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A concepção de verdade. Os viés da verdade(s)
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algo sobre o que é verdade, como forma de “esclarecer
essas pessoas que, nem de longe conhecem ou não
querem conhecer a trajetória desses conflitos.
Em primeiro lugar é necessário dizer que “a
nossa idéia contemporânea de verdade foi construída ao
longo de séculos, desde a antiguidade, misturando a
concepção grega, latina e hebraica”.
Para a civilização grega “a verdade (aletheia) significa aquilo que não está oculto, o não
escondido, manifestando-se aos olhos e ao espírito, tal como é, ficando evidente à razão”.
Aos olhos dos romanos, no latim, “a verdade (veritas) é aquilo que pode ser demonstrado com
precisão, referindo-se ao rigor e a exatidão. Assim, a verdade depende da veracidade, da memória e dos
detalhes”.
Em hebraico (judeu ou se preferir, Israelense), “a verdade (emunah) significa confiança, é a
esperança de que aquilo que é será revelado, irá aparecer por intervenção divina”.
Em segundo lugar eu diria que “não existe uma verdade cujo sujeito possa ser o seu detentor”,
ou seja, não existe verdade que o homem possa considerar como sua. Ou, como diria Platão “Verdadeiro é
o discurso que diz as coisas como são; Falso aquele que as diz como não são”, ou seja, se eu digo que o
chão é sólido e nós podemos pisar nele, então isso é verdadeiro porque eu dei características corretas sobre
esse determinado assunto. Em outras palavras, a verdade é convencionada pelo grupo que possui crenças
em comum.
Em filosofia, uma designação tradicional de verdade diria que é aquilo que permanece
inalterável a quaisquer contingências, um conceito que não está em concordância com o senso comum e
que trás um problema.
Em outras palavras, a verdade espelha aquilo que é, o problema é encontrar a essência do que
as coisas são, adquirir a certeza incontestável sobre algo, o que geraria uma atitude dogmática.
O grande problema é que a verdade não possui um significado único, tampouco estático e
definitivo, sendo influenciada por inúmeros fatores.
Destarte, a construção de um sistema filosófico configura uma verdade dogmática que se
contrapõem a outras verdades dogmáticas.
Neste sentido, em filosofia existem várias verdades, todas possíveis desde que exista a ausência
de contradições, já que somente elementos que se anulam mutuamente poderiam invalidar a verdade.
Na filosofia e nas Ciências Humanas paradigmas coexistem e não se anulam.
Para Leibniz seria necessário distinguir dois
tipos de verdade: de um lado as verdades de razão e de outro
as verdades de fato.
As verdades de razão enunciam que uma coisa
é, necessariamente e universalmente, não podendo ser
diferente do que é, tal como as ideias matemáticas, sendo
inatas.
As verdades de fato, ao contrário, são aquelas
que dependem da experiência, expressando ideias obtidas
através das sensações, percepção e memória, sendo,
portanto, empíricas.
Já para Kant, a verdade surge a partir da relação
entre juízos analíticos e sintéticos, expressando as primeiras
operações intelectuais e o segundo as estruturas ou
fenômenos analisados.
Em outras palavras, a realidade que conhecemos não corresponde aquilo que é, mas sim ao que
a razão interpreta.
A maneira de lidar com informações e tomar decisões, considerando especialmente os critérios
para solucionar problemas, acabaram sendo influenciados por três tendências que dizem respeito à forma
de conhecer e encarar a verdade:
1. Dogmatismo: Baseado no racionalismo de Descartes, afirma que o conhecimento adquirido é seguro e
universal, alguns inclusive inatos, conferindo certeza absoluta às decisões.
2. Ceticismo: Oposta ao dogmatismo, originado a partir do empirismo, afirma que o verdadeiro
conhecimento é fornecido pelos sentidos e pela experiência, sendo impossível construir uma verdade
segura; portanto toda decisão é provisória e sujeita a constantes reajustes.
3. Relativismo: Atitude filosófica originada a partir do criticismo kantiano, a qual defende a idéia de que
cada indivíduo possui uma verdade, um ponto de vista e uma perspectiva, para qual as decisões só
podem ser tomadas em conjunto, analisando os diversos ângulos e pontos de vista.
Chegar à verdade pode ser mais complexo do que aparente, talvez mesmo impossível dentro da
limitada capacidade humana de racionalização.
Como diria Nietzsche “verdadeiro não significa em geral senão o que é apto à conservação da
humanidade. O que me deixa sem vida quando acredito nele não é a verdade para mim, é uma relação
arbitrária e ilegítima do meu ser com as coisas externas” ou seja tudo que é útil para nós é verdadeiro.
Como diz o provérbio popular, o pior cego é aquele que não quer ver!
