1. Abordagem do suicídio na
Criança e Adolescente
30 de Setembro de 2022
João Paulo Botelho Tomé
Médico pela Universidade Unievangélica de Goiás
R4 de Psiquiatria da Infância e Adolescência pela UFCSPA - Santa Casa de POA
3. Suicidalidade
Se refere à cognição e às atividades de pessoas que buscam sua própria
morte, incluindo pensamentos, ações ou omissões.
Breves Definições
Pensamentos de morte
Não tem como característica ser agente da própria morte, mas ocorrem
pensamentos como "A vida não vale a pena"; "Tenho vontade de dormir e
não acordar mais", "Deus poderia me levar". Em geral indica desesperança
ou outros sintomas depressivos.
Ideação Suicida
Quando o suicídio é visto como uma saída para uma situação de
sofrimento.
No caso de crianças e adolescentes, isso pode acontecer quando há uma
depressão grave com baixa autoestima, humor deprimido, incapacidade de
ver que a situação pode melhorar.
4. Plano Suicida
plano de executar a própria morte. Pode incluir métodos, locais, datas,
providências. Em contextos de maior impulsividades, as tentativas podem
ocorrer mesmo sem planejamento.
Breves Definições
Tentativa de Suicídio
Quando o indivíduo se autoagride com a intenção de tirar a própria vida,
utilizando um meio que acredite ser letal, sem resultar em óbito.
Autoagressão
Definida como qualquer ato intencional de automutilação (com
faca, aparelho de barbear, caco de vidro, etc) ou outras formas de
causar dano a si mesmo (como queimar-se com cigarro), sem
intenção de morte. Por vezes crianças e adolescentes relatam que
se autoagridem com o objetivo de controlar e/ou aliviar uma dor
emocional
5. Breves Definições
Suicídio
-É o ato deliberado de tirar a própria vida
-Trata-se de um fenômeno complexo e MULTICAUSAL, de impacto individual e coletivo, que pode afetar
indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades.
7. NO BRASIL
MÉDIA DE 13 MIL MORTES POR SUICÍDIO POR ANO
UMA MORTE A CADA 45 MINUTOS
CERCA DE 32 MORTES POR DIA
8. É A 2º MAIOR CAUSA DE MORTE ENTRE JOVENS DE 15-29
ANOS NO BRASIL
É A 4º MAIOR CAUSA DE MORTE ENTRE JOVENS DE 15 A 29 ANOS
DE IDADE NO MUNDO
Epidemiologia
9. É A 2º MAIOR CAUSA DE MORTE ENTRE JOVENS DE 15-29
ANOS NO BRASIL
É A 4º MAIOR CAUSA DE MORTE ENTRE JOVENS DE 15 A 29 ANOS
DE IDADE NO MUNDO
Epidemiologia
10. Epidemiologia
Entre 2010 e 2019 no Brasil
Aumento do risco de morte em todas as regiões do País
Homens apresentam risco 3,8x vezes maior de suicídio que mulheres
Aumento das taxas para ambos os sexos - 29% para mulheres e 26% para os homens
Aumento pronunciado nas taxas de suicídio em adolescentes - 81% (606 - 1022 óbitos)
Aumento das mortes por suicídio em menores de 14 anos em 113% (104 - 191 óbitos)
Maior parte das tentativas nas residências, principalmente por envenenamento e objetos
perfurocortantes
Ocorreram 112.230 mortes por suicídio, com aumento de 43% no número anual
- Mulheres possuem mais ideação e realizam mais tentativas
11. É A 2º MAIOR CAUSA DE MORTE ENTRE JOVENS DE 15-29
ANOS NO BRASIL
É A 4º MAIOR CAUSA DE MORTE ENTRE JOVENS DE 15 A 29 ANOS
DE IDADE NO MUNDO
Epidemiologia
15. Apresentações são ferramentas de comunicação que podem ser
usadas como demonstrações, palestras, discursos, relatórios e mais.
Na maioria das vezes, elas são apresentadas diante do público.
Tem uma variedade de objetivos, tornando-as ferramentas
poderosas para convencer e ensinar. Para criar uma apresentação
impressionante, é melhor simplificar seus pensamentos.
