No capítulo, o autor argumenta que as doutrinas essenciais que separam católicos e evangélicos permanecem imutáveis. Ele defende que a teologia católica é diferente da evangélica em questões como salvação, eucaristia, sacramentos, papado e vida espiritual/devoção. O autor conclui que essas diferenças fundamentais separam dolorosamente os dois grupos.
1. Resumo do cap. 2 de “O Mistério Católico”
Jean Francesco A. L. Gomes
No capítulo 2, “As questões teológicas”, do livro O Mistério Católico de John
Armstrong, o autor defende a ideia de que a teologia verdadeiramente católica não é
apenas diferente das doutrinas evangélicas, mas essencialmente diferentes. Embora
muitas mudanças tenham acontecido a partir do Concílio Vaticano II, as doutrinas
essências que separaram católicos e evangélicos permanecem imutáveis.
Todos os resumos (conclusões) da parte 2 do livro, caps. 5-9, apresentam um
resumo da verdade aceita pelos evangélicos seguida de uma ênfasede que há uma
diferença fundamental na maneira como católicos e evangélicos interpretam as
Escrituras. Nas palavras finais de Armstrong, “Essa diferença não é uma diferença
sem importância; isso separa de forma dolorosa os crentes evangélicos da doutrina
e prática católicas.” (pag. 135)
O autor da obra defende o seu ponto de vista basicamente salientando a
diferença radical entre católicos e evangélicos a respeito da doutrina da salvação.
Sua fonte de defesa provém dos documentos oficiais da ICAR1, especialmente pós-
Vaticano II2 e na tríade de autoridade, “Bíblia, tradição e magisterium”. (pag. 91).
A partir da definição da eucaristia como mistério central da fé católica (pag.
68), como a repetição do sacrifício vicário de Cristo, agora não mais com sangue,
através do ministério dos seus sacerdotes, torna-se impossível algum tipo de
aproximação fundamental entre os dois grupos. Guiados pelo Novo Testamento a
eucaristia católica literalmente destrói o sacrifício de Jesus Cristo na cruz (pag. 77).
Depois de analisar a total incompatibilidade da eucaristia católica com a
protestante, veem-se os sete sacramentos. Novamente é afirmada a centralidade os
mesmos para a fé católica (pag. 83). Falar de fé católica é falar naturalmente dos
sete sacramentos:1. Batismo; 2. Confirmação; 3. Eucaristia; 4. Penitência; 5. Unção
do doente; 6. Ordens Santas; 7. Casamento.
A grande causa, agora, de incompatibilidade é pensar que o sacramento em
si mesmo opera a graça de Deus no coração dos fiéis. O sacramento opera, de fato,
o que ele representa (pag. 85). Aplicando isso ao batismo: “não somente representa
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Os citados na parte 2 identificados foram: alguns documentos do Concílio de Trento, O Catecismo
da Igreja Católica, documentos do Concílio Vaticano I e II, A Enciclopédia Católica, De Ecclesia,
IndulgentiarumDoctrina.
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John Armstrong argumenta desta maneira, pois concorda que mudanças dramáticas aconteceram
entre Vaticanos I e II, no entanto, “a doutrina católica tradicional dos sacramentos permanece
fundamentalmente imutável.” Cf. pag. 91
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2. Resumo do cap. 2 de “O Mistério Católico”
Jean Francesco A. L. Gomes
a purificação da alma do pecado, mas efetivamente realiza essa purificação pela
ação do sacramento.” (pag. 86).
A crítica seguinte se faz em relação ao papado. Quem realmente fala por
Deus? Na opinião de Armstrong o papado é irreconciliável com a doutrina do Novo
Testamento e advém, sem dúvidas, de uma degeneração do governo eclesiástico da
Igreja primitiva (pag. 96 e 99). O autor salienta as mudanças históricas ocorridas nos
4 primeiros séculos da Igreja até a relação Igreja-Estado de Constantino.
As principais críticas são em relação à pessoa do papa como “o vigário de
Cristo”, tendo poder supremo, completo, imediato e universal jurisdicional ordinário
na igreja e a questão da infalibilidade papal, na qual o papa, falando ex cathedra
goza de “definições irreformáveis por sua própria natureza e não em razão do
consentimento da igreja [...] suas definições não precisam de forma nenhuma, da
aprovação de outros e não dão margem à apelação para qualquer outro tribunal.”
(pag.102).
Há neste ponto uma intenção por parte do autor de conscientizar os padres
americanos “simpáticos” a doutrinas evangélicas de que “eles não podem
permanecer verdadeiramente leais às suas igrejas e ao mesmo tempo abraçar, de
forma consistente, a visão evangélica com relação à autoridade da igreja.” (pag.
105). Armstrong define, grosso modo, a autoridade da igreja em presbíteros,
pastores e diáconos (pag. 107).
O próximo exame direciona-se a vida espiritual e devoção católica. Aqui
segundo o autor ocorre a maior distinção até agora vista (pag. 109). Celebrações
litúrgicas, Maria, santos, eucaristia, outros sacramentos, participação pública na
igreja e devoção individual é o que consiste a devoção católica (cf. pag.110).
Diferente da devoção evangélica, que se concentra na Palavra de Deus e na
oração, a piedade católica se concentra na tradição e nos sacramentos. Boa parte
do capítulo é dedicada a Maria, sua estreita ligação com a fé católica e sua
incompatibilidade com a fé evangélica do Noto Testamento.
Por último, o autor trabalha a morte e a vida porvir. Novamente para ele este
assunto varia consideravelmente entre os dois. Os temas tratados são a Extrema
Unção e o Purgatório. Depois de uma análise bíblica conclui-se que na mente do
católico “há pouca esperança de entrada imediata na presença de Deus por ocasião
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3. Resumo do cap. 2 de “O Mistério Católico”
Jean Francesco A. L. Gomes
da morte.” (pag. 128). E consequentemente, o Mistério Católico deixa o devoto com
pouca ou nenhuma segurança do porvir. (pag. 133).
A conclusão do livro, já mencionada acima, é que essas diferenças não são
diferenças sem importância, mas separam evangélicos dolorosamente das doutrinas
e práticas católicas.
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