SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 2
Baixar para ler offline
DA HUMANIDADE DE JESUS NASCE A VIDA PARA O MUNDO NOVO
BORTOLINE, José - Roteiros Homiléticos Anos A, B, C Festas e Solenidades - Paulos, 2007
* LIÇÃO DA SÉRIE: LECIONÁRIO DOMINICAL *
ANO: B – TEMPO LITÚRGICO: 19° DOM. COMUM - COR: VERDE
I. INTRODUÇÃO GERAL
1. Deus criou o homem à sua imagem (Gn 1,27). Mais ain-
da: na plenitude dos tempos, a Palavra se fez gente e habitou
entre nós. E de sua plenitude todos nós recebemos um amor
que corresponde ao seu amor (Jo 1,14.16). Um Deus próximo,
que fala com as pessoas, anima-as e sustenta-lhes a caminhada
em meio a situações de morte (1ª leitura, 1Rs 19,4-8). Um
Deus tão humano e próximo que doa sua carne para a vida do
mundo (evangelho, Jo 6,41-51). Os filhos desse Deus, vivendo
na dimensão do Homem Novo, criam laços de fraternidade e
comunhão na comunidade, pois ser filhos amados de Deus é,
simplesmente, amar e entregar-se à comunidade, como Cristo
amou e se entregou (2ª leitura, Ef 4,30-5,2).
II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
1ª leitura (1Rs 19,4-8): Em meio à morte, o profeta cami-
nha para a vida
2. O texto pertence à história de Elias (1Rs 17 a 2Rs 1),
profeta que restaurou a religião de Javé no Reino do Norte.
Elias é “homem marcado para morrer”. Ele se confrontara com
o rei Acab e a rainha Jezabel, matando no monte Carmelo os
profetas de Baal (18,20-40). Por causa disso, a rainha decreta a
morte do profeta (19,1-2). A situação de Elias é dramática:
único profeta de Javé sobrevivente, após ter restaurado o ja-
vismo no Reino do Norte, sente-se dominado pelo medo e
foge, porque sua cabeça fora posta a leilão.
3. Há dois modos de encararmos a marcha de Elias fugindo
da cidade de Jezrael, atravessando o Reino do Sul, chegando a
Bersabéia e entrando pelo deserto o correspondente à cami-
nhada de um dia (vv. 3-4a). O primeiro modo é considerarmos
a marcha do ponto de vista do profeta: trata-se de verdadeira
fuga, no desespero, procurando no deserto um lugar para pôr-
se a salvo. Sob esse aspecto, Elias é uma pessoa desestruturada
internamente, a ponto de desejar a morte pelas mãos de Deus:
“Agora basta, Senhor! Tira a minha vida, pois não sou melhor
que meus antepassados!” (v. 4b). A desorientação do homem
de Deus é tal a ponto de desejar morrer, desde que não seja
pelas mãos do poder tirano de Jezabel. O fim da linha do pro-
feta é a morte.
4. O segundo modo de lermos o episódio leva em conta a
intenção de quem o escreveu. Aí não se trata mais de fuga, e
sim de peregrinação. O ponto final dessa peregrinação não é a
marcha para a morte; é o encontro com Deus no monte Horeb
(Sinai), onde Deus se encontrou com Moisés, selando a Alian-
ça com seu povo. Nessa peregrinação, Deus sustenta e protege
o profeta, mostrando-se muito próximo, tocando-o, conver-
sando com ele, erguendo-o, alimentando-o, insistindo para que
coma e beba, em vista da longa caminhada (vv. 5-7). Sob esse
aspecto, o profeta é o protegido do Senhor.
5. Nesse sentido, Elias é símbolo do próprio povo de Deus
do êxodo, alimentado com o maná, para o qual o Senhor fez
jorrar água da rocha. Ao mesmo tempo, o texto revela a pro-
ximidade de Deus que sustenta e dirige seu povo e o profeta na
realização do projeto de vida. Também o povo do êxodo so-
freu ameaças mortais e desejou morrer. Aí o Senhor interveio
gratuitamente, dando força, coragem e sustento para a cami-
nhada. A gratuidade divina se manifesta no alimento e bebida
que o homem não preparou nem comprou. Isso porque Deus
não abandona seu povo e seus profetas, ainda que marcados
para morrer.
6. Ameaçado de morte, Elias peregrina ao encontro do Deus
da vida e da Aliança no monte Sinai (chamado na leitura de
Horeb). Sua peregrinação é longa (quarenta dias e quarenta
noites, v. 8), mas a força do alimento gratuito o impele sem
cansaço ou paradas ao longo do deserto. Sua missão não ter-
mina com um decreto de morte por parte dos poderosos (Jeza-
bel). Ao contrário, a partir do Sinai a vocação profética se
manifesta com grande clareza: terá que escolher quem conti-
nue sua missão (Eliseu) e lutará para derrubar o regime opres-
sor de Acab e Jezabel.
7. A Liturgia escolheu esse trecho porque o “alimento miste-
rioso” dado a Elias aponta para o mistério-revelação de Jesus:
“Eu sou o pão da vida. Eis aqui o pão que desce do céu: quem
dele comer nunca morrerá” (cf. evangelho).
Evangelho (Jo 6,41-51): Da humanidade de Jesus nasce a
vida para o mundo
8. Por alguns domingos, a liturgia nos oferece a leitura quase
completa do cap. 6 de João. Após o episódio inicial (6,1-15;
cf. 17º domingo), a proposta de Jesus vai encontrando sucessi-
vas rejeições: por parte da multidão (6,24-35, texto substituído
por causa da Transfiguração), por parte das autoridades dos
judeus (6,41-51, evangelho de hoje) e por parte dos discípulos,
muitos dos quais o abandonam (6,60-66, texto substituído pela
festa da Assunção), culminando com a resposta de Pedro (cf.
6,67-71, de onde são tirados alguns versículos do evangelho
do 21º domingo comum). Assim o quadro se completa. Portan-
to, para entender bem o trecho de hoje é necessário ter presen-
te esse caminho.
9. Outro elemento importante para a compreensão do discur-
so de Jesus em Jo 6 é este: A comunidade do Discípulo Ama-
do – da qual nasceu o Evangelho de João – não tinha sacra-
mentos, como o Batismo e a Santa Ceia. Comer a carne de
Jesus e beber seu sangue eram sinônimos de assimilação da
pessoa de Jesus na sua totalidade: aceitá-lo como dom do Pai e
doar-se como dom de vida para a humanidade. A realidade
eclesial em que vivemos está marcada pelos sacramentos, sinal
de que vivemos uma proposta bastante diferente em relação à
comunidade joanina. Isso contudo não nos dispensa de ver na
Santa Ceia não um simples gesto ritual, e sim um compromis-
so pleno com a pessoa de Jesus e o seu projeto. Participar da
Santa Ceia, portanto, é acolher Jesus na sua totalidade.
a. O escândalo da humanidade de Jesus (vv. 41-42)
10. Jesus é a proposta de Deus para criar o mundo novo em
base à partilha dos bens da criação. Essa proposta encontra,
agora, rejeição por parte das autoridades judaicas filiadas ao
sistema antigo, baseado no comércio. A rejeição se fundamen-
ta na crítica (literalmente: murmuração), que recorda a mur-
muração dos hebreus no deserto (cf. Ex 16,2-4). Os líderes
judeus querem um deus todo-poderoso capaz de resolver au-
tomaticamente todas as questões, que não os force a sair do
sistema em que se encontram bem e comodamente instalados.
E por isso rejeitam a proposta que Deus faz em Jesus.
