2. Embalagem Inteligente
Imagine uma embalagem que mude de cor caso o produto seja contaminado ou perca o prazo de validade, devido a reações químicas e físicas do alimento
contido dentro do invólucro. Parece algo futurista, mas o projeto pode estar mais próximo do que se imagina, e no Brasil.
A petroquímica Braskem prevê
investir mais recursos, no ano que
vem, para estruturar a ideia e buscar
soluções para tornar as embalagens
inteligentes realidade nos próximos
quatro anos. "Queremos investir na
tecnologia de sensores, que são
sensíveis
a
mudanças
de
temperatura, PH e microorganismos
e auxiliar a indústria de alimentos e
supermercados",
conta
Patrick
Teyssonneyre, diretor de inovação
da área de polímeros da Braskem. É
um sistema parecido com o de
aparelhos de teste de gravidez e um
projeto que vem sendo sondado
pela empresa pelo menos desde
2007, quando foi registrada a
primeira patente relacionada ao
projeto. "Na época, era uma
tecnologia à frente do seu tempo.
Ouvimos de clientes que não era
para o Brasil, mas, sim, para a
Europa ou Japão".
O executivo conclui que é uma
tendência que vai acontecer em
algum momento. Portanto, a
petroquímica não quer ter de correr
atrás da concorrência. "Nos últimos
dois anos tivemos sinais fortes,
ainda mais este ano, de que vale a
pena colocar mais recursos nesta
tecnologia".
Casos de contaminação, como o de
pelos de rato no ketchup da Heinz ,
e produto de limpeza no suco Ades
e também no Toddynho têm
acelerado a pesquisa.
Na visão de Teyssonneyre, casos como estes podem ser causados tanto por má-fé quanto por processos inadequados de fornecedores, sobre os quais as
empresas não têm controle.
Na mira, estão grandes produtores de alimentos e bebidas, como Ambev, BRF e Coca-Cola. "As ineficiências estão ao longo da cadeia. A indústria tem interesse
em controlar mais este processo. É uma preocupação". O segmento de embalagens alimentícias liderou as vendas da petroquímica em 2012, com 27% de
participação, desta forma, os produtores podem não ficar reféns de problemas no transporte de produtos, por exemplo. A tecnologia pode permitir controlar se
a embalagem vai chegar no supermercado assim como saiu da fábrica. "Um caminhão que tem avarias no ar condicionado durante o transporte é difícil de ser
detectado. A embalagem permite identificar a remessa que pode ter sido deteriorada".
A nova tecnologia poderá auxiliar tanto no controle de qualidade do processo de produção, na própria fábrica, quanto trazer benefícios diretos para o
consumidor. Isso porque a embalagem deve indicar se o produto está bem armazenado ou impróprio para consumo em diversas etapas. "O consumidor
poderá ter mais segurança sobre quando o produto não pode mais ser consumido", diz o executivo.
Mas o caminho para o projeto se tornar realidade é desafiador. Em princípio, a mudança de cor da embalagem será um indicativo de contaminação, mas é
necessário focar inicialmente em um alimento específico. Isso porque cada um reage de maneira diferente à contaminação. A busca pelo desenvolvimento da
tecnologia deve incluir consultas à universidades especializadas. Teyssonneyre indica que a companhia já conhece bem como funciona a sinalização. Resta sabe
como colocar a tecnologia na embalagem plástica fabricada pela petroquímica.
Boletim Informativo | Biagini Advogados
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