SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 7
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE
COMPLEXIDADE E MUDANÇA ( MENTALIDADES)
7
Por ser mulher, não posso deixar de escrever e tecer algumas
considerações sobre o que é ser mulher no mundo!
Na verdade o elemento feminino sempre desempenhou um papel
fundamental na vida familiar e social, num mundo comandado por
homens e direccionado para os homens.
Temos que, por exemplo na Grécia Antiga, a actuação das mulheres
restringia-se essencialmente à educação dos filhos e aos cuidados do
lar, não podendo estudar a não ser que fosse música, pois era
entendido que a música era algo muito feminino. Os homens tinham
acesso à vida política, ao conhecimento, à arte e a definir as regras
de vida.
No Império Romano, a mentalidade era a mesma e os homens eram
donos e senhores das mulheres, e estas eram vistas como escravas,
sem alma ou pensamento.
Durante a Idade Média, houve uma grande mudança nas mentalidades e as
mulheres detinham a grande parte das profissões, o direito à propriedade,
assumiam a chefia familiar quando ficavam viúvas e até consta que estudaram nas
universidades da época.
Depois com o Renascimento houve um retrocesso na mentalidade,
surgiu a caça às bruxas e as mulheres praticamente nem direito
tinham à herança.
Mais tarde, no século XVIII/XIX as mentalidades retomam o progresso, chegando
mesmo a ser formada na Europa uma sociedade científica para as mulheres. É
nesta altura que surge uma grande senhora, Marie Curie, surgindo também as
ideias feministas de e para as mulheres.
Já século XX, o direito ao voto é uma das grandes vitórias do
movimento feminino, demonstrando a grande capacidade política e de
oratória das mulheres.
Ana Paula Palma 19-2-2009
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE
COMPLEXIDADE E MUDANÇA ( MENTALIDADES)
7
Depois seguiu-se o direito ao divórcio, o controlo sobre o seu próprio
corpo, temas que ainda hoje são tão polémicos, demonstrando que
nesta matéria ainda há um grande caminho a percorrer.
Eu pessoalmente, sou mãe, esposa, trabalhadora, amiga, filha ,
irmã, eu sei lá que mais, mas em casa tenho que reivindicar muitas
vezes o direito a ser ajudada na lida da casa, na educação das filhas,
pois o marido tenta sempre passar essa responsabilidade para mim,
sendo uma luta constante, e que por vezes não é bem recebida e
aceite pelo meu companheiro de vida. Estou num constante
reformular de valores que nunca foram ensinados ao marido, mas
que tento entender sem que os meus direitos sejam postos em
causa. Tento que ele perceba que ao participar, na vida familiar, está
a criar uma ligação profunda com as filhas, e como isso é importante
para o crescimento delas.
Consigo identificar, organizar e interagir com os vários
contextos familiares solucionando os conflitos e transmitindo alguma
tranquilidade e serenidade familiar. Por exemplo, neste último Verão,
estivemos muitas algumas vezes em conflito, porque o marido só
queria ir para as praias da costa norte do concelho de Vila do Bispo,
Murração e Barriga, praias que não têm rede para o telemóvel, não
têm nadador salvador e as ondas são mais agitadas, porque ele gosta
de pescar e nessas praias é que há bons pesqueiros. As filhas e eu
gostaríamos de vez enquanto ir para as praias da costa sul, por
exemplo Mareta em Sagres ou praias em Lagos. Tentei fazer-lhe
entender, que eu também queria usufruir da praia descansada e como
não sei nadar, tinha de estar constantemente junto delas para as
vigiar, e, assim não conseguia descansar e elas estavam sempre a
ouvir-me gritar para não irem mar adentro e claro, também elas não
brincavam descansadas. Assim, de vez enquanto, íamos para as
outras praias e se ele não quisesse ir , estava tudo bem, ele ia para
as praias costa ocidental e nós para as outras... ainda assim, foi
Ana Paula Palma 19-2-2009
Ana Paula Palma 19-2-2009
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE
COMPLEXIDADE E MUDANÇA ( MENTALIDADES)
7
aceitando, contrariado, mas foi cedendo e nós também. Este ano por
exemplo, vamos fazer as férias de outro modo, apenas uma ou duas
semanas juntos e o resto dos dias de férias que dispomos, cada um
gere à sua maneira...As filhas já são crescidas, a mais velha há-de
querer estar mais com as amigas, enfim...ele aceitou a ideia.
Em casa há partilhas de algumas tarefas, por exemplo, lavar a loiça,
estender a roupa e ultimamente, ajudar a filha mais nova, nos
trabalhos da escolares.
Tenho como experiência própria, uma situação fantástica da minha
vida , ainda que muito breve, mas que consigo demonstrar a grande
capacidade de resistência, de inteligência, de força e motivação das
mulheres deste nosso Portugal!
Trabalhei dois meses numa fábrica de bolachas em Coimbra ( que já
não existe), Bolacha Palmeira , ainda eu vivia em casa dos meus pais,
numa altura em que financeiramente as coisas não estavam muito
bem lá por casa.
Então, conheci mulheres fantásticas, que trabalhavam lado a lado
com os homens, mas os salários eram mais baixos. Trabalhavam 9
horas, em pé , na linha de produção, e sempre que necessário,
arranjavam as maquinas quando estas se avariavam. A fábrica estava
sempre aberta, portanto trabalhava-se por turnos.
Não havia lugar para lamurias, doenças ou até dores de parto!
Cheguei a ver mulheres que carregavam paletes cheias de caixas de
bolachas e já muito perto da hora de parir. Cheguei a conhecer uma
que perdeu o seu bebé, já em estado bem avançado de gravidez, e
Ana Paula Palma 19-2-2009
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE
COMPLEXIDADE E MUDANÇA ( MENTALIDADES)
7
dois dias depois, já estava ao serviço…outras a secar o peito,
deitando fora o leite que deveria amamentar o seu bebé, mas que
não podiam arriscar a ficar em casa, senão perdiam o emprego.
No entanto, estas mulheres riam, cantavam, contavam anedotas e