11. O escândalo está no fato de Jesus se apresentar como ser
humano. A pergunta que se fazem é se ele, por ser humano,
pode ter origem divina; se possui vida definitiva; se tem poder
de comunicá-la. Temos aqui a ressonância da mentalidade de
Natanael: “De Nazaré pode sair algo que preste?” (1,46). Para
ser dom amoroso do Pai, isto é, pão descido do céu, Jesus não
deveria ser de origem humana. A humanidade de Jesus – ser
gente no meio da gente – é pedra de tropeço para os líderes.
Para João, contudo, a glória de Deus repousa em Jesus de
Nazaré feito homem: “A Palavra se fez homem e habitou entre
nós. E nós contemplamos a sua glória: glória do Filho único
do Pai cheio de amor e fidelidade” (1,14).
b. Deus optou pela humanidade (vv. 43-46)
12. A encarnação de Jesus revela a humanidade de Deus.
Encarnando-se, ele optou pelo ser humano e por sua liberta-
ção. Jesus se tornou o ponto de referência indispensável para
entendermos quem é Deus (cf. 1,18: “Ninguém jamais viu a
Deus; quem nos revelou Deus foi o Filho único, que está junto
do Pai”), de sorte que Jesus é o ímã do Pai, a condição última
para se ter vida: “Ninguém pode vir a mim se o Pai que me
enviou não o atrair” (v. 44a). Mas será que Jesus e o Pai são
arbitrários, atraindo alguns e rejeitando outros? (Para aprofun-
dar esse aspecto compare com 3,16-21~12,32). Aderindo à
humanidade de Deus em Jesus, as pessoas passam da morte à
vida: “Eu o ressuscitarei no último dia” (v. 44b).
13. A escola farisaica chegara a admitir a ressurreição como
fruto da observância da lei. Jesus garante que a ressurreição
depende da adesão a ele e a seu projeto, pois a nova lei que
Deus oferece à humanidade é a pessoa de Jesus. O texto con-
firma isso pondo na boca de Jesus a seguinte afirmação: “To-
dos serão discípulos de Deus” (v. 45a). Essa citação dos profe-
tas encontra-se em Is 54,13 e Jr 31,33s, onde se promete uma
nova lei, escrita nos corações. Ora, Deus inscreveu a nova lei
na pessoa de Jesus, e todo aquele que escuta o Pai e aceita seu
ensinamento adere a Jesus (v. 45b), porque ele é o único que
está junto de Deus (cf. 1,18) e vê continuamente o Pai (v. 46;
cf. 1,2).
14. O evangelho se abre, aqui, à dimensão universal. A nova
lei não é inscrita só num povo, mas em todos os que desejam
ser discípulos de Deus. A comunidade dos que crêem, portan-
to, é comunidade aberta, como o projeto de Deus, que é pro-
posta feita a todos.
c. Jesus é o pão da vida definitiva (vv. 47-51)
15. Jesus é a proposta de Deus para se obter vida definitiva. A
declaração do v. 47 é solene: “Em verdade, em verdade eu
lhes digo”. A vida definitiva não depende da observância da
lei, mas da adesão plena a Jesus. A qualidade de vida que ele
oferece é nova, é vida eterna; por sua plenitude, é definitiva (v.
47b).
16. O texto contrapõe dois tipos de alimento: um que não
conduz à vida definitiva (o maná do deserto): apesar de comê-
lo, os antepassados morreram sem entrar na posse da terra e da
vida; o outro conduz à vida que dura para sempre: “Quem
comer deste pão viverá eternamente” (v. 51a). Suplanta-se a
lei antiga, comparada, pelos fariseus, ao pão. A vida definitiva
não está nela, mas na carne de Jesus: “O pão que eu darei é a
minha carne para a vida do mundo” (v. 51b). Carne significa
pessoa viva, e não lei morta com suas observâncias incapazes
de comunicar vida. É na pessoa de Jesus enquanto pão (isto é,
dom amoroso), é na sua carne para a vida do mundo que se
revela a humanidade de Deus. Em sua carne tornou-se Cordei-
ro de Deus que tira o pecado do mundo (cf. 1,29). Aceitá-lo
em sua humanidade é passar da morte à vida.
2ª leitura (Ef 4,30-5,2): A fotografia do Homem Novo
17. A leitura contínua de Efésios nos apresenta hoje as carac-
terísticas do Homem Novo. Estamos na parte que trata das
exortações. O texto de hoje começa pedindo que os cristãos
não entristeçam o Espírito Santo de Deus (v. 30a). O autor está
pensando no povo hebreu do tempo do deserto. Segundo Is
63,10, a murmuração do deserto entristeceu o Espírito, pois,
revoltando-se, o povo perdia de vista o caminho para a vida
nova.
18. A comunidade cristã caminha, como o povo de Deus no
deserto, para o dia da redenção (v. 30b), e o sinal que acompa-
nha e marca a caminhada é o Espírito Santo de Deus. O autor
repete aqui o que já dissera em 1,13. Agora, porém, mostra
como agir de forma coerente com o que Cristo fez pelos cris-
tãos.
19. Como entristecer, ou como alegrar o Espírito? Tudo de-
pende de como as pessoas se relacionam comunitariamente, de
acordo com o homem velho ou de acordo com o Homem No-
vo. Eis o que entristece o Espírito: amarguras, irritações, ira,
gritaria, insulto e toda espécie de maldade (v. 31). Numa pala-
vra, criando relações tensas e exasperantes entre as pessoas.
Note-se que o culto ao Espírito se traduz em relações fraternas
positivas. Alegra-se o Espírito desta forma: com bondade e
misericórdia nos relacionamentos comunitários, culminando
no perdão. O perdão, por sua vez, tem sua razão de ser no
gesto de Deus ter perdoado a humanidade em Cristo (v. 32).
Isso está em perfeita sintonia com o que Jesus ensinou no
Sermão da Montanha (cf. Mt 6,14).
20. Essas características do Homem Novo é que o tornam
imitador de Deus, como filho querido (5,1). O pedido é extre-
mamente exigente, pois se trata de imitar Deus. Isso pode
parecer um ideal inatingível, mas não o é. De fato, imitar Deus
outra coisa não é senão viver o amor e a fraternidade: Proce-
dam com amor”. A vida de Jesus é a síntese do que o Pai quer
dos seus filhos: Cristo nos amou e se entregou por nós (v. 2).
Amor sem entrega é egoísmo; entregar-se sem amor é perder o
sentido da vida. Cristo amou e se entregou, como Servo de
Javé. Por isso sua vida é sacrifício de suave perfume (cf. Ex
29,18; Ez 20,41). Amar e entregar-se à comunidade como
Cristo é o mais sugestivo retrato do Homem Novo.
III. PISTAS PARA REFLEXÃO
21. Dialogar com a comunidade sobre os temores e desânimos dos cristãos-profetas de
hoje. Como Deus apóia e sustenta suas lutas? Como a comunidade tem sido alimento
dos que lutam por um mundo novo? (1ª leitura, 1Rs 19,4-8).
22. Jesus foi rejeitado porque se apresentou extremamente humano (evangelho, Jo
6,41-51). Como nos posicionamos diante dos limites e fraquezas dos líderes cristãos?
Como tornar a comunidade mais humana, “perita em humanidade”? Como encaramos
as fraquezas da comunidade? O que significa deixar-nos ensinar pelo Pai e ir a Jesus, o
pão da vida definitiva?
23. Quais os sinais do Homem Novo em nossa comunidade? É possível amor sem en-
trega? É possível entregar-se à comunidade sem amor? (2ª leitura, Ef 4,30-5,2).

