Este documento descreve a arte e arquitetura dos mosteiros durante a Idade Média, especificamente o período românico. Ele explica como os mosteiros eram centros de cultura, conhecimento e arte, preservando obras antigas através da cópia manual. Também detalha as características arquitetônicas comuns das igrejas românicas, como a planta em forma de cruz latina e o uso de cúpulas, abóbadas e arcos.
2. O INÍCIO DA IDADE MÉDIA
Este meu relatório tem como
principal objectivo enquadrar no
tempo e no espaço a arte dos
mosteiros e reconhecer, analisar e
identificar na arte as suas
características. Reflectir sobre as
manifestações artísticas e sua
estética. Desta forma este relatório
está dividido numa parte teórica,
demonstrando o que levou a estas
alterações sociais e políticas e por
outra parte estritamente reservada à
arte.
4. O longo e poderoso
Império romano
começou a enfraquecer.
E é aí que os bárbaros-
germanicos começaram
a crescer e a tomar posse
dos diversos países. Estas
mudanças criaram
alguns pontos cruciais
na história:
Enfraquecimento da
mercadoria
mercantil;
Declínio e redução
de centros urbanos
Desorganização da
administração
pública
Profunda depressão
demográfica
Nos séculos seguintes, com o aumento de
invasões e de falta de alimentos, o barbarismo
começou a aumentar e acentuou-se ainda
mais a ruralização.
A falta de segurança e o medo constante
tornou a população grotesca, mal educada,
com maus costumes de higiene e cavaleiresca.
5. Com uma Europa extremamente
enfraquecida e frágil por todas as
calamidades que a atingiram (doenças,
invasões, falta de conhecimentos agrícolas,
etc), foi a oportunidade perfeita para o
cristianismo se afirmar. Sendo a única fonte
de fé e esperança para as pessoas daquela
época, a Igreja teve um papel fundamental na
vida social e religiosa na Europa. A partir de
381, o cristianismo foi considerado a única
religião oficial do Estado Romano.
No entanto, a partir
do ano Mil, sentia-se
uma mudança.
Começou a haver
um recuo dos povos
invasores e uma
redução no número
de guerras. Com um
quadro tão positivo,
a cultura agrícula
cresce como nunca
antes. E como a
população estava
com melhores
condições
alimentares, vemos
um crescimento
demográfico
enorme e um
renascimento do
comércio. Com mais
pessoas e comércios,
houve uma geração
de movimento
inimaginável nas
cidades, e os bispos
aproveitaram para
colocarem lá as suas
dioceses.
6. Como foi já referido acima, a Igreja ganhou imenso poder
com os fiéis que precisavam de um sentido para a vida.
No entanto o papel da Igreja Medieval não foi somente
religioso:
Eles ajudaram imenso no papel civilizacional, com
inovações agrículas, hábitos menos bárbaros e
conservação do conhecimento das letras.
Por tudo isto, a Igreja era também um poço de todo o
conhecimento, cultura e arte da altura, que estava
concentrada nos mosteiros.
8. Os mosteiros eram extremamente respeitados e, por isso,
uma série de regras rondava á sua volta:
O abade era considerado o pai e mestre dos restantes
irmãos;
A comunidade tinha como princípios básicos os da
obediência, silêncio e humildade por Deus.
Nada se deveria antepor ao culto religioso
As orações deveriam ser realizadas de hora a hora
Os mosteiros eram como pequenos mundos
individuais isolados do resto do mundo, fechados
ao resto da população com muralhas e portas,
constantemente vigiadas. Apenas era aberto ao
exterior em certos horários e parar determinadas
pessoas: Clérigos seculares ou de outras Igrejas
tinham os maiores privilégios; Os nobres também
não ficavam muito atrás enquanto os restantes
não passavam da hospedaria a eles destinada, e
que ficava junto à entrada, não tinham nem
contacto com os monges.
