O documento descreve as principais alterações físicas que ocorrem no corpo da mulher durante a gravidez, incluindo adaptações no sistema reprodutivo, como o crescimento do útero e das mamas, e no sistema endócrino, com aumento na produção de hormônios como estrogênio, progesterona e prolactina pela placenta.
2. As alterações fisiológicas e psicossiais ajudam a mulher a
adptar-se à gravidez, manter uma boa saúde durante toda a
gestação e preparar-se para o nascimento de seu filho.
ALTERAÇÕES FÍSICAS DA GRAVIDEZ
Gestação
É um processo
fisiológico que
requer
Mudanças físicas,
bioquímicas, sociais
e emocionais
3. ALTERAÇÕES FÍSICAS DA GRAVIDEZ
Todos os sistemas de órgãos da mulher sofrem mudanças
durante a gestação, com surpreendente rapidez para
acomodar as necessidades do feto em crescimento e
preparar para o nascimento do bebê.
Cada mulher reage de modo único às muitas alterações que
ocorrem, muitas delas podendo ser desconfortáveis.
4. ALTERAÇÕES FÍSICAS DA GRAVIDEZ
Para que um órgão durante a gestação possa crescer,
desenvolver e realizar suas funções é necessário:
Hipertrofia e hiperplasia;
Crescimento e multiplicação celular;
Nutrição sanguínea;
Aumento da circulação;
Aumento da oxigenação;
Sistema neurológico ativo.
5. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA REPRODUTIVO
Durante os primeiros meses de gravidez, o estrogênio
estimula o crescimento uterino e o útero apresenta um
aumento incrível no tamanho ao longo da gravidez.
Útero
6. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA REPRODUTIVO
Útero
Até a 6ª semana, não ocorre alteração do tamanho uterino;
Na 8ª semana, o útero corresponde ao dobro do tamanho
normal;
Na 10ª semana, o útero corresponde a três vezes o tamanho
habitual;
Na 12ª semana, o útero enche a pelve, de modo que é
palpável na sínfise púbica;
Na 16ª semana, o fundo uterino encontra-se entre a sífise
púbica e a cicatriz umbilical;
Na 20ª semana, o fundo uterino encontra-se no nível do
umbigo.
7. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA REPRODUTIVO
Útero
O fundo uterino alcança seu nível mais elevado no processo
xifóide com aproximadamente 36 semanas.
Entre 38 e 40 semanas, a altura do fundo uterino cai
conforme o feto começa a descer e acomodar-se na pelve.
Com 40 semanas, a cabeça do feto começa a descer e
acomodar-se na pelve, fenômeno denominado insinuação.
8. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA REPRODUTIVO
Útero
O útero permanece na
cavidade pélvica durante
os primeiros 3 meses de
gestação, após este
período ele
progressivamente
ascende na cavidade
abdominal.
9. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA REPRODUTIVO
Útero
No termo, o útero pesa cerca de 900g e encontra-se cerca
de 5 a 6 vezes maior do que o útero não gravídico.
As paredes tornam-se delgadas, com o útero passando de
um globo sólido para um recipiente oco.
10. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA REPRODUTIVO
Tamanho Peso Líquido
Útero não-
gravídico
Menor do que um
punho
60 a 70g
(nulíparas) e 100g
(multíparas)
Aproximadamente
2 colheres de
sopa
Útero gravídico 5 a 6 vezes maior 900 a 1.100g 3,8 a 10 L
Útero
11. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA REPRODUTIVO
O crescimento uterino ocorre não apenas em virtude de
hiperplasia, mas também de hipertrofia das células
miometriais.
Os vasos sanguíneos alongam-se, tornando-se mais
calibrosos, dilatam-se e exibem novas ramificações para
apoiar e nutrir o tecido muscular em crescimento.
