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JB NEWS
Informativo Nr. 1.982
Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Editoria: IrJeronimo Borges – JP-2307-MT/SC
Academia Catarinense Maçônica de Letras (Membro)
Loja Templários da Nova Era nr. 91(Obreiro)
Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Membro Honorário)
Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (Correspondente)
Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (Correspondente)
Este informativo está sendo editado em Curitiba – PR
Nesta edição:
Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e
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Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
Saudações, Prezado Irmão!
Índice do JB News nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016
Bloco 1–Almanaque
Bloco 2-IrNewton Agrella (Editorial de Domingo)A Mulher – Reconhecimento e Valor
Bloco 3-IrJoão Ivo Girardi – Vontade (Coluna do Irmão João Gira)
Bloco 4-IrJosé Ronaldo Viega Alves – Rito Escocês Antigo e Aceito – 1ª. Parte
Bloco 5-IrHercule Spoladore – Escada em Caracol e a Espiral
Bloco 6-IrJoão Anatalino Rodrigues – Maçonaria – um culto à Luz
Bloco 7-Destaques JB – Com versos do Irmão e Poeta Sinval Santos da Silveira
JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 2/31
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1 – ALMANAQUE
Hoje é o 65º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Quarto Minguante)
Faltam 301 dias para terminar este ano bissexto
É o 127º ano da Proclamçaõ da República;
194º da Independência do Brasil e
516º ano do Descobrimento do Brasil
Dia da Independência de Ghana; dia do Otometrista e Data Magna de Pernambuco,
escolhida em comemoração à Revolução Pernambucana de 1817
Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico,
POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar
atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado.
Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária.
L I V R O S
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 1429 - Joana d'Arc encontra Carlos VII, o Delfim em Chinon;
 1447 - Nicolau V torna-se Papa;
 1480 - Ratificação dos termos do Tratado das Alcáçovas-Toledo pelos Reis Católicos - Portugal cede
as Ilhas Canárias à Castela em troca das reinvindicações em África Ocidental;
 1521 - Fernão de Magalhães descobre a ilha de Guam;
 1629 - Guerra dos Trinta Anos: Fernando II emite o Édito da Restituição anulando todos os direitos
dos protestantes às propriedades católicas expropriadas a partir da Paz de Augsburgo;
 1714 - Tratado de Rastatt: término da Guerra da Sucessão Espanhola;
 1817 - Brasil Colônia: Início da Revolução Pernambucana - Movimento de revolta contra o domínio
português;
 1820 - O Compromisso do Missouri é transformado em lei pelo presidente James Monroe. O acordo
permite a Missouri fazer parte da União como um estado escravocrata, mas faz o restante da parte
norte do território da Compra da Louisiana abolir a escravidão;
 1831 - Estreia da ópera La sonnambula de Bellini, em Milão;
 1836 - Revolução do Texas: Batalha do Álamo - Após um cerco de 13 (treze) dias realizado pelo
exército mexicano, os voluntários texanos que defendiam o forte Álamo são derrotados e o forte é
tomado;
 1853 - Estreia da ópera La Traviata de Giuseppe Verdi, em Veneza;
 1855 - Manuel da Mota Coqueiro entrou para a história como o último condenado à morte que teve a
pena executada no Brasil;
 1869 - Dmitri Mendeleev apresenta a primeira tabela periódica à Sociedade Russa de Química;
 1889 - Anunciado o primeiro milagre de Padre Cícero;
 1899 - A Bayer registra a aspirina como propriedade industrial;
 1901 - Em Bremen um assassino tenta matar Wilhelm II da Alemanha;
 1921 - O Partido Comunista Português é fundado como a secção Portuguesa do Internacional
Comunista (Comintern);
 1925 - A Bélgica anexa Eupen, Malmedy e Sankt Vith;
 1927 - Lançamento do filme alemão de ficção científica Metrópolis realizado pelo cineasta austríaco
Fritz Lang;
 1940 - Guerra de Inverno: Um armistício é assinado pela Finlândia e a União Soviética;
