O documento descreve a invasão holandesa no Brasil entre 1630-1654, quando holandeses se estabeleceram na região Nordeste interessados no comércio de açúcar sob o comando de Maurício de Nassau, que modernizou Recife. A resistência portuguesa levou à expulsão dos holandeses em 1654, mas eles deixaram influências econômicas e genéticas.
1. Holandeses no Brasil Periodização Em linhas gerais, as invasões holandesas do Brasil podem ser recortadas em dois grandes períodos: 1624-1625 - Invasão de Salvador, na Bahia 1630-1654 - Invasão de Olinda e Recife, em Pernambuco 1630-1637 - Fase de resistência ao invasor 1637-1644 - Administração de Maurício de Nassau 1644-1654 - Insurreição Pernambucana
2. Invasão holandesa no Brasil Entre os anos de 1630 e 1654, o Nordeste brasileiro foi alvo de ataques e fixação de holandeses. Interessados no comércio de açúcar, os holandeses implantaram um governo em nosso território. Sob o comando de Maurício de Nassau, permaneceram lá até serem expulsos em 1654. Nassau desenvolveu diversos trabalhos em Recife, modernizando a cidade. O bandeirante Domingos Jorge Velho Expansão territorial: bandeiras e bandeirantes Foram os bandeirantes os responsáveis pela ampliação do território brasileiro além do Tratado de Tordesilhas. Os bandeirantes penetram no território brasileiro, procurando índios para aprisionar e jazidas de ouro e diamantes. Foram os bandeirantes que encontraram as primeiras minas de ouro nas regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
4. Por razões de ser um herói brasileiro e ambicioso que só queria causar problemas, ele muda de lado, em abril de 1632. Por ambição, desejo de alguma recompensa entre os invasores, convicção de que estes seriam vitoriosos ao final, ou ainda mesmo por supor que aqueles colonizadores trariam maiores progressos à terra que os portugueses - o fato foi que Calabar traiu seus antigos aliados. Durante dois anos havia servido entre os seus conterrâneos, foi ferido duas vezes e ganhou alguma reputação, Dele afirma Robert Southey A vantagem mudara de lado - e os flamengos passam a conquistar mais e mais territórios, agora tendo ao seu lado o conhecimento de que necessitavam: conquistaram as vilas de Goiana e de Igaraçu, a ilha de Itamaracá e até o forte do Rio Formoso. Seu auxílio foi tão precioso que até o forte dos Três Reis Magos, no Rio Grande do Norte, caiu sob domínio dos invasores que, com participação direta de Calabar destroem o engenho do Ferreiro Torto. Seu domínio estendia-se, então, do Rio Grande até o Recife. Além de Calabar, aderem à proposta cristãos-novos, negros, índios e mulatos. Calabar um Traidor ?
5. Em conseqüência das invasões à Região Nordeste do Brasil, o capital neerlandês passou a dominar todas as etapas da produção de açúcar, do plantio da cana-de-açúcar ao refino e distribuição. Com o controle do mercado fornecedor de escravos africanos, passou a investir na região das Antilhas. O açúcar produzido nessa região tinha um menor custo de produção devido, entre outros, à isenção de impostos sobre a mão-de-obra (tributada pela Coroa Portuguesa) e ao menor custo de transporte. Sem capitais para investir, com dificuldades para aquisição de mão-de-obra e sem dominar o processo de refino e distribuição, o açúcar português não conseguiu concorrer no mercado internacional, mergulhando a economia do Brasil (e a de Portugal) numa crise que atravessaria a segunda metade do século XVII até a descoberta de ouro nas Minas Gerais. Sete anos após a capitulação do Campo do Taborda (1654), Portugal cedeu aos Países Baixos o Ceilão (atual SriLanka) e as ilhas Molucas, a título de compensação, além de pagar quantia indenizatória. A herança das invasões holandesas no Brasil vai além da influência na economia. Pesquisas genéticas recentes feitas por um conceituado laboratório brasileiro indicam que entre nordestinos brancos há um excesso na distribuição de certos marcadores genéticos do cromossomo Y (de herança paterna) que poderia ser devido à presença holandesa.. Consequencias
6. Quadro retratando a reconquista de Salvador pelas tropas hispano-portuguesas (1635).
7. O Consulado nassoviano Vencida a resistência portuguesa, com o auxílio de Calabar, a W.I.C. nomeou o conde Maurício de Nassau para administrar a conquista. Homem culto e liberal, tolerante com a imigração de judeus e protestantes, trouxe consigo artistas e cientistas para estudar as potencialidades da terra. Preocupou-se com a recuperação da agro-manufatura do açúcar, prejudicada pelas lutas, concedendo créditos e vendendo em hasta pública os engenhos conquistados. Cuidou da questão do abastecimento e da mão-de-obra, da administração e promoveu ampla reforma urbanística no Recife (Cidade Maurícia). Concedeu liberdade religiosa, registrando-se a fundação, no Recife, da primeira sinagoga do continente americano. Em 1641, após a invasão de São Luís do Maranhão, os neerlandeses expandiram-se para o interior da capitania, verificando-se choques com os colonos já em 1642. As lutas para expulsão do invasor estenderam-se até 1644, nelas tendo se destacado Antônio Teixeira de Melo. Espanha se separa de Portugal , assim formam um aliança para poderem combater a Holanda.
8. Holandeses ou Portugueses, quem seria melhor? O destino do país seria diferente se tivesse ficado nas mãos de Holanda e não de Portugal? Não há resposta segura para está questão pois ela envolve uma conjectura, uma possibilidade de que não se tornou real. Quando se compara o governo de Nassau com a rudeza lusa e a natureza muitas vezes predatória de sua colonização, a resposta parece ser positiva. Mas convém lembrar que Nassau representava apenas uma tendência e a companhia das Índias Ocidentais outra, mais próxima do estilo de empreendimento colonial português. A colonização dependeu menos da nacionalidade do colonizador e mais do tipo de colonização implantada. Nas mãos dos portugueses ou dos holandeses, o Brasil teria mantido a mesma condição de colônia de exploração, integra no sistema colonial.