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O BARROCO
Demarcação cronológica
Surge após o Renascimento, correspondendo ao século XVII. Em Portugal, conheceu um
longo período de vigência, estendendo-se, aproximadamente, de 1580 a 1740.

Implantação geográfica
Vigorou, sobretudo, em Espanha, Portugal e Itália.

Etimologia
Atribui-se, como possível, a origem da palavra “barroco” à cidade de Barokia, perto de Diu,
donde provinham umas pérolas assimétricas. Assim, o adjetivo “barroco” aplicar-se-ia inicialmente
às pérolas irregulares.

Renascimento vs Barroco
Renascimento

Barroco

Época de:

Época em que:

Exaltação da vida;
Confiança na natureza humana;
Otimismo generalizado;
Valorização da harmonia e do equilíbrio;
Busca da simplicidade e da beleza ideal;
A obra de arte procura proporcionar prazer
estético;

A vida era considerada como um transe doloroso
que termina na morte;
Se considerava que o maior inimigo do homem
era o próprio homem;
A sociedade se deixou invadir por sentimentos de
pessimismo e de desilusão;
Se buscaram os fortes contrastes: vida/morte,
realidade/aparência, luz/obscuridade;
Tendia para o exagero e a artificialidade;
A obra de arte procura excitar a sensibilidade do
contemplador ou do leitor.
O Barroco – época de crise
 A atmosfera obscurantista, fanática e de cerceamento das liberdades individuais conduz a
uma atitude de autocensura. Surge, então, uma literatura de evasão, marcada pelo ludismo.
Abundam as contorções, os refinamentos linguísticos, os jogos formais e concetuais, em torno de
temáticas palacianas ou religiosas, sendo os conteúdos frequentemente insignificantes. Verifica-se
um contraste entre a ênfase, a tortura do estilo e as ninharias que servem de pretexto a muitos
poemas: o desmaio de uma senhora provocado por uma sangria, o caso de um pintassilgo comido
por um gato ou o de uma disenteria originada por um bolo podre.
 A decomposição dos valores renascentistas conduziu a uma profunda crise espiritual e
moral, sendo esta fase civilizacional marcada pela instabilidade e pela angústia. Perdido no
infinito, já que a Terra perdera o seu lugar de centro do universo onde Ptolomeu a colocara, o
Homem sente-se desprotegido, pequeno, frustrado. Daí que surja na obra de quase todos os
autores barrocos uma temática dominante que inclui o desengano da vida e dos homens, a
sensação aguda da efemeridade do mundo e das coisas, a oscilação entre a atração da matéria e a
do espírito. Verifica-se, igualmente, um desejo de fuga e de alienação, através do fausto e da
religião.

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O Barroco - Época de crise e desengano

  • 1. O BARROCO Demarcação cronológica Surge após o Renascimento, correspondendo ao século XVII. Em Portugal, conheceu um longo período de vigência, estendendo-se, aproximadamente, de 1580 a 1740. Implantação geográfica Vigorou, sobretudo, em Espanha, Portugal e Itália. Etimologia Atribui-se, como possível, a origem da palavra “barroco” à cidade de Barokia, perto de Diu, donde provinham umas pérolas assimétricas. Assim, o adjetivo “barroco” aplicar-se-ia inicialmente às pérolas irregulares. Renascimento vs Barroco Renascimento Barroco Época de: Época em que: Exaltação da vida; Confiança na natureza humana; Otimismo generalizado; Valorização da harmonia e do equilíbrio; Busca da simplicidade e da beleza ideal; A obra de arte procura proporcionar prazer estético; A vida era considerada como um transe doloroso que termina na morte; Se considerava que o maior inimigo do homem era o próprio homem; A sociedade se deixou invadir por sentimentos de pessimismo e de desilusão; Se buscaram os fortes contrastes: vida/morte, realidade/aparência, luz/obscuridade; Tendia para o exagero e a artificialidade; A obra de arte procura excitar a sensibilidade do contemplador ou do leitor.
  • 2. O Barroco – época de crise  A atmosfera obscurantista, fanática e de cerceamento das liberdades individuais conduz a uma atitude de autocensura. Surge, então, uma literatura de evasão, marcada pelo ludismo. Abundam as contorções, os refinamentos linguísticos, os jogos formais e concetuais, em torno de temáticas palacianas ou religiosas, sendo os conteúdos frequentemente insignificantes. Verifica-se um contraste entre a ênfase, a tortura do estilo e as ninharias que servem de pretexto a muitos poemas: o desmaio de uma senhora provocado por uma sangria, o caso de um pintassilgo comido por um gato ou o de uma disenteria originada por um bolo podre.  A decomposição dos valores renascentistas conduziu a uma profunda crise espiritual e moral, sendo esta fase civilizacional marcada pela instabilidade e pela angústia. Perdido no infinito, já que a Terra perdera o seu lugar de centro do universo onde Ptolomeu a colocara, o Homem sente-se desprotegido, pequeno, frustrado. Daí que surja na obra de quase todos os autores barrocos uma temática dominante que inclui o desengano da vida e dos homens, a sensação aguda da efemeridade do mundo e das coisas, a oscilação entre a atração da matéria e a do espírito. Verifica-se, igualmente, um desejo de fuga e de alienação, através do fausto e da religião.