 1945 - Adotado na Conferência Interamericana sobre Problemas de Guerra e Paz, na Cidade do
México, a Acta de Chapultepec - proclamava que a agressão perpetrada contra qualquer Estado
americano seria considerada como dirigida contra todos os signatários;
 1946 - Guerra do Vietnã: Ho Chi Minh assina um acordo com a França, que reconhece o Vietnã
como um Estado autônomo;
 1951 - Estados Unidos da América: Tem início o julgamento do caso Julius e Ethel Rosenberg;
 1953 - Gueórgui Malenkov sucede Josef Stalin como Premier e Primeiro Secretário do Partido
Comunista da União Soviética;
 1957
o As colônias do Reino Unido de Gold Coast e Togolândia Britânica tornam-se a independente
República do Gana;
o Guerra do Suez: Israel retira suas tropas da Península do Sinai;
 1970 - O líder de seita e suspeito de assassinato Charles Manson lança um álbum intitulado Lie: The
Love & Terror Cult para ajudar nas despesas de sua defesa;
 1975 - Acordos de Argel: Irã e Iraque anunciam uma solução para as disputas territoriais entre os
dois países;
 1980 - A escritora belga Marguerite Yourcenar torna-se a primeira mulher eleita para a Academia
Francesa;
 1986 - Missão Vega: A sonda espacial russa VeGa 1 (lançada em 1984) passa a 8890 km do cometa
Halley;
Eventos históricos - (Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki)
Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 4/31
 1994 - O referendo na Moldávia resulta no eleitorado votando contra a possibilidade de reunificação
com a Romênia;
 1997 - A pintura de Picasso, Tête de Femme, é roubada de uma galeria de Londres e recuperada uma
semana depois;
 2002 - A Assembléia Nacional da França acedeu ao pedido de devolver os restos mortais da Vênus
Hotentote à sua terra natal.
 2003 - É anunciado, que as análises fotográficas feitas, por ocasião da passagem da sonda Cassini-
Huygens por Júpiter, sugerem que os cinturões sejam áreas de movimento atmosférico no planeta.
1752 Ato, desta data, assinado por Dr. José I, criou para reforçar a ilha de Santa Catarina, um corpo de
seis Companheiros de Infantaria e Artilharia e nomeou, para comandá-lo, Pedro da Costa Marim,
com patente de Sargento-Mor.
1886 Firmado, nesta data, o tratado “Brasil-Argentina” com relação ao território de Missões,
assegurando ao nosso País a área entre os rios Chapecó e o Peperi-Guaçú, hoje parte integrante do
Estado de Santa Catarina.
1905 Reassume o governo do Estado o vice-governador Vidal Ramos, após ser substituído,
interinamente, pelo presidente da Assembléia Legislativa, Antônio Pereira e Oliveira.
1775 Prince Hall, ministro Metodista e líder Maçônico negro, é iniciado na Irish Military Lodge nº
441. Ele seria o fundador do sistema , absolutamente regular, da Maçonaria negra americana que
leva o seu nome.
1817 Eclode a Revolução Pernambucana, movimento em que mais de CEM MAÇONS se
engajaram. Pereceram em combate ou foram sumariamente executados.
1836 Morrem em combate David Crockett e outros Maçons no Forte Álamo, tomado pelas tropas do
ditador Antonio López de Santa Anna, também Maçom.
1901 Instalada a Ordem Internacional da Estrela do Oriente, no Alabama, USA.
Fatos maçônicos do dia
(Fontes: “O Livro dos Dias” do Ir João Guilherme - 20ª edição e arquivo pessoal)
Fatos históricos de santa Catarina
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O que é?
Aplicativo de Integração da Família Maçônica
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Ativos, Regulares e Reconhecidos, bem como para as Cunhadas e os
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Ir.`. Newton Agrella - Cim 199172
M I Gr 33 - Loja Luiz Gama Nr. 0464 (GOSP/GOB)
e Loja Estrela do Brasil nr. 3214 (GOSP/GOB)
REAA - GOSP - GOB
newagrella@gmail.com
(Artigo em homenagem ao DIA INTERNACIONAL DA MULHER)
"A MULHER - RECONHECIMENTO e VALOR"
A despeito das inúmeras homenagens e reverências que são feitas à Mulher sobretudo no dia
especialmente dedicado a ela, ou seja; 08 de Março, nada disso consegue atenuar ou ocultar as
grandes injustiças e incongruências que encontramos ao longo da História, inclusive nos nossos
dias, no que se refere aos seus legítimos Direitos em todo o mundo.