Útero
12. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA REPRODUTIVO
Útero
O aumento do peso do útero é acompanhado por um grande
aumento do fluxo sanguíneo uterino necessário para
perfundir o músculo uterino em crescimento.
A contratilidade uterina também se mostra muito
aumentada. Contrações espontâneas, irregulares e
indolores, denominadas contrações de Braxton-Hicks,
começam no 1º trimestre. Essas contrações persistem
durante toda a gravidez.
13. Útero
As alterações que ocorrem no útero durante as primeiras 6
a 8 semanas de gestação produzem alguns achados típicos,
como o sinal de Hegar e Goodell.
Sinal de Hegar:
Amolecimento do
istmo uterino
Sinal de Goodell:
Amolecimento do
colo uterino
ADAPTAÇÕES DO SISTEMA REPRODUTIVO
14. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA REPRODUTIVO
Útero
Esse amolecimento e a alteração da consistência do colo
resultam em anteflexão uterina exagerada durante os
primeiros meses de gravidez, a qual colabora para a
polaciúria.
15. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA REPRODUTIVO
Colo uterino
O amolecimento do colo uterino (sinal de Goodell) é
provocado pela vasocongestão. Nessa época, o aumento da
vascularização do colo provoca o sinal de Chadwick.
Sinal de Chadwick:
Coloração azul
arrocheada da mucosa
vaginal e do colo
uterino
16. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA REPRODUTIVO
Colo uterino
As glândulas endocervicais aumentam de tamanho e
número, e produzem mais muco cervical.
Sob a influência da progesterona, forma-se um expesso
tampão de muco que bloqueia o óstio cervical a protege
contra a invasão bacteriana.
Óstio cervical
17. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA REPRODUTIVO
Vagina
Ocorre aumento da vascularidade em virtude da influência
do estrogênio, o que resulta na congestão pélvica e
hipertrofia da vagina como preparação para o parto.
A mucosa vaginal se espessa, o tecido conjuntivo começa a
se desprender e a musculatura lisa começa a hipertrofiar.
18. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA REPRODUTIVO
Vagina
As secreções vaginais tornam-se mais ácidas, brancas e
espessas.
A maioria das mulheres apresenta um aumento
esbranquiçado na secreção vaginal, denominado leucorreia.
Essa secreção é normal, exceto quando acompanhada por
prurido e irritação.
19. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA REPRODUTIVO
Ovários
O aumento do suprimento sanguíneo para os ovários leva-
os a aumentar até cerca da 12ª a 14ª semana de gravidez.
Os ovários não são palpáveis após esse período, porque o
útero preenche a cavidade pélvica.
A ovulação é interrompida durante a gestação em virtude
dos elevados níveis de estrogênio e pregesterona, que
bloqueiam a secreção de FSH e LH pela adenohipófise.
20. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA REPRODUTIVO
Ovários
Os ovários são muito ativos na produção de hormônios para
apoiar a gestação até cerca da 6ª a 7ª semana, quando o
corpo lúteo regride e a placenta se torna a principal
produtora de progesterona.
21. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA REPRODUTIVO
Mamas
O processo de preparação das mamas para a produção do
leite humano ocorre sob o comando de vários hormônios
que começam a atuar no organismo materno mesmo antes
do nascimento do bebê, ainda durante o período
gestacional.
22. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA REPRODUTIVO
Mamas
As mamas tornam-se mais volumosas, mais sensíveis ao
contato e crescem durante a gravidez sob a influência do
estrogênio e progesterona produzidos pela placenta.
Sua vascularização também aumenta, tornando-se mais
visíveis sob a pela.
Estrogênio
- Ramificação dos
ductos lactíferos
Progesterona
- Formação dos
lóbulos mamários
24. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA REPRODUTIVO
Mamas
Após o parto e durante o puerpério ocorre a fabricação do
leite propriamente dito, através da ação de dois outros
hormônios, a prolactina e a ocitocina.
As mamas não secretam leite durante a gestação graças a
inibição da progesterona.
25. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA REPRODUTIVO
Mamas
Os mamilos tornam-se maiores e mais eretos. Tanto os
mamilos quanto a aréola ganham pigmentação profunda, e
as glândulas sebáceas são mais proeminentes. Essas
glândulas mantém os mamilos lubrificados para a
amamentação.
As alterações que ocorrem no tecido conjuntivo das mamas,
associados ao crescimento intenso, podem resultar em
estrias.
27. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA REPRODUTIVO
Mamas
Há um aumento da
pigmentação dos
mamilos e aréolas,
tornando seus limites
imprecidos, o que dá
origem a aréola
secundária.
29. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA ENDÓCRINO
As alterações hormonais são essenciais para atender as
necessidades do feto em crescimento. Essas alterações são
importantes no controle do aporte de glicose, aminoácidos e
lipídios para o feto.
30. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA ENDÓCRINO
A placenta é considerada uma glândula endócrina. Logo no
início da gestação, a placenta começa a produzir:
Hormônio gonadotrófico coriônico humano (hCG);
Progesterona;
Estrogênio.
Placenta
31. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA ENDÓCRINO
Placenta
hCG Progesterona Estrogênio
Sintetizado pelo sinciotrofoblasto Produzida pelo corpo lúteo durante as
primeiras semanas e a seguir pela
placenta
Produzido pelo corpo lúteo durante as
primeiras semanas e a seguir pela
placenta
Responsável por inibir a involução do
corpo lúteo, que é a principal fonte de
progesterona e estrogênio nas primeiras
8 semanas de gravidez. Após esse
período, essa função é assumida pela
placenta
Mantém o endométrio para a sobrevida
fetal
Proliferação da musculatura uterina,
aumento muito acentuado do
crescimento do sistema vascular,
dilatação dos órgãos sexuais externos e
do orifício vaginal
Base para testes inciais de gravidez,
aparece no sangue logo após a
implantação
Inibe a contralidade uterina Relaxamento das articulações e dos
ligamentos pélvicos
A produção máxima ocorre com 8
semanas, e a seguir declina
Auxilia no desenvolvimento das mamas
através do aumento dos elementos
glandulares
Auxilia no desenvolvimento do sistema
ductal das mamas
Associado à hiperpigmentação e ao
aumento da atividade das glândulas
salivares e hiperemia
32. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA ENDÓCRINO
Glândula tireóide
A tireoide aumenta e se torna mais ativa em decorrência da
maior vascularidade e hiperplasia.
O aumento da atividade dessa glândula é resultado de um
aumento na secreção de hormônios tireoidianos durante o
1º trimestre e diminuição gradativa algumas semanas após
o nascimento.
33. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA ENDÓCRINO
Glândula tireóide
Com o aumento na secreção de hormônios tireoidianos, a
taxa metabólica basal (TMB) e a quantidade de oxigênio
consumido aumenta progressivamente em 25% junto com a
frequência cardíaca e o débito cardíaco.
A Taxa de Metabolismo Basal é
a quantidade mínima de energia
(calorias) necessária para manter
as funções vitais do organismo em
repouso.
34. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA ENDÓCRINO
Glândula Hipófise
Durante a gestação, a hipófise aumenta de tamanho e
retorna ao normal após o nascimento.
35. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA ENDÓCRINO
Glândula Hipófise
Durante a gravidez, ocorre um aumento no número de
células secretoras de prolactina (lactotrofos) e um aumento
significativo no nível sanguíneo desse hormônio.
Os lactotrofos da adenohipófise são
as células que sintetizam e
secretam prolactina. Estão
localizados, em especial, nas asas
laterais posteriores da
adenohipófise.
37. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA ENDÓCRINO
Glândula Hipófise
Durante a gestação, a capacidade da prolactina de induzir a
produção de leite é antagonizada pela progesterona. Assim
que a placenta se desprende do útero, o antagonismo
desaparece e a lactação pode começar.