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Lição10: Ministrando aos galileus
Lição10: Ministrando aos galileusLição10: Ministrando aos galileus
Lição10: Ministrando aos galileusQuenia Damata
 
As testemunhas de jeová terceiro post do blog
As testemunhas de jeová terceiro post do blogAs testemunhas de jeová terceiro post do blog
As testemunhas de jeová terceiro post do blogleandroaleixo
 
Discipulado para jovens e adultos
Discipulado para jovens e adultosDiscipulado para jovens e adultos
Discipulado para jovens e adultosVilmar Nascimento
 
LBA Lição 10 - Mansidão, torna o crente apto para evitar pelejas
LBA Lição 10 - Mansidão, torna o crente apto para evitar pelejasLBA Lição 10 - Mansidão, torna o crente apto para evitar pelejas
LBA Lição 10 - Mansidão, torna o crente apto para evitar pelejasNatalino das Neves Neves
 
Lição 08 - Israel no Plano da Redenção
Lição 08 - Israel no Plano da RedençãoLição 08 - Israel no Plano da Redenção
Lição 08 - Israel no Plano da RedençãoRegio Davis
 
Lição 8 - Israel no Plano da Redenção
Lição 8 - Israel no Plano da RedençãoLição 8 - Israel no Plano da Redenção
Lição 8 - Israel no Plano da RedençãoErberson Pinheiro
 
Resumo Das Lições do II Trimestre E.B.D
Resumo Das Lições do II Trimestre E.B.DResumo Das Lições do II Trimestre E.B.D
Resumo Das Lições do II Trimestre E.B.DKonker Labs
 
A ressureição de cristo parte 02
A ressureição de cristo parte 02A ressureição de cristo parte 02
A ressureição de cristo parte 02Pr Neto
 
Resumo da Biblia
Resumo da BibliaResumo da Biblia
Resumo da Bibliagiulianoca2
 
Ebd Lições bíblicas 2016 aula 7 Israel no plano da redenção.
Ebd Lições bíblicas 2016 aula 7 Israel no plano da redenção.Ebd Lições bíblicas 2016 aula 7 Israel no plano da redenção.
Ebd Lições bíblicas 2016 aula 7 Israel no plano da redenção.GIDEONE Moura Santos Ferreira
 
A inspiração de pedro 1
A inspiração de pedro 1A inspiração de pedro 1
A inspiração de pedro 1Sergio Menezes
 
Revista dulto 1° trimestre 2018
Revista dulto 1° trimestre 2018Revista dulto 1° trimestre 2018
Revista dulto 1° trimestre 2018Hamilton Souza
 
Jesus, o modelo ideal de humildade
Jesus, o modelo ideal de humildadeJesus, o modelo ideal de humildade
Jesus, o modelo ideal de humildadeMoisés Sampaio
 
Lição 4 - Diga não ao ritmo de vida deste mundo
Lição 4 - Diga não ao ritmo de vida deste mundoLição 4 - Diga não ao ritmo de vida deste mundo
Lição 4 - Diga não ao ritmo de vida deste mundoErberson Pinheiro
 
Exaltacao da cruz de cristo ano a - 2014
Exaltacao da cruz de cristo   ano a - 2014Exaltacao da cruz de cristo   ano a - 2014
Exaltacao da cruz de cristo ano a - 2014José Lima
 
2021 2º trimestre jovens lição 13
2021 2º trimestre jovens lição 132021 2º trimestre jovens lição 13
2021 2º trimestre jovens lição 13Joel Silva
 

Mais procurados (20)

Lição10: Ministrando aos galileus
Lição10: Ministrando aos galileusLição10: Ministrando aos galileus
Lição10: Ministrando aos galileus
 
As testemunhas de jeová terceiro post do blog
As testemunhas de jeová terceiro post do blogAs testemunhas de jeová terceiro post do blog
As testemunhas de jeová terceiro post do blog
 
Discipulado para jovens e adultos
Discipulado para jovens e adultosDiscipulado para jovens e adultos
Discipulado para jovens e adultos
 
A Epístola aos Romanos
A Epístola aos RomanosA Epístola aos Romanos
A Epístola aos Romanos
 
LBA Lição 10 - Mansidão, torna o crente apto para evitar pelejas
LBA Lição 10 - Mansidão, torna o crente apto para evitar pelejasLBA Lição 10 - Mansidão, torna o crente apto para evitar pelejas
LBA Lição 10 - Mansidão, torna o crente apto para evitar pelejas
 
Lição 08 - Israel no Plano da Redenção
Lição 08 - Israel no Plano da RedençãoLição 08 - Israel no Plano da Redenção
Lição 08 - Israel no Plano da Redenção
 
Lição 8 - Israel no Plano da Redenção
Lição 8 - Israel no Plano da RedençãoLição 8 - Israel no Plano da Redenção
Lição 8 - Israel no Plano da Redenção
 
Lição 1 Hebreus
Lição 1   HebreusLição 1   Hebreus
Lição 1 Hebreus
 
Resumo Das Lições do II Trimestre E.B.D
Resumo Das Lições do II Trimestre E.B.DResumo Das Lições do II Trimestre E.B.D
Resumo Das Lições do II Trimestre E.B.D
 
A ressureição de cristo parte 02
A ressureição de cristo parte 02A ressureição de cristo parte 02
A ressureição de cristo parte 02
 
Apenas uma palavra de jesus
Apenas uma palavra de jesusApenas uma palavra de jesus
Apenas uma palavra de jesus
 
Resumo da Biblia
Resumo da BibliaResumo da Biblia
Resumo da Biblia
 
Ebd Lições bíblicas 2016 aula 7 Israel no plano da redenção.
Ebd Lições bíblicas 2016 aula 7 Israel no plano da redenção.Ebd Lições bíblicas 2016 aula 7 Israel no plano da redenção.
Ebd Lições bíblicas 2016 aula 7 Israel no plano da redenção.
 