A dificuldade para se construir a sua própria identidade perante as sociedades e culturas ainda se
constitui num entrave que envergonha a condição humana em sí, particularmente nas sociedades
mais patriarcais e tradicionalmente machistas cujas culturas e comportamentos ainda se encontram
arraigados a preceitos absolutamente fora de qualquer sentido.
Senão vejamos como exemplos, países como Paquistão e Afeganistão onde a desigualdade entre os
gêneros é gritante e uma vergonha que assola grande parte do Planeta.
Mesmo com a criação da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948, quando a Mulher
passou a usufruir de alguns direitos até então inimagináveis como por exemplo: o Direito ao Voto, o
Direito de Acesso ao mercado de Trabalho, ao Ensino, à Saúde Sexual e Reprodutiva e a Ascenção a
Cargos de elevada importância no cenário Político, ainda assim é pouco diante da Força e do sublime
significado da Mulher.
Tanto isso é fato que em pleno Século XXI em vários Países da África, das Américas Central e do Sul e
da própria Índia - com uma das maiores populações do Planeta - as mulheres mal tem acesso a
Educação.
Isso sem contar a impunidade contra os os Crimes de Violência Sexual onde em Países como a Índia,
o sistema judiciário desencoraja a mulher a apresentar queixa contra seus agressores.
Inúmeras civilizações tanto na Índia quanto na África e em vários outros países do Mundo a Mulher
ainda não tem o Direito de escolher o seu marido. São os chamados "casamentos arranjados" que se
impõem mediante interesses econômicos e familiares que se travestem de um pseudo-tradicionalismo
cultural.
Os Crimes de Honra do Homem contra a Mulher também são passivos de impunidade e tolerância em
nome de um falso moralismo que se arvora numa cultura retrógrada baseada na Força Física e na
completa Estupidez humana.
O Talibã por exemplo foi um regime totalitário amplamente difundido entre alguns países islâmicos -
mormente no Afeganistão - onde as mulheres mal conseguiam sair de suas casas. Eram impedidas
de frequentar qualquer local público e se viam obrigadas a usar a burka em nome de uma falsa moral e
preservação dos bons costumes.
2 – Editorial de Domingo – A Mulher – Reconhecimento e Valor
Newton Agrella
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A violência doméstica ainda hoje revela um dos mais notáveis índices de mediocridade a que a Mulher
é submetida, inclusive aqui no nosso próprio País, onde diariamente são registrados casos de
estupros, e outras formas de violação física e mental com pífios resultados de punição, apesar das Leis
e em especial da chamada Lei Maria da Penha, tão decantada em nosso País.
Na África do Sul por exemplo, pesquisas revelam que atualmente apenas uma em cada três bebês do
sexo feminino vai conseguir concluir os estudos. Grande parte delas sofrerá algum tipo de violação.
Poucos ataques são reportados às Autoridades.
No Sudão, há uma lei que prevê que uma Mulher que esteja trajando uma roupa considerada
"obscena" ou que esteja cometendo algum "ato indecente" em público possa ser punida com até 40
chicotadas.
Cabendo aí destacar que os termos "obscena" e "indecente" não foram definidos ou tipificados.
Vale lembrar que no referido país que a Poligamia é legal para os homens.
Outrossim, a Mulher é apedrejada até a morte no caso de adultério.
Na África meninas de 15 e 16 anos ou até com idades inferiores vivem (são compradas) por homens
bem mais velhos.
Em países como: Mali, República Democrática do Congo, Somália, Eritréia a expectativa de vida das
mulheres é de 46 anos face estas condições sub-humanas a que são submetidas.
