Este relatório apresenta os resultados da determinação de paracetamol e cafeína presentes em um fármaco utilizando cromatografia líquida de alta eficiência. Foram realizadas análises no modo isocrático e gradiente, identificando picos distintos para cada substância. O paracetamol apresentou maior intensidade de sinal em comparação à cafeína, sendo possível quantificar as concentrações por meio de uma curva analítica. O modo gradiente mostrou-se mais adequado devido à maior relação sinal-ruído.
Determinação de Paracetamol e Cafeína por Cromatografia Líquida
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA – CCEN
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
EDNA MARIA DOS SANTOS ALVES - 11311745
GABRIEL ARAUJO ROMANIUC - 11411530
JULIANA TEÓFILO DOS SANTOS PEREIRA - 11321812
SIDNEY LUCAS MONTEIRO DE ARAUJO - 11328185
DETERMINAÇÃO DE PARACETAMOL E CAFEÍNA POR CROMATOGRAFIA
LÍQUIDA
JOÃO PESSOA
2017
2. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA – CCEN
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
DETERMINAÇÃO DE PARACETAMOL E CAFEÍNA POR CROMATOGRAFIA
LÍQUIDA
Relatório apresentado ao Curso de
Bacharelado em Química Industrial na
disciplina Introdução aos Métodos
Instrumentais Experimentais como um
dos requisitos necessários à
aprovação.
Docente: Professor Doutor Mário Cesar
Ugulino De Araújo.
JOÃO PESSOA
2017
4. 1. INTRODUÇÃO
A cromatografia fundamenta-se na migração diferencial dos componentes
de uma mistura, o que ocorre devido a diferentes interações entre duas fases
imiscíveis, sendo uma fase fixa que tem uma grande área superficial chamada
fase estacionária, e a outra um fluido que se move através da fase estacionária
sendo chamada de fase móvel. Na cromatografia líquida a fase móvel é líquida!
(LANÇAS, 1993; DEGANI; CASS; VIEIRA, 1998).
A cromatografia em coluna divide-se em cromatografia gasosa,
cromatografia com fluído supercrítico e cromatografia líquida, podendo esta
última ser classificada em cromatografia líquida clássica e cromatografia líquida
de alta eficiência, tema que será abordado no presente trabalho (DEGANI;
CASS; VIEIRA, 1998).
A Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE ou HPLC) se
desenvolveu muito nos últimos anos, recebendo o nome de cromatografia
líquida por que a sua fase móvel é um solvente.
Os componentes de um cromatógrafo líquido são: bomba, coluna
cromatográfica, detector e o registrador. É um método utilizado para separação
de espécies iônicas ou macromoléculas e compostos termolábeis.
A fase móvel da CLAE deve ser um solvente que respeite algumas
características impostas por esse método analítico. A principal característica é
que a fase móvel dissolva a amostra sem qualquer interação química entre
ambas. Esta fase deve ter alto grau de pureza ou ser de fácil purificação, para
que se possam fazer análises de alta sensibilidade, pois as impurezas podem
interferir na detecção do analito por ultravioleta (UV). A fase móvel deve ser
compatível com o detector empregado e, também possuir polaridade adequada
para permitir uma separação conveniente dos componentes da amostra.
Embora existam vários solventes, três deles são mais utilizados: água, metanol
e acetonitrila.
Como fase estacionária utilizam-se sólidos ou semirígidos, cujas
partículas porosas esféricas ou irregulares apresentam diferentes diâmetros e
suportam pressão até 350 bar.
5. A coluna cromatográfica é feita de um material inerte que resiste a todas
as pressões em que ela vai ser usada. A capacidade da coluna é determinada
pelo comprimento, diâmetro e pelo material de recheio. As colunas geralmente
utilizadas são: octadecil (C18, RP18, ODS), octil (C8, RP8), CN (cianopropil) e
NH2 (amina). Quanto aos detectores, não existe um que apresente todas as
propriedades para que ele seja ideal para CLAE. Não são versáteis, ou
universais, mas existem detectores que apresentam ampla faixa de aplicações.
A sensibilidade de um detector é determinada a partir da relação entre o sinal
produzido e a quantidade de amostra que gera este sinal. A linearidade é a
faixa linear do sistema, onde o sinal do detector é diretamente proporcional à
concentração do soluto.