A inspiração de pedro 1
A inspiração de pedro 1A inspiração de pedro 1
A inspiração de pedro 1
 
LBJ Lição 11 - A igreja e a política
LBJ Lição 11 - A igreja e a políticaLBJ Lição 11 - A igreja e a política
LBJ Lição 11 - A igreja e a política
 
Revista dulto 1° trimestre 2018
Revista dulto 1° trimestre 2018Revista dulto 1° trimestre 2018
Revista dulto 1° trimestre 2018
 
Jesus, o modelo ideal de humildade
Jesus, o modelo ideal de humildadeJesus, o modelo ideal de humildade
Jesus, o modelo ideal de humildade
 
Lição 4 - Diga não ao ritmo de vida deste mundo
Lição 4 - Diga não ao ritmo de vida deste mundoLição 4 - Diga não ao ritmo de vida deste mundo
Lição 4 - Diga não ao ritmo de vida deste mundo
 
Exaltacao da cruz de cristo ano a - 2014
Exaltacao da cruz de cristo   ano a - 2014Exaltacao da cruz de cristo   ano a - 2014
Exaltacao da cruz de cristo ano a - 2014
 
2021 2º trimestre jovens lição 13
2021 2º trimestre jovens lição 132021 2º trimestre jovens lição 13
2021 2º trimestre jovens lição 13
 

Destaque

2011 requer envio de expediente ao exmo sr prefeito municipal solicitando a...
2011   requer envio de expediente ao exmo sr prefeito municipal solicitando a...2011   requer envio de expediente ao exmo sr prefeito municipal solicitando a...
2011 requer envio de expediente ao exmo sr prefeito municipal solicitando a...drtaylorjr
 
Leituras: 6° Domingo do Tempo Comum - Ano A
Leituras: 6° Domingo do Tempo Comum - Ano ALeituras: 6° Domingo do Tempo Comum - Ano A
Leituras: 6° Domingo do Tempo Comum - Ano AJosé Lima
 
O sapo apaixonado 2º ano
O sapo apaixonado 2º anoO sapo apaixonado 2º ano
O sapo apaixonado 2º anobibliotecap
 
Elasticidade-Preço-20015
Elasticidade-Preço-20015Elasticidade-Preço-20015
Elasticidade-Preço-20015Jaime Maeda
 
A língua de nhem- Cecília Meireles
A língua de nhem-  Cecília MeirelesA língua de nhem-  Cecília Meireles
A língua de nhem- Cecília Meirelesnunoemaria
 
Comentário: 6° Domingo do Tempo Comum - Ano A
Comentário: 6° Domingo do Tempo Comum - Ano AComentário: 6° Domingo do Tempo Comum - Ano A
Comentário: 6° Domingo do Tempo Comum - Ano AJosé Lima
 
Homilética introdução
Homilética introduçãoHomilética introdução
Homilética introduçãoAdelino Santos
 
Convite pontal criativo para reunião com jabes
Convite pontal criativo para reunião com jabesConvite pontal criativo para reunião com jabes
Convite pontal criativo para reunião com jabesRoberto Rabat Chame
 
2011 requer envio de expediente ao exmo sr prefeito municipal solicitando o...
2011   requer envio de expediente ao exmo sr prefeito municipal solicitando o...2011   requer envio de expediente ao exmo sr prefeito municipal solicitando o...
2011 requer envio de expediente ao exmo sr prefeito municipal solicitando o...drtaylorjr
 
2010 solicita ao exmº senhor prefeito municipal o calçamento e a urbanizaçã...
2010   solicita ao exmº senhor prefeito municipal o calçamento e a urbanizaçã...2010   solicita ao exmº senhor prefeito municipal o calçamento e a urbanizaçã...
2010 solicita ao exmº senhor prefeito municipal o calçamento e a urbanizaçã...drtaylorjr
 
2010 solicita ao exmo sr prefeito municipal a reforma do calçamento da rua ...
2010   solicita ao exmo sr prefeito municipal a reforma do calçamento da rua ...2010   solicita ao exmo sr prefeito municipal a reforma do calçamento da rua ...
2010 solicita ao exmo sr prefeito municipal a reforma do calçamento da rua ...drtaylorjr
 
Convívio entre avós e netos
Convívio entre avós e netosConvívio entre avós e netos
Convívio entre avós e netosDiogo Maia
 

Destaque (20)

2011 requer envio de expediente ao exmo sr prefeito municipal solicitando a...
2011   requer envio de expediente ao exmo sr prefeito municipal solicitando a...2011   requer envio de expediente ao exmo sr prefeito municipal solicitando a...
2011 requer envio de expediente ao exmo sr prefeito municipal solicitando a...
 
Leituras: 6° Domingo do Tempo Comum - Ano A
Leituras: 6° Domingo do Tempo Comum - Ano ALeituras: 6° Domingo do Tempo Comum - Ano A
Leituras: 6° Domingo do Tempo Comum - Ano A
 
O sapo apaixonado 2º ano
O sapo apaixonado 2º anoO sapo apaixonado 2º ano
O sapo apaixonado 2º ano
 
O que é Boulevard Monde?
O que é Boulevard Monde?O que é Boulevard Monde?
O que é Boulevard Monde?
 
INTERPRETAÇÃO-CMM
INTERPRETAÇÃO-CMMINTERPRETAÇÃO-CMM
INTERPRETAÇÃO-CMM
 
Elasticidade-Preço-20015
Elasticidade-Preço-20015Elasticidade-Preço-20015
Elasticidade-Preço-20015
 
Sessão de Apresentação do NTIEC - Perspectiva do Docente e do Investigador
Sessão de Apresentação do NTIEC - Perspectiva do Docente e do InvestigadorSessão de Apresentação do NTIEC - Perspectiva do Docente e do Investigador
Sessão de Apresentação do NTIEC - Perspectiva do Docente e do Investigador
 
PÓS-QUALIFICAÇÃO - NERES TIDD
PÓS-QUALIFICAÇÃO - NERES TIDDPÓS-QUALIFICAÇÃO - NERES TIDD
PÓS-QUALIFICAÇÃO - NERES TIDD
 
SBSE0198
SBSE0198SBSE0198
SBSE0198
 
A língua de nhem- Cecília Meireles
A língua de nhem-  Cecília MeirelesA língua de nhem-  Cecília Meireles
A língua de nhem- Cecília Meireles
 
Apresentação1
Apresentação1Apresentação1
Apresentação1
 
Comentário: 6° Domingo do Tempo Comum - Ano A
Comentário: 6° Domingo do Tempo Comum - Ano AComentário: 6° Domingo do Tempo Comum - Ano A
Comentário: 6° Domingo do Tempo Comum - Ano A
 
Homilética introdução
Homilética introduçãoHomilética introdução
Homilética introdução
 
Convite pontal criativo para reunião com jabes
Convite pontal criativo para reunião com jabesConvite pontal criativo para reunião com jabes
Convite pontal criativo para reunião com jabes
 
Juegos
JuegosJuegos
Juegos
 
2011 requer envio de expediente ao exmo sr prefeito municipal solicitando o...
2011   requer envio de expediente ao exmo sr prefeito municipal solicitando o...2011   requer envio de expediente ao exmo sr prefeito municipal solicitando o...
2011 requer envio de expediente ao exmo sr prefeito municipal solicitando o...
 
