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GÊNEROS NARRATIVOS:
A Crônica
Manoel	Neves
A CRÔNICA
conceito
É um texto encontrado principalmente em jornais – apesar de muitas já estarem em livros – e
expõe fatos, muitas vezes, colhidos no noticiário do próprio jornal ou da revista. A finalidade de
um jornal diário é informar o leitor sobre acontecimentos daquele dia; logo, no dia seguinte, as
notícias já estão velhas e o jornal cumpre outros objetivos pessoais.
contexto de circulação
a crônica é publicada no jornal, por isso ela é considerada um texto temporal e contemporâneo.
A CRÔNICA
O gênero
único texto literário baseado em eventos reais
isso não quer dizer que os eventos relacionados aconteceram
mas, sim, que eles encontram-se diretamente relacionados com a realidade
CRÔNICA
=
épico lírico
histórias
narrativas
eventos triviais
comuns, cotidianos
caráter prosaico
lirismo ou ironia
[opção pelo lirismo]
figuras de linguagem
[linguagem elaborada]
dá caráter permanente a
um evento cotidianotextos em prosa
A CRÔNICA
estrutura
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clímax [detonador: ponto de tensão do conflito]
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TÍTULO
A CRÔNICA
considerações acerca da estrutura
A crônica – gênero híbrido que oscila entre a literatura e o jornalismo – pode assumir
diferentes faces, dependendo do tema a ser abordado. Então ouve-se falar de crônica
humorística – visão irônica ou cômica de uma sociedade –; lírica – extravasamento
pessoal do cronista –; filosófica – reflexão a partir de um fato ou evento –;
jornalística – apresentação periódica de aspectos particulares de notícias ou fatos
[pode ser esportiva, social, política].
Banalizando questões complexas, exagerando questões banais, ironizando aspectos
sociais, o cronista interpreta a realidade e apresenta fatos [ou conta fatos] com
humor, de uma forma mais breve, mais simples, mais objetiva; por isso, a crônica
não se estrutura na forma de uma narrativa mais elaborada, em que há uma
preocupação no como apresentar os fatos. A sua própria temática – o cotidiano –
parece impor uma estrutura textual mais próxima do leitor, na qual se estabelece
uma intimidade ou, talvez, cumplicidade e identificação entre texto e leitor. Assim, a
linguagem utilizada em uma crônica é mais informal, com frases mais simples, mais
curtas, conferindo ao texto um tom mais informal como do dia-a-dia, ou do momento
do leitor.
A CRÔNICA
um exemplo
FAVELA, Joel Silveira
O primeiro barracão não tem mais de um ano de vida. Nasceu do dia para a noite – milagre escuro de algumas
tábuas enegrecidas, de um pouco de zinco e mais um pedaço de lona grossa. Mas hoje já são vinte ou trinta. Da
janela do apartamento vejo o jeito que vai tomando o aglomerado miserável. É um jeito desarrumado: os
barracos nascem como as plantas, sem simetria nem cuidados estéticos, uns quase atropelando os outros, e
outros se afastando dos demais numa aparente atitude de repulsa e nojo.
A cidade já forneceu alguns progressos. Primeiro foi aquela bica de água, subsidiária de um cano geral
descoberto debaixo da terra e posto a serviço de um outro encanamento clandestino que hoje serve à “favela”
em formação. Há questão de um mês alguém tomou a iniciativa de favorecer o mocambo com a luz elétrica.
Puxaram um fio do poste mais próximo, levantaram postes novos, e agora, quando a noite chega, cinco ou seis
lâmpadas brilham fortes no conjunto encardido e desarrumado. Também já há um ou dois rádios, que aos
domingos enchem o largo terreno baldio com gritos e cantos.
Talvez fosse fácil às autoridades cortar o crescimento daquela planta ruim quando ela deu o seu primeiro broto.
Não mais agora, que a planta cresceu, deitou raízes e estendeu seus galhos sujos por quase todo o chão livre.
Imagino o que será a pequena “favela” de hoje daqui a um ano, daqui a dois: se o crescimento continua assim, é
certo que os barracos se multiplicarão até a fronteira do asfalto que separa o terreno baldio da cidade
propriamente dita. Ainda no último domingo vi quando alguns homens descarregaram de um caminhão o
sórdido material de que são feitas essas celas miseráveis: tábuas, zinco, pano grosso e encardido. A matéria-
prima escura e velha lá ficou acumulada num canto do chão. E qualquer dia destes verei aquele amontoado
informe transformado num outro barracão, pequeno, sujo e miserável como os demais.