ajudavam-se umas às outras sempre que necessário. E corriam a
apanhar a camioneta para irem buscar comida aos supermercados ou
ir buscar os filhos á cresce ou aos avós e cara alegre!
Para mim aqueles dois meses foram muito marcantes, lembro-me
que não se podia ir à casa de banho, mas mesmo assim, estas
mulheres enfrentavam o capataz (HOMEM claro está).
Hoje vejo que sou uma privilegiada, trabalho na função pública,
função igual salário igual, tenho as novas tecnologias no meu
serviço, nomeadamente o computador que é o meu principal
instrumento de trabalho. Logo que entro no meu local de trabalho, a
primeira coisa que faço é ligar o computador, abrir os programas SGT
– Sistema de gestão de Tesouraria e o Programa de Serviço de
Águas. No primeiro, registo as cópias das guias de recebimento, os
cheques e os pagamentos feitos aos nossos fornecedores, os
depósitos, faço as reconciliações bancárias ( controlar os cheques
pagos e os cheques em trânsito) e tiro os mapas de conferência. No
segundo programa, faço o registo dos débitos , que são os recibos de
água em situação de juros de mora, utilizo a impressora e o um
instrumento também essencial, que é o TPA, ou seja, a máquina de
multibanco, que facilita o utente a concretizar os diversos
pagamentos que teve de fazer. Tenho um horário de trabalho fabuloso
e tenho uma liberdade de crescer como pessoa e mulher
trabalhadora, tenho a minha habitação e as escolas que as minhas
filhas frequentam junto do meu local de trabalho.
Ana Paula Palma 19-2-2009
Ana Paula Palma 19-2-2009
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE
COMPLEXIDADE E MUDANÇA ( MENTALIDADES)
7
Não entrando ainda no contexto global, mas mais no contexto local,
tive uma breve participação na vida política, nas últimas eleições para
as autarquias locais, fazendo parte de um grupo de pessoas com
valor para a Junta de Freguesia de Vila do Bispo, pelo partido
socialista.
Não foi fácil, até porque tive de me expor socialmente, e sendo eu
funcionária da Câmara de Vila do Bispo, e o Presidente meu superior
hierárquico máximo, pertencer ao partido opositor ao meu. Também
não foi fácil, gerir os ciúmes do meu marido, que esteve o tempo
todo a criar uma série de problemas por ter de estar fora de casa
para ter tempo para a política.
No entanto, adorei este meu desempenho, estive em contacto com a
população de todo o concelho ouvindo de viva voz o que precisavam
e o que gostariam de ver desenvolvido no concelho de Vila do Bispo.
O Partido Socialista não ganhou a junta de freguesia, e a minha
participação política ficou reduzida só à campanha eleitoral. A minha
participação apesar de ligada a um partido, foi feita como
independente e não como filiada, pois não sou filiada em nenhum
partido. Tive direito a 30 dias de ausência ao serviço para preparar a
campanha, mas só exerci alguns dias, por opção. No entanto, adorei
este meu momento de vida, antes falara com o meu marido sobre a
minha participação, ele foi logo contra, mas mesmo assim avancei
com a minha decisão, disse-lhe que gostava de apostar neste
projecto, que ia desde na aposta na juventude, concentrar os jovens
no concelho, ao apoio aos idosos e que queria fazer alguma coisa pelo
Concelho de Vila do Bispo e pelo futuro das nossas filhas. Conheci o
trabalho efectuado nos bastidores para acompanhar o candidato
principal, isto é, o candidato à Presidência da Câmara, a distribuição
Ana Paula Palma 19-2-2009
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE
COMPLEXIDADE E MUDANÇA ( MENTALIDADES)
7
dos panfletos, canetas e isqueiros, ir ter com as pessoas e esperar
que estejam receptivas às nossas ideias, pelo menos a ouvir as
nossas ideias, verificar que nem sempre é fácil lidar com essa
situação. Falei nas carências do concelho, principalmente, apostando
nas futuras mamas, que têm dificuldade em deixar os seus bébés
com alguém, dado que nem há amas nem há creches.
Estabeleci contacto com o candidato à Presidência da Câmara e à
Presidência da Assembleia Municipal, bem como com os outros
candidatos às juntas de Freguesia, de Sagres e Raposeira, entre os
quais a minha própria irmã, que era e é vogal na assembleia
municipal pelo partido socialista.
Desloquei- me entre Vila do Bispo, Sagres, Raposeira , depois ficava
na sede a organizar os panfletos e brindes para o dia
seguinte...também tinha estar em casa, para tranquilizar o marido e
haver harmonia em casa. Tentei conciliar as adversidades e fui até ao
fim.
Durante a campanha, cruzámos-nos com o partido da oposição, PSD,
e até trocámos entre nós os panfletos! Adorei esta forma democrática
de procedimento.
(Confesso que na lista para a junta de freguesia, não estava muito
convencida de que poderíamos ter hipótese de ganhar, porque o
anterior e actual presidente da junta de freguesia, tem feito um bom
trabalho, apostando precisamente na juventude.)
Mundialmente, as mulheres são abusadas, maltratadas, é-lhes imposto
determinados comportamentos e felizmente também são amadas e
encorajadas a serem cada vez melhores como seres humanos…veja-se no mais
recente momento histórico, uma mulher podia ter ganho a presidência dos
Estados Unidos da América!
Bibliografia:
Ana Paula Palma 19-2-2009
Ana Paula Palma 19-2-2009
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE
COMPLEXIDADE E MUDANÇA ( MENTALIDADES)
7
http://pt.wikipedia.org/wiki/Feminismo#erspectiva_hist.C3.B3rica_no_Ocidente
http://www.amar-ela.com/mulheres-muculmanas http://www.amar-
ela.com/mulheres-muculmanas De Daniela Mannhttp://www.amar-ela.com/mulheres-
muculmanas De http://www.amar-ela.com/mulheres-muculmanas De on Set 8, 2008 in
Amar-Elahttp://www.amar-ela.com/mulheres-muculmanas De on Set 8, 2008 in
http://www.amar-ela.com/mulheres-muculmanas De on Set 8, 2008 in
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u378189.shtml
Ana Paula Palma 19-2-2009