A prolacatina é produzida em jatos, em resposta a sucção
do bebê.
38. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA ENDÓCRINO
Glândula Hipófise
Os níveis do hormônio estimulador de melanócitos (MSH)
secretados pela adenohipófise também sobrem durante a
gravidez.
Esse aumento é responsável por muitas alterações
cutâneas, particularmente da pele (escurecimento da aréola
e mamilo, melasma e linha nigra). Essas alterações
cutâneas estão também ligadas ao estrogênio.
39. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA ENDÓCRINO
Glândula Hipófise
A ocitocina é liberada pela neurohipófise, e sua produção
gradualmente aumenta à medida que o feto amadurece.
A ocitocina é responsável pelas contrações uterinas, tanto
antes quanto depois do parto e pela ejeção do leite materno
para amamentação em resposta ao toque e a sucção do
bebê.
40. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA ENDÓCRINO
Glândula Hipófise
As camadas musculares do útero (miométrio) tornam-se
mais sensíveis à ocitocina próximo ao termo.
Perto do fim da gestação, os níveis de progesterona
diminuem e as contrações que antes eram inibidas pela
progesterona começam a ocorrer com maior frequência e
intensidade.
41. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA ENDÓCRINO
Glândula Hipófise
A ocitocina é responsável por estimular as contrações
uterinas que provocam o parto. As contrações levam ao
adelgaçamento e dilatação do colo uterino. Também
exercem pressão e ajudam o feto a descer para a pelve
para o parto.
42. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA ENDÓCRINO
Glândula Hipófise
Após o parto, continua a secreção de ocitocina, o que leva o
miométrio a se contrair e ajuda a provocar a constrição dos
vasos sanguíneos uterinos e diminuir o sangramento
vaginal.
43. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA
RESPIRATÓRIO
O útero em crescimento leva os pulmões a funcionarem de
modo diferente.
Durante a gestação, o comprimento do espaço disponível
para abrigar os pulmões diminui à medida que o útero
exerce pressão sobre o diafragma e o empurra para cima.
Como mecanismo compensatório, o movimento do
diafragma aumenta, o que permite um volume de ar corrente
maior.
45. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA
RESPIRATÓRIO
O volume corrente aumenta em 30 a 40% conforme a
gravidez evolui. Como resultado dessas alterações, a
respiração da mulher se torna mais diafragmática que
abdominal.
A gestante respira mais rápido e mais profundamente
porque tem necessidade de mais oxigênio para si e para o
feto.
46. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA
RESPIRATÓRIO
Há um aumento da vascularidade do trato respiratório
influenciado pelo aumento dos níveis de estrogênio. Isto
resulta em congestão nasal e sinusal, epistaxe e alterações
no tônus e no timbre de voz da mulher.
47. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA
CARDIOVASCULAR
As alterações cardiovasculares ocorrem no início da
gravidez para satisfazer às demandas do útero em
crescimento e da placenta, que necessitam de mais sangue
e oxigênio.
Talvez a alteração cardiovascular mais surpreendente é o
aumento da volemia.
48. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA
CARDIOVASCULAR
Volume sanguíneo
O volume sanguíneo aumenta aproximadamente 40 a 50%
em relação a níveis não-gravídicos. O processo tem início
na 10ª a 12ª semana, alcança seu máximo em 32 a 34
semanas e diminui levemente na 40ª semana.
49. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA
CARDIOVASCULAR
Volume sanguíneo
O aumento da volemia é necessário para promover a
hidratação adequada dos tecidos do feto e da mãe, suprir o
fluxo sanguíneo para perfundir o útero em crescimento e
promover uma reserva para compensar a perda de sangue
que ocorre no nascimento e durante o puerpério.
50. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA
CARDIOVASCULAR
Volume sanguíneo
Além disso, é preciso que haja esse aumento para
satisfazer às demandas metabólicas da mãe e às
necessidades de maior perfusão de outros órgãos,
principalmente dos rins da mulher, porque excretará mais
escórias dela e do feto.
51. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA
CARDIOVASCULAR
Débito e frequência cardíaca
O débito cardíaco aumenta 30 a 50% em relação ao da
mulher não-grávida na 32ª semana e declina até
aproximadamente 20% na 40ª semana.
A frequência cardíaca aumenta em 10 a 15 bpm entre a 14ª
a 20ª semana e persiste até o termo.
52. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA
CARDIOVASCULAR
Débito e frequência cardíaca
Existe hipertrofia ou dilatação discreta do coração.
Provavelmente devido ao aumento da volemia e do débito
cardíaco.
O coração trabalha mais e bombeia mais sangue para suprir
as necessidades de oxigênio do feto e da mãe.
53. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA
CARDIOVASCULAR
Pressão arterial
A pressão arterial cai levemente durante a gestação em
decorrência da vasodilatação periférica causada pelas
alterações hormonais, e alcança um ponto mais baixo com
22 semanas de gestação, daí em diante aumenta até níveis
pré-gestacionais até o termo.
54. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA
CARDIOVASCULAR
Pressão arterial
Quando a gestante deita (decúbito lateral direito ou dorsal),
mais comumente no 3º trimestre, o útero em expansão
comprime a veia cava inferior, e causa uma redução do
fluxo sanguíneo para o coração.
A colocação da gestante em decúbito lateral esquerdo
corrige essa compressão e torna o débito cardíaco e
perfusão uterina ideal.
55. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA
CARDIOVASCULAR
A – Gestante em decúbito lateral direito; B- Compressão da veia cava
inferior em decúbito dorsal; C – Descompressão da veia cava inferior
em decúbito lateral esquerdo.
c
Síndrome da
Hipotensão em
Decúbito Dorsal, a
gestante sente tontura,
sua pele se mostra
úmida e fria e ocorre
diminuição acentudada
da pressão arterial.
56. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA
CARDIOVASCULAR
Componentes sanguíneos
O número de hemácias aumenta cerca de 30%, dependendo
do nível de ferro disponível. Esse aumento é necessário
para transportar o oxigênio adicional exigido durante a
gravidez.
Também ocorre aumento do volume plasmático em virtude
de fatores hormonais e retenção de sódio e água.
57. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA
CARDIOVASCULAR
Componentes sanguíneos
Como o aumento do plasma excede o número de hemácias,
os valores normais de hemoglobina e hematócrito diminuem.
Esse estado de hemodiluição é denominado anemia
fisiológica da gravidez.
58. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA
CARDIOVASCULAR
Componentes sanguíneos
As necessidades de ferro durante a gestação aumentam em
virtude das demandas do feto em crescimento e do aumento
da volemia materna.
Como a produção de hemácias é acelerada, o ferro é
necessário para a formação de hemoglobina. Muitas
mulheres engravidam em estado de falta de ferro, e desse
modo, precisam de suplementação.
60. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA
CARDIOVASCULAR
Os níveis de fibrina e fibrinogênio plasmáticos aumentam,
junto com outros fatores de coagulação. Esses fatores
tornam a gestação um estado hipercoagulável.
Componentes sanguíneos
61. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA
CARDIOVASCULAR
Componentes sanguíneos
Essas alterações, associadas a estase venosa e ao
represamente venoso de sangue, que ocorre durante o final
da gestação após longos períodos na posição ortostática
com a pressão exercida pelo útero sobre as veias pélvicas,
contribuem para menor retorno venoso, represamento de
sangue e edema postural.
Esses fatores também aumenta o risco de trombose venosa.
62. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA RENAL E
URINÁRIO
As alterações na estrutura renal se devem a influências
hormonais do estrogênio e progesterona, a pressão advinda
do útero em crescimento e ao maior volume sanguíneo
materno.