9. Mas, apesar de ser um local isolado, eles
prestavam diversos serviços para a sua
comunidade, sendo os mais importantes os
seguintes:
O serviço religioso dado à população, pois vivia-se uma
época muito religiosa, então eles acabavam por dar
esperança àqueles que lhes pediam ajuda.
Eles eram o grupo social mais instruído. Sabiam ler,
escrever e contar.
Ajudavam, em termos médicos, aos mais desfavorecidos.
Eles acolhiam principalmente doentes, peregrinos e
mendigos.
Por causa de estarem muito tempo isolados, o seu
principal trabalho era a cópia de importantes livros.
Eram por isso copistas. Além disso, decoravam estas
mesmas cópias com cores e ouro: iluminuras.
Não menos importante, contribuíram para o
desbravamento dos terrenos desaproveitados, sendo
tardiamente usados para a agricultura.
Estes
regulamentos
definiam e
traziam ordem
à vida dos
padres e dos
monges.
Quando estas
não eram
respeitadas,
havia punições
como:
Flagelamento,
isolamento, jejum,
abstinência e meditação.
10. Com as invasões bárbaras, muito conhecimento e
panorama cultural desapareceram. A população era
mais rude e não tinha o mesmo grau de sabedoria dos
romanos. O analbabetismo tornou-se o maior inimigo
à inteligência humana daquele tempo, sendo que
apenas padres e monges possuíam riqueza cultural, nos
seus mosteiros isolados.
Carlos Magno é um
grande nome pois a
partir do séc. IX ele
fez o chamado
“renascimento
carolíngio”, pois ele
precisava de um
grupo de pessoas
que o ajudassem no
gerenciamento da
sua chancelaria.
Tendo isso em
conta, ele criou
uma escola
chamada “Aula
Palatina” e uma
biblioteca, para
ajudar na
divulgação do
conhecimento.
O maior número de alfabetos estavam na classe
eclesiástica pois eles precisavam de fazer cópias à mão
de importantes escrituras antigas. Embora fosse um
trabalho repetitivo e monótono, é de extremo valor
uma vez que é graças a eles que temos tanta
informação do passado.
12. Mesmo sendo uma sociedade inculta e com pouco
conhecimento de escrita e sem acesso à arte, temos
bastante obras daquele tempo, especialmente
arquitetónicas.
O estilo Românico, que se situou entre os séculos IX e
XI, teve inúmeras fontes de inspiração, a herança
clássica. Foi um estilo que combinou influênicas
Romanas, Orientais e Germânicas. Compilando tudo
e trazendo-nos o melhor de cada época, foi um
período riquíssimo para a arquitetura.
15. Esta Arquitetura é denominada dessa forma pois são as primeiras manifestações artísticas dos cristãos, quando a religião estava em expansão.
Este estilo situa-se entre o ano 200 e o séc. VI.
Igrejas- As igrejas paleocristãs tiveram dois modelos base:
Planta
centrada-
formas
circulares,
octogonais ou
em cruz grega
e coberturas
em cúpula e
meia cúpula.
Um exemplo
é a Igreja de
São Vital de
Ravena.
Planta basilical-
cruz latina, com
3 ou 5 naves
separadas por
arcadas,
colunatas
cobertas por
tetos em
madeira. Um
exemplo é a
Basílica de São
Pedro do
Vaticano.
Arte Paleocristã
17. Arte Bizantina
Esta Arte provém do Ex-Império Romano do Oriente. É designada desta maneira devido à sua capital, e juntou influências helenísticas, judaicas e
cristãs.
O grande protagonista da
arquitetura bizantino é a cúpula.
Como podemos constatar, não é
apenas um elemento arquitetônico
decorativo, pois corresponde à
concepções estéticas fundamentadas
em um simbolismo preciso. A
cúpula não possui seu sentido em si
mesma, mas sim naquilo que
representa: a abóbada celeste.
18. A cúpula representa o céu e sua base a terra, assim, o edifício completo representa uma
imagem do cosmos.