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Refexão Dr1-Dr2-Dr3-Dr4
Refexão Dr1-Dr2-Dr3-Dr4Refexão Dr1-Dr2-Dr3-Dr4
Refexão Dr1-Dr2-Dr3-Dr4
mega
 
Clc 7 reflexão_sílvia_fernandes
Clc 7 reflexão_sílvia_fernandesClc 7 reflexão_sílvia_fernandes
Clc 7 reflexão_sílvia_fernandes
SILVIA G. FERNANDES
 
RefelexãO Dr3 Saberes Fundamentais
RefelexãO Dr3 Saberes FundamentaisRefelexãO Dr3 Saberes Fundamentais
RefelexãO Dr3 Saberes Fundamentais
mega
 
S.T.C 7 - Ciência e Controvérsias Públicas
S.T.C 7 - Ciência e Controvérsias Públicas S.T.C 7 - Ciência e Controvérsias Públicas
S.T.C 7 - Ciência e Controvérsias Públicas
I.Braz Slideshares
 
Cp 5 ética_deontologia_reflexão_sílvia_f[1]
Cp 5 ética_deontologia_reflexão_sílvia_f[1]Cp 5 ética_deontologia_reflexão_sílvia_f[1]
Cp 5 ética_deontologia_reflexão_sílvia_f[1]
SILVIA G. FERNANDES
 

Mais procurados (20)

Ng7 2
Ng7   2Ng7   2
Ng7 2
 
Manifestações de intolerância à diferença
Manifestações de intolerância à diferençaManifestações de intolerância à diferença
Manifestações de intolerância à diferença
 
CP 1 Fich. Trab. n.º 1 - Liberdade e Responsabilidade Pessoal (1).pdf
CP 1 Fich. Trab. n.º 1 - Liberdade e Responsabilidade Pessoal (1).pdfCP 1 Fich. Trab. n.º 1 - Liberdade e Responsabilidade Pessoal (1).pdf
CP 1 Fich. Trab. n.º 1 - Liberdade e Responsabilidade Pessoal (1).pdf
 