2010 solicita ao exmº senhor prefeito municipal o calçamento e a urbanizaçã...
2010   solicita ao exmº senhor prefeito municipal o calçamento e a urbanizaçã...2010   solicita ao exmº senhor prefeito municipal o calçamento e a urbanizaçã...
2010 solicita ao exmº senhor prefeito municipal o calçamento e a urbanizaçã...
 
2010 solicita ao exmo sr prefeito municipal a reforma do calçamento da rua ...
2010   solicita ao exmo sr prefeito municipal a reforma do calçamento da rua ...2010   solicita ao exmo sr prefeito municipal a reforma do calçamento da rua ...
2010 solicita ao exmo sr prefeito municipal a reforma do calçamento da rua ...
 
Convívio entre avós e netos
Convívio entre avós e netosConvívio entre avós e netos
Convívio entre avós e netos
 
Epj i
Epj iEpj i
Epj i
 

Semelhante a Comentário: 19º Domingo do Tempo Comum - Ano B

Comentário: 21° Domingo do Tempo Comum - Ano B
Comentário: 21° Domingo do Tempo Comum - Ano BComentário: 21° Domingo do Tempo Comum - Ano B
Comentário: 21° Domingo do Tempo Comum - Ano BJosé Lima
 
Comentário: 4º Domingo da Quaresma - Ano B
Comentário: 4º Domingo da Quaresma - Ano BComentário: 4º Domingo da Quaresma - Ano B
Comentário: 4º Domingo da Quaresma - Ano BJosé Lima
 
Comentário Bíblico: 2° domingo da quaresma - Ano C
Comentário Bíblico: 2° domingo da quaresma - Ano CComentário Bíblico: 2° domingo da quaresma - Ano C
Comentário Bíblico: 2° domingo da quaresma - Ano CJosé Lima
 
Comentário: Domingo da Trindade - Ano A
Comentário: Domingo da Trindade - Ano AComentário: Domingo da Trindade - Ano A
Comentário: Domingo da Trindade - Ano AJosé Lima
 
Comentário: 4º Domingo da Páscoa - Ano B
Comentário: 4º Domingo da Páscoa - Ano BComentário: 4º Domingo da Páscoa - Ano B
Comentário: 4º Domingo da Páscoa - Ano BJosé Lima
 
Comentário: 3° Domingo da Quaresma - Ano A
Comentário: 3° Domingo da Quaresma - Ano AComentário: 3° Domingo da Quaresma - Ano A
Comentário: 3° Domingo da Quaresma - Ano AJosé Lima
 
Comentário: 5º Domingo da Quaresma - Ano B
Comentário: 5º Domingo da Quaresma - Ano BComentário: 5º Domingo da Quaresma - Ano B
Comentário: 5º Domingo da Quaresma - Ano BJosé Lima
 
Comentário: 18º Domingo do Tempo Comum - Ano B
Comentário: 18º Domingo do Tempo Comum - Ano BComentário: 18º Domingo do Tempo Comum - Ano B
Comentário: 18º Domingo do Tempo Comum - Ano BJosé Lima
 
Comentário: 3° Domingo da Quaresma - Ano C
Comentário: 3° Domingo da Quaresma - Ano CComentário: 3° Domingo da Quaresma - Ano C
Comentário: 3° Domingo da Quaresma - Ano CJosé Lima
 
Comentário: 14° Domingo Tempo Comum - Ano C
Comentário: 14° Domingo Tempo Comum - Ano C Comentário: 14° Domingo Tempo Comum - Ano C
Comentário: 14° Domingo Tempo Comum - Ano C José Lima
 
Comentário: 5° Domingo da Quaresma - Ano C
Comentário: 5° Domingo da Quaresma - Ano CComentário: 5° Domingo da Quaresma - Ano C
Comentário: 5° Domingo da Quaresma - Ano CJosé Lima
 
Comentário: 1° Domingo da Quaresma - Ano C
Comentário: 1° Domingo da Quaresma - Ano CComentário: 1° Domingo da Quaresma - Ano C
Comentário: 1° Domingo da Quaresma - Ano CJosé Lima
 
Comentário: Sexta-feira da Paixão de nosso Senhor - Ano A, B e C
Comentário: Sexta-feira da Paixão de nosso Senhor - Ano A, B e CComentário: Sexta-feira da Paixão de nosso Senhor - Ano A, B e C
Comentário: Sexta-feira da Paixão de nosso Senhor - Ano A, B e CJosé Lima
 
Comentário: 3° Domingo do Tempo Comum - Ano A
Comentário: 3° Domingo do Tempo Comum - Ano AComentário: 3° Domingo do Tempo Comum - Ano A
Comentário: 3° Domingo do Tempo Comum - Ano AJosé Lima
 
Comentário: 2° Domingo da Quaresma - Ano C
Comentário: 2° Domingo da Quaresma - Ano CComentário: 2° Domingo da Quaresma - Ano C
Comentário: 2° Domingo da Quaresma - Ano CJosé Lima
 
Comentário: 4° Domingo de Pascoa - Ano C
Comentário: 4° Domingo de Pascoa - Ano CComentário: 4° Domingo de Pascoa - Ano C
Comentário: 4° Domingo de Pascoa - Ano CJosé Lima
 
Comentário: 1º Domingo do Advento - Ano B
Comentário: 1º Domingo do Advento - Ano BComentário: 1º Domingo do Advento - Ano B
Comentário: 1º Domingo do Advento - Ano BJosé Lima
 
Lição 03 - A Salvação e o Advento do Salvador
Lição 03 - A Salvação e o Advento do SalvadorLição 03 - A Salvação e o Advento do Salvador
Lição 03 - A Salvação e o Advento do SalvadorÉder Tomé
 
Comentário: Ano Novo - 1° de janeiro
Comentário: Ano Novo - 1° de janeiroComentário: Ano Novo - 1° de janeiro
Comentário: Ano Novo - 1° de janeiroJosé Lima
 

Semelhante a Comentário: 19º Domingo do Tempo Comum - Ano B (20)