Cenário não muito diferente encontramos em países Asiáticos como: Camboja, Vietnam, Indonésia,
Filipinas, Tailândia, Nepal dentre outros, em que as meninas são negociadas (Sex Trade)
como simples mercadoria, de forma aviltante que desqualifica a própria essência do ser humano.
Exemplos não distantes encontramos tanto aqui no Interior, Norte e Nordeste do Brasil, bem como em
vários países desta parte do hemisfério onde meninas são exploradas sexualmente e submetidas as
mais diferentes formas de tortura.
Além de todo esse cenário constrangedor, cumpre ainda ressaltar que no mercado de trabalho as
diferenças salariais, via de regra, evidenciam diferenças injustificáveis entre Homens e
Mulheres, sendo que a Mulher, independentemente de todas as suas qualificações, talento e
competência, invariavelmente recebem salários bem inferiores. Mais uma prova cabal dessa
insensatez...
Diante de tantas mazelas e de tantos exemplos negativos o que resta ao Homem é fazer uma análise
muito profunda e detida de suas atitudes e olhar para dentro de si e perceber que sua Vida é uma
dádiva e o Bem mais valioso que possui, cuja fonte geradora é justamente a MULHER.
Ela sim, fonte de inspiração perene, como Mãe e Esposa ou simplesmente uma Pessoa Inteira, dotada
de todas as emoções e de infinita sensibilidade, e sabedoria, capaz de gerar um outro ser e carregá-lo
dentro de si ao longo de 9 meses, para enfim brindar-lhe com seu Afeto, seu Amor e sua
Dedicação que lhe são inatas.
É óbvio que nas sociedades mas evoluídas, no chamado 1o. Mundo - a Mulher desfruta de condições
mais próximas do que se idealiza... mas ainda é pouco diante na grande população do planeta.
O que vale sim, não é homenagear porém, reconhecer o valor que a Mulher traduz em toda a sua
força, perseverança, inteligência e sensibilidade.
Reconhecer que através dela e desde quando nos encontramos no seu ventre desenvolvemos nossa
personalidade, nosso arbítrio e as nossas emoções que se perpetuarão ao longo de nossa existência.
Nota: O Irmão Newton Agrella estará nesta segunda-feira às 20h00, na Loja Chequer Nassif-169,
de São Bernardo do Campo, proferindo a palestra,
"As mulheres nas diversas culturas e civilizações"
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O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja
“Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do
“Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite”
Escreve dominicalmente neste 3º. Bloco.
VONTADE
“A pureza do coração depura, pois a inteligência, e a retidão da vontade
faz a exatidão do entendimento”. (Eliphas Levi)
1. Etimologia: Do latim voluntas, de volo, velle, querer, consentir.
2. Definição: Faculdade de representar mentalmente um ato que pode ou não ser
praticado em obediência a um impulso ou a motivos ditados pela razão. Sentimento que
incita alguém a atingir o fim proposto por esta faculdade, aspiração, anseio. Capacidade
de escolha, de decisão.
É a faculdade de perseguir o bem conhecido pela razão. A vontade pode ser
fortalecida no indivíduo através da educação esclarecedora e, principalmente, através do
combate ao capricho e à obediência passiva, bem como pela formação do hábito de
propor a si mesmo tarefas difíceis e de trabalhar até conseguir alcançar o objetivo.
3. Filosofia: Em filosofia e psicologia, capacidade de escolher entre as várias
possibilidades de ação e agir segundo esta opção. A conduta voluntária difere da conduta
derivada do instinto, impulso, reflexo ou hábito, já que nenhuma destas implica em uma
escolha consciente. Até o século XX, a maioria dos filósofos concebia a vontade como
uma faculdade inata a todas as pessoas, embora discordassem sobre o seu papel dentro
da personalidade. Os psicólogos atuais tendem a aceitar a teoria pragmática da vontade,
que a considera uma qualidade da conduta.
William James complementa a definição de Vontade como o impulso que conduz o
ser humano à crença em determinadas suposições, tais como os princípios da religião ou
do livre-arbítrio, cuja legitimidade não depende de qualquer comprovação obtida por meio
de fatos ou dados objetivos, mas de sua utilidade psicológica e dos beneficiou vitais que a
acompanham.