SUOR E LÁGRIMA, Carlos Heitor Cony
Fazia calor no Rio, 40 graus e qualquer coisa, quase 41. No dia seguinte, os jornais diriam que fora o mais quente
deste verão que inaugura o século e o milênio. Cheguei ao Santos Dumont, o vôo estava atrasado, decidi engraxar
os sapatos. Pelo menos aqui no Rio, são raros esses engraxates, só existem nos aeroportos e em poucos lugares
avulsos.
Sentei-me naquela espécie de cadeira canônica, de coro de abadia pobre, que também pode parecer o trono de um
rei desolado de um reino desolante.
O engraxate era gordo e estava com calor — o que me pareceu óbvio. Elogiou meus sapatos, cromo italiano,
fabricante ilustre, os Rosseti. Uso-o pouco, em parte para poupá-lo, em parte porque quando posso estou sempre
de tênis.
Ofereceu-me o jornal que eu já havia lido e começou seu ofício. Meio careca, o suor encharcou-lhe a testa e a
calva. Pegou aquele paninho que dá brilho final nos sapatos e com ele enxugou o próprio suor, que era abundante.
Com o mesmo pano, executou com maestria aqueles movimentos rápidos em torno da biqueira, mas a todo
instante o usava para enxugar-se — caso contrário, o suor inundaria o meu cromo italiano.
E foi assim que a testa e a calva do valente filho do povo ficaram manchadas de graxa e o meu sapato adquiriu um
brilho de espelho à custa do suor alheio. Nunca tive sapatos tão brilhantes, tão dignamente suados.
Na hora de pagar, alegando não ter nota menor, deixei-lhe um troco generoso. Ele me olhou espantado, retribuiu a
gorjeta me desejando em dobro tudo o que eu viesse a precisar nos restos dos meus dias.
Saí daquela cadeira com um baita sentimento de culpa. Que diabo, meus sapatos não estavam tão sujos assim, por
míseros tostões, fizera um filho do povo suar para ganhar seu pão. Olhei meus sapatos e tive vergonha daquele
brilho humano, salgado como lágrima.

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A crônica

  • 2. A CRÔNICA conceito É um texto encontrado principalmente em jornais – apesar de muitas já estarem em livros – e expõe fatos, muitas vezes, colhidos no noticiário do próprio jornal ou da revista. A finalidade de um jornal diário é informar o leitor sobre acontecimentos daquele dia; logo, no dia seguinte, as notícias já estão velhas e o jornal cumpre outros objetivos pessoais. contexto de circulação a crônica é publicada no jornal, por isso ela é considerada um texto temporal e contemporâneo.
  • 3. A CRÔNICA O gênero único texto literário baseado em eventos reais isso não quer dizer que os eventos relacionados aconteceram mas, sim, que eles encontram-se diretamente relacionados com a realidade CRÔNICA = épico lírico histórias narrativas eventos triviais comuns, cotidianos caráter prosaico lirismo ou ironia [opção pelo lirismo] figuras de linguagem [linguagem elaborada] dá caráter permanente a um evento cotidianotextos em prosa
  • 4. A CRÔNICA estrutura introdução ambienta história [tempo + espaço + personagens + início da ação] desenvolvimento clímax [detonador: ponto de tensão do conflito] conclusão desfecho [desenlace, solução do conflito, repouso da ação] NARRADOR ONISCIENTE [observador distanciado] NARRADOR-PERSONAGEM [protagonista ou testemunha] desenvolvimento complicador [detonador: conflito, obstáculo a ser superado] TÍTULO
  • 5. A CRÔNICA considerações acerca da estrutura A crônica – gênero híbrido que oscila entre a literatura e o jornalismo – pode assumir diferentes faces, dependendo do tema a ser abordado. Então ouve-se falar de crônica humorística – visão irônica ou cômica de uma sociedade –; lírica – extravasamento pessoal do cronista –; filosófica – reflexão a partir de um fato ou evento –; jornalística – apresentação periódica de aspectos particulares de notícias ou fatos [pode ser esportiva, social, política]. Banalizando questões complexas, exagerando questões banais, ironizando aspectos sociais, o cronista interpreta a realidade e apresenta fatos [ou conta fatos] com humor, de uma forma mais breve, mais simples, mais objetiva; por isso, a crônica não se estrutura na forma de uma narrativa mais elaborada, em que há uma preocupação no como apresentar os fatos. A sua própria temática – o cotidiano – parece impor uma estrutura textual mais próxima do leitor, na qual se estabelece uma intimidade ou, talvez, cumplicidade e identificação entre texto e leitor. Assim, a linguagem utilizada em uma crônica é mais informal, com frases mais simples, mais curtas, conferindo ao texto um tom mais informal como do dia-a-dia, ou do momento do leitor.