Comentário: 21° Domingo do Tempo Comum - Ano B
Comentário: 21° Domingo do Tempo Comum - Ano BComentário: 21° Domingo do Tempo Comum - Ano B
Comentário: 21° Domingo do Tempo Comum - Ano B
 
Comentário: 4º Domingo da Quaresma - Ano B
Comentário: 4º Domingo da Quaresma - Ano BComentário: 4º Domingo da Quaresma - Ano B
Comentário: 4º Domingo da Quaresma - Ano B
 
Comentário Bíblico: 2° domingo da quaresma - Ano C
Comentário Bíblico: 2° domingo da quaresma - Ano CComentário Bíblico: 2° domingo da quaresma - Ano C
Comentário Bíblico: 2° domingo da quaresma - Ano C
 
Comentário: Domingo da Trindade - Ano A
Comentário: Domingo da Trindade - Ano AComentário: Domingo da Trindade - Ano A
Comentário: Domingo da Trindade - Ano A
 
Comentário: 4º Domingo da Páscoa - Ano B
Comentário: 4º Domingo da Páscoa - Ano BComentário: 4º Domingo da Páscoa - Ano B
Comentário: 4º Domingo da Páscoa - Ano B
 
Comentário: 3° Domingo da Quaresma - Ano A
Comentário: 3° Domingo da Quaresma - Ano AComentário: 3° Domingo da Quaresma - Ano A
Comentário: 3° Domingo da Quaresma - Ano A
 
Comentário: 5º Domingo da Quaresma - Ano B
Comentário: 5º Domingo da Quaresma - Ano BComentário: 5º Domingo da Quaresma - Ano B
Comentário: 5º Domingo da Quaresma - Ano B
 
Comentário: 18º Domingo do Tempo Comum - Ano B
Comentário: 18º Domingo do Tempo Comum - Ano BComentário: 18º Domingo do Tempo Comum - Ano B
Comentário: 18º Domingo do Tempo Comum - Ano B
 
Comentário: 3° Domingo da Quaresma - Ano C
Comentário: 3° Domingo da Quaresma - Ano CComentário: 3° Domingo da Quaresma - Ano C
Comentário: 3° Domingo da Quaresma - Ano C
 
Comentário: 14° Domingo Tempo Comum - Ano C
Comentário: 14° Domingo Tempo Comum - Ano C Comentário: 14° Domingo Tempo Comum - Ano C
Comentário: 14° Domingo Tempo Comum - Ano C
 
Comentário: 5° Domingo da Quaresma - Ano C
Comentário: 5° Domingo da Quaresma - Ano CComentário: 5° Domingo da Quaresma - Ano C
Comentário: 5° Domingo da Quaresma - Ano C
 
Comentário: 1° Domingo da Quaresma - Ano C
Comentário: 1° Domingo da Quaresma - Ano CComentário: 1° Domingo da Quaresma - Ano C
Comentário: 1° Domingo da Quaresma - Ano C
 
Comentário: Sexta-feira da Paixão de nosso Senhor - Ano A, B e C
Comentário: Sexta-feira da Paixão de nosso Senhor - Ano A, B e CComentário: Sexta-feira da Paixão de nosso Senhor - Ano A, B e C
Comentário: Sexta-feira da Paixão de nosso Senhor - Ano A, B e C
 
Comentário: 3° Domingo do Tempo Comum - Ano A
Comentário: 3° Domingo do Tempo Comum - Ano AComentário: 3° Domingo do Tempo Comum - Ano A
Comentário: 3° Domingo do Tempo Comum - Ano A
 
Comentário: 2° Domingo da Quaresma - Ano C
Comentário: 2° Domingo da Quaresma - Ano CComentário: 2° Domingo da Quaresma - Ano C
Comentário: 2° Domingo da Quaresma - Ano C
 
Comentário: 4° Domingo de Pascoa - Ano C
Comentário: 4° Domingo de Pascoa - Ano CComentário: 4° Domingo de Pascoa - Ano C
Comentário: 4° Domingo de Pascoa - Ano C
 
40 hebreus
40 hebreus40 hebreus
40 hebreus
 
Comentário: 1º Domingo do Advento - Ano B
Comentário: 1º Domingo do Advento - Ano BComentário: 1º Domingo do Advento - Ano B
Comentário: 1º Domingo do Advento - Ano B
 
Lição 03 - A Salvação e o Advento do Salvador
Lição 03 - A Salvação e o Advento do SalvadorLição 03 - A Salvação e o Advento do Salvador
Lição 03 - A Salvação e o Advento do Salvador
 
Comentário: Ano Novo - 1° de janeiro
Comentário: Ano Novo - 1° de janeiroComentário: Ano Novo - 1° de janeiro
Comentário: Ano Novo - 1° de janeiro
 

Último

Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingoPaulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingoPIB Penha
 
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRAEUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRAMarco Aurélio Rodrigues Dias
 
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIA
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIAMATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIA
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIAInsituto Propósitos de Ensino
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudoSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudoRicardo Azevedo
 
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptxLição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptxCelso Napoleon
 
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos PobresOração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos PobresNilson Almeida
 
As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)natzarimdonorte
 
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...MiltonCesarAquino1
 
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdfTabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdfAgnaldo Fernandes
 
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.LucySouza16
 
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdf
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdfBaralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdf
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdfJacquelineGomes57
 
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...PIB Penha
 
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 199ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19PIB Penha
 
As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................natzarimdonorte
 

Último (18)

Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingoPaulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
 
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRAEUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
 
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIA
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIAMATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIA
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIA
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudoSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
 
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptxLição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
 
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos PobresOração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
 
As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)
 
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
 
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmoAprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
 
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdfTabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
 
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
 
Mediunidade e Obsessão - Doutrina Espírita
Mediunidade e Obsessão - Doutrina EspíritaMediunidade e Obsessão - Doutrina Espírita
Mediunidade e Obsessão - Doutrina Espírita
 
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdf
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdfBaralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdf
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdf
 
Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)
Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)
Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)
 
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS NA VISÃO ESPÍRITA
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS  NA VISÃO ESPÍRITAVICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS  NA VISÃO ESPÍRITA
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS NA VISÃO ESPÍRITA
 
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
 
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 199ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19
 
As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................
 