FORMAÇÃO E ESPECIALIZAÇÃO
QUALIFICAÇÕES
Fatores de Risco
História de TS ou autoagressão
- É um dos preditores mais importantes de TS e suicídio consumado
- Após uma TS, o risco de uma nova tentativa é 20x maior
Histórico de Transtorno Mental (TDM, TAB, T. conduta, uso de substâncias, T. de personalidade)
- Gravidade do Transtorno
- Sentimentos de desesperança
- Comportamento impulsivo
- Presentes em 80- 90% dos suicídios
Fatores familiares: H. familiar de Depressão ou suicídio;
Perda de um dos pais por morte ou divórcio.
Conflito familiar
16. Apresentações são ferramentas de comunicação que podem ser
usadas como demonstrações, palestras, discursos, relatórios e mais.
Na maioria das vezes, elas são apresentadas diante do público.
Tem uma variedade de objetivos, tornando-as ferramentas
poderosas para convencer e ensinar. Para criar uma apresentação
impressionante, é melhor simplificar seus pensamentos.
FORMAÇÃO E ESPECIALIZAÇÃO
QUALIFICAÇÕES
Fatores de Risco
História de Abuso físico/sexual
Bullying
Baixa autoestima
Populações que estão mais vulneráveis a pressões sociais e discriminações tais como:
- LGBTQI+: pode ser maior quando se "assumem" ou quando as famílias não apoiam
- indígenas, negros, situações de rua
Internet e redes sociais:
- sites sobre suicídio
- redes sociais
19. Mídia sociais
É um espaço que pode influenciar na autoestima e autoimagem de crianças e adolescentes
- Entre os jovens que tem comportamento suicida, plataformas como Facebook, instagram,
ttwitter, youtube e whatsapp podem servir como meio para disseminação de ideias, busca e
troca de informações sobre o assunto
- Pode potencialmente reforçar o comportamento suicida da criança/adolescente
- Experiências como humilhação, assédio, extorsão sexual, problemas de imagem corporal e
medo de exposição
20. Comportament
o suicida
A suicidalidade pode ser conceituada como
um continuum, com pensamentos de morte
de um lado, e atos suicidas graves do outro
- Suicidalidade aguda geralmente se
desenvolve de maneira gradual, com aumento
de ideação e planejamento mais específicos
superando a ambivalência, com o indivíduo
se tornando cada vez mais determinado.
21.
22. Comportamen
o suicida
Uma vez tomada a decisão de cometer o suicídio, a pessoa pode sentir-se menos
agitada e parecer mais estável, com uma sensação de calmaria, levando os
médicos a subestimarem o risco.
- Isso pode ser menos verdadeiro em crianças e adolescentes, nos quais o
suicídio impulsivo é mais comum que nos adultos.
23. Sinais de Alerta
I - Preocupação com sua própria morte, ou falta de esperança
- Expressão de ideias ou de intenções suicidas
- Diminuição ou ausência de autocuidado
- Mudanças na alimentação e/ ou hábito de sono
- Uso abusivo de drogas/álcool
- Alterações nos níveis de atividade ou humor
- Crescente isolamento de amigos/família
- Diminuição do rendimento escolar
- Autoagressão
25. Avaliação de Risco
Risco baixo
- Autoagressão
- Ideação suicida (IS) sem plano
- Sem histórico de tentativa
- Transtornos mentais bem controlados
- Sem impulsividade
- Boa adesão ao tratamento
- Tem rede de apoio
26. Avaliação de Risco
Risco Médio
- IS frequente e persistente ,sem plano
- Com ou sem autoagressão
- Histórico de tentativva
- Sem impulsividade ou abuso/dependência de drogas
- Deseja ou busca tratamento
- Tem rede de apoio, mesmo que limitada
27. Avaliação de Risco
Risco Alto
- IS frequente e persistente, com plano, ameaça ou tentativa
- Histórico de tentativva
- Impulsivo, rigidez no propósito, desespero, delirium alucinações
- Abuso ou dependência de álcool e outras drogas
- T mental grave
- Rede de apoio disfuncional ou inexistente
28.
29. Atenção básica em Saúde
Atenção psicossocial especializada
Atenção de Urgência e Emergência, Atenção hospitalar e outros
Rede de atenção Psicossocial (RAPS) cuja finalidade é criação, ampliação e articulação de
pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental no SUS.
Constituida por
RAPS
30.
31. Trate com seriedade o que é dito pela criança
Aja com respeito e empatia, transmita que você se importa e quer entender e ajudar
Adote uma abordagem sem julgamento ou ficar chocado
Entenda que aquele comportamento pode ser a única forma que a criança/adolescente pode ter para lidar com
a situação
Assegure-se que a criança ou adolescente compreenda os limites
Ouça com atenção de forma calma e empática
Mostre à criança ou ao adolescente que você ouvirá primeiro.
1.
da confidencialidade
Ofereça apoio se for buscar ajuda de outros profissionais
Orientações Simples
32. Oferecer apoio emocional. Trabalhar sobre os sentimentos que motivam a autoagressão e ou pensamentos
suicidas
Focalizar nos aspectos positivos
Manter encontros regulares. Indicar inserção em atividades comunitárias/grupos/oficinas
Solicitar apoio matricial ou encaminhar para o CAPS/ambulatório quando a pessoa não conseguir refletir sobre
sua condição e não apresenta melhora.
Oferecer apoio emocional. Trabalhar...
Focar na ambivalência e no desejo e explorar alternativas
Chamar um familiar/responsável
Contratualizar (pacto antissuicídio)
Encontros regulares
Seguir na Unidade com apoio matricial ou ecanminhar ao CAPS/Ambulatório
RISCO BAIXO
RISCO MÉDIO
ESF e NASF
33. Acolher, prestar os primeiros cuidados, chamar um familiar/responsável, não deixar a pessoa sozinha e
encaminhar ao serviço de referência de urgência e emergência (PA, SAMU, UPA, etc)
Manter contato regular
RISCO ALTO
ESF e NASF
34. acolher e encaminhar o usuário para UBS/ESF do território, oferecendo apoio matricial à equipe
Idem ao Risco Médio da UBS
Apoio emocional; Nunca deixar a pessoa sozinha
Remover meios de suicídio
Chamar familiar/responsável e trabalhar sobre sentimentos suicidas
Contratualizar
Encaminhar ao serviço de referência de urgência e emergência
Manter contato regular
RISCO BAIXO
RISCO MÉDIO
RISCO ALTO
Aos de RISCO baixo e médio - tentar diagnosticar e tratar possível transtorno mental subjacente
Ambulatório, CAPS e leitos
35. Chegar precocemente à pessoa em situação de risco, garantir atendimento e/ou transporte adequado para um
serviço de saúde e devidamente hierarquizado e integrado ao SUS
Realizar atendimento clinico, cirúrgico ou ortopédico imediato que se fizer necessário em caso de TS
Fornecer ambiente com segurança
Garantir a assistência 24 horas para posterior encaminhamento a rede de atenção ou internação
Deve ter tempo para explicar à criança ou adolescente a razão do encaminhamento
Mantenha contato periódico e acompanhe a criança e adolescente após encaminhento
Tente obter contrarreferência do atendimento (nota de alta)
Em situção de risco, nunca agende atendimento para depois
Forme bom vínculo com familiares, pois podem ser grandes aliados
LEMBRE
Atenção de urgência e Emergência
36. o tratamento farmacológico a ser instituído será indicado de acordo com o diagnóstico específico realizado.
Evitar prescrição de grande quantidades de fármacos, para não ocorrer risco de acúmulo em casa
Recomendar o familiar/resposnável para que mantenham em possem todas as medicações da casa de forma
segura, para evitar TSs
Orientar quanto o tempo necessário para início da resposta terapêutica, além da importância de adesão e uso
de dosagens adequadas
Orientar paciente/família de alguns efeitos adversos (acatisia ou insônia), que podem aumentar risco, para que
consigam identificar e auxiliar no manejo.