A medida que flui mais sangue para os rins, a taxa de
filtração glomerular (TFG) aumenta, o que leva a um
aumento do fluxo e do volume de urina, bem como filtração
e excreção de água e solutos.
63. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA RENAL E
URINÁRIO
Os rins aumentam de tamanho (comprimento e peso) em
decorrência de efeitos hormonais que aumentam o tônus e
diminuem a motilidade da musculatura lisa.
A pelve renal torna-se dilatada, os ureteres alongam-se e
alargam-se logo na 10ª semana. Acredita-se que a
progesterona seja a causa dessas alterações em virtude de
sua influência relaxante sobre a musculatura lisa.
65. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA RENAL E
URINÁRIO
O fluxo sanguíneo para os rins aumenta cerca de 35 a 60%
em decorrência do aumento do débito cardíaco. Isto por sua
vez aumenta a TFG em até 50%, que se inicia no 2º
trimestre. Essa elevação se mantém até o parto.
66. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA RENAL E
URINÁRIO
Decúbito lateral
esquerdo
Alivia a pressão que o útero
aumentado exerce sobre a
veia cava
Aumenta o transporte de
sangue oriundo das pernas
Aumenta o retorno venosa o
que resulta em aumento do
débito cardíaco
Aumento da perfusão renal e
filtração glomerular
A grávida sente mais
vontade de urinar quando
está deitada em decúbito
lateral esquerdo
A atividade dos rins aumenta
quando a gestante está deitada
67. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA
GASTROINTESTINAL
As gengivas tornam-se hiperemiadas, tumefeitas e friáveis,
com tendência a sangramento. Essa alteração é
influenciada pelo estrogênio e pela maior proliferação de
vasos sanguíneos e circulação para a boca.
A saliva produzida torna-se mais ácida. Algumas mulheres
queixam-se de salivação excessiva, qual pode ser causada
pela diminuição da deglutição inconsciente quando está
nauseada.
68. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA
GASTROINTESTINAL
O aumento da progesterona provoca relaxamento da
musculatura lisa, o que resulta em retardo do esvaziamento
gástrico e diminuição da peristalse.
O trânsito do alimento pode ser tão lento que é reabsorvida
mais água que o normal, o que leva a distensão abdominal
e constipação.
69. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA
GASTROINTESTINAL
A constipação intestinal também pode ser causada por:
Alimentação pobre em fibras;
Diminuição da ingestão de líquidos;
Uso de suplementação de ferro;
Diminuição da atividade física;
Deslocamento das alças intestinais secundário ao
crescimento do útero.
70. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA
GASTROINTESTINAL
O esvaziamento gátrico mais lento associado ao
relaxamento do esfíncter do cárdia possibilita o refluxo, o
que provoca azia (pirose).
Regurgitação do
conteúdo gástrico
para o terço superior
do esôfago
Associado ao
relaxamento
generalizado do
sistema digestório
71. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA
GASTROINTESTINAL
O esvaziamento da vesícula biliar é demorado em virtude do
relaxamento da musculatura lisa promovido pela
progesterona.
Pode surgir hipercolesterolemia e aumento do risco de
formação de cálculos biliares.
72. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA
GASTROINTESTINAL
Náuseas e
vômitos
Acometem 50 a
80% das
grávidas.
Associado a:
Altos níveis
de hCG
Altos níveis de
estrgênio
Diminuição da
acidez
estomacal
Diminuição da
motilidade e tônus
do trato digestório
73. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA
IMUNOLÓGICO
A gestação tem sido associada à supressão da função
imunológica (humoral e celular), devido à necessidade do
organismo materno acomodar um "corpo estranho".
Há evidências de que a função dos leucócitos
polimorfonucleares (neutrófilos, eosinófilos e basófilos)
começa a diminuir no segundo trimestre, continuando esta
tendência durante toda a gestação.
74. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA
IMUNOLÓGICO
A produção de todas as citocinas mensuráveis do nosso
organismo encontra-se diminuída durante a gestação.
O número de leucócitos, especialmente por conta dos
granulócitos neutrófilos, aumenta consideravelmente
durante a gestação normal, especialmente no segundo e
terceiro trimestres, por razões não bem esclarecidas.
75. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA
IMUNOLÓGICO
Durante o parto e o puerpério imediato, estes valores
podem atingir até 20 a 30.000/mm3, às custas
principalmente dos granulócitos neutrófilos, normalizando-
se em torno do sexto dia de puerpério.
Assim, a função e o número absoluto dos leucócitos
parecem contribuir com a leucocitose normal da gestação.
76. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA MÚSCULO
ESQUELÉTICO
As alterações no sistema músculo esquelético são
progressivas e decorrem da influência de hormônios, do
crescimento fetal e ganho de peso.
77. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA MÚSCULO
ESQUELÉTICO
Ocorre relaxamento das articulações e ligamentos
sacroilíacos e da sínfise púbica com o objetivo de aumentar
a cavidade pélvica e tornar o parto mais fácil.
78. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA MÚSCULO
ESQUELÉTICO
O centro de gravidade da mulher desloca-se para frente, o
que exige realinhamento das curvaturas da coluna vertebral.
Curvas lombar e
cervicotorácica
exageradas devido à
mudança do centro de
gravidade resultante do
aumento abdominal.
79. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA MÚSCULO
ESQUELÉTICO
Devido a isso, ocorre acentuação da curvatura lombossacra
(lordose) e desenvolve-se uma curvatura compensatória na
área cervicotorácica para auxiliar no equilíbrio.
A gestante passa a exercer a marcha anserina, mais
acentuada próxima do termo.
80. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA TEGUMENTAR
A pele da gestante sofre hiperpigmentação basicamente em
virtude dos níveis de estrogênio, progesterona e hormônio
estimulado de melanócitos (MSH).
Essas alterações são observadas principalmente nos
mamilos, aréolas, umbigo, períne e axila.
81. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA TEGUMENTAR
O aumento da pigmentação também pode ocorrer na fece,
formando o melasma facial. Normalmente aparecem nas
bochechas e testa. A maioria clareia conforme os hormônios
diminuem no final da gravidez, mas algumas manchas
podem perdurar depois da gravidez.
Melasma facial ou cloasma gravídico
82. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA TEGUMENTAR
No abdome pode surgir uma linha pigmentada, denominada
linha nigra, que vai do umbigo até a área pubiana.
Linha nigra
83. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA TEGUMENTAR
Também pode ocorrer a formação de estrias nas mamas,
nádegas e abdome normalmente a partir do 5º mês de
gestação.
São consequência da redução da força do tecido conjuntivo
que resulta dos níveis elevados de esteróides da supra-
renais e do estiramento das estruturas em decorrência do
crescimento.
84. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA TEGUMENTAR
Também pode ocorrer a formação de aranhas vasculares
devido aos altos níveis de estrogênio. Essas podem
aparecer na pele, em geral acima da cintura e no tórax, no
pescoço, face, braços e pernas. Tipicamente desaparecem
após o parto.
“Spiders” ou aranhas vasculares
85. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA TEGUMENTAR
Pode ocorrer também o aparecimento de eritema palmar,
área rosada bem delineada na superfície palmar das mãos.
Essa alteração também é relacionada com altos níveis de
estrogênio.
Eritema palmar
86. ADAPTAÇÕES DO SISTEMA TEGUMENTAR
Algumas mulheres também observam diminuição do
crescimento do cabelo durante a gravidez.
Os folículos pilosos normalmente passam por fases de
crescimento e repouso. A fase de repouso é sucedida pela
perda de cabelo, que a seguir, são repostos.
É mais observado após o parto.