Comentário: 19º Domingo do Tempo Comum - Ano B

  • 1. DA HUMANIDADE DE JESUS NASCE A VIDA PARA O MUNDO NOVO BORTOLINE, José - Roteiros Homiléticos Anos A, B, C Festas e Solenidades - Paulos, 2007 * LIÇÃO DA SÉRIE: LECIONÁRIO DOMINICAL * ANO: B – TEMPO LITÚRGICO: 19° DOM. COMUM - COR: VERDE I. INTRODUÇÃO GERAL 1. Deus criou o homem à sua imagem (Gn 1,27). Mais ain- da: na plenitude dos tempos, a Palavra se fez gente e habitou entre nós. E de sua plenitude todos nós recebemos um amor que corresponde ao seu amor (Jo 1,14.16). Um Deus próximo, que fala com as pessoas, anima-as e sustenta-lhes a caminhada em meio a situações de morte (1ª leitura, 1Rs 19,4-8). Um Deus tão humano e próximo que doa sua carne para a vida do mundo (evangelho, Jo 6,41-51). Os filhos desse Deus, vivendo na dimensão do Homem Novo, criam laços de fraternidade e comunhão na comunidade, pois ser filhos amados de Deus é, simplesmente, amar e entregar-se à comunidade, como Cristo amou e se entregou (2ª leitura, Ef 4,30-5,2). II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS 1ª leitura (1Rs 19,4-8): Em meio à morte, o profeta cami- nha para a vida 2. O texto pertence à história de Elias (1Rs 17 a 2Rs 1), profeta que restaurou a religião de Javé no Reino do Norte. Elias é “homem marcado para morrer”. Ele se confrontara com o rei Acab e a rainha Jezabel, matando no monte Carmelo os profetas de Baal (18,20-40). Por causa disso, a rainha decreta a morte do profeta (19,1-2). A situação de Elias é dramática: único profeta de Javé sobrevivente, após ter restaurado o ja- vismo no Reino do Norte, sente-se dominado pelo medo e foge, porque sua cabeça fora posta a leilão. 3. Há dois modos de encararmos a marcha de Elias fugindo da cidade de Jezrael, atravessando o Reino do Sul, chegando a Bersabéia e entrando pelo deserto o correspondente à cami- nhada de um dia (vv. 3-4a). O primeiro modo é considerarmos a marcha do ponto de vista do profeta: trata-se de verdadeira fuga, no desespero, procurando no deserto um lugar para pôr- se a salvo. Sob esse aspecto, Elias é uma pessoa desestruturada internamente, a ponto de desejar a morte pelas mãos de Deus: “Agora basta, Senhor! Tira a minha vida, pois não sou melhor que meus antepassados!” (v. 4b). A desorientação do homem de Deus é tal a ponto de desejar morrer, desde que não seja pelas mãos do poder tirano de Jezabel. O fim da linha do pro- feta é a morte. 4. O segundo modo de lermos o episódio leva em conta a intenção de quem o escreveu. Aí não se trata mais de fuga, e sim de peregrinação. O ponto final dessa peregrinação não é a marcha para a morte; é o encontro com Deus no monte Horeb (Sinai), onde Deus se encontrou com Moisés, selando a Alian- ça com seu povo. Nessa peregrinação, Deus sustenta e protege o profeta, mostrando-se muito próximo, tocando-o, conver- sando com ele, erguendo-o, alimentando-o, insistindo para que coma e beba, em vista da longa caminhada (vv. 5-7). Sob esse aspecto, o profeta é o protegido do Senhor. 5. Nesse sentido, Elias é símbolo do próprio povo de Deus do êxodo, alimentado com o maná, para o qual o Senhor fez jorrar água da rocha. Ao mesmo tempo, o texto revela a pro- ximidade de Deus que sustenta e dirige seu povo e o profeta na realização do projeto de vida. Também o povo do êxodo so- freu ameaças mortais e desejou morrer. Aí o Senhor interveio gratuitamente, dando força, coragem e sustento para a cami- nhada. A gratuidade divina se manifesta no alimento e bebida que o homem não preparou nem comprou. Isso porque Deus não abandona seu povo e seus profetas, ainda que marcados para morrer. 6. Ameaçado de morte, Elias peregrina ao encontro do Deus da vida e da Aliança no monte Sinai (chamado na leitura de Horeb). Sua peregrinação é longa (quarenta dias e quarenta noites, v. 8), mas a força do alimento gratuito o impele sem cansaço ou paradas ao longo do deserto. Sua missão não ter- mina com um decreto de morte por parte dos poderosos (Jeza- bel). Ao contrário, a partir do Sinai a vocação profética se manifesta com grande clareza: terá que escolher quem conti- nue sua missão (Eliseu) e lutará para derrubar o regime opres- sor de Acab e Jezabel. 7. A Liturgia escolheu esse trecho porque o “alimento miste- rioso” dado a Elias aponta para o mistério-revelação de Jesus: “Eu sou o pão da vida. Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer nunca morrerá” (cf. evangelho). Evangelho (Jo 6,41-51): Da humanidade de Jesus nasce a vida para o mundo 8. Por alguns domingos, a liturgia nos oferece a leitura quase completa do cap. 6 de João. Após o episódio inicial (6,1-15; cf. 17º domingo), a proposta de Jesus vai encontrando sucessi- vas rejeições: por parte da multidão (6,24-35, texto substituído por causa da Transfiguração), por parte das autoridades dos judeus (6,41-51, evangelho de hoje) e por parte dos discípulos, muitos dos quais o abandonam (6,60-66, texto substituído pela festa da Assunção), culminando com a resposta de Pedro (cf. 6,67-71, de onde são tirados alguns versículos do evangelho do 21º domingo comum). Assim o quadro se completa. Portan- to, para entender bem o trecho de hoje é necessário ter presen- te esse caminho. 9. Outro elemento importante para a compreensão do discur- so de Jesus em Jo 6 é este: A comunidade do Discípulo Ama- do – da qual nasceu o Evangelho de João – não tinha sacra- mentos, como o Batismo e a Santa Ceia. Comer a carne de Jesus e beber seu sangue eram sinônimos de assimilação da pessoa de Jesus na sua totalidade: aceitá-lo como dom do Pai e doar-se como dom de vida para a humanidade. A realidade eclesial em que vivemos está marcada pelos sacramentos, sinal de que vivemos uma proposta bastante diferente em relação à comunidade joanina. Isso contudo não nos dispensa de ver na Santa Ceia não um simples gesto ritual, e sim um compromis- so pleno com a pessoa de Jesus e o seu projeto. Participar da Santa Ceia, portanto, é acolher Jesus na sua totalidade. a. O escândalo da humanidade de Jesus (vv. 41-42) 10. Jesus é a proposta de Deus para criar o mundo novo em base à partilha dos bens da criação. Essa proposta encontra, agora, rejeição por parte das autoridades judaicas filiadas ao sistema antigo, baseado no comércio. A rejeição se fundamen- ta na crítica (literalmente: murmuração), que recorda a mur- muração dos hebreus no deserto (cf. Ex 16,2-4). Os líderes judeus querem um deus todo-poderoso capaz de resolver au- tomaticamente todas as questões, que não os force a sair do sistema em que se encontram bem e comodamente instalados. E por isso rejeitam a proposta que Deus faz em Jesus. 11. O escândalo está no fato de Jesus se apresentar como ser humano. A pergunta que se fazem é se ele, por ser humano, pode ter origem divina; se possui vida definitiva; se tem poder de comunicá-la. Temos aqui a ressonância da mentalidade de Natanael: “De Nazaré pode sair algo que preste?” (1,46). Para ser dom amoroso do Pai, isto é, pão descido do céu, Jesus não deveria ser de origem humana. A humanidade de Jesus – ser gente no meio da gente – é pedra de tropeço para os líderes.