Refexão Dr1-Dr2-Dr3-Dr4
Refexão Dr1-Dr2-Dr3-Dr4Refexão Dr1-Dr2-Dr3-Dr4
Refexão Dr1-Dr2-Dr3-Dr4
 
Urbanismo E Mobilidade Clc , Stc E Cp
Urbanismo E Mobilidade Clc , Stc E CpUrbanismo E Mobilidade Clc , Stc E Cp
Urbanismo E Mobilidade Clc , Stc E Cp
 
Reflecção clc 5 (dr 1,2,3,4)
Reflecção clc 5 (dr 1,2,3,4)Reflecção clc 5 (dr 1,2,3,4)
Reflecção clc 5 (dr 1,2,3,4)
 
CLC 5
CLC 5CLC 5
CLC 5
 
Reflexão STC 7
Reflexão STC 7Reflexão STC 7
Reflexão STC 7
 
Reflexão - CP5
Reflexão - CP5Reflexão - CP5
Reflexão - CP5
 
Clc 7 reflexão_sílvia_fernandes
Clc 7 reflexão_sílvia_fernandesClc 7 reflexão_sílvia_fernandes
Clc 7 reflexão_sílvia_fernandes
 
Reflexão do percurso no curso
Reflexão do percurso no cursoReflexão do percurso no curso
Reflexão do percurso no curso
 
STC7
STC7STC7
STC7
 
Reflexão - CLC7
Reflexão - CLC7 Reflexão - CLC7
Reflexão - CLC7
 
RefelexãO Dr3 Saberes Fundamentais
RefelexãO Dr3 Saberes FundamentaisRefelexãO Dr3 Saberes Fundamentais
RefelexãO Dr3 Saberes Fundamentais
 
CP 4
CP 4CP 4
CP 4
 
S.T.C 7 - Ciência e Controvérsias Públicas
S.T.C 7 - Ciência e Controvérsias Públicas S.T.C 7 - Ciência e Controvérsias Públicas
S.T.C 7 - Ciência e Controvérsias Públicas
 
Fluxos Migratorios Clc 6
Fluxos Migratorios Clc 6Fluxos Migratorios Clc 6
Fluxos Migratorios Clc 6
 
Reflexão - STC-7
Reflexão - STC-7 Reflexão - STC-7
Reflexão - STC-7
 
Cp 5 ética_deontologia_reflexão_sílvia_f[1]
Cp 5 ética_deontologia_reflexão_sílvia_f[1]Cp 5 ética_deontologia_reflexão_sílvia_f[1]
Cp 5 ética_deontologia_reflexão_sílvia_f[1]
 
Dr2 final
Dr2 finalDr2 final
Dr2 final
 

Destaque

Cidadania e profissionalidade - novos processos de trabalho
Cidadania e profissionalidade - novos processos de trabalhoCidadania e profissionalidade - novos processos de trabalho
Cidadania e profissionalidade - novos processos de trabalho
benficamateus
 
Descodificacao - Cidadania & Profissionalidade
Descodificacao - Cidadania & ProfissionalidadeDescodificacao - Cidadania & Profissionalidade
Descodificacao - Cidadania & Profissionalidade
J P
 
Apresentação1keila
Apresentação1keilaApresentação1keila
Apresentação1keila
esiel
 
PoluiçAo Ambiental
PoluiçAo AmbientalPoluiçAo Ambiental
PoluiçAo Ambiental
mariaedna
 
Globalização
GlobalizaçãoGlobalização
Globalização
efacanico
 
ProtecçãO E ConservaçãO Da Natureza
ProtecçãO E ConservaçãO Da NaturezaProtecçãO E ConservaçãO Da Natureza
ProtecçãO E ConservaçãO Da Natureza
guest69ca1e7
 
Prevenção e combate a incêndios 2
Prevenção e combate a incêndios 2Prevenção e combate a incêndios 2
Prevenção e combate a incêndios 2
Anderson Neves Souza
 
Dr2 identidade e alteridade CP
Dr2 identidade e alteridade CPDr2 identidade e alteridade CP
Dr2 identidade e alteridade CP
mega
 
Catastrofes naturais incendios
Catastrofes naturais incendiosCatastrofes naturais incendios
Catastrofes naturais incendios
Pedro134
 
Incêndios
IncêndiosIncêndios
Incêndios
sibfv
 
Incêndios Florestais
Incêndios FlorestaisIncêndios Florestais
Incêndios Florestais
esmiucao8b
 

Destaque (20)

Cidadania e profissionalidade - novos processos de trabalho
Cidadania e profissionalidade - novos processos de trabalhoCidadania e profissionalidade - novos processos de trabalho
Cidadania e profissionalidade - novos processos de trabalho
 