19. Santo apolinário, o Novo
Igreja de santa sofia de constantinopla
Igreja São vital
Exemplos
21. Tendo como principal
tema a religiosidade,
representou uma Época
em que a Igreja estava a
ganhar força, sendo por
isso um dos grandes
símbolos do que se
viveu nos séculos XI e
XII. O estilo é visto
principalmente nas
igrejas católicas
construídas após a
expansão do
cristianismo pela
Europa e foi o primeiro
depois da queda do
Império Romano a
apresentar
características comuns
em várias regiões. Até
então a arte tinha se
fragmentado em vários
estilos, sendo o
românico o primeiro a
trazer uma unidade
nesse panorama.
Este estilo espalhou-se tanto pois
era um reflexo do que se passava
na Cristandade:
Um tempo de estabilidade devido
ao fim das grandes invasões E
pela reorganização administrativa
levada a cabo pelas primeiras
monarquias.
Um renascimento da economia
através da agricultura e do
comércio
Crescimento urbano
22. IGREJAS "DESDE AS SIMPLES CAPELAS
RURAIS ÀS OSTENTADORAS
IGREJAS DOS CENTROS DE
PEREGRINAÇÃO."
23. Embora houvesse uma grande
variedade regional e cada zona se
identificassse com diferentes
elementos na sua igreja, havia 2 tipos
principais de plantas.
Tipos de Plantas
24. De Planta Centrada, que tinha a forma de
uma cruz grega, podia ser hexagonal,
octogonal ou circular.
Este tipo de planta tinha influência oriental, mas era
muito pouco usada.
Planta Centrada
25. Planta de tipo Basilical, em forma de cruz latina, com 3, 5
ou 7 naves.
Sempre com a orientação este-oeste
A nave principal é mais alta e mais larga que as laterais
O comprimento da igreja é um múltiplo da largura da
nave central
A basilical era muito mais usada, compratativamente ao
modelo anterior.
Planta do tipo Basilical
26. As diferentes áreas O transepto, é a parte que atravessa
perpendicularmente o corpo principal perto do
coro e dá à Igreja a sua planta em cruz.
No centro do transepto temos o cruzeiro que
constitui um elemento muito importante do
sistema de iluminação e arejamento da Igreja.
Temos também a ábside principal. É o local onde
toda a decoração se une numa profusão iconográfica
de mosaicos, esculturas e pintura e para onde o olhar
do fiel é direcionado.
A circundar a capela-mor está o deambulatório, que
serve para a procissão dos fiéis em torno do altar-
mor e dá acesso às capelas que radiam em torno da
abside
27. O coro, que se situava na capela-mor, e permitia aos
aderentes da comunidade clerical cantar os seus
cânticos
Outra parte fundamental das Igrejas de
peregrinação era a cripta. Que continha os restos
mortais de santos ou suas relíquias.
Por último, o nártex, era o local destinado a abrigar
todos os não batizados, pessoas possuídas pelo
demónio, e penitentes.
A nave é o local referente à ala central da igreja onde
se reúnem os fiéis, de modo a assistirem ao serviço
religioso.
28. A nave lateral é outro local disponibilizado aos fiéis,
para assistirem às missas e a outros tipos de
celebrações.
As torres servem tanto como elemento de decoração
exterior, mas também são o grande suporte do
edifício, sendo que todo o peso se concentra nelas.
Alpendre é o primeiro local da igreja, que permite
acesso ao interior do edifício religioso.
Capela radiante é onde se encontra grande parte dos
elementos decorativos do interior da igreja, assim
como se armazena alguns dos materiais religiosos.
O deambulatório é o "corredor" que permite aos
elementos da Igreja circularem entre as diferentes
zonas.
29. Sistemas de cobertura
Tal como qualquer casa, as Igrejas também precisavam de
teto, afinal de contas, era um local de extrema
importância. Mas não bastava colocar um pouco de pedra
sobre a cabeça dos fiéis para dar por terminada a obra.
Eles usaram diferentes técnicas para explorar e realçar a
beleza das Igrejas.