educação Continuada em Terapia Intensiva com Simulador Real de Paciente pág 7
  • 8. IV – Bibliografia recomendada: 1. Handbook of Evidence-Based Critical Care: capítulo 30: Electrolyte disturbances; Paul Ellis Marik; Springer-Verlag, 2.001. Educação Continuada em Terapia Intensiva com Simulador Real de Paciente pág 7
  • 9. IV – Bibliografia recomendada: 1. Handbook of Evidence-Based Critical Care: capítulo 30: Electrolyte disturbances; Paul Ellis Marik; Springer-Verlag, 2.001. Educação Continuada em Terapia Intensiva com Simulador Real de Paciente pág 7
  • 10. IV – Bibliografia recomendada: 1. Handbook of Evidence-Based Critical Care: capítulo 30: Electrolyte disturbances; Paul Ellis Marik; Springer-Verlag, 2.001. Educação Continuada em Terapia Intensiva com Simulador Real de Paciente pág 7