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Resenha de o que é missao andrew kirk
1. J. Andrew Kirk. O que é missão? Editora Descoberta, 2006. Página |1
O que é missão? é um manual amplo e esclarecedor da teologia bíblica de
missão para a atualidade. Esse é o objetivo do livro: capacitar o leitor interessado
em missão a viajar pelos principais conceitos de missiologia desde a igreja primitiva
até os concílios recentes, habilitando-o a conhecer os principais debates
missiológicos da Igreja nos encorajando a participar da Missão de Deus no mundo.
Andrew Kirk é um missiólogo inglês, professor de missiologia na Escola de
Missões e Cristianismo Mundial do Selly Oak Colleges. Além disso, ele também é
um dos fundadores da Fraternidade Teológica Latino-Americana.
Seu livro é dividido em três partes: (1) apresenta as bases teológicas e os
métodos. (2) as questões da atualidade. (3) uma revisão do que a Igreja pode ser e
fazer a partir da consciência de sua natureza missional.
A tese do autor, que percorre todo o seu livro é que a Igreja só existe em
função da missão, essa missão não é algo que a Igreja faz, pelo contrário, faz parte
da sua natureza. A missão da Igreja é a essência de tudo o que fazemos no mundo.
A partir daí o autor delineia o seu plano de viagem.
Tendo início na Missio Dei, Kirk afirma que Missão é uma iniciativa de Deus;
ela ocorre muito antes de viajarmos a outro país, ou proclamarmos o evangelho,
pois Deus está em missão no mundo. Kirk lida posteriormente com as implicações
desta afirmação: “Deus está em missão”. Sendo a missão da Igreja uma resposta
ao engajamento divino em nosso mundo. Essa resposta está baseada no ministério
de Jesus Cristo: sua vida pública, justiça, não violência e compaixão.
A segunda parte do livro (a mais longa) é impressionante para um passageiro
de primeira viagem. Em minha opinião por dois motivos: o primeiro pela sua
integralidade. Kirk lida com a proclamação do evangelho, a relação com a cultura,
justiça aos pobres, as religiões do mundo, superação da violência, o meio ambiente
e parcerias, afirmando que missão é sinalizar o Reino de Deus, ou seja, uma ação
integral em todas as dimensões não apenas da humanidade, mas também da
criação. O segundo motivo é a sua profundidade. O autor não apenas generaliza o
que comenta, mas apresenta uma pesquisa acurada utilizando diversos autores de
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várias linhas teológicas a respeito destes temas tão relevantes para a Igreja no
cumprimento de sua missão.
A terceira parte do livro é muito interessante já que o autor faz um
apontamento do que acontecerá com a Igreja dependendo de suas posições no
presente. Temas como disciplina, recursos, o sagrado e o secular, tarefa profética,
deslocamento social, e o movimento contínuo de avaliar seus princípios chamam a
nossa atenção para a urgência de posicionamento e voz da Igreja em seus diversos
contextos.
Minha avaliação do livro é muito positiva, embora faça algumas críticas ao
mesmo. Os aspectos positivos do então são:
(1) Bases teológicas: o livro é altamente calcado na Bíblia como Palavra de
Deus e numa reflexão séria da teologia em suas diversas áreas, nos levando a
enxergar a missão como o chão de toda a nossa reflexão. (2) Relevância temática:
o livro traz temas muitas vezes esquecidos por nós como a questão da violência,
meio ambiente, justiça para com o pobre e cosmovisão política. (3) Reino de Deus:
Kirk enfatiza a teologia do Reino de Deus como uma ferramenta para ampliar a
nossa visão sobre o que Deus está fazendo, ou seja, a Missio Dei. (4). Diversidade
de pesquisa: o autor se utiliza de muitos teólogos, tanto de posições mais
conservadoras quanto “modernistas”, se assim podemos chamar, e filósofos não-
cristãos o que é muito coerente com a teologia reformada.
Alguns aspectos negativos que saliento são:
(1) Repetição: embora em alguns casos seja necessária, como na ênfase do
engajamento social, no entanto, o autor enfatiza exaustivamente alguns termos,
conceitos ou expressões que acabam cansando a leitura e o leitor. (2) pouca
objetividade: não poucas vezes em alguns assuntos, Kirk divaga sobre algum
assunto tão prolixamente que não é possível entender ou aplicar o que foi dito. Esse
é um ponto desconfortável do livro. (3) pouca aplicabilidade: às vezes quando estou
lendo o livro fico me perguntando: “onde eu consigo enxergar isso na prática?” Eu
penso que o livro seria mais proveitoso do que já é se Kirk ilustrasse seus conceitos
com histórias ilustrativas ou com fatos da atualidade. Não para aguçar a nossa
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curiosidade, mas para nos encorajar e ratificar que realmente Deus está atuando
poderosamente em nosso mundo.
Por fim, creio que este livro é um manual muito rico de teologia bíblica de
missão que não pode sair das nossas prateleiras. Ele deve sempre nos direcionar
sobre o que falar e fazer diante das questões contemporâneas, dos debates na
academia e nos círculos eclesiásticos, como nos concílios e conferencias em todos
os lugares. Indico o livro com entusiasmo!