Descodificacao - Cidadania & Profissionalidade
Descodificacao - Cidadania & ProfissionalidadeDescodificacao - Cidadania & Profissionalidade
Descodificacao - Cidadania & Profissionalidade
 
Cidade e Alteridade
Cidade e AlteridadeCidade e Alteridade
Cidade e Alteridade
 
Cidadania e Profissionalidade
Cidadania e ProfissionalidadeCidadania e Profissionalidade
Cidadania e Profissionalidade
 
Apresentação1keila
Apresentação1keilaApresentação1keila
Apresentação1keila
 
Violência contra a Natureza
Violência contra a NaturezaViolência contra a Natureza
Violência contra a Natureza
 
PoluiçAo Ambiental
PoluiçAo AmbientalPoluiçAo Ambiental
PoluiçAo Ambiental
 
Lei 9985 de 18 de julho de2000 – uc's
Lei 9985 de 18 de julho de2000 – uc'sLei 9985 de 18 de julho de2000 – uc's
Lei 9985 de 18 de julho de2000 – uc's
 
Tarefa7 Cristiane Maciel
Tarefa7 Cristiane MacielTarefa7 Cristiane Maciel
Tarefa7 Cristiane Maciel
 
Globalização
GlobalizaçãoGlobalização
Globalização
 
Projeto tratamento de lixo piloto sairé
Projeto  tratamento de lixo  piloto sairéProjeto  tratamento de lixo  piloto sairé
Projeto tratamento de lixo piloto sairé
 
Prevenir incendios
Prevenir incendiosPrevenir incendios
Prevenir incendios
 
ProtecçãO E ConservaçãO Da Natureza
ProtecçãO E ConservaçãO Da NaturezaProtecçãO E ConservaçãO Da Natureza
ProtecçãO E ConservaçãO Da Natureza
 
Prevenção e combate a incêndios 2
Prevenção e combate a incêndios 2Prevenção e combate a incêndios 2
Prevenção e combate a incêndios 2
 
Apresentaçao desmatamento e queimadas
Apresentaçao desmatamento e queimadasApresentaçao desmatamento e queimadas
Apresentaçao desmatamento e queimadas
 
Dr2 identidade e alteridade CP
Dr2 identidade e alteridade CPDr2 identidade e alteridade CP
Dr2 identidade e alteridade CP
 
Apresenta[1]..
Apresenta[1]..Apresenta[1]..
Apresenta[1]..
 
Catastrofes naturais incendios
Catastrofes naturais incendiosCatastrofes naturais incendios
Catastrofes naturais incendios
 
Incêndios
IncêndiosIncêndios
Incêndios
 
Incêndios Florestais
Incêndios FlorestaisIncêndios Florestais
Incêndios Florestais
 

Semelhante a Complexidade E MudançA

EJA - PONTOS E CONTRA PONTOS
EJA - PONTOS E CONTRA PONTOSEJA - PONTOS E CONTRA PONTOS
EJA - PONTOS E CONTRA PONTOS
Aparecida Barbosa
 
O Bandeirante - n.220 - Março de 2011
O Bandeirante - n.220 - Março de 2011O Bandeirante - n.220 - Março de 2011
O Bandeirante - n.220 - Março de 2011
Marcos Gimenes Salun
 
O papel do homem e da mulher na sociedade
O papel do homem e da mulher na sociedadeO papel do homem e da mulher na sociedade
O papel do homem e da mulher na sociedade
Adhara340
 

Semelhante a Complexidade E MudançA (20)

Jornal Mente Ativa 8
Jornal Mente Ativa 8Jornal Mente Ativa 8
Jornal Mente Ativa 8
 
Acuda mamãe
Acuda  mamãeAcuda  mamãe
Acuda mamãe
 
Acuda mamãe
Acuda  mamãeAcuda  mamãe
Acuda mamãe
 
EJA - PONTOS E CONTRA PONTOS
EJA - PONTOS E CONTRA PONTOSEJA - PONTOS E CONTRA PONTOS
EJA - PONTOS E CONTRA PONTOS
 
Autobiografia
AutobiografiaAutobiografia
Autobiografia
 
Cronicas 9 a1
Cronicas 9 a1Cronicas 9 a1
Cronicas 9 a1
 
Memórias literárias
Memórias literáriasMemórias literárias
Memórias literárias
 
Caderno de pauta 006 none
Caderno de pauta 006 noneCaderno de pauta 006 none
Caderno de pauta 006 none
 
Desafio #15anosem15dias v03
Desafio #15anosem15dias v03Desafio #15anosem15dias v03
Desafio #15anosem15dias v03
 
As novas mulheres (a Era do Império) Eric Hobsbawm
As novas mulheres (a Era do Império) Eric HobsbawmAs novas mulheres (a Era do Império) Eric Hobsbawm
As novas mulheres (a Era do Império) Eric Hobsbawm
 