Nietzsche adiciona que a Vontade é o impulso natural voltado para o poder e
dominação sobre os seres e objetos circundantes, presente na vida em geral e na
natureza inorgânica, e manifestado de maneira trágica e amoral nos instintos e desejos
que cercam a existência humana.
3 – Coluna do Irmão João Gira
(Vontade) - João Ivo Girardi
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Rousseau: No pensamento do Rousseau, a Vontade é soberana, homogênea e
legisladora, exercida por cada cidadão de uma coletividade, despertada por meio de
educação cívica e voltada para o bem comum, em oposição aos interesses meramente
particulares. Vontade e Liberdade são interdependentes e complementares.
4. Livre-arbítrio: Poder ou capacidade que tem o indivíduo de escolher uma linha de ação
ou tomar uma decisão sem estar sujeito a limitações impostas por causas antecedentes,
pela necessidade ou por predeterminação divina. Um ato inteiramente livre é, em si, uma
causa, e não um efeito; está fora da sequência causal ou da lei da causalidade.
A questão da capacidade do ser humano de determinar suas próprias ações é
importante na filosofia ocidental, particularmente em metafísica, ética e teologia. Em geral,
a doutrina mais radical na afirmação da liberdade da vontade é denominada voluntarismo.
Seu contrário, o determinismo, é aquela em que a ação humana é resultante de
influências como as paixões, as condições físicas e as circunstâncias externas, fora do
controle do indivíduo. Um sistema ético pressupõe o livre-arbítrio, uma vez que a negação
da liberdade implica em anulação da capacidade de estabelecer juízos morais.
5. Teoria da Vontade: A vida humana e suas dificuldades incontestáveis têm por
finalidade, na ordem da sabedoria eterna, a educação da vontade do homem. A dignidade
do homem consiste em fazer o que quer e querer o bem, em conformidade com a ciência
do verdadeiro. O bem conforme ao verdadeiro é o justo. A justiça é a prática da razão. A
razão é o verbo da realidade. A realidade é a ciência da verdade. A verdade é a história
idêntica do ser. O homem chega à ideia absoluta do ser por duas vias; a experiência e a
hipótese. A hipótese é provável quando é solicitada pelos ensinamentos da experiência; é
improvável ou absurda quando é rejeitada por esse ensinamento. A experiência é a
ciência e a hipótese é a fé. A verdadeira ciência admite necessariamente a fé; a
verdadeira fé conta necessariamente com a ciência.
6. A Prática Fomenta a Vontade: Se desejamos tornar-nos fortes, temos, primeiro, de
compreender o que é a vontade. A vontade não é nenhuma entidade mística, que presida
aos outros elementos do caráter, qual mestre de banda - sim, a soma, a substância de
todos os nossos impulsos e disposições. Essa energia formadora do caráter não tem
senhor a quem obedeça além de si própria; e é graças a ela que algum poderoso impulso
pode vir a dominar e unificar o complexo. Isto forma a ‘força de vontade’ - um supremo
desejo que se ergue acima dos mais para arrastá-los num mesmo sentido ou para uma
dada meta. Se não descobrimos essa meta não alcançaremos a unidade - e seremos
simples pedra de que outro homem se utiliza nas suas construções. (Will Durant).
MAÇONARIA
1. Marcha do Aprendiz: A marcha do aprendiz, indica este processo: a cada passo do pé
esquerdo (passividade, inteligência, pensamento), deve corresponder um igual passo do
pé direito (atividade, vontade, ação) em esquadro, ou seja em acordo perfeito com o
primeiro.
JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 11/31
2. Utensílios: Na Maçonaria o Maço representa a Vontade na aplicação e a Alavanca o
poder da vontade.
