METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
Compaixão na igreja
1. Estudo PGs 17/12/2015
Tema: Ensinos práticos de Paulo para a igreja
Estudo 6: Compaixão (1 Co. 11.17-22,33-34)
O ensino
Entretanto, nisto que lhes vou dizer não os elogio, pois as reuniões de vocês
mais fazem mal do que bem.
Em primeiro lugar, ouço que, quando vocês se reúnem como igreja, há divisões
entre vocês, e até certo ponto eu o creio. Pois é necessário que haja
divergências entre vocês, para que sejam conhecidos quais dentre vocês são
aprovados.
Quando vocês se reúnem, não é para comer a ceia do Senhor, porque cada
um come sua própria ceia sem esperar pelos outros. Assim, enquanto um fica
com fome, outro se embriaga. Será que vocês não têm casa onde comer e
beber? Ou desprezam a igreja de Deus e humilham os que nada têm? Que
lhes direi? Eu os elogiarei por isso? Certamente que não!
Portanto, meus irmãos, quando vocês se reunirem para comer, esperem uns
pelos outros. Se alguém estiver com fome, coma em casa, para que, quando
vocês se reunirem, isso não resulte em condenação. Quanto ao mais, quando
eu for lhes darei instruções.
Entendendo a parábola
O texto acima se apresenta em torno de uma das lições teológicas mais
caras ao meio batista, a Ceia do Senhor como um mandamento memorial do
sacrifício de Cristo na cruz do calvário. Em geral, é lido rapidamente, porém
contém lições valiosas para a vida de uma comunidade cristã sadia.
O texto é centrado na prática pecaminosa que as pessoas da igreja de
Corinto estavam cometendo quando se reuniam para celebrar a “festa do
ágape” (2 Pe. 2.13, Jd. 12). Esta festa consistia em uma refeição, onde cada
participante contribuía com algo, e era ligada à Ceia do Senhor conforme
celebrada por Cristo perante seus discípulos.
O problema da festa, na cidade de Corinto, é que estava havendo uma
prática discriminatória e impiedosa por parte dos membros mais abastados da
comunidade: Como estas pessoas não precisavam trabalhar, elas chegavam
cedo ao local de reunião e refestelavam-se com os alimentos levados, não
deixando nada para os irmãos que tinham uma longa jornada de trabalho e só
podiam frequentar a reunião após o labor. Ao adotar tal prática, mostravam não
se importar com o próximo, com aquele que poderia, na festa, desfrutar de uma
alimentação um pouco melhor do que podia normalmente adquirir.
Outro problema da festa era o exagero de consumo dos mais abastados.
Paulo critica a prática destes de se embriagarem durante a festa. É notório que
o vinho era uma bebida tradicional da região na época, porém os alertas contra
a bebedeira no NT são inúmeros. Com este excesso, é possível que os ricos
2. fizessem brincadeiras jocosas com os mais pobres, humilhando-os por não
poderem chegar mais cedo e desfrutar da festa.
Por conta dos vários problemas que esta festa causava nas igrejas
locais, é sabido que ela caiu em desuso ao longo dos tempos e,
eventualmente, proibida pela igreja católica. Hoje, todas as igrejas cristãs, de
uma forma ou de outra, possuem reuniões que terminam com refeições
comunais (a festa de virada de ano novo, por exemplo), porém segregaram-nas
da ordenança da Ceia do Senhor, que adotou um caráter mais reverente e
contemplativo, inserido na liturgia para lembrar o sacrifício de Cristo na cruz por
nós.
O ensinamento em nossas vidas
1. Divisões x facções. Paulo surpreende no texto ao falar que as divisões
na igreja são necessárias para provar quem é aprovado perante o
Senhor. Fica claro que Paulo quer dizer que é importante que haja
divergência de ideias e posturas, para que se gere um desejo de buscar
fazer o certo perante o Senhor. Divergências sadias são solucionadas
buscando esta aprovação a partir do correto exame das Escrituras,
como os bereanos faziam. Se as divergências fogem da Bíblia e partem
para o campo das preferências, elas geram facções na igreja, o que
possui um poder destruidor na comunidade.
2. Enxergando o próximo. Vivemos, hoje, uma religiosidade muito
individualista. Muitas vezes nos preocupamos apenas conosco e com as
bênçãos que podemos receber, mas nos esquecemos que podemos
abençoar aquele à nossa volta. Os coríntios abastados não percebiam
isso, pois consumiam toda a comida e bebida antes que seus irmãos
mais humildes tivessem a chance de chegar e aproveitar a refeição.
Tudo o que fizermos na igreja deve ser medido para ver se não está
prejudicando, de alguma forma, algum de nossos irmãos.
3. Respeito é fundamental. Em muitas situações, a igreja é o lugar onde
as diversas classes sociais se encontram. Por conta disso, casos de
preconceito velado ou explícito por vezes ocorrem, como o de uma
igreja onde os pais de algumas crianças reclamou da vinda de alguns
pequenos da comunidade vizinha para participar da EBD com seus
filhos, temendo “má influência”. A Bíblia nos alerta que, para Deus, não
há pobre nem rico (Pv. 22.2, 29.13). Logo, devemos adotar a mesma
postura na igreja, abraçando os irmãos independente de seu status
social e sendo bênção em sua vida.
Próximo estudo: Variedade de dons na igreja (1 Co. 12.1-7)