2. Hábitos de Vida dos Animais
Diversos animais possuem o hábito de se alimentar e viver
durante a noite e, por isso, possuem alguns mecanismos
que os permitem enxergar no escuro e se locomover.
O exemplo mais famoso de animais noturnos talvez sejam
os morcegos. Figurinhas fáceis em qualquer história de
terror com episódios noturnos, os morcegos passam o dia
todo abrigados em locais escuros como o fundo de
cavernas e grutas e saem somente à noite para se
alimentar. Mas o que fez com que em um mesmo lugar
alguns animais prefiram a noite e outros o dia?
3. Hábitos de Vida dos Animais
Embora o ambiente possa ser o mesmo, as mesmas con-
dições ambientais podem ocasionar reações diferentes
nos indivíduos levando-os a evoluir de maneira diferen-
ciada.
Alguns animais, como as rãs e os sapos, por exemplo,
possuem uma pele bastante sensível a altas temperaturas
(como a que seria ocasionada pela exposição prolongada
ao sol) e, por isso, tiveram seus hábitos melhor adaptados
ao período noturno, quando as condições de temperatura
e umidade são mais favoráveis.
4. Hábitos de Vida dos Animais
Outro fator que pode ter influenciado é a necessidade de
fugir de predadores.
Os ancestrais dos pequenos mamíferos, por exemplo, como
os gambás, tinham de se esconder dos grandes predadores
durante o dia e, então, aproveitavam a escuridão da noite
para caçar a viver.
É claro, que os fatores que levaram determinadas espécies
a desenvolver hábitos noturnos envolvem uma gama de
relações bem mais complexas. Mas o fato é que estes
animais acabaram desenvolvendo características
específicas que os tornaram aptos a viver durante a noite.
5. Hábitos de Vida dos Animais
Outra adaptação dos animais noturnos
está na visão. A maioria deles possui
apenas os bastonetes, fotorreceptores
(células da visão) bastante sensíveis a
luz, mas que não os permite distinguir
cores, o que não significa que eles
enxerguem mal.
A coruja-das-torres (Tyto alba), por
exemplo, possui uma visão capaz de
distinguir um alvo a mais de 10 metros
de distância e consegue enxergar com
apenas 10% da luz de que o olho
humano precisa.
6. Hábitos de Vida dos Animais
Os animais noturnos precisaram desenvolver
outras características que não apenas a visão
para poder sobreviver em meio à escuridão.
Os morcegos desenvolveram a ecolocalização
e as mariposas, suas presas, desenvolveram
uma audição aguçadíssima para captar o
barulho dos morcegos (que pode chegar a 160
decibéis, mas que não pode ser percebido
pela audição humana) e conseguir fugir deles.
Já as cobras não venenosas desenvolveram
um recurso capaz de perceber o calor de suas
presas com tamanha precisão que elas
conseguem saber até o tamanho da vítima e,
se esta for grande demais, fugir para se pro-
teger.
7. Hábitos de Vida dos Animais
Migração
É o movimento, em larga escala, de uma espécie animal de um lugar para
outro. As migrações geralmente estão associadas a mudanças sazonais de
clima e padrões de alimentação, ou padrões de acasalamento e
procriação. Algumas migrações não seguem esses padrões. Migrações ir-
ruptivas não seguem qualquer padrão e espécies nômades se movem de
um lugar para outro sempre que se exaure seu suprimento de comida em
uma determinada área
Quando todos os membros de uma espécie migram, o processo é conhecido como
migração completa. Se alguns membros de uma espécie ficam no mesmo lugar o ano
todo enquanto outros migram, existe uma migração parcial. Isso normalmente ocorre
quando o alcance de uma espécie é grande o bastante para que alguns espécimes
vivam em um lugar sempre quente, enquanto outros vivam em uma região temperada
que fica fria demais para eles no inverno. As corujas são um exemplo de animal que
realiza migrações parciais
9. Hábitos de Vida dos Animais
Migração
Os animais que vivem em áreas montanhosas podem empregar migrações
de altitude. Em vez de percorrerem longas distâncias, eles se transferem
para altitudes mais baixas quando a neve atinge os topos das montanhas.