Os detectores mais usadas na CLAE são os fotométricos, baseados na
absorbância no ultra violeta e no visível. Os detectores de fluorescência,
utilizados como método de detecção específica, são sensíveis para
substâncias que fluorescem. Este tipo de detector pode detectar quantidades
de ordem picograma. Também são utilizados detectores por índice de refração,
os quais acompanham continuamente a diferença no índice de refração entre a
fase móvel pura e o efluente que sai da coluna contendo os componentes da
amostra. A resposta deste detector é moderada, geralmente de ordem
micrograma.
Métodos Cromatográficos
A classificação dos métodos cromatográficos pode ser quanto ao
mecanismo de separação, quanto a técnica empregada e em relação ao tipo de
fase utilizada. No entanto, a classificação mais popular é a que leva em
consideração o tipo de superfície na qual ocorre a separação (Fig.1), sendo
dividida em cromatografia em coluna e cromatografia planar (LANÇAS, 1993).
6. Fluxograma 1 - Tipos de Cromatografia
Fases Móveis (FM)
Para que um solvente possa ser utilizado como fase móvel na HPLC
este deve apresentar alto grau de pureza ou ser de fácil purificação; deve
dissolver a fase móvel sem decompor seus componentes, para que estes
sejam transportados pela coluna sem que haja modificação; não deve dissolver
a fase estacionária; deve ser compatível com o detector; não ser tóxico e deve
ter baixa viscosidade, pois isso irá interferir diretamente na eficiência da
separação, devido ao fato de solventes viscosos além de dificultarem a
transferência de massa entre a fase móvel e a fase estacionária, também
influenciarem na intensidade da vazão (COLLINS; GUIMARÃES, 1997).
Cromatografia
Planar
Camada
Delgada
Papel
Coluna
Liquida Fluído
Supercrítico
Clássica Gasosa
HPLC
7. Fases Estacionárias (FE)
As fases estacionárias a serem utilizadas na HPLC devem ter alta
resolução entre os componentes da amostra, devem ser de fácil introdução na
coluna, ter diâmetro uniforme, partículas porosas ou peliculares e serem
sólidos rígidos, semi-rígidos ou não rígidos (COLLINS; GUIMARÃES, 1997;
CECCHI, 2003).
As partículas da fase estacionárias podem ser classificadas quanto ao
seu tamanho em: macropartículas, quando apresentam diâmetro entre 20 e
40μm; intermediárias, quando tem entre 20 e 10μm; e micropartículas, de 3 a
10μm. Quanto menor for a partícula, maior será a eficiência da separação,
melhorando assim o processo de difusão das moléculas da amostra dentro e
fora das partículas, pois partículas menores reduzem a distância de contato do
soluto com as fases estacionária e móvel, facilitando o equilíbrio e,
consequentemente, melhorando a eficiência da coluna. Elas podem ser de
formato esférico, também chamado de regular, e de formato irregular, sendo
que as regulares são mais eficientes por oferecerem um enchimento mais
uniforme e mais reprodutível da coluna e por esse motivo são mais caras
(CECCHI, 2003; ARAÚJO, 2004).
Eluição
A eluição é um processo no qual os solutos são lavados através da fase
estacionária pelo movimento de uma fase móvel. A fase móvel que deixa a
coluna é chamada de eluato. Eluente é um solvente empregado para
transportar os componentes de uma mistura através de uma fase estacionária.
A coluna de uma eluição consiste em um tubo recheado com um sólido inerte,
que retém a fase estacionária na sua superfície e a fase móvel ocupa os
espaços entre as partículas do recheio. Inicialmente a solução da amostra
contendo uma mistura é introduzida na coluna. Os componentes da mistura na
amostra distribuem-se entre a fase móvel e a fase estacionária. A eluição
ocorre forçando os componentes da amostra através da coluna, introduzindo-
se a fase móvel de forma constante.
8. 2. OBJETIVOS
Análise de um fármaco que contem paracetamol e cafeína;
Estudo da eluição gradiente e da isocrática, por meio da observação dos
gráficos referentes a absorbância e comprimento de onda.
3. METODOLOGIA
3.1 MATERIAIS E REAGENTES
Balões volumétricos
Micropipetador
Aceto nitrila
Metanol
Agua destilada
THF
Fármaco
Cromatógrafo líquido
3.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Para a análise deste fármaco foi obtido um comprimido com as seguintes
substancias 500mg de paracetamol e 65mg de cafeína e o restante da massa é
dos incipientes.
