Ler é inteirar-se de outras proposições, é
confrontar-se com outros destinos, é
transformar-se a partir da experiência
vivenciada pelo outro e referendada pelo
fruidor. Existe, pois, ação educativa
maior do que esta de formar leitores?
(QUEIROS [197-?], apud MACHADO,
2013, p. 16).
E se, em vez de exigir leitura, o
professor decidisse de repente
partilhar sua própria felicidade de
ler?”.(PENNAC,2011,p.73).
A leitura do mundo precede a leitura da
palavra, daí que a posterior leitura desta não
possa prescindir da continuidade da leitura
daquele. (...) A compreensão do texto a ser
alcançada por sua leitura crítica implica a
percepção das relações entre o texto e o
contexto. (Paulo Freire)
• A leitura é o encontro
do leitor com o texto.
LEITURA
• Processo de interação
que deve ser
movimentado por dois
itens: o que está escrito
(conhecimento visual) e
o que você já traz como
conhecimento prévio)
INTERAÇÃO
• O mediador da leitura
na escola é o
professor.
• A leitura é
compreensão. E a
compreensão é leitura.
COMPREENSSÃO
(...) Não sei se aprendi a fazer contas com meu avô. Ele
mais me ensinava a "fazer de conta". No entanto, eu
diferenciava o mais alto do mais baixo, o bife maior do
menor, as noites mais frias das noites mais quentes, o
mais bonito do mais feio, a montanha mais longe, a dor
mais pesada, a tristeza mais breve, a falta mais
constante. Mas acreditava, e hoje ainda mais, não ser a
casa de meu avô uma escola. Ela não possuía cartazes
de cartolina nas paredes, vidro com semente de feijão
brotando, cantinho de leitura com livrinhos infantis, lista
de ajudantes do dia, tanque de areia, palhacinho de
isopor, flanelógrafo de feltro verde. (...)
Bartolomeu Campos de Queirós
Eu mesmo só me lembro com alegria de dois professores
dos meus tempos de grupo, ginásio e científico. A
primeira (...) tratava-nos a todos como filhos. Com ela era
como se todos fôssemos uma grande família. O outro,
professor de Literatura, foi a primeira pessoa a me
introduzir nas delícias da leitura. Ele falava sobre os
grandes clássicos com tal amor que deles nunca pude me
esquecer. Quanto aos outros, a minha impressão era a de
que nos consideravam como inimigos a serem
confundidos e torturados por um saber cujas finalidade e
utilidade nunca se deram ao trabalho de nos explicar.
Rubem Alves
Eu e minha família:
Histórias
Há três coisas para as quais eu
nasci e para as quais eu dou a
minha vida. Nasci para amar os
outros, nasci para escrever, e
nasci para criar meus filhos.
(Clarice Lispector)
Descobertada
Literatura
No dia-a-dia do engenho,
toda a semana, durante,
cochichavam-me em segredo:
saiu um novo romance.
E da feira do domingo
me traziam conspirantes
para que os lesse e explicasse
um romance de barbante.
Sentados na roda morta
de um carro de boi, sem jante,
ouviam o folheto guenzo ,
a seu leitor semelhante,
com as peripécias de espanto
preditas pelos feirantes.
Embora as coisas contadas
e todo o mirabolante,
em nada ou pouco variassem
nos crimes, no amor, nos lances,
e soassem como sabidas
de outros folhetos migrantes,
a tensão era tão densa,
subia tão alarmante,
que o leitor que lia aquilo
como puro alto-falante,
e, sem querer, imantara
todos ali, circunstantes,
receava que confundissem
o de perto com o distante,
o ali com o espaço mágico,
seu franzino com o gigante,
e que o acabassem tomando
pelo autor imaginante
ou tivesse que afrontar
as brabezas do brigante.
(E acabaria, não fossem
contar tudo à Casa-grande:
na moita morta do engenho,
um filho-engenho, perante
cassacos do eito e de tudo,
se estava dando ao desplante
de ler letra analfabeta
de curumba, no caçanje
próprio dos cegos de feira,
muitas vezes meliantes. )
Neste ano de 2018, a leitura e a escrita
estarão ainda mais presentes nas nossas
escolas, por isso desejamos que o poder
subversivo, que tais práticas sociais
evidenciam, possam instaurar o
enfrentamento à conservação e à
reprodução para tornar nossas salas de
aula e comunidades espaços de
transformação e de democratização do
conhecimento. (...)
▪ Trabalhar na escola a leitura com duplo propósito: o
propósito didático e o propósito comunicativo.
Propósito didático: Conhecimentos e uso futuro na
vida.
Propósito comunicativo: Escrever para manter
contato. Aprender a função social da leitura e da escrita.
Propósito didático e prática social – caminham
juntos.
Daartede
escreveredelavar
roupa
Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras
lá de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma
primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa
ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente,
voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma,
duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada,
agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje
ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra,
torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente
depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa
lavada na corda ou no varal, para secar. Pois quem se
mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra
não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a
palavra foi feita para dizer.
Graciliano Ramos
Daartede
desnudar-sepela
escrita.
Escrever era a coisa mais importante para mim. Quando
falo que a palavra escrita me deu a possibilidade de viver,
não é força de expressão, é concreto. Não sei se
continuaria viva se não tivesse a escrita, porque
realmente eu era muito triste. Aos 9 anos, escrevi a
minha primeira poesia, e ela veio dessa dor de existir. Era
um domingo chuvoso, acordei mais cedo que todo mundo
e novamente sentindo uma dor grande. Comecei a
escrever e aquilo foi libertador, porque transformei a dor
em palavra, fiz uma marca.
Eliane Brum
Atividade
interativa
• Escrita de manifestação
verbal das ideias, das
informações e intenções que
queremos partilhar com
alguém para interagir com
ele.
Prática
Social
• Socialmente não
existe escrita para
nada, para não dizer. A
escrita é ato de
linguagem, e existe
para cumprir uma
função social.
Letramento
• A escrita supõe
condições de
produção e recepção
diferentes daquelas
atribuídas da fala.
Níveisde
proficiência
Avançado
Aprendizado além da expectativa. Recomenda-se para os
alunos neste nível atividades desafiadoras.
Proficiente
Os alunos neste nível encontram-se preparados para
continuar os estudos. Recomenda-se atividades de
aprofundamento.
Básico
Os alunos neste nível precisam melhorar. Sugere-se
atividades de reforço.
Insuficiente
Os alunos neste nível apresentaram pouquíssimo
aprendizado. É necessário a recuperação de
conteúdos.
Clubedo Livro
ANO Anos iniciais e Finais Média por aluno
2012
562 4,5
2013
743 4,9
2014
950 5,8
2015
1.155 6,0
2016 1.440 9.0
2017
1.313 9.7
Números de livros lidos e compartilhados na EM Dr. Décio de Santana
Fonte: Escola Municipal Dr. Décio de Santana.
LER O TÍTULO (e falar o texto abaixo):
→ Aqui temos duas ideias sobre o que é Literatura, extraídas das Orientações Curriculares de 2006.
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LER O TÍTULO (e falar o texto abaixo):
→ O Direito à Literatura, segundo Antonio Candido – Hoje com 96 anos, é crítico literário e estudioso da literatura brasileira e estrangeira. Possui uma obra crítica extensa, respeitada nas principais universidades do Brasil. É professor-emérito da USP e da UNESP, e doutor honoris causa da Unicamp.
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