O documento discute o problema da saúde pública do suicídio, descrevendo os sinais comuns em alguém com risco de suicídio e os fatores de risco associados. Também aborda os desafios enfrentados pelos profissionais na avaliação do risco suicida e como lidar com os próprios medos para fornecer o melhor apoio possível ao paciente.
4. O estado psíquico geralmente encontrado em alguém
prestes a tirar a própria vida é de uma dor emocional
intolerável, vivenciada como uma turbulência emocional
interminável, um desespero sem luz no fim do túnel,
uma sensação angustiante de estar preso em si mesmo,
sem encontrar saída.
5. • 17% “pensaram seriamente em por fim à vida”
• 4,8% chegaram a elaborar um plano para isso
• 2,8% efetivamente tentaram o suicídio
6. 15 a 25% das pessoas que tentam o suicídio
tentarão novamente no ano seguinte
Dos que tentam 10% conseguem se matar nos
próximos 10 anos
7. - Sexo masculino
- Entre 19 e 49 anos e acima de 65
- Separados/divorciados > solteiros > viúvos > casados
- Áreas urbanas
- Desempregados, aposentados
- Ateus, protestantes > católicos, judeos
- Isolamento Social
- Perda recente
- Perda dos pais na infância
- Instabilidade Familiar
- Datas importantes (reações de aniversário)
- Traços de personalidade: impulsividade, agressividade, labilidade
do humor
- História familiar de doença afetiva/alcoolismo/suicídio
- Depressão, alcoolismo, drogadição,
esquizofrenia, síndromes orgânicas-cerebrais
- Transtornos de personalidade
- Tentativa de suicídio pregressa
- Doenças físicas incapacitantes, dolorosas,
terminais
8. Qualquer ato de autoagressão implica maior risco
de suicídio
Alguns pacientes omitem sua intenção e planos
suicidas
A desesperança, mais do que o humor deprimido,
mostrou-se maior risco
A ansiedade aumenta o risco de que isso ocorra a
curto prazo
9. Objetivos da entrevista inicial
Semiológico
Apoio emocional
Estabelecimento de vínculo
Caracterização do ato suicida
Fatores de risco
Fatores psicodinâmicos
Antecedentes pessoais e familiares
Rede de apoio social
O profissional sente-se entre duas polaridades:
1. Deve respeitar os sentimentos da pessoa
2. Deve tomar medidas concretas para evitar que um paciente se mate
10. “ Se eu perguntar sobre suicídio, poderei induzir o
paciente a isso.”
“Ele está ameaçando o suicídio apenas para manipular...”
“Quem quer se matar, se mata mesmo...”
“No lugar dele, eu também me mataria...”
“Veja se da próxima vez você se mata mesmo!”
“Quem se mata é bem diferente de quem apenas tenta.”
11. Medo
Bloqueia nossa capacidade de lidar
Afastamento
Impede a sintonia empática
Dissonância afetiva =
desconexão com o paciente
Perde-se uma das forças que pode
manter o paciente vivo
Proximidade afetiva exagerada
“No lugar dele eu também me sentiria assim”
Pode ser paralizante e conduzir a erros
12. Cada um de nós suporta e lida com a ansiedade,
ambiguidade e risco de uma maneira característica.
Alguns procuram manter, ao
máximo o controle da
situação, minimizando o
grau de incerteza.
Outros suportam melhor a
ansiedade e assumem maior
risco, na esperança de
promover a autonomia do
paciente.
13. Não se trata de evitar todos os
suicídios, mas sim os que
podem ser evitados.