Sua Melhor Versao.pdf
Sua Melhor Versao.pdfSua Melhor Versao.pdf
Sua Melhor Versao.pdf
 
Carta de intenção ou memorial: um modelo de ajuda
Carta de intenção ou memorial: um modelo de ajudaCarta de intenção ou memorial: um modelo de ajuda
Carta de intenção ou memorial: um modelo de ajuda
 
Jornal Mente Ativa 11
Jornal Mente Ativa 11Jornal Mente Ativa 11
Jornal Mente Ativa 11
 
Jornal Mente Ativa 7
Jornal Mente Ativa 7Jornal Mente Ativa 7
Jornal Mente Ativa 7
 
Entrevistas a membros da comunidade quilombola grilo
Entrevistas a membros da comunidade quilombola griloEntrevistas a membros da comunidade quilombola grilo
Entrevistas a membros da comunidade quilombola grilo
 
O Bandeirante - n.220 - Março de 2011
O Bandeirante - n.220 - Março de 2011O Bandeirante - n.220 - Março de 2011
O Bandeirante - n.220 - Março de 2011
 
Jornal Mente Ativa 19
Jornal Mente Ativa 19Jornal Mente Ativa 19
Jornal Mente Ativa 19
 
Uma Comunicação
Uma ComunicaçãoUma Comunicação
Uma Comunicação
 
O papel do homem e da mulher na sociedade
O papel do homem e da mulher na sociedadeO papel do homem e da mulher na sociedade
O papel do homem e da mulher na sociedade
 
Como conheci sua mãe season finale
Como conheci sua mãe   season finaleComo conheci sua mãe   season finale
Como conheci sua mãe season finale
 

Último

2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
LeloIurk1
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
TailsonSantos1
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
TailsonSantos1
 
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfGEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
RavenaSales1
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
NarlaAquino
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
LeloIurk1
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
HELENO FAVACHO
 

Último (20)

Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Projeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptx
Projeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptxProjeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptx
Projeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Antero de Quental, sua vida e sua escrita
Antero de Quental, sua vida e sua escritaAntero de Quental, sua vida e sua escrita
Antero de Quental, sua vida e sua escrita
 
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfGEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
praticas experimentais 1 ano ensino médio
praticas experimentais 1 ano ensino médiopraticas experimentais 1 ano ensino médio
praticas experimentais 1 ano ensino médio
 