  • 6. A CRÔNICA um exemplo FAVELA, Joel Silveira O primeiro barracão não tem mais de um ano de vida. Nasceu do dia para a noite – milagre escuro de algumas tábuas enegrecidas, de um pouco de zinco e mais um pedaço de lona grossa. Mas hoje já são vinte ou trinta. Da janela do apartamento vejo o jeito que vai tomando o aglomerado miserável. É um jeito desarrumado: os barracos nascem como as plantas, sem simetria nem cuidados estéticos, uns quase atropelando os outros, e outros se afastando dos demais numa aparente atitude de repulsa e nojo. A cidade já forneceu alguns progressos. Primeiro foi aquela bica de água, subsidiária de um cano geral descoberto debaixo da terra e posto a serviço de um outro encanamento clandestino que hoje serve à “favela” em formação. Há questão de um mês alguém tomou a iniciativa de favorecer o mocambo com a luz elétrica. Puxaram um fio do poste mais próximo, levantaram postes novos, e agora, quando a noite chega, cinco ou seis lâmpadas brilham fortes no conjunto encardido e desarrumado. Também já há um ou dois rádios, que aos domingos enchem o largo terreno baldio com gritos e cantos. Talvez fosse fácil às autoridades cortar o crescimento daquela planta ruim quando ela deu o seu primeiro broto. Não mais agora, que a planta cresceu, deitou raízes e estendeu seus galhos sujos por quase todo o chão livre. Imagino o que será a pequena “favela” de hoje daqui a um ano, daqui a dois: se o crescimento continua assim, é certo que os barracos se multiplicarão até a fronteira do asfalto que separa o terreno baldio da cidade propriamente dita. Ainda no último domingo vi quando alguns homens descarregaram de um caminhão o sórdido material de que são feitas essas celas miseráveis: tábuas, zinco, pano grosso e encardido. A matéria- prima escura e velha lá ficou acumulada num canto do chão. E qualquer dia destes verei aquele amontoado informe transformado num outro barracão, pequeno, sujo e miserável como os demais.
  • 7. SUOR E LÁGRIMA, Carlos Heitor Cony Fazia calor no Rio, 40 graus e qualquer coisa, quase 41. No dia seguinte, os jornais diriam que fora o mais quente deste verão que inaugura o século e o milênio. Cheguei ao Santos Dumont, o vôo estava atrasado, decidi engraxar os sapatos. Pelo menos aqui no Rio, são raros esses engraxates, só existem nos aeroportos e em poucos lugares avulsos. Sentei-me naquela espécie de cadeira canônica, de coro de abadia pobre, que também pode parecer o trono de um rei desolado de um reino desolante. O engraxate era gordo e estava com calor — o que me pareceu óbvio. Elogiou meus sapatos, cromo italiano, fabricante ilustre, os Rosseti. Uso-o pouco, em parte para poupá-lo, em parte porque quando posso estou sempre de tênis. Ofereceu-me o jornal que eu já havia lido e começou seu ofício. Meio careca, o suor encharcou-lhe a testa e a calva. Pegou aquele paninho que dá brilho final nos sapatos e com ele enxugou o próprio suor, que era abundante. Com o mesmo pano, executou com maestria aqueles movimentos rápidos em torno da biqueira, mas a todo instante o usava para enxugar-se — caso contrário, o suor inundaria o meu cromo italiano. E foi assim que a testa e a calva do valente filho do povo ficaram manchadas de graxa e o meu sapato adquiriu um brilho de espelho à custa do suor alheio. Nunca tive sapatos tão brilhantes, tão dignamente suados. Na hora de pagar, alegando não ter nota menor, deixei-lhe um troco generoso. Ele me olhou espantado, retribuiu a gorjeta me desejando em dobro tudo o que eu viesse a precisar nos restos dos meus dias. Saí daquela cadeira com um baita sentimento de culpa. Que diabo, meus sapatos não estavam tão sujos assim, por míseros tostões, fizera um filho do povo suar para ganhar seu pão. Olhei meus sapatos e tive vergonha daquele brilho humano, salgado como lágrima.