3. Monografia Maçônica: Força de Vontade: Já me defrontei com muitos títulos de
trabalhos maçônicos. Este que aí está encimando estas linhas é um exemplo típico
daqueles trabalhos que a gente pode desenvolver à vontade, encher laudas e laudas com
definições e pensamentos, que ninguém poderá contestar ou pôr em dúvida o que aqui
está escrito. Ou até mesmo nos acusar de plágio. Esses títulos solicitados, notadamente
nos graus ditos filosóficos, geralmente dizem respeito a sentimento como: definir o amor,
a paixão, a fé. E há quem recebe tais incumbências e parte para a pesquisa! Esse, com
certeza, não deve ter sentimentos. O pior é quando, além do título, nos dão instruções
de que o texto deva ter tantas linhas ou tantas folhas, como se o trabalho fosse
avaliado pelo tamanho e não pelo conteúdo. Mas, vamos lá! O título está a nos chamar
à razão, vamos, pois, trabalhar.
É comum, quando iniciamos a elaboração de um trabalho, o tema ser colocado em
evidência, no topo da página, e partimos para citações e definições pesquisadas em
dicionários ou em literatura disponível, ou seja, buscamos um pensamento de alguém, de
preferência erudito, com o objetivo de impressionar e passar a ideia de um trabalho
embasado em pesquisa.
Dessa forma, desenvolvemos o tema com pensamentos que não nascem da nossa
cabeça, mas de alguém que um dia se dispôs a pesquisar e a desenvolver sua tese em
cima dele. É como aprendemos e assimilamos os conceitos, passando a emitir nossas
próprias ideias. Prefiro deixar para os estudiosos, principalmente aos filósofos, esse
trabalho, essa preocupação, que é a de dar um cunho científico ao tema que enfoca
sentimentos, pois, no que entendo em se tratando de sentimentos nenhuma definição é
definitiva. Mas não quero entrar no mérito do que seja sentimento. Mesmo porque o título
proposto, no meu entender, não pode ser classificado como sentimento, mas uma virtude.
E o que é virtude? Procuremos num dicionário, para não perder o hábito, e lá
encontraremos definições que, para mim, seria cômodo reproduzir e sair satisfeito de me
livrar de uma incumbência e, melhor, sem a preocupação de ter que responder a qualquer
contestação, já que a consagração do termo, se não for definitiva, pelo menos é aceita por
todos. Um sentimento físico não é difícil de ser localizado e tratado, pois é inerente ao
nosso corpo material, à sensibilidade dos nossos sensores orgânicos. E os sentimentos
que não são físicos, mas que não deixam de ser sentidos tão ou mais dolorosamente?
Uma questão de sensibilidade, tão somente. Força de Vontade é uma virtude
associada a uma diversidade de outras virtudes que partem dos nossos
sentimentos. Podemos associar a virtude Força de Vontade a uma simples e
monossilábica palavra: Fé. Não é possível conceber e dissociar a força de vontade da Fé.
Se tivermos a força, se tivermos a vontade, é porque temos Fé, que é a raiz de todas as
virtudes. Alguém pode ter força de vontade sem ter Fé? A Fé é indissociável, absoluta,
imutável. Não é como o amor, que é efêmero em muitos corações, que, numa fração de
tempo, pode se transformar em ódio; e há quem diga que o ódio é um prenúncio de algo
que pode se transformar em amor. Nós, Maçons, pregamos a vontade da união, a vontade
da fraternidade, a vontade da igualdade, mas percebemos que, paradoxalmente, na
maioria das vezes, ficamos apenas na vontade. Não temos a força necessária para
praticar a nossa vontade. Podemos ter a força e não termos a vontade, assim como
podemos ter a vontade e não termos a força. E o pior que possa nos acontecer é termos
apenas a vontade da força. Seria o mesmo que aplicar somente o sentimento, a paixão,
JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 12/31
sem a mínima manifestação da razão. O sentimento não se define, pois se expressa
pelos atos que praticamos ou exteriorizamos por meio das nossas virtudes ou
fraquezas, das nossas paixões e das nossas heranças genéticas ou, até mesmo, da
missão que o Grande Arquiteto do Universo nos designou legando-nos o livre-
arbítrio para crescermos. Concluo, pois, sem a mínima pretensão de esgotar e tornar
definitivo o que é uma constante e eterna busca para nós que somos os peregrinos
sedentos de sabedoria e eternos garimpeiros das virtudes, que nos conduzam até as
imediações da perfeição. Para isso, tenhamos força de vontade para: Onde houver
apenas a força, busquemos a razão. Com a razão, usemos a força para conquistarmos a
vontade. Com a Força de Vontade, combatermos a vontade da força e, com sabedoria,
termos a vontade da razão, a razão de termos vontade e, assim, mantermos a Fé sempre
acesa para manter a esperança sempre viva. Minha intenção, como disse, não foi a de
convencer ninguém. Mas, alguém me contesta? Desejo-lhes de todo o coração: Saúde,
Força e União. Que assim seja! (Fonte: JB News Nº 833, 07/12/2012. Autor: Marco
Antônio Nunes).
