O documento discute um trecho do evangelho de Marcos onde Jesus critica os escribas por afirmarem que ele expulsava demônios por meio de Belzebu. Jesus explica que um reino dividido contra si mesmo não pode permanecer e que o pecado imperdoável é blasfemar contra o Espírito Santo, resistindo à sua obra de convencimento.
1. 17ª LIÇÃO – O PECADO IMPERDOÁVEL
Mc 3. 20-30
INTRODUÇÃO: No estudo anterior vimos que após um período de oração JC escolheu
doze homens para dar continuidade a sua missão terrena de evangelizar; esses doze
foram escolhidos para estarem com JC e pregarem o seu evangelho, sendo, pois, os
alicerces da igreja de JC. Na presente seção vamos observar que a oposição ao
ministério de JC continuou sendo forte e exercida, até mesmo, pela família carnal de JC;
tal oposição levou os escribas a fazerem uma afirmação leviana que sofreu severa
repreensão da parte de Jesus.
DESENVOLVIMENTO:
a) V. 20 – Mesmo tendo indo para sua própria casa, JC não conseguia
comer porque a multidão continuava a segui-lo.
O ev. Marcos não menciona, mas em Lc 11.14 e em Mt 12.22 vemos
que JC estava expulsando um demônio.
b) V. 21 – Aqui vemos que até mesmo os parentes de JC tentaram
impedir o desenvolvimento do seu Ministério, tachando-O de louco.
Com isso vemos que não raras vezes sofremos certa oposição de nossa
família quanto ao desenvolvimento do nosso serviço Cristão; se serve
de consolo, JC passou pelo mesmo.
por certo temos que ter discernimento quanto ao racionamento do
nosso tempo: devemos dedicar tempo ao Senhor, mas não podemos
negligenciar a família.
Em primeiro lugar deve estar Deus (Mc 12.30), em segundo a família
(1Tm 5.8) e em terceiro as atividades da igreja local.
JC foi, ainda, tachado de louco. Você já foi chamado de burro por
acreditar em Deus? Fique tranquilo, nosso Deus já passou por isso.
A ciência não pode provar a existência de Deus.... mas também não
tem condição de negá-la. Porque será? Estaria Deus paradoxalmente
acima da capacidade da ciência e próximo dos que humildemente O
buscam (Sl 51.17; 1Co 1.26-27)?
c) V. 22 – “escribas que haviam descido de Jerusalém” parece que
Marcos quer indicar que tais escribas, doutores da Lei Judaica, vinham
em uma espécie de Comissão de Inquérito para investigar JC.
A afirmação dos escribas tem um efeito positivo duplo: primeiro
mostra que os feitos de JC (milagres) são inexplicáveis da ótica
humana e segundo que era impossível negar a real ocorrência dos
mesmos.
Assim, para justificar o que não conseguiam negar, disseram que JC
estava endemoniado.
d) V. 23-26 –
2. Através de um explicação simples JC mostra a incongruência do
pensamento dos Escribas.
Aqueles que se dedicavam a estudar a Lei, e eram doutores nela,
deveriam saber este simples raciocínio.
Por isso JC foi tão duro com os Escribas: eles estavam sendo falsos,
hipócritas.
Eles sabiam que JC era o messias (enviado de Deus), mas por força do
seu ofício (estavam em missão oficial para acusar JC) não se curvavam
ao cumprimento das profecias que inegavelmente conheciam.
e) v. 27 - Através desta parábola JC nos ensina que:
a) satanás foi vencido na Cruz,
b) que o inferno está em decadência com o avançar da obra
missionária (Mt 16.18),
c) quando uma pessoa crê que JC é o seu salvador, ela é
resgatada do império das trevas (Cl 1.13)
f) v. 28-30 – Aqui JC nos ensina qual o único pecado imperdoável:
resistir a obra de convencimento do ES (Jo 16.7-11)
Em Lc 12.10 JC faz diferença entre a pessoa de Jesus Cristo e a pessoa
do Espírito Santo. Com isso ele quer dizer que a oposição ao ministério
de Jesus é perdoável, visto que até mesmo os discípulos de JC vieram a
entender completamente o evangelho algum tempo depois (Lc 24.44-
45), mas a oposição á obra redentora de JC (morte na cruz pelos nossos
pecados) isso é imperdoável.
Interessante é que o evangelista Mc é enfático em dizer que esta
negação imperdoável deve ser um ato reiterado: repare nos verbos
diziam dos v.22 e 30, dando ideia, através do gerúndio, de uma ação
continuada, infinita.
Isso nos ensina que somente a insistente negativa à obra de JC é que é
imperdoável; a partir do momento em que se enxerga o erro há, sim, o
perdão (1Jo 1.9).
O filho veio para glorificar o pai (Jo 14.13) e o ES para glorificar a
obra do filho (Rm 8.16-17), por isso a rejeição ao ES representa a
completa negação da obra feita pelo filho que glorifica o Pai. Ou seja,
esta negação, em verdade, nega todo o Plano divino de redenção!
Alguns entendem, e a igreja Romana (Católica) tinha esta
interpretação, de que o pecado imperdoável era o mesmo descrito em
Hb 6.6; 10.26 e 1Jo 5.16. No entanto, os versículos citados tratam dos
cristãos afastados ou que ainda não passaram pela real conversão
(“cristãos” convencidos); nada têm a ver com a negação espontânea e
consciente da obra redentora de JC. Os desviados e convencidos
podem sim ser alcançados pela misericórdia do Senhor, basta que se
arrependam e confessem o seu pecado em oração.
3. CONCLUSÃO: Se JC passou por oposições, inclusive de familiares, é natural que sua
igreja (que ele se identifica totalmente – At 9.5) também o sofra. O pecado imperdoável
é não ceder ao convite irrecusável do ES cuja finalidade é levar a conscientização
quanto a necessidade de se religar com Deus através de JC; enquanto o pecador se
mantém nesta posição defensiva de negar o convite, JC nada pode fazer por ele.
CURIOSIDADE: Belzebu, ou Baal-Zebube (em hebraico, senhor das moscas) era o deus de Ecrom, uma
das cinco principais cidades dos Filisteus e a mais próxima de Israel, o qual o rei Acazias iria consultar se
não fosse impedido pelo profeta Elias (2Rs 1.1-6,16). Ao tempo do Novo Testamento era conhecido
como o chefe dos demônios