  • 2. Para João, contudo, a glória de Deus repousa em Jesus de Nazaré feito homem: “A Palavra se fez homem e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória: glória do Filho único do Pai cheio de amor e fidelidade” (1,14). b. Deus optou pela humanidade (vv. 43-46) 12. A encarnação de Jesus revela a humanidade de Deus. Encarnando-se, ele optou pelo ser humano e por sua liberta- ção. Jesus se tornou o ponto de referência indispensável para entendermos quem é Deus (cf. 1,18: “Ninguém jamais viu a Deus; quem nos revelou Deus foi o Filho único, que está junto do Pai”), de sorte que Jesus é o ímã do Pai, a condição última para se ter vida: “Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o atrair” (v. 44a). Mas será que Jesus e o Pai são arbitrários, atraindo alguns e rejeitando outros? (Para aprofun- dar esse aspecto compare com 3,16-21~12,32). Aderindo à humanidade de Deus em Jesus, as pessoas passam da morte à vida: “Eu o ressuscitarei no último dia” (v. 44b). 13. A escola farisaica chegara a admitir a ressurreição como fruto da observância da lei. Jesus garante que a ressurreição depende da adesão a ele e a seu projeto, pois a nova lei que Deus oferece à humanidade é a pessoa de Jesus. O texto con- firma isso pondo na boca de Jesus a seguinte afirmação: “To- dos serão discípulos de Deus” (v. 45a). Essa citação dos profe- tas encontra-se em Is 54,13 e Jr 31,33s, onde se promete uma nova lei, escrita nos corações. Ora, Deus inscreveu a nova lei na pessoa de Jesus, e todo aquele que escuta o Pai e aceita seu ensinamento adere a Jesus (v. 45b), porque ele é o único que está junto de Deus (cf. 1,18) e vê continuamente o Pai (v. 46; cf. 1,2). 14. O evangelho se abre, aqui, à dimensão universal. A nova lei não é inscrita só num povo, mas em todos os que desejam ser discípulos de Deus. A comunidade dos que crêem, portan- to, é comunidade aberta, como o projeto de Deus, que é pro- posta feita a todos. c. Jesus é o pão da vida definitiva (vv. 47-51) 15. Jesus é a proposta de Deus para se obter vida definitiva. A declaração do v. 47 é solene: “Em verdade, em verdade eu lhes digo”. A vida definitiva não depende da observância da lei, mas da adesão plena a Jesus. A qualidade de vida que ele oferece é nova, é vida eterna; por sua plenitude, é definitiva (v. 47b). 16. O texto contrapõe dois tipos de alimento: um que não conduz à vida definitiva (o maná do deserto): apesar de comê- lo, os antepassados morreram sem entrar na posse da terra e da vida; o outro conduz à vida que dura para sempre: “Quem comer deste pão viverá eternamente” (v. 51a). Suplanta-se a lei antiga, comparada, pelos fariseus, ao pão. A vida definitiva não está nela, mas na carne de Jesus: “O pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo” (v. 51b). Carne significa pessoa viva, e não lei morta com suas observâncias incapazes de comunicar vida. É na pessoa de Jesus enquanto pão (isto é, dom amoroso), é na sua carne para a vida do mundo que se revela a humanidade de Deus. Em sua carne tornou-se Cordei- ro de Deus que tira o pecado do mundo (cf. 1,29). Aceitá-lo em sua humanidade é passar da morte à vida. 2ª leitura (Ef 4,30-5,2): A fotografia do Homem Novo 17. A leitura contínua de Efésios nos apresenta hoje as carac- terísticas do Homem Novo. Estamos na parte que trata das exortações. O texto de hoje começa pedindo que os cristãos não entristeçam o Espírito Santo de Deus (v. 30a). O autor está pensando no povo hebreu do tempo do deserto. Segundo Is 63,10, a murmuração do deserto entristeceu o Espírito, pois, revoltando-se, o povo perdia de vista o caminho para a vida nova. 18. A comunidade cristã caminha, como o povo de Deus no deserto, para o dia da redenção (v. 30b), e o sinal que acompa- nha e marca a caminhada é o Espírito Santo de Deus. O autor repete aqui o que já dissera em 1,13. Agora, porém, mostra como agir de forma coerente com o que Cristo fez pelos cris- tãos. 19. Como entristecer, ou como alegrar o Espírito? Tudo de- pende de como as pessoas se relacionam comunitariamente, de acordo com o homem velho ou de acordo com o Homem No- vo. Eis o que entristece o Espírito: amarguras, irritações, ira, gritaria, insulto e toda espécie de maldade (v. 31). Numa pala- vra, criando relações tensas e exasperantes entre as pessoas. Note-se que o culto ao Espírito se traduz em relações fraternas positivas. Alegra-se o Espírito desta forma: com bondade e misericórdia nos relacionamentos comunitários, culminando no perdão. O perdão, por sua vez, tem sua razão de ser no gesto de Deus ter perdoado a humanidade em Cristo (v. 32). Isso está em perfeita sintonia com o que Jesus ensinou no Sermão da Montanha (cf. Mt 6,14). 20. Essas características do Homem Novo é que o tornam imitador de Deus, como filho querido (5,1). O pedido é extre- mamente exigente, pois se trata de imitar Deus. Isso pode parecer um ideal inatingível, mas não o é. De fato, imitar Deus outra coisa não é senão viver o amor e a fraternidade: Proce- dam com amor”. A vida de Jesus é a síntese do que o Pai quer dos seus filhos: Cristo nos amou e se entregou por nós (v. 2). Amor sem entrega é egoísmo; entregar-se sem amor é perder o sentido da vida. Cristo amou e se entregou, como Servo de Javé. Por isso sua vida é sacrifício de suave perfume (cf. Ex 29,18; Ez 20,41). Amar e entregar-se à comunidade como Cristo é o mais sugestivo retrato do Homem Novo. III. PISTAS PARA REFLEXÃO 21. Dialogar com a comunidade sobre os temores e desânimos dos cristãos-profetas de hoje. Como Deus apóia e sustenta suas lutas? Como a comunidade tem sido alimento dos que lutam por um mundo novo? (1ª leitura, 1Rs 19,4-8). 22. Jesus foi rejeitado porque se apresentou extremamente humano (evangelho, Jo 6,41-51). Como nos posicionamos diante dos limites e fraquezas dos líderes cristãos? Como tornar a comunidade mais humana, “perita em humanidade”? Como encaramos as fraquezas da comunidade? O que significa deixar-nos ensinar pelo Pai e ir a Jesus, o pão da vida definitiva? 23. Quais os sinais do Homem Novo em nossa comunidade? É possível amor sem en- trega? É possível entregar-se à comunidade sem amor? (2ª leitura, Ef 4,30-5,2).