4. Rituais: (...) as três qualidades indispensáveis ao Maçom são: Vontade, Amor ou
Sabedoria e Inteligência são absolutamente inseparáveis uma das outras, pois devem
agir em perfeito equilíbrio... possuindo coração e inteligência, mas não tendo vontade nem
energia, o homem será uma criatura mole, de caráter passivo que, embora não faça mal a
ninguém e nutra belas aspirações e elevado ideal, jamais chegará a realizá-lo, por faltar-
lhe energia; será, em suma, um inútil. (RA).
(...) a Vontade só é invencível quando posta ao serviço do direito absoluto. (RC).
Finalizando: No dia 16 de Março de 2016, o Irmão Jerônimo Borges será homenageado
pela sua Loja Templários da Nova Era pela publicação do JB Nº 2000. Jerônimo, tenho
certeza que todos os irmãos do Universo JB irão lembrar deste dia e referendando e
aplaudindo essa homenagem. Se juntarmos todos os JBs, é algo em torno de 60.000
páginas de conhecimento e entretenimento maçônico, e se transformarmos em livros seria
algo como 200 livros com 300 páginas. Haja Força de Vontade!
JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 13/31
O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves*
escreve aos domingos.
RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO: EM BUSCA DAS ORIGENS.
UMA BREVE HISTÓRIA DA INGLATERRA NO PERÍODO DA
DINASTIA STUART. A MAÇONARIA FRANCESA EM SEU INÍCIO.
(1ª PARTE)
*Irmão José Ronaldo Viega Alves
ronaldoviega@hotmail.com
Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna”
Oriente de S. do Livramento – RS.
“Considerado uma ‘Maçonaria Atípica’, o sistema escocês não é, na realidade, no
sentido administrativo, uma Obediência, mas, sim, um corpo de obediências, que
concebem a Arte Real de uma maneira que lhe é muito própria, o que faz com que
se possa afirmar que ela representa uma Ordem no interior da Ordem. Por esse
conceito, o escocesismo seria uma confederação de Obediências, com uma
ritualística – pelo menos em suas partes essenciais – comum. Realmente, o rito é
‘sui generis’, sob vários aspectos, a começar por suas origens, pois enquanto
outros ritos possuem uma origem bem estabelecida, o escocesismo ainda provoca
dúvidas e debates, inclusive quanto à sua origem política, em território francês. O
fato de ser rotulado como escocês não mostra uma origem nacional na Escócia, o
que reforça a sua atipia, a qual se estende ao seu ritualismo, aos seus templos e
até, à sua cor principal. (Irmão José Castellani em “As origens do Rito Escocês Antigo
e Aceito”, Revista “O Prumo”, nº 97, pág. 16, 1994)
“É difícil encontrar nos meios maçônicos alguma coisa que tenha despertado
tantas discussões, tantas polêmicas, como o Rito Escocês Antigo e Aceito.