Complexidade E MudançA

  • 1. CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE COMPLEXIDADE E MUDANÇA ( MENTALIDADES) 7 Por ser mulher, não posso deixar de escrever e tecer algumas considerações sobre o que é ser mulher no mundo! Na verdade o elemento feminino sempre desempenhou um papel fundamental na vida familiar e social, num mundo comandado por homens e direccionado para os homens. Temos que, por exemplo na Grécia Antiga, a actuação das mulheres restringia-se essencialmente à educação dos filhos e aos cuidados do lar, não podendo estudar a não ser que fosse música, pois era entendido que a música era algo muito feminino. Os homens tinham acesso à vida política, ao conhecimento, à arte e a definir as regras de vida. No Império Romano, a mentalidade era a mesma e os homens eram donos e senhores das mulheres, e estas eram vistas como escravas, sem alma ou pensamento. Durante a Idade Média, houve uma grande mudança nas mentalidades e as mulheres detinham a grande parte das profissões, o direito à propriedade, assumiam a chefia familiar quando ficavam viúvas e até consta que estudaram nas universidades da época. Depois com o Renascimento houve um retrocesso na mentalidade, surgiu a caça às bruxas e as mulheres praticamente nem direito tinham à herança. Mais tarde, no século XVIII/XIX as mentalidades retomam o progresso, chegando mesmo a ser formada na Europa uma sociedade científica para as mulheres. É nesta altura que surge uma grande senhora, Marie Curie, surgindo também as ideias feministas de e para as mulheres. Já século XX, o direito ao voto é uma das grandes vitórias do movimento feminino, demonstrando a grande capacidade política e de oratória das mulheres. Ana Paula Palma 19-2-2009
  • 2. CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE COMPLEXIDADE E MUDANÇA ( MENTALIDADES) 7 Depois seguiu-se o direito ao divórcio, o controlo sobre o seu próprio corpo, temas que ainda hoje são tão polémicos, demonstrando que nesta matéria ainda há um grande caminho a percorrer. Eu pessoalmente, sou mãe, esposa, trabalhadora, amiga, filha , irmã, eu sei lá que mais, mas em casa tenho que reivindicar muitas vezes o direito a ser ajudada na lida da casa, na educação das filhas, pois o marido tenta sempre passar essa responsabilidade para mim, sendo uma luta constante, e que por vezes não é bem recebida e aceite pelo meu companheiro de vida. Estou num constante reformular de valores que nunca foram ensinados ao marido, mas que tento entender sem que os meus direitos sejam postos em causa. Tento que ele perceba que ao participar, na vida familiar, está a criar uma ligação profunda com as filhas, e como isso é importante para o crescimento delas. Consigo identificar, organizar e interagir com os vários contextos familiares solucionando os conflitos e transmitindo alguma tranquilidade e serenidade familiar. Por exemplo, neste último Verão, estivemos muitas algumas vezes em conflito, porque o marido só queria ir para as praias da costa norte do concelho de Vila do Bispo, Murração e Barriga, praias que não têm rede para o telemóvel, não têm nadador salvador e as ondas são mais agitadas, porque ele gosta de pescar e nessas praias é que há bons pesqueiros. As filhas e eu gostaríamos de vez enquanto ir para as praias da costa sul, por exemplo Mareta em Sagres ou praias em Lagos. Tentei fazer-lhe entender, que eu também queria usufruir da praia descansada e como não sei nadar, tinha de estar constantemente junto delas para as vigiar, e, assim não conseguia descansar e elas estavam sempre a ouvir-me gritar para não irem mar adentro e claro, também elas não brincavam descansadas. Assim, de vez enquanto, íamos para as outras praias e se ele não quisesse ir , estava tudo bem, ele ia para as praias costa ocidental e nós para as outras... ainda assim, foi Ana Paula Palma 19-2-2009 Ana Paula Palma 19-2-2009
  • 3. CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE COMPLEXIDADE E MUDANÇA ( MENTALIDADES) 7 aceitando, contrariado, mas foi cedendo e nós também. Este ano por exemplo, vamos fazer as férias de outro modo, apenas uma ou duas semanas juntos e o resto dos dias de férias que dispomos, cada um gere à sua maneira...As filhas já são crescidas, a mais velha há-de querer estar mais com as amigas, enfim...ele aceitou a ideia. Em casa há partilhas de algumas tarefas, por exemplo, lavar a loiça, estender a roupa e ultimamente, ajudar a filha mais nova, nos trabalhos da escolares. Tenho como experiência própria, uma situação fantástica da minha vida , ainda que muito breve, mas que consigo demonstrar a grande capacidade de resistência, de inteligência, de força e motivação das mulheres deste nosso Portugal! Trabalhei dois meses numa fábrica de bolachas em Coimbra ( que já não existe), Bolacha Palmeira , ainda eu vivia em casa dos meus pais, numa altura em que financeiramente as coisas não estavam muito bem lá por casa. Então, conheci mulheres fantásticas, que trabalhavam lado a lado com os homens, mas os salários eram mais baixos. Trabalhavam 9 horas, em pé , na linha de produção, e sempre que necessário, arranjavam as maquinas quando estas se avariavam. A fábrica estava sempre aberta, portanto trabalhava-se por turnos. Não havia lugar para lamurias, doenças ou até dores de parto! Cheguei a ver mulheres que carregavam paletes cheias de caixas de bolachas e já muito perto da hora de parir. Cheguei a conhecer uma que perdeu o seu bebé, já em estado bem avançado de gravidez, e Ana Paula Palma 19-2-2009
  • 4. CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE COMPLEXIDADE E MUDANÇA ( MENTALIDADES) 7 dois dias depois, já estava ao serviço…outras a secar o peito, deitando fora o leite que deveria amamentar o seu bebé, mas que não podiam arriscar a ficar em casa, senão perdiam o emprego. No entanto, estas mulheres riam, cantavam, contavam anedotas e ajudavam-se umas às outras sempre que necessário. E corriam a apanhar a camioneta para irem buscar comida aos supermercados ou ir buscar os filhos á cresce ou aos avós e cara alegre! Para mim aqueles dois meses foram muito marcantes, lembro-me que não se podia ir à casa de banho, mas mesmo assim, estas mulheres enfrentavam o capataz (HOMEM claro está). Hoje vejo que sou uma privilegiada, trabalho na função pública, função igual salário igual, tenho as novas tecnologias no meu serviço, nomeadamente o computador que é o meu principal instrumento de trabalho. Logo que entro no meu local de trabalho, a primeira coisa que faço é ligar o computador, abrir os programas SGT – Sistema de gestão de Tesouraria e o Programa de Serviço de Águas. No primeiro, registo as cópias das guias de recebimento, os cheques e os pagamentos feitos aos nossos fornecedores, os depósitos, faço as reconciliações bancárias ( controlar os cheques pagos e os cheques em trânsito) e tiro os mapas de conferência. No segundo programa, faço o registo dos débitos , que são os recibos de água em situação de juros de mora, utilizo a impressora e o um instrumento também essencial, que é o TPA, ou seja, a máquina de multibanco, que facilita o utente a concretizar os diversos pagamentos que teve de fazer. Tenho um horário de trabalho fabuloso e tenho uma liberdade de crescer como pessoa e mulher trabalhadora, tenho a minha habitação e as escolas que as minhas filhas frequentam junto do meu local de trabalho. Ana Paula Palma 19-2-2009 Ana Paula Palma 19-2-2009
  • 5. CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE COMPLEXIDADE E MUDANÇA ( MENTALIDADES) 7 Não entrando ainda no contexto global, mas mais no contexto local, tive uma breve participação na vida política, nas últimas eleições para as autarquias locais, fazendo parte de um grupo de pessoas com valor para a Junta de Freguesia de Vila do Bispo, pelo partido socialista. Não foi fácil, até porque tive de me expor socialmente, e sendo eu funcionária da Câmara de Vila do Bispo, e o Presidente meu superior hierárquico máximo, pertencer ao partido opositor ao meu. Também não foi fácil, gerir os ciúmes do meu marido, que esteve o tempo todo a criar uma série de problemas por ter de estar fora de casa para ter tempo para a política. No entanto, adorei este meu desempenho, estive em contacto com a população de todo o concelho ouvindo de viva voz o que precisavam e o que gostariam de ver desenvolvido no concelho de Vila do Bispo. O Partido Socialista não ganhou a junta de freguesia, e a minha participação política ficou reduzida só à campanha eleitoral. A minha participação apesar de ligada a um partido, foi feita como independente e não como filiada, pois não sou filiada em nenhum partido. Tive direito a 30 dias de ausência ao serviço para preparar a campanha, mas só exerci alguns dias, por opção. No entanto, adorei este meu momento de vida, antes falara com o meu marido sobre a minha participação, ele foi logo contra, mas mesmo assim avancei com a minha decisão, disse-lhe que gostava de apostar neste projecto, que ia desde na aposta na juventude, concentrar os jovens no concelho, ao apoio aos idosos e que queria fazer alguma coisa pelo Concelho de Vila do Bispo e pelo futuro das nossas filhas. Conheci o trabalho efectuado nos bastidores para acompanhar o candidato principal, isto é, o candidato à Presidência da Câmara, a distribuição Ana Paula Palma 19-2-2009
  • 6. CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE COMPLEXIDADE E MUDANÇA ( MENTALIDADES) 7 dos panfletos, canetas e isqueiros, ir ter com as pessoas e esperar que estejam receptivas às nossas ideias, pelo menos a ouvir as nossas ideias, verificar que nem sempre é fácil lidar com essa situação. Falei nas carências do concelho, principalmente, apostando nas futuras mamas, que têm dificuldade em deixar os seus bébés com alguém, dado que nem há amas nem há creches. Estabeleci contacto com o candidato à Presidência da Câmara e à Presidência da Assembleia Municipal, bem como com os outros candidatos às juntas de Freguesia, de Sagres e Raposeira, entre os quais a minha própria irmã, que era e é vogal na assembleia municipal pelo partido socialista. Desloquei- me entre Vila do Bispo, Sagres, Raposeira , depois ficava na sede a organizar os panfletos e brindes para o dia seguinte...também tinha estar em casa, para tranquilizar o marido e haver harmonia em casa. Tentei conciliar as adversidades e fui até ao fim. Durante a campanha, cruzámos-nos com o partido da oposição, PSD, e até trocámos entre nós os panfletos! Adorei esta forma democrática de procedimento. (Confesso que na lista para a junta de freguesia, não estava muito convencida de que poderíamos ter hipótese de ganhar, porque o anterior e actual presidente da junta de freguesia, tem feito um bom trabalho, apostando precisamente na juventude.) Mundialmente, as mulheres são abusadas, maltratadas, é-lhes imposto determinados comportamentos e felizmente também são amadas e encorajadas a serem cada vez melhores como seres humanos…veja-se no mais recente momento histórico, uma mulher podia ter ganho a presidência dos Estados Unidos da América! Bibliografia: Ana Paula Palma 19-2-2009 Ana Paula Palma 19-2-2009
  • 7. CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE COMPLEXIDADE E MUDANÇA ( MENTALIDADES) 7 http://pt.wikipedia.org/wiki/Feminismo#erspectiva_hist.C3.B3rica_no_Ocidente http://www.amar-ela.com/mulheres-muculmanas http://www.amar- ela.com/mulheres-muculmanas De Daniela Mannhttp://www.amar-ela.com/mulheres- muculmanas De http://www.amar-ela.com/mulheres-muculmanas De on Set 8, 2008 in Amar-Elahttp://www.amar-ela.com/mulheres-muculmanas De on Set 8, 2008 in http://www.amar-ela.com/mulheres-muculmanas De on Set 8, 2008 in http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u378189.shtml Ana Paula Palma 19-2-2009