1. 28ª LIÇÃO – NADANDO CONTRA A MARÉ (parte 2)
Mc 6.7-13
INTRODUÇÃO: No estudo anterior, vimos que JC foi rejeitado pelos seus vizinhos
que não demonstram fé no poder de JC como filho de Deus. O fato de o conhecerem
pessoalmente levou os nazarenos a desprezarem a mensagem do evangelho.
Na presente seção, vemos JC dando uma ordem específica (uma comissão) aos
seus discípulos. O Mestre anteviu que haveria rejeição; mesmo nadando contra a maré,
seguindo o exemplo de JC, os discípulos deveriam prosseguir anunciando a boa-nova de
salvação.
DESENVOLVIMENTO:
a) V. 7, 12 e 13 – A iniciativa foi de JC (“chamou Jesus...”v. 7). Observe
que conosco foi desta mesma forma (Jo 6.37a) e também temos uma
missão especial a desempenhar (Mt 28.19).
Note que JC não chamou pastores, diáconos ou missionários; ele
chamou discípulos. Se você é um discípulo, a ORDEM (Mt 28.19,
observe que está no imperativo!) é para você.
JC enviou os discípulos de dois em dois; aqui vemos a prática do
ensinamento dado por Salomão em Ec 4.7-12, recentemente estudado
na EBD. Note que JC era um estrategista; o trabalho em duplas surtiria
(e continua surtindo) mais efeito do que o trabalho solitário.
Essa foi a prática da igreja primitiva (At 15.39b e 40) e deve continuar
sendo a nossa.
JC deu aos seus discípulos autoridade sobre os demônios (v.7) e eles
exerceram esta autoridade (v.13). Isso, para o Reino de Deus, foi
fundamental, uma vez que os judeus estavam acostumados a adorar ao
Senhor de uma outra forma. Assim, a fim de tornar notória a existência
de uma nova aliança, através do sacrifício eterno de JC (1Pe 1.19; Ap
14.6), tais sinais foram de especial importância para a demonstração do
poder do Reino de Deus aqui na terra.
No entanto, não devemos perder de vista que o principal era a
mensagem do arrependimento (v. 12), quesito humano indispensável
para aquele que quer ter vida eterna.
2. Não duvidamos que continua a existir casos de possessão demoníaca.
No entanto, a maior investida de um discípulo contra o reino das trevas
continua sendo a pregação do evangelho.
b) V. 8 – Como sinal do cuidado de Deus, JC mandou que os discípulos
nada levassem; os que priorizam o Reino de Deus não têm falta do que
precisam (Mt 6.25-34).
Os ministros do evangelho devem viver do evangelho (1Co 9.14)
e as ovelhas de JC têm o privilégio de, em louvor a Deus,
contribuir para tal sustento.
Algumas pessoas pensam que os que recebem salário da igreja
são profissionais e se contrapõem aos que trabalham por amor; tal
afirmação, além de não encontrar embasamento bíblico, revela
uma total deturpação dos fatos. Os que vivem do evangelho têm
um amor tão grande que se sentem incomodados em levar uma
vida secular e dependem única e exclusivamente do sustento da
igreja. Estes deveriam contar com nossa admiração e não com
nossa crítica.
c) V. 9 – As sandálias podem ter um duplo sentido:
a) a urgência do evangelho, necessitando de uma proteção
para os pés que andariam muito e apressadamente, o que é
reforçado pela única túnica que deveriam levar, e
b) a liberdade promovida pelo evangelho em relação a
escravidão do pecado (Rm 6.18). Calçar sandálias era
prerrogativa de homens livres no tempo de JC.
Na contramão de outros movimentos religiosos (Islamismo, p.e.), o
evangelho de JC representa a paz (Ef 6.15).
d) V. 10 – JC recomenda aos seus discípulos que sejam hóspedes gratos e
não façam a desfeita de deixar uma residência por ter sido ofertado
3. uma mais cômoda. JC exorta aos seus que retribuam o amor que lhe
ofertarem.
Penso que muitas das vezes desrespeitamos este ensinamento de
JC quando resolvemos mudar de igreja ou denominação porque
achamos uma mais “cômoda”. Em primeiro lugar, isso pode
representar uma completa e hedionda banalização do pecado
(p.e.: “a igreja X é inclusiva, lá os homossexuais são aceitos...).
Em segundo, você pode estar completamente distante da vontade
de Deus, por não ter terminado a sua missão naquela igreja local.
Problemas relacionais sempre existirão; aos discípulos de JC cabe
a orientação do Espírito Santo para exercer o amor horizontal
(amar ao próximo como a si mesmo, Mc 12.31). Não há
oportunidade melhor para exercê-lo quando estamos diante de um
conflito relacional.
e) V. 11 – Aqui JC deixa bem claro que seus discípulos poderiam ter
como certa a oposição de algumas pessoas.
JC mesmo teve oposição; para nós é um privilégio passar pelo
que Cristo passou (Mt 5.10; Rm 5.3).
Assim como Paulo e Silas se sentiram orgulhosos de terem sido
torturados por pregar o evangelho (At 5.29, 40 e 41), não
devemos nos sentir mal quando encontramos resistência no nosso
campo missionário.
O discípulo de JC deve se compadecer da situação do incrédulo;
o fato de pessoas estarem indo para o inferno significa a nossa
desídia no cumprimento do IDE.
No entanto, o discípulo deve sentir-se privilegiado, numa espécie
de prazer mórbido, em nadar contra a maré.
Nadar contra a maré do mundo é um privilégio para o cristão;
significa que a luz está dissipando as trevas (Jo 8.12) e não há
nada mais importante para um discípulo do que isto.
4. CONCLUSÃO: Nadar contra a maré pode levar ao esgotamento físico. Mas fique
tranquilo: o descanso será eterno!
SUGESTÃO DE DEBATE:
a) Qual a sua maior dificuldade em pregar o evangelho?
b) A esperança de vida eterna te anima?
c) Como será no céu?