Não há medicamentos específicos para o suicídio
Independente da medicação prescrita, alguns cuidados devem ser tomados e orientados à familia
Tratamento medicamentoso
37. Não é necessário que a criança ou adolescente esteja em risco iminente de morte para se negar a
alta
DEVE-SE acionar o CONSELHO TUTELAR e JUÍZADO DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE e o
MINISTÉRIO PÚBLICO, de forma suplementar
Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), quando a falta, omissão ou abuso dos pais
ou responsáveis colocar a criança ou adolescente em situação de risco (Art. 98) assumem a
responsabilidade a sociedade, a comunidade em geral e o Poder público
Alta a pedido ou recusa do responsável em
internar ou encaminhar para tratamento
38. MITOS SOBRE O
SUICÍDIO
O SUICÍDIO É UMA DECISÃO INDIVIDUAL, JÁ QUE
CADA UM TEM PLENO DIREITO A EXERCITAR SEU
PLENO ARBÍTRIO
39. MITOS SOBRE O
SUICÍDIO
O SUICÍDIO É UMA DECISÃO INDIVIDUAL, JÁ QUE
CADA UM TEM PLENO DIREITO A EXERCITAR SEU
PLENO ARBÍTRIO
As pessoas em RS estão passando, quase
invarivevalmente, por uma situação de crise que
pode alterar sua percepção da realidade,
interferindo em seu livre arbítrio.
40. MITOS SOBRE O
SUICÍDIO
As pessoas que ameaçam se matar não farão
isso, querem apenas chamar a atenção.
41. MITOS SOBRE O
SUICÍDIO
As pessoas que ameaçam se matar não farão
isso, querem apenas chamar a atenção.
A maioria das pessoas que tentam o suicidio fala ou
dá sinais sobre suas ideias de morte. Boa parte das
que cometem suicídio expressou, em dias ou
semanas anteriores ao suicídio, seu desejo de se
matar.
42. MITOS SOBRE O
SUICÍDIO
Quando um indivíduo mostra sinais de
melhora ou sobrevive a uma tentativa de
suicídio, está fora de perigo.
43. MITOS SOBRE O
SUICÍDIO
Quando um indivíduo mostra sinais de
melhora ou sobrevive a uma tentativa de
suicídio, está fora de perigo.
Uma TS prévia é o principal fator de risco para o
suicídio. Um dos períodos mais críticos é quando se
esta melhorando da crise que motivou a TS, ou
quando a pessoa ainda está no hospital, na
sequência de uma tentativa. A semana que se segue
após alta é período em que a pessoa fica
particularmente fragilizada.
45. MITOS SOBRE O
SUICÍDIO
Não devemos falar sobre o suicídio, pois isso
pode aumentar o risco.
fFalar sobre o suicídio não aumenta o risco. Muito
pelo contrário, falar com alguém sobre o assunto
pode aliviar a anguústia e tensão que esses
pensamentos trazem.
47. MITOS SOBRE O
SUICÍDIO
Apenas pessoas com transtornos mentais têm
comportamento suicida.
Muitas pessoas vivendo com transtorno mental não
são afetadas por comportamento suicida. E nem
todas as pessoas que tiram suas vidas têm
transtorno mental. Comportamento suicida indica
profundo sofrimento, mas não necessariamente
transtorno mental.
49. MITOS SOBRE O
SUICÍDIO
Quem planeja se matar está determinado a
morrer.
AAo contrário, existe ambivalência entre viver e
morrer. A pessoa muitas vezes não deseja a morte,
mas uma saída para o seu sofrimento. Por isso,
acesso ao suporte emocional no momento certo
pode prevenir o suicídio.
50. REFERÊNCIAS
Malta, Deborah Carvalho et al. Mortalidade de adolescentes e adultos jovens brasileiros entre 1990 e
2019: uma análise do estudo Carga Global de Doença. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2021, v. 26, n.
09 [Acessado 29 Setembro 2022] , pp. 4069-4086.
Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde. 2. Volume 52 | Nº
33 | Set. 2021. Boletim Epidemiológico
Jans T, Vloet TD, Taneli Y, Warnke A. Suicide and self-harming behavior. In Rey JM, Martin A (eds),
IACAPAP e-Textbook of
Child and Adolescent Mental Health (edição em Português; Dias Silva F, ed.). Genebra: International
Association for Child and Adolescent MentalHealth and Allied Professions, 2020
Guia Intersetorial de Prevenção do Comportamento Suicida em Crianças E Adolescentes; 2019
51. FALE COM ALGUÉM, VOCÊ NÃO
PRECISA PASSAR POR ISSO
SOZINHO!!
Obrigado!