Algumas corujas pintadas o fazem, enquanto outros animais da mesma
espécie, que não vivem em montanhas, seguem padrões diferenciados de
migração
Uma mudança drástica no meio ambiente ou no clima pode resultar em uma
migração de remoção. Caso o habitat de uma espécie se torne
permanentemente inadequado para ela, como acontece quando o
desenvolvimento humano drena um pântano ou abate completamente uma
floresta, a espécie tentará se transferir para uma área diferente e não
retornará ao seu lar original.
11. Hábitos de Vida dos Animais
Migração
Os caribus, uma espécie de animais de grande porte semelhantes aos
cervos das latitudes setentrionais, detêm o recorde mundial em termos de
distância de migração. A cada ano, três milhões de caribus realizam
jornadas sazonais pela tundra do Ártico. Eles estão literalmente à procura
de pastos mais propícios, sempre em movimento para localizar comida
fresca. A distância percorrida varia de manada para manada: quanto maior
a manada, mais longo o trajeto. Algumas percorrem mais de 3,2 mil
quilômetros por ano
Ainda que não existam mamíferos carnívoros que migrem regularmente,
algumas alcatéias podem acompanhar uma manada de caribus por
alguma distância, caso a comida se torne escassa em seu território de
origem
13. Hábitos de Vida dos Animais
Por que migrar?
A motivação central de todas essas diferentes formas de migração é o instinto de
sobrevivência. A maioria das migrações permite que uma espécie prospere ao deixar
uma área em que não existe alimento suficiente para sustentar sua população.
Elas também impedem o esgotamento das fontes de alimentos em uma área, em
longo prazo. Esses movimentos periódicos significam que cada espécime individual tem
mais chance de encontrar comida suficiente em determinado local.
Embora as migrações em busca de alimento possam acontecer de maneira muito
regular, existem diversas variáveis que podem afetar a disponibilidade de alimentos,
entre as quais o clima e o nível de população de outras espécies que compartilhem do
mesmo território. Por esse motivo, algumas espécies usam padrões irregulares de
migração que variam constantemente, adaptando-se a novas condições.
Os gnus percorrem as planícies africanas em busca de água. Quando suas fontes
regulares de água se esgotam, eles se encaminham para as savanas em busca de
grama e de mais água. As migrações nas temporadas de seca podem ser alteradas pelo
som de trovões e pelas nuvens de chuvas que os animais avistam
16. Hábitos de Vida dos Animais
Por que migrar?
Os padrões de migração também beneficiam o acasalamento e a procriação, permitindo
o nascimento de jovens animais em regiões com fontes mais ricas de alimentos, ou mais
distantes de predadores perigosos.
Os salmões chinook e outras espécies correlatas nascem em rios no noroeste dos EUA
e depois se dirigem ao mar quando se tornam adultos. Mais tarde em suas vidas, voltam
a subir os rios para acasalar, e depositam suas ovas no exato lugar em que nasceram.
Os salmões jovens seriam vulneráveis demais aos predadores oceânicos e retornar ao
seu ponto de origem garante que as ovas sejam depositadas em um local favorável à
procriação. Quando os rios em que eles procriam são represados, os salmões en-
frentam sérios problemas e, como resultado, as populações dessa espécie se reduziram
drasticamente
17. Hábitos de Vida dos Animais
Por que migrar?
Algumas migrações são propelidas tanto pela necessidade de alimentos quanto pela de
reprodução. As baleias do gênero balaenoptera, que incluem as baleias cinzentas,
azuis, minke e corcundas, viajam rumo ao norte no verão (ou ao sul, caso vivam no
hemisfério sul). Nas águas frias do pólo, encontram vastas quantidades de seu alimento
predileto, o krill - uma minúscula criatura semelhante aos camarões. Mas as baleias
jovens não têm uma camada de gordura suficiente para protegê-las do frio, de modo que
elas retornam a águas tropicais a cada verão a fim de procriar. As rotas de migração
variam de espécie para espécie, mas muitas têm extensão de milhares de quilômetros. A
migração das baleias cinzentas as leva a distâncias de até nove mil quilômetros do
ponto inicial
19. Hábitos de Vida dos Animais
Fotoperíodo
Os animais evidentemente não têm calendários em suas paredes. O que informa a um
animal que é hora de migrar?