Fontes:
http://fabiopestanaramos.blogspot.com.br/2011/09/concepcao-filosofica-da-verdade.html
http://www.lazcult.com/2013/04/verdade-filosofica.html

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PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
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Os donos da verdade

  • 1. Professor Jorge Marcos A concepção de verdade. Os viés da verdade(s) Tenho lido e acompanhado via redes sociais, as postagens (textos e vídeos) de algumas pessoas “ilustradas” ligadas a setores ultraconservadores de algumas igrejas cristãs sobre a situação dos conflitos envolvendo o Estado de Israel e os Palestinos, com sérias preocupações. Por esta razão decidir “pescar” na internet algo sobre o que é verdade, como forma de “esclarecer essas pessoas que, nem de longe conhecem ou não querem conhecer a trajetória desses conflitos. Em primeiro lugar é necessário dizer que “a nossa idéia contemporânea de verdade foi construída ao longo de séculos, desde a antiguidade, misturando a concepção grega, latina e hebraica”. Para a civilização grega “a verdade (aletheia) significa aquilo que não está oculto, o não escondido, manifestando-se aos olhos e ao espírito, tal como é, ficando evidente à razão”. Aos olhos dos romanos, no latim, “a verdade (veritas) é aquilo que pode ser demonstrado com precisão, referindo-se ao rigor e a exatidão. Assim, a verdade depende da veracidade, da memória e dos detalhes”. Em hebraico (judeu ou se preferir, Israelense), “a verdade (emunah) significa confiança, é a esperança de que aquilo que é será revelado, irá aparecer por intervenção divina”. Em segundo lugar eu diria que “não existe uma verdade cujo sujeito possa ser o seu detentor”, ou seja, não existe verdade que o homem possa considerar como sua. Ou, como diria Platão “Verdadeiro é o discurso que diz as coisas como são; Falso aquele que as diz como não são”, ou seja, se eu digo que o chão é sólido e nós podemos pisar nele, então isso é verdadeiro porque eu dei características corretas sobre esse determinado assunto. Em outras palavras, a verdade é convencionada pelo grupo que possui crenças em comum. Em filosofia, uma designação tradicional de verdade diria que é aquilo que permanece inalterável a quaisquer contingências, um conceito que não está em concordância com o senso comum e que trás um problema. Em outras palavras, a verdade espelha aquilo que é, o problema é encontrar a essência do que as coisas são, adquirir a certeza incontestável sobre algo, o que geraria uma atitude dogmática. O grande problema é que a verdade não possui um significado único, tampouco estático e definitivo, sendo influenciada por inúmeros fatores. Destarte, a construção de um sistema filosófico configura uma verdade dogmática que se contrapõem a outras verdades dogmáticas. Neste sentido, em filosofia existem várias verdades, todas possíveis desde que exista a ausência de contradições, já que somente elementos que se anulam mutuamente poderiam invalidar a verdade. Na filosofia e nas Ciências Humanas paradigmas coexistem e não se anulam.
  • 2. Para Leibniz seria necessário distinguir dois tipos de verdade: de um lado as verdades de razão e de outro as verdades de fato. As verdades de razão enunciam que uma coisa é, necessariamente e universalmente, não podendo ser diferente do que é, tal como as ideias matemáticas, sendo inatas. As verdades de fato, ao contrário, são aquelas que dependem da experiência, expressando ideias obtidas através das sensações, percepção e memória, sendo, portanto, empíricas. Já para Kant, a verdade surge a partir da relação entre juízos analíticos e sintéticos, expressando as primeiras operações intelectuais e o segundo as estruturas ou fenômenos analisados. Em outras palavras, a realidade que conhecemos não corresponde aquilo que é, mas sim ao que a razão interpreta. A maneira de lidar com informações e tomar decisões, considerando especialmente os critérios para solucionar problemas, acabaram sendo influenciados por três tendências que dizem respeito à forma de conhecer e encarar a verdade: 1. Dogmatismo: Baseado no racionalismo de Descartes, afirma que o conhecimento adquirido é seguro e universal, alguns inclusive inatos, conferindo certeza absoluta às decisões. 2. Ceticismo: Oposta ao dogmatismo, originado a partir do empirismo, afirma que o verdadeiro conhecimento é fornecido pelos sentidos e pela experiência, sendo impossível construir uma verdade segura; portanto toda decisão é provisória e sujeita a constantes reajustes. 3. Relativismo: Atitude filosófica originada a partir do criticismo kantiano, a qual defende a idéia de que cada indivíduo possui uma verdade, um ponto de vista e uma perspectiva, para qual as decisões só podem ser tomadas em conjunto, analisando os diversos ângulos e pontos de vista. Chegar à verdade pode ser mais complexo do que aparente, talvez mesmo impossível dentro da limitada capacidade humana de racionalização. Como diria Nietzsche “verdadeiro não significa em geral senão o que é apto à conservação da humanidade. O que me deixa sem vida quando acredito nele não é a verdade para mim, é uma relação arbitrária e ilegítima do meu ser com as coisas externas” ou seja tudo que é útil para nós é verdadeiro. Como diz o provérbio popular, o pior cego é aquele que não quer ver! Fontes: http://fabiopestanaramos.blogspot.com.br/2011/09/concepcao-filosofica-da-verdade.html http://www.lazcult.com/2013/04/verdade-filosofica.html