Discute-se a origem, discute-se a época em que apareceu. Discute-se o que pode
ser discutido e discute-se até o que não oferece base para discussões.” (Irmão
Raimundo Rodrigues em “A Cartilha do Rito Escocês’, pág. 15, 2010)
INTRODUÇÃO
Para escrever sobre um Rito universalmente consagrado, e ademais, o Rito mais
difundido no Brasil, em primeira instância, devemos levar em consideração que, bem ao contrário,
das dificuldades e da escassez de material de pesquisa com que nos deparamos em relação a
outros Ritos sobre os quais se queira escrever, no caso específico do REAA, a situação é bem
diferente, ou seja, há uma abundância de material, seja no tocante a livros específicos (que são
publicados seguidamente), seja em artigos que circulam nas revistas e nos informativos
maçônicos, fazendo parecer ou passando a falsa ideia de que seria até mais fácil escrever assim,
com tanta bibliografia disponível. Mais cedo ou mais tarde, após a feitura de vários trabalhos
versando sobre os Ritos, alguém iria se perguntar se já não havia chegado ainda a hora de escrever
sobre o R.E.A.A., então, eu responderia que o motivo para ir adiando não era exatamente o não ter
reunido material suficiente para iniciar o trabalho, mas, por deparar-se com muita coisa pela
frente.
E pelo fato de existir bastante material para suporte das pesquisas e a respeito de
praticamente todos os tópicos de interesse do Rito, não haveria como ler todos, portanto, cabia
4 – Rito Escocês Antigo e Aceito ... Parte I.
José Ronaldo Viega Alves
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uma seleção. E não é fácil porque, exatamente pelo que o Irmão Raimundo Rodrigues alertou: “...
discute-se até o que não oferece base para discussões.”
Além do mais, é um Rito que se caracteriza em suas origens por alguns aspectos não
muito comuns, afinal, que outro rito que tem raízes escocesas, que foi desenvolvido na França e
que foi concluído nos Estados Unidos da América, conforme comentário do Irmão Kennyo Ismail
em artigo de sua autoria intitulado: “A Origem do REAA”.
Primeiramente veremos o que estava ocorrendo na Europa, com foco na Inglaterra e
na França, dois países importantes naquele período que antecedeu à criação do REAA, além de
que, envolve também a Irlanda e a Escócia.
INGLATERRA E FRANÇA: UM CENÁRIO PARA AS ORIGENS
A INGLATERRA
Com base em artigos escritos por vários Irmãos estudiosos é que traçaremos as
origens do Rito Escocês Antigo e Aceito.
O Irmão Joaquim Roberto Pinto Cortez ao se referir ao estudo do Rito e em particular
às suas origens, assim comentou:
“Se formos estudar as origens do Rito Escocês, sem antes conhecermos a situação política,
econômica e religiosa, atravessada pela Europa desde os meados do Século XVII até os meados
do Século XVIII e, em especial, na Inglaterra e na França, estaremos fadados a ter um
conhecimento superficial dos fatos, sem chegarmos a um verdadeiro entendimento das razões que
levaram à criação do Rito.”
De forma sintetizada, veremos a partir de agora uma parte da história da Inglaterra
em particular, entremeada com alguns momentos da história da França, que funciona como um
cenário em construção para os desdobramentos futuros envolvendo a criação do Rito Escocês
Antigo e Aceito. As pesquisas são feitas com base em livros específicos sobre a história da
Maçonaria, portanto, de autores Maçons, e também com o auxílio de livros de História de autores
profanos.
Às três da manhã do dia 24 de março de 1603, morria Elizabeth I, para a qual, em
seus comentários, o professor e tradutor Elvio Funck em seu livro “Breve História da Inglaterra”
assim se referiu: “...aquela que foi, dentre os aproximadamente sessenta reis e rainhas que a
Inglaterra teve, uma das mais respeitadas e amadas. Toda a Inglaterra se vestiu de luto. Com a
morte de Elisabeth Tudor, morria também a dinastia dos Tudor, iniciada em 1458 com Henrique
VII. Era a vez e hora dos Stuarts.”
A DINASTIA DOS STUARTS
Quem assume o trono da Inglaterra? Jaime VI da Escócia, filho de Maria Stuart.
Vejamos alguns detalhes: “Jaime VI da Escócia, que veio a ser Jaime I da Inglaterra, tinha todo
o direito de suceder a Elisabeth I, pois descendia, como Elisabