2. Alterações Fisiológicas na Gravidez
Ser mãe sem duvida e uma das fases mais linda da vida, porem é um
período que exige extrema orientação, atenção e apoio, para que seja
possível enfrentar todas as alterações fisiológicas, psicológicas e
anatômicas.
A gravidez provoca, como é óbvio, profundas alterações anatômicas e
funcionais no organismo da mulher. Por um lado, o próprio crescimento do
feto no interior do útero que o alberga altera de maneira evidente a
silhueta do abdômen da mãe, tendo repercussões mecânicas nos órgãos
adjacentes e também na estética do corpo, sobretudo quando são
acompanhadas pelas modificações sofridas pelos seios para que estes
estejam preparados para produzirem o alimento do recém-nascido.
3. Introdução
As alterações no organismo materno são decorrentes de modificações
gerais e locais, que induz uma série de adaptações fisiológicas, atribuídas
aos hormônios da gravidez e a pressão mecânica devido ao aumento do
útero e de outros tecidos. As adaptações a essas alterações fazem
necessário para que inicialmente, o embrião e, depois, o feto tenham um
desenvolvimento dentro dos padrões de normalidades e para que a mulher
se adapte ao evento da gravidez.
Assim, durante as 42 semanas de gestação, o organismo feminino passa por
profundas alterações anatômicas, fisiológicas e bioquímicas em quase todos
os órgãos e sistemas. Iniciando-se nas primeiras semanas e transcorre até
o final da gestação, em algumas delas nos primeiros dias do puerpério ou
até o retorno do organismo materno às condições pré-gravídicas.
4. Alterações Musculoesqueléticas
Durante a gravidez é comumente necessário para a mulher adaptar sua
postura para compensar a mudança de seu centro de gravidade, como
uma mulher faz isso será individual e dependerá de muitos fatores,
como força muscular, extensão articular, fadiga e modelos de posição.
Em uma mulher não grávida, o centro de gravidade está localizado bem
em frente à coluna vertebral, na altura dos rins. Mas na gestante, o
centro de gravidade torna-se mais anterior, forçando a coluna
vertebral. Há uma tendência para o deslocamento para frente, devido
ao crescimento uterino-abdominal e ao aumento das mamas. Para
compensar, o corpo projeta-se para trás, amplia-se o polígono de
sustentação, os pés se distanciam e a porção cervical da coluna alinha-
se para frente. A deambulação da gestante é comparada à dos gansos,
sendo chamada marcha anserina, caracterizada por passos curtos e
base de sustentação alargada mais à direita.
5.
6. Modificações Mamarias
Em caso de gravidez, os seios alcançam o seu desenvolvimento máximo, já
que é apenas dessa forma que adquirem as características necessárias para
desempenharem a sua função, ou seja, a produção de leite para alimentar o
bebê. É por isso que, ao longo de toda a gravidez, a influência de
determinadas hormônio, sobretudo da progesterona, proporciona alterações
evidentes. A partir do primeiro mês de gravidez é possível observar uma
notória proliferação dos canais galactóforos, um fato que determina um
aumento do volume dos seios, um dos primeiros sinais da gravidez que, por
vezes, é detectado antes da gravidez. Ao fim de poucas semanas, os seios
tornam-se mais salientes, as aréolas escurecem e a sua superfície evidencia
pequenos inchaços.
Ao longo do primeiro trimestre da gestação, os seios incham e aumentam de
peso, costumam estar hipersensíveis, sobretudo nos mamilos, o que pode
tornar intolerável qualquer atrito ou carícia, e ocasionalmente são
perceptíveis formigueiros e até pequenas pontadas, por vezes dolorosas,
sem qualquer estímulo externo. À medida que vão crescendo, a irrigação dos
seios aumenta significativamente, o que faz com que as veias fiquem
perfeitamente perceptíveis, ao transparecerem sob a superfície cutânea.
8. Alterações Cardíacas
O aparelho cardiovascular materno encarrega-se do fornecimento das
substâncias necessárias para o desenvolvimento do feto e eliminação dos
seus resíduos, utilizando a placenta como órgão intermediário, o que
justifica o fato de o seu funcionamento ao longo da gravidez ser adaptado.
A influência das hormônio da gravidez proporciona a dilatação de
praticamente todos os vasos circulatórios, o que provoca um aumento tão
significativo do volume de sangue que os glóbulos vermelhos ficam mais
diluídos, originando uma anemia relativa. Dado que o coração tem que
aumentar a frequência dos seus batimentos para manter a circulação, o
débito cardíaco aumenta no mínimo 30% nos dois últimos trimestres da
gravidez. Embora a dilatação vascular proporcione uma ligeira descida da
pressão arterial ao longo dos dois primeiros trimestres, à medida que se vai
aproximando o fim da gravidez, os seus valores vão regressando ao normal.
Por outro lado, o aumento do volume sanguíneo e a compressão que o feto
exerce sobre os grandes vasos abdominais e pélvicos, dificultando o
retorno venoso, são fatores que contribuem para a insuficiência venosa dos
membros inferiores.
9. Alterações Renais
As taxa de filtração glomerular (TFG) e o fluxo plasmático renal (FPR) são
aumentados durante a gravidez e esses aumentos são relacionados ao
aumento do Debito Cardíaco, diminuição da resistência vascular renal e
aumento dos níveis séricos de alguns hormônios. O aumento da excreção
urinária de glicose, aminoácidos, proteínas e vitaminas é consequência dos
aumentos da TFG e do FPR. O volume renal aumenta em até 30% além do
normal. Como a função renal é muito sensível à postura durante a gravidez,
geralmente aumentando a função na posição supina e diminuindo na posição
vertical, a mulher grávida pode sentir necessidade frequente de urinar
quando tenta dormir.