Alguns dependem do fotoperíodo - o volume de luz solar em cada determinado dia. À
medida que os dias se tornam mais curtos, os instintos informam aos animais de que o
inverno está chegando e que, por isso, é hora de viajar para o sul. Experiências
demonstraram que animais expostos a fotoperíodos artificiais constantes agirão como se
os fotoperíodos que experimentam fossem naturais
20. Hábitos de Vida dos Animais
Fotoperíodo
E para os animais que não são capazes de ver o sol, como é o caso dos que hibernam
em cavernas? Alguns animais reagem à temperatura. Também podem responder a
indicações internas, por exemplo o volume de reservas de gordura disponível em seus
corpos. Alguns padrões de migração seguem um rigoroso equilíbrio - quando as
reservas de gordura se reduzem devido a uma queda no suprimento de comida, é hora
de procurar moradias de inverno mais generosas. Mas os animais precisam reter certa
quantidade de gordura para dispor de energia para a jornada. A evolução organizou
esses processos de maneira que, salvo interferência externa, os instintos requeridos
funcionem perfeitamente.
Na ausência de estímulos externos, muitos animais, ainda assim, sabem quando migrar
e quando voltar para casa. Os ritmos circadianos e os ritmos anuais são calendários in-
ternos que fazem parte do sistema nervoso dos animais. Não compreendemos plena-
mente esses ritmos, mas eles estão vinculados a padrões de atividade cerebral que se
alteram dependendo da hora do dia, dos fotoperíodos e das estações. Os humanos
também os têm, embora não os utilizem para migração.
21. Hábitos de Vida dos Animais
O Sistema de navegação dos animais
Encontrar o caminho para os paradeiros de inverno localizados a milhares de
quilômetros é fácil para os animais - eles simplesmente inserem as coordenadas em
seus sistemas GPS e acompanham as instruções, curva a curva. Sem problemas.
Na verdade, os métodos que os animais empregam para encontrar suas rotas de
migração são ainda mais interessantes do que um sistema GPS. Alguns de seus
métodos de navegação são tão estranhos que nem mesmo conseguimos compreendê-
los.
O sol - esse parece bem simples. Pode-se determinar em linhas gerais em que direção
estamos avançando tomando por base a posição do sol. Mas, se consideramos
questões como o horário da observação, a época do ano e a possível presença de
nuvens, guiar-se pelo sol é um problema complexo. No entanto, formigas e estorninhos
se guiam pelo sol. Algumas aves podem até mesmo se guiar pelo sol à noite - teorias
sugerem que eles fazem uma "leitura" da posição em que o sol se põe e a utilizam para
determinar seu curso. Outros acreditam que a polarização da luz solar faz parte do
processo
22. Hábitos de Vida dos Animais
O Sistema de navegação dos animais
23. Hábitos de Vida dos Animais
O Sistema de navegação dos animais
Marcos visuais - trata-se de outro sistema bastante primitivo de navegação. Voe na
direção daquelas montanhas, dobre um pouco à esquerda quando avistar o oceano e
faça um ninho na primeira árvore adequada que avistar. As baleias que percorrem o
Pacífico perto da costa oeste da América do Norte utilizam esse método - o marco de
navegação que utilizam é difícil de perder, porque o continente todo serve para esse fim.
Elas mantêm o continente à sua esquerda quando nadam para o sul e à sua direita a
caminho do norte.
Lua e estrelas - experiências em planetários demonstraram que muitos pássaros
dependem de pistas estelares para descobrir a direção de sua migração. Pode-se até
dizer que estrela eles usam para a orientação
Faro - quando um animal chega à sua área geral de destino, ele pode localizar pontos
específicos pelo faro. O faro não conduzirá um animal de Saskatchewan ao México, mas
provavelmente ajuda os salmões a encontrar bons pontos de desova, por exemplo. E o
cheiro da chuva pode determinar o destino das migrações dos gnus.
25. Hábitos de Vida dos Animais
O Sistema de navegação dos animais
Clima - as condições do vento são, muitas, vezes usadas como recurso auxiliar de
navegação pelas aves. Quando desprovidas de outras pistas, como o sol ou as estrelas,
as aves optam por voar na direção do vento, em um teste. Nos casos em que podiam
avistar o sol e as estrelas, elas voavam na direção correta independentemente do vento
dominante.
