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Como comecei a escrever
Aí, por volta de 1910, não havia rádio nem televisão, e o cinema chegava ao
interior do Brasil uma vez por semana, aos domingos. As notícias do mundo
vinham pelo jornal, três dias depois de publicadas no Rio de Janeiro. Se chovia a
potes, a mala do correio aparecia ensopada, uns sete dias mais tarde. Não dava
para ler o jornal transformado em mingau.
Papai era assinante da Gazeta de Notícias, e antes de aprender a ler eu me sentia
fascinado pelas gravuras coloridas do suplemento de domingo. Tentava decifrar o
mistério das letras em redor das figuras e mamãe me ajudava nisso. Quando fui
para a escola pública, já tinha a noção vaga de um universo de palavras que era
preciso conquistar.
Durante o curso, minhas professoras costumavam passar exercícios de redação.
Cada um de nós tinha de escrever uma carta, narrar um passeio, coisas assim.
Criei gosto por esse dever, que me permitia aplicar para determinado fim o
conhecimento que ia adquirindo do poder de expressão contido nos sinais
reunidos em palavras [...] Depois, já rapaz, tive a sorte de conhecer outros
rapazes que também gostavam de ler e escrever.
Então, começou uma fase muito boa de troca de experiências e impressões. Na
mesa do café-sentado (pois tomava-se café sentado nos bares, e podia-se
conversar horas e horas sem incomodar nem ser incomodado) eu tirava do bolso
o que escrevera durante o dia, e meus colegas criticavam. Eles sacavam também
seus escritos, e eu tomava parte nos comentários. Tudo com naturalidade e
franqueza. Aprendi muito com os amigos, e tenho pena dos jovens de hoje que
não desfrutam desse tipo de amizade crítica.
(Carlos Drummond de Andrade. Para gostar de Ler. São Paulo: Ática, 1981. v. 4, p. 6-7.)
Faça um balanço geral de suas experiências com a leitura e a escrita até
hoje. Lembre-se de experiências positivas e negativas (família, amigos,
escola, etc.) que envolveram o desenvolvimento dessas habilidades.

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Como comecei a escrever - experiências de leitura e escrita

  • 1. Como comecei a escrever Aí, por volta de 1910, não havia rádio nem televisão, e o cinema chegava ao interior do Brasil uma vez por semana, aos domingos. As notícias do mundo vinham pelo jornal, três dias depois de publicadas no Rio de Janeiro. Se chovia a potes, a mala do correio aparecia ensopada, uns sete dias mais tarde. Não dava para ler o jornal transformado em mingau. Papai era assinante da Gazeta de Notícias, e antes de aprender a ler eu me sentia fascinado pelas gravuras coloridas do suplemento de domingo. Tentava decifrar o mistério das letras em redor das figuras e mamãe me ajudava nisso. Quando fui para a escola pública, já tinha a noção vaga de um universo de palavras que era preciso conquistar. Durante o curso, minhas professoras costumavam passar exercícios de redação. Cada um de nós tinha de escrever uma carta, narrar um passeio, coisas assim. Criei gosto por esse dever, que me permitia aplicar para determinado fim o conhecimento que ia adquirindo do poder de expressão contido nos sinais reunidos em palavras [...] Depois, já rapaz, tive a sorte de conhecer outros rapazes que também gostavam de ler e escrever. Então, começou uma fase muito boa de troca de experiências e impressões. Na mesa do café-sentado (pois tomava-se café sentado nos bares, e podia-se conversar horas e horas sem incomodar nem ser incomodado) eu tirava do bolso o que escrevera durante o dia, e meus colegas criticavam. Eles sacavam também seus escritos, e eu tomava parte nos comentários. Tudo com naturalidade e franqueza. Aprendi muito com os amigos, e tenho pena dos jovens de hoje que não desfrutam desse tipo de amizade crítica. (Carlos Drummond de Andrade. Para gostar de Ler. São Paulo: Ática, 1981. v. 4, p. 6-7.) Faça um balanço geral de suas experiências com a leitura e a escrita até hoje. Lembre-se de experiências positivas e negativas (família, amigos, escola, etc.) que envolveram o desenvolvimento dessas habilidades.