10. Alterações Hormonais
Destacando-se quatro hormônios que desempenham um papel
fundamental para a mãe e para o feto.
Estrogênio - As principal funções do estrogênio são promover:
proliferação de determinadas células , aumento da vagina,
desenvolvimento dos grandes e pequenos lábios, crescimento de pelos
pubianos, alargamento pélvico, crescimento das mamas e de seus
elementos glandulares além de deposição de tecido adiposo em áreas
específicas femininas, tais como coxas e quadris. Ou seja, o estrogênio é
responsável por desenvolver as características sexuais femininas.
Progesterona - Ao contrário do estrogênio, a progesterona
praticamente não exerce influência sobre as características sexuais
femininas, mas sim sobre o preparo do útero para receber o óvulo
fertilizado e da mama para secreção do leite. Durante a gestação, a
progesterona atua disponibilizando para o uso do feto, nutrientes que
ficam armazenados no endométrio.
11. Gonodotrofina coriônica - A função desse hormônio é manter ativo o
corpo lúteo durante o primeiro trimestre. Sem o corpo lúteo em atividade a
secreção de progesterona e estrogênio seria afetada e assim o feto
cessaria seu desenvolvimento e seria eliminado dentro de poucos dias. Após
o primeiro trimestre a remoção do corpo lúteo já não afeta mais a gravidez
uma vez que a placenta fica responsável pela secreção de estrogênio e
progesterona em quantidades muito elevadas.
Somatomamotropina coriônica humana - Esse hormônio é responsável
principalmente pela nutrição adequada do feto, diminuindo, dessa forma, a
utilização da glicose pela mãe e tornando-a disponível em maior quantidade
para o feto. como fonte de energia em lugar da glicose.
12. Alterações Respiratórias
O espaço que o útero progressivamente ocupa, e a maior produção hormonal
provocam alterações no funcionamento dos pulmões. Uma mulher grávida
respira mais rápida e profundamente porque precisa de mais oxigênio para
ela e para o feto. O revestimento interno do aparelho respiratório recebe
mais sangue e produz-se certo grau de congestão. O tom e a qualidade da
voz podem mudar de forma subtil. Praticamente todas as mulheres grávidas
têm a sensação de falta de ar quando fazem algum esforço, em especial
para o final da gravidez.
13. Incontinência Urinaria na Gravidez
Incontinência Urinaria: É a incapacidade de controlar o esvaziamento da bexiga
(por exemplo quando se espirra) ou de aguardar pelo momento e local
adequados para o fazer (por exemplo quando a casa de banho está ocupada).
Na gravidez, é bastante comum a incontinência urinária, mas não deixa de ser
um incomodo para a qualidade de vida das gestantes. O que acontece, nesse
período, é um aumento da pressão intra-abdominal sobre os orgãos
responsáveis pela continência urinária, além da cabeça do feto pressionar a
bexiga. Outros fatores, influenciam para a incontinência urinária na gravidez,
como: o aumento da produção de urina, pois os rins aumentam de tamanho
devido a maior circulação que acontece no corpo da mulher para receber o
bebê.Também existe um aumento de hormônios, que acabam colaborando
nestes aspectos, relaxam a musculatura e acaba diminuindo a pressão de
fechamento do canal, onde a urina sai. Mais da metade das mulheres sofre com
problemas de perda involuntária de urina.
14. Parto Normal
Desde o momento da confirmação da gravidez, muitas são as dúvidas das
futuras mamães, principalmente quando o assunto está relacionado ao tipo
de parto que é melhor para ela e, é claro, para o seu bebê. Embora muitas
mulheres optem em fazer o parto cesárea devido às "facilidades" do
mesmo, uma opção que tem sido muito solicitada pelas gestantes é o parto
normal. Segundo o Ministério da Saúde, o parto normal é o mais
aconselhado e seguro, devendo ser disponibilizados todos os recursos para
que ele aconteça.
15. Episiotomia
A Episiotomia é um corte cirúrgico feito no períneo, a região muscular que
fica entre a vagina e o ânus. O corte é feito durante o parto normal, com a
ajuda de uma anestesia local (se a mulher já não estiver anestesiada), para
facilitar a passagem da cabeça do bebê.
16. Laceração
A laceração ocorre quando no momento do parto normal a região que
compreende o espaço entre a vagina e o ânus ( períneo) se rompe. ocorre uma
ruptura. Geralmente acontece em casos de desproporção feto pélvica ( bebê
maior que o canal pélvico). Pode ser dividido em 3 tipos:
Primeiro Grau: laceração vaginal e laceração da comissura posterior;
Segundo Grau: a laceração se estende através da mucos e inclui a
musculatura perineal (sem lesão do esfíncter anal externo).
Terceiro Grau: laceração da musculatura perineal e do esfíncter anal
externo ( pode incluir a parede retal anterior).
17. Puerpério
Período variável, de evolução diferente de mulher para mulher, onde
concomitante ao efetivo exercício da maternidade a mulher experimenta
profundas modificações genitais, gerais e psíquicas, com gradativo retorno
ao período não gravídico. O puerpério inicia-se após a dequitação da placenta
ou pela cessação de sua função endócrina nos casos de morte ovular, e
divide-se em três etapas (Vokaer, 1955):
• Puerpério imediato (1º ao 10º dia)
• Puerpério Tardio ( 10° ao 45° dia)
• Puerpério Remoto (após o 45° dia)