METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
20151119.Estudo PGs 29
1. Estudo PGs 19/11/2015
Tema: Ensinos práticos de Paulo para a igreja
Estudo 3: Debates e discussões na igreja
O ensino
Aceitem o que é fraco na fé, sem discutir assuntos controvertidos. Um crê que
pode comer de tudo; já outro, cuja fé é fraca, come apenas alimentos vegetais.
Aquele que come de tudo não deve desprezar o que não come, e aquele que
não come de tudo não deve condenar aquele que come, pois Deus o aceitou.
Quem é você para julgar o servo alheio? É para o seu senhor que ele está de
pé ou cai. E ficará de pé, pois o Senhor é capaz de o sustentar.
Há quem considere um dia mais sagrado que outro; há quem considere iguais
todos os dias. Cada um deve estar plenamente convicto em sua própria mente.
Aquele que considera um dia como especial, para o Senhor assim o faz.
Aquele que come carne, come para o Senhor, pois dá graças a Deus; e aquele
que se abstém, para o Senhor se abstém, e dá graças a Deus.
Pois nenhum de nós vive apenas para si, e nenhum de nós morre apenas para
si. Se vivemos, vivemos para o Senhor; e, se morremos, morremos para o
Senhor. Assim, quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor. Por
esta razão Cristo morreu e voltou a viver, para ser Senhor de vivos e de
mortos.
Portanto, você, por que julga seu irmão? E por que despreza seu irmão? Pois
todos compareceremos diante do tribunal de Deus. Porque está escrito: " ‘Por
mim mesmo jurei’, diz o Senhor, ‘diante de mim todo joelho se dobrará e toda
língua confessará que sou Deus’ ". Assim, cada um de nós prestará contas de
si mesmo a Deus.
Portanto, deixemos de julgar uns aos outros. Em vez disso, façamos o
propósito de não colocar pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão.
Como alguém que está no Senhor Jesus, tenho plena convicção de que
nenhum alimento é por si mesmo impuro, a não ser para quem assim o
considere; para ele é impuro. Se o seu irmão se entristece devido ao que você
come, você já não está agindo por amor. Por causa da sua comida, não
destrua seu irmão, por quem Cristo morreu.
Aquilo que é bom para vocês não se torne objeto de maledicência. Pois o
Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito
Santo;
aquele que assim serve a Cristo é agradável a Deus e aprovado pelos homens.
Por isso, esforcemo-nos em promover tudo quanto conduz à paz e à edificação
mútua. Não destrua a obra de Deus por causa da comida. Todo alimento é
puro, mas é errado comer qualquer coisa que faça os outros tropeçarem. É
2. melhor não comer carne nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa que
leve seu irmão a cair. Assim, seja qual for o seu modo de crer a respeito destas
coisas, que isso permaneça entre você e Deus. Feliz é o homem que não se
condena naquilo que aprova. Mas aquele que tem dúvida é condenado se
comer, porque não come com fé; e tudo o que não provém da fé é pecado.
Romanos 14:1-23
Entendendo a parábola
Muitas pessoas têm questionado a postura de irmãos na fé ao criticarem
as manifestações públicas de outros cristãos na mídia (pastores midiáticos que
vendem bênçãos, cantores esbanjadores e exploradores de igrejas, políticos
corruptos que se dizem evangélicos). Quando isso acontece, é comum alguém
vir a público e defender tal pessoa, dizendo para não julgá-la, pois esta poderá
ser julgada. Para que possamos saber como lidar com isso, precisamos
compreender o que a Bíblia fala sobre esta questão.
