O documento discute a origem e propósito do dízimo ao longo da história. Explica que o dízimo existia muito antes do cristianismo e que foi institucionalizado pela Igreja Católica no século 6 d.C. Também descreve como Abraão e Jacó deram dízimos voluntariamente como demonstração de gratidão a Deus, sem ser parte de um sistema religioso institucionalizado. Finalmente, defende que os cristãos devem dar dízimo por gratidão e não por obrigação, como era na
Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra Espirita
O DIZIMO NA PERSPECTIVA DE ABRAÃO E DA LEI MOSAICA
1. O DIZIMO E PARA OS DIAS DE ATUAIS
O dízimo existe há muito mais tempo que o cristianismo. Templos no antigo
Egito, Grécia e Roma, por exemplo, cobravam tributos desde 1500 a.C. Eram
doações de qualquer coisa que pudesse ser usada como dinheiro na
Antiguidade, como animais, armas, frutas e água.
A Igreja Católica institucionalizou a cobrança no Concílio de Macon, em 585,
estabelecendo a quantia de 10% das posses dos fiéis. Mas foi Carlos Magno, rei
dos francos, que expandiu a prática: conforme alargava seu império no século 9,
difundia a cobrança nas regiões conquistadas. Com o tempo, os governos
entraram na jogada. “A Igreja permitiu reis a cobrarem o dízimo, mediante o
compromisso de expandir a fé cristã”, diz Diego Omar Silveira, historiador da
UFMG. Com a separação entre Igreja e Estado, a partir do século 18, o dízimo
voltou a ser um tributo exclusivamente religioso.1
O DIZIMO NÃO INSTITUCIONAL
O dizimo nem sempre foi instrumento institucional, da lei mosaica, ele aparece
pela primeira vez no livro de Gêneses:
“Voltando Abrão da vitória sobre
Quedorlaomer e sobre os reis que a ele
se haviam aliado, o rei de Sodoma foi ao
seu encontro no vale de Savé, isto é, o
vale do Rei. Então Melquisedeque, rei de
Salém e sacerdote do Deus Altíssimo,
trouxe pão e vinho e abençoou Abrão,
dizendo: "Bendito seja Abrão pelo Deus
Altíssimo, Criador dos céus e da terra. E
bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou seus inimigos em suas mãos". E
Abrão lhe deu o dízimo de tudo. Gênesis 14:17-20
Abraão entregou o dizimo como uma demonstração de gratidão por ter vencido
um inimigo que estava sobre seu sobrinho, Ló, após vence-los ele entregou o
dizimo que de acordo com a bíblia, a entrega é feita como demonstração de
gratidão, a um sacerdote de Deus chamado Melquisedeque. Capítulos depois
podemos ler no livro de Genesis novamente, Jacó fazendo a mesma coisa que
seu avô Abraão, mas desta vez em forma de voto: “E Jacó fez um voto, dizendo:
Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para
comer, e vestes para vestir; E eu em paz tornar à casa de meu pai, o Senhor me
será por Deus; E esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e
de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo”. Gênesis 28:20-22
Abraão entrega o dizimo a um sacerdote sem origem, Jacó, faz um voto a Deus
então temos duas situações que culminam na entrega do dizimo que não é
institucional, ou seja, feito não debaixo de um sistema religioso, mas segundo ao
entendimento de gratidão e reconhecimento.
1
https://super.abril.com.br/historia/qual-e-a-origem-do-dizimo/
2. Existem muitas críticas sobre os dízimos devolvido as igrejas, por parte de
membro de diversas denominações e até líderes religiosos que também criticam
o uso abusivo de muitos outros religiosos, onde são acusados de acumulo
indevido de bens tais como compra de mansões, fazendas, carros de luxo,
viagens internacionais e muitas outras denúncias do uso discriminado do recurso
financeiro. Estes embates têm gerado muita polemica até mesmo por parte de
pessoas que não são do meio religioso evangélico. Os ataques são frequentes
em redes sociais, mídias de várias espécies onde os acusadores intitulam os
supostos como ladrões, oportunistas, levianos, o que tem colocado muitos em
situações de constrangimento, pôr as vezes não estarem preparados para
explicar o porquê do dizimo, sendo que este é do Antigo Testamento.
A CULTURA MALICIOSA POR TRÁS DO DIZIMO
Na verdade, criou-se uma cultura maliciosa em torno do receber o dizimo dos
membros das igrejas, principalmente as evangélicas, que são adeptas deste
artífice como instrumento da manutenção do templo. Como já fora citado
anteriormente o dizimo foi instituído pela igreja católica como forma de
manutenção do templo, e a igreja protestante (Evangélica) também passou a
fazer uso deste mecanismo para a manutenção da mesma, mas o dizimo que
vem do antigo testamento tem
duas vertentes, a primeira vem dos
patriarcas como Abraão e Jacó
conforme citado no livro da
Gêneses da criação, estes que não
estavam debaixo de nenhum
institucionalismo religioso, suas
decisões e atos eram gerados pela
relação com Deus, que eram
extremamente voluntárias, movidas por gratidão ou reconhecimento da
intervenção divina. (Gn 14:17-20 e Gn 28: 20-22), mas quando Moises retirou ou
povo escolhido da terra do Egito, este levou o seu povo para o deserto aos pés
do monte Horebe na região do Sinai lá recebeu as tabuas da lei os dez
mandamentos o que deu origem a um povo que servia a Deus partindo de
princípios institucionais, a religião institucional onde os membros desta
congregação estão subordinados a preceitos e de um governo religioso
teocrático e com isso podemos ler em Malaquias 3:7-11, o profeta convidando o
membros da congregação a votarem devolver o dizimo sob pena de maldição,
“Desde os dias de vossos pais vos desviastes dos meus estatutos, e não os
guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós, diz o Senhor dos
Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar? Roubará o homem a
Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e
nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim,
toda esta nação. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja
mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos
Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma
bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes. E por causa de
3. vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a
vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos.
Malaquias 3:7-11”. Aqui podemos ler que o Senhor através do profeta repreende
o povo por não cumprirem os preceitos da lei de Moises, pois a falta deste estava
trazendo danos para a manutenção do templo até por que o governo era
teocrático, era o Senhor que cuidava dos interesses dos israelitas com isso o
povo se via obrigado a cumprir as leis tributarias, ao contrário de Abraão e Jacó
que lemos no texto bíblico apenas uma só vez a citação do dizimo que não
estavam de baixo de sistema institucional, mas o reinar de Deus em suas vidas
não era político, mais em seus corações.
O DIZIMO DE ABRAÃO
Quando Abraão encontrou Melquisedeque este foi abençoado e recebeu do pão
e do vinho, e logo após entrou o dizimo de tudo que recebeu. Melquisedeque era
sacerdote e rei de Salém que significa “Paz”, em Israel os sacerdotes eram
Levitas, ou seja, da tribo de Levi e
estes não tinham herança junto as
outras tribos, “...a tribo de Levi foi
escolhida por Deus para assumir o
sacerdócio, em lugar dos
primogênitos de Israel, quando os
levitas vingaram a honra do Senhor,
logo após a apostasia promovida por
Arão (Êx 32.25-29). Eles tinham a
responsabilidade de desmontar,
transportar, erigir e proteger o Tabernáculo, durante toda a peregrinação de
Israel no deserto (Nm 1.47-54). A onde se pode perceber as funções do
sacerdote que aparecem de maneira clara na Bíblia”. 2 Portanto o dizimo
instituído na lei mosaica tinha a função de cuidar além da manutenção do templo
e o sustentar a tribo de Levi. Este argumento é usado por aqueles que procuram
destituir o uso do dizimo das igrejas protestantes (evangélica) onde argumentam
que os líderes religiosos de hoje na religião cristã não são levitas, mas o que não
se atentam é que se partirem deste pré suposto podem estarem cometendo um
erro em seu entendimento, pois nosso senhor Jesus também não era levita, mas
judeu e seu sacerdócio está baseado no sacerdócio de Melquisedeque, ele nos
constituiu sacerdotes também, portando nosso sacerdócio está baseado no
mesmo princípio do nosso senhor Jesus e o dizimo que as instituições religiosas
cristãs recebem parte não do princípio da lei de mosaica, mas do princípio da
entrega de Abraão ao dizimo para o rei de Salém. É lamentável o mau uso que
alguns líderes fazem destes dízimos e ofertas que são devolvidos pelos
membros das igrejas locais como forma de gratidão por aquilo que o senhor tem
entregue em nossas mãos e devemos lembrar que o dizimista não entrega o
dizimo para ser abençoado, mas entrega porque já foi, pois, devolver os dez por
centos é o reconhecimento de que é Deus o nosso senhor quem tem cuidado de
2
http://www.paroquianossasenhoradocarmo.com/jornal/200910sacerdocio_em_israel.htm
4. nós, quanto a cada participante do corpo de Cristo que fique sabendo que ao
senhor pertence o juízo como está escrito em Mateus 13:27-30: "Os servos do
dono do campo dirigiram-se a ele e disseram: ‘O senhor não semeou boa
semente em seu campo? Então, de onde veio o joio? Um inimigo fez isso,
respondeu ele. "Os servos lhe perguntaram: ‘O senhor quer que vamos tirá-lo?
Ele respondeu: ‘Não, porque, ao tirar o joio, vocês poderão arrancar com ele o
trigo. Deixem que cresçam juntos até à colheita. Então direi aos encarregados
da colheita: Juntem primeiro o joio e amarrem-no em feixes para ser queimado;
depois juntem o trigo e guardem-no no meu celeiro’ ". O que podemos ver aqui
neste texto que Deus vai permitir que estes maus lideres cresçam junto com os
bons, mas será ele o Senhor que vai dar a cada um o fim que merece segundo
seu juízo não nós, porque o fizermos seremos vistos por todos como um reino
dividido e com iremos subsistir. Sejam dizimistas segundo a ordem de
Melquisedeque e não segundo a lei mosaica e sejam aquilo para o qual o fomos
chamados, para ser benção!
Pastor Hamilton Elias