Do comprimido de 0,9g foi utilizado 0,2g do mesmo para a análise, ele
foi macerado até que ficasse em forma de pó o que ajuda na
solubilização;
Esse pó que foi obtido foi solubilizado em 100ml de solvente constituído
por etanol/água;
Da solução de 100ml feita anteriormente foi retirada uma alíquota de 1ml
e diluída em uma solução de solvente constituída por acetonitrila/água
10%;
Na segunda diluição a solução obtida pelo processo citado acima foi
diluída em 10 vezes (10x);
9. 20 μL da feita foi injetada na coluna.
A coluna utilizada para a análise foi de sílica c-18 (o C-18 foi
quimicamente ligado a sílica), de tamanho 4.6 x 250 mm, o diâmetro da sílica é
5 μC e o tamanho do poro de 100 Ӑ.
O detector foi arranjo de diodos. A amostra foi injetada, utilizando uma
seringa, dentro da coluna e foi feita a corrida cromatográfica.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As análises no cromatógrafo nos dão os seguintes espectros de cafeína e
paracetamol, referentes ao fármaco utilizado. Como mostra nas Figuras 1 e 2 a
seguir:
Figura 1 – Espectro da Cafeína
-20
0
20
40
60
80
100
120
160 210 260 310 360 410 460
Absorbancia(abs)
Comprimento de Onda (nm)
Espectro Cafeína
10. Figura 2 – Espectro do Paracetamol
É visível, que o espectro do paracetamol apresenta um sinal maior do
que o da cafeína. Sendo possível identificar o maior e menor pico. Abaixo,
vemos o espectro do modo isocrático e gradiente (Figura 3 e 4):
Figura 3 – Cromatograma do modo isocrático
-200
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
180 230 280 330 380 430
Absorbancia(abs)
Comprimento de Onda (nm)
Espectro Paracetamol
-50
0
50
100
150
200
250
300
350
400
0 2 4 6 8 10 12
Absorbancia(abs)
Tempo(min)
Isocrático
11. Figura 3 – Cromatograma do modo gradiente
A eluição isocrática é feita com um único solvente (ou com uma mistura de
solventes de composição constante). A eluição por gradiente é realizada
quando se utiliza uma quantidade de solvente B a uma quantidade de solvente
A para aumentar a força eluente (variação da concentração dos solventes
durante a análise). Em comparação a estrutura da cafeína e paracetamol,
vemos que a cafeína tem mais heteroátomos, anéis e ligações duplas, por isso,
ela sairá depois do paracetamol. Com relação aos cromatogramas, é possível
perceber que o espectro do paracetamol apresenta uma intensidade do sinal
maior que o da cafeína.
5. CONCLUSÃO
Pode-se concluir com esse experimento, que é possível determinar e
quantificar as concentrações de paracetamol e cafeína de um fármaco,
utilizando-se o método de cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). Isto
foi realizado através de um preparo de uma curva analítica e pelas áreas dos
picos representados nos cromatogramas. Nota-se também, que há uma
diferença com o tempo de retenção dos modos comparados, nesse caso
(gradiente e isocrático). Para analisar, é recomendado utilizar o modo
-100
0
100
200
300
400
500
600
0 2 4 6 8 10 12
Absorbancia(abs)
Tempo(min)
Gradiente
12. gradiente, pois ele possui uma relação sinal-ruído maior, vistos pelos valores
dos picos e pelos espectros.
6. REFERÊNCIAS
CECCHI, Heloisa Máscia. Fundamentos teóricos e práticos em análise de
alimentos. 2ª ed. rev. Campinas: Editora da Unicamp, 2003, 207p.
DEGANI, A. L. G.; CASS, Q. B.; VIEIRA, P. C. Cromatografia: um breve
ensaio. Atualidades em Química, n.7, p.21-25, mai.1998.
Disponível em: <http://pfarma.com.br/farmaceutico-industrial/130-
cromatografia-liquida-de-alta-eficiencia.html>. Acesso em: 08 de maio de 2017.
GUIMARÃES, Luis Fernando Lopes; COLLINS, Carol H. Cromatografia
líquida de alta eficiência. In: Introdução a métodos cromatográficos. 7ª ed.
Campinas: Editora da UNICAMP, 1997. p.183-238.
LANÇAS, Fermando M. Cromatografia em fase gasosa. São Carlos: Acta,
1993. 254p.
REFERENCIAS RUTZ, Josiane Kuhn. Avanços na cromatografia líquida.
2009.