Em primeiro lugar, a Bíblia mostra que o cristão deve, sim, utilizar-se da
Bíblia para julgar se o que uma pessoa está falando ou pregando, ou a forma
como está agindo, condiz com os ensinamentos de Cristo. Jesus chega a dizer
que os cristãos devem tomar cuidado com falsos profetas, devendo julgá-los
por seus frutos (Mt. 7.15-20). Já Paulo afirma que o cristão deve avaliar o que
está sendo pregado, e se isso for contrário ao evangelho, tal pessoa deve ser
“anátema” (afastado, amaldiçoado) (Gl. 1.5-9). Jesus e Pedro também
alertaram que, no final dos tempos, falsos profetas invadiriam as igrejas para
enganá-las e desviá-las da verdade (Mt. 24.11, 24; 2 Pe. 2.1). Além disso,
Paulo escreve a Tito que ele precisava crer e expor a sã doutrina (Tt. 1.9, 2.1),
enquanto que escreveu para Timóteo que, se alguém ensina falsas doutrinas,
contrárias à Palavra, é orgulhoso e nada entende (1 Tm. 6.3). Logo, o cristão
pode e deve julgar a pregação e os ensinos da comunidade onde está
conforme o que a Palavra de Deus nos ensina.
Mas então por que a crítica paulina em Romanos 14? Se percebermos o
texto, entenderemos que ele não fala de conflitos doutrinários, mas sim de
conflitos litúrgicos e de costumes. No centro do texto, Paulo cita duas questões:
A alimentação e o calendário.
A questão do consumo de carne é melhor apresentada por Paulo em 1
Co. 8. Na época, a carne que era vendida nos mercados romanos, em geral,
era oriunda de sacrifícios pagãos. Como não havia como discernir que tipo de
carne havia sido fruto de sacrifício, e como Paulo lembra que os deuses a
quem a carne era sacrificada eram falsos, Paulo diz que não há problema em
haver o consumo.
Já com relação ao calendário, Paulo provavelmente estava fazendo
menção ao dia que os cristãos deveriam usar para cultuar a Deus. Como Paulo
tinha constantes problemas com pessoas nas igrejas que queriam forçar os
gentios a seguir a lei, é provável que houvesse um conflito nas igrejas
nascentes entre cultuar a Deus no sábado (como a lei mandava) ou no
domingo (como a igreja começou a fazer, por ser o dia da ressurreição do
Senhor).
Neste sentido, o cerne da pregação de Paulo é que, para Deus, não há
diferença ou exaltação entre os grupos que entendem que devem seguir um ou
3. outro costume. Para Deus, o que mais importa é que seus filhos se respeitem e
vivam em paz e comunhão. Julgar uma pessoa por algum costume específico
que mantém, não sendo algo contrário à Palavra de Deus, não é correto e só
serve para criar discussões e intrigas desnecessárias na comunidade.
Outro detalhe do texto é como ele inverte a lógica do julgamento para
enfatizar a compaixão. Paulo fala que, em vez das pessoas julgarem seus
irmãos por adotarem um ou outro costume, eles deveriam evitar tal costume
para não escandalizar seu irmão e, eventualmente, causar-lhe tropeços em sua
caminhada cristã.
A parábola em nossas vidas
1. Você tem avaliado o que é ensinado a você? Músicas, pregações na
internet, programas televisivos, tudo que se reveste de gospel nos dias
de hoje, traz uma carga doutrinária às vezes invisível para as pessoas
menos avisadas. Você tem o costume de avaliar, biblicamente, o que
você ouve e o que você canta?
2. Como você age quando vê alguém diferente? Você sempre foi
educado que precisa ir de calça para a igreja. Um jovem entra de
bermuda e camiseta regata, vindo da praia, porque ouviu o louvor e
achou a mensagem interessante. Como você vê isso? Muitas vezes, em
nossas igrejas, temos grandes debates por conta de questões que são
muito mais culturais do que doutrinárias. Você tem se envolvido nisso?
3. Como anda o seu exercício da compaixão? Uma jovem que acha que
a questão da vestimenta mais pudica não tem nada a ver entra na igreja
de vestido colado e minissaia, levando vários jovens (e adultos) a
desviarem sua atenção do culto. Tal postura é correta? Segundo a
Palavra, não. Sempre que adotarmos um determinado padrão de
conduta, precisamos avaliar se tal padrão não está servindo para causar
tropeço em outros irmãos e por que, efetivamente, estamos adotando tal
posição.
Próximo estudo: Facções ou preferências? (1 Co. 3.1-7)