Campo magnético - a Terra dispõe de um campo magnético que geralmente não pode
ser detectado por seres humanos desprovidos de uma bússola. No entanto, algumas
espécies de animais têm capacidade de detectar esse campo e podem utilizá-lo em
suas migrações. Os morcegos e as tartarugas marinhas utilizam informações
magnéticas para encontrar seu caminho. Algumas espécies de bactérias podem até
depender apenas do campo magnético como orientação
Não estamos 100% certos sobre como os animais detectam o campo magnético, mas
pequenas partículas de um mineral magnético chamado magnetita foram localizadas no
cérebro de certas espécies. Essas partículas podem reagir ao campo magnético e ativar
nervos de maneira a enviar informações direcionais ao cérebro do animal.
27. Hábitos de Vida dos Animais
O Sistema de navegação dos animais
Tartaruga marinha
Bebês de tartarugas marinhas são capazes de encontrar seu caminho em uma rota
de migração de quase 13 mil quilômetros na primeira vez que a percorrem. Os
cientistas desviaram algumas tartarugas do curso, mas elas conseguiram voltar ao
caminho certo sem grandes dificuldades. Suspeitando de que houvesse algum tipo
de orientação magnética em uso, a experiência seguinte sujeitou os animais a
diversos campos magnéticos que diferiam do campo natural da Terra. As tartarugas
participantes perderam o rumo. A exposição a um imã que simulava o campo
magnético da Terra as recolocou na rota - prova de que as tartarugas são capazes
de detectar o campo magnético da Terra e usá-lo para navegação
28. Hábitos de Vida dos Animais
Hibernação
Todo animal vivo na Terra queima energia o tempo inteiro. Atividades físicas como
caminhar e respirar queimam energia. Bombear sangue e digerir alimentos queimam
energia. Até mesmo pensar, queima energia. Como animais de sangue quente, uma
grande quantidade de energia é queimada apenas mantendo nossa temperatura
corporal. Mesmo quando estamos dormindo, queimamos energia.
Essa é a verdadeira razão pela qual os animais comem - para ganhar energia suficiente
a fim de fornecer combustível para todos esses processos. O sistema funciona bem
quando há abundância de frutas nas árvores ou animais para capturar e comer [ou piz-
zas (em inglês) no freezer]. Mas, o que acontece quando chega o inverno e se torna
muito difícil encontrar comida? Como os animais sobrevivem com poucas fontes de en-
ergia disponíveis?
No mundo animal, há muitas estratégias de sobrevivência no inverno e uma das mais
fascinantes é a hibernação. Alguns animais entram em um estado letárgico em que a
freqüência respiratória e os batimentos do coração diminuem e permitem que a temper-
atura corporal caia, em alguns casos até abaixo do congelamento. Os animais que hi-
bernam param de comer e, em muitos casos, param de evacuar. Tudo isso acontece
para que o animal possa usar menos energia.
29. Hábitos de Vida dos Animais
Hibernação
Os biólogos têm diferentes definições para o termo hibernação. Uma das definições diz
que a hibernação é um estado de longa duração em que a temperatura do corpo é
significativamente reduzida, o metabolismo diminui drasticamente e o animal entra em
uma condição parecida com o coma, da qual leva algum tempo para se recuperar. Por
essa definição os ursos não hibernam porque a temperatura de seu corpo cai apenas
ligeiramente e eles acordam com relativa facilidade. Contudo, nem todos aceitam essa
definição. Usaremos o termo hibernação para descrever qualquer redução a longo prazo
na temperatura do corpo (hipotermia) e no metabolismo durante os meses de inverno.
Quando um animal entra em estado semelhante à hibernação durante o verão, isso é
conhecido como estivação. Ela é muito menos comum do que a hibernação. A
hibernação em répteis às vezes é chamada de brumação. Ela difere da hibernação dos
mamíferos porque os répteis têm sangue frio - eles não podem controlar sua própria
temperatura corporal, então precisam passar o inverno em um lugar que permaneça
suficientemente quente.
Torpor é outra palavra que provoca certa confusão. Às vezes ela é usada como um
termo genérico para descrever os vários tipos de funções redutoras de temperatura - e
do metabolismo. Essa palavra é mais usada para descrever períodos de curto prazo de
temperatura reduzida que ocorrem diariamente e apenas por algumas horas de cada
vez. Também usaremos esse termo neste artigo.
33. Hábitos de Vida dos Animais
Hibernação
Podemos então dizer que hibernação é uma soneca longa? Não. Esses animais não
estão somente dormindo, mas também sendo submetidos a mudanças fisiológicas que
podem ser muito drásticas. O elemento mais significativo da hibernação é uma queda da
temperatura corporal, às vezes de até 17,2°C. Veremos os detalhes em breve, mas por
enquanto é suficiente dizer que os sinais vitais de um animal hibernando são muito
diferentes dos sinais vitais de um animal desperto.
Dormir, em comparação, é uma mudança principalmente mental. Há aspectos
fisiológicos do sono que são similares aos da hibernação, como freqüência de
batimentos do coração e respiração reduzidas e temperatura do corpo diminuída, mas
essas mudanças são muito leves comparadas à hibernação. O sono também é
consideravelmente fácil de ser interrompido - se você for acordado, mesmo de seu sono
mais profundo, pode ficar totalmente desperto dentro de alguns minutos. O sono é
caracterizado por alterações na atividade do cérebro. Na verdade, as ondas cerebrais
de animais em hibernação se assemelham muito aos padrões das ondas cerebrais que
emitem quando estão despertos, ainda que sejam um pouco suprimidas. Quando um
animal desperta da hibernação, exibe muitos sinais de privação do sono e precisa dormir
bastante nos próximos dias para se recuperar.
34. Hábitos de Vida dos Animais
A hora certa de hibernar e despertar
Diferentes espécies de animais hibernam em épocas diferentes e cada espécie tem uma
forma diferente de saber quando é a hora certa. A hibernação é regulada mais direta-
mente pela temperatura. Quando esfria, os animais se preparam para hibernar e quando
esquenta, eles despertam. Conseqüentemente, os períodos de hibernação podem variar
dependendo do clima. Um verão indiano e um descongelamento antecipado resultam
em uma hibernação muito curta.
Algumas espécies mantêm uma observação cuidadosa em seus suprimentos de comida.
Quando eles mínguam, o animal sabe que é hora de apanhar tudo o que sobrou e se
recolher para o inverno. O fotoperíodo (a duração do dia) provoca a hibernação para
outros.
Mesmo que um animal não tenha idéia de qual é a temperatura externa, de quão cedo o
sol se põe ou qual é a situação atual dos suprimentos de comida, muitos ainda entrarão
em estado de hibernação na mesma época a cada ano. Experiências sob essas con-
dições comprovaram que algumas espécies entram automaticamente em hibernação na
época apropriada, guiadas por um "calendário" biológico interno. Esses ritmos circanuais
não são totalmente compreendidos, mas todos os animais são afetados por eles,
mesmo os humanos. Animais que entram em torpor diário, por outro lado, dependem
dos ritmos circadianos, a versão diária.
35. Hábitos de Vida dos Animais
A hora certa de hibernar e despertar
É preciso preparação para hibernar com sucesso. Alguns animais preparam uma toca
(também conhecida como hibernáculo) e a revestem com material isolante, como folhas
ou barro. Esquilos e lêmures terrícolas fazem isso. Ursos polares cavam túneis na neve.
Outros ursos podem passar o inverno em uma cavidade junto a uma árvore ou em uma
caverna rasa, deixando-os parcialmente expostos ao tempo. Os morcegos são famosos
por passar o inverno em cavernas ou sótãos.
A seguir vem a armazenagem de comida. O alimento pode ser mantido na toca se for
não perecível, mas isso exige que o animal acorde brevemente durante o inverno para
comer. Outra opção é comer uma grande quantidade de comida a partir do fim do verão,
formando uma reserva interna de gordura. Alguns animais até fazem os dois. Se não
puder ser encontrado alimento suficiente para preparar a hibernação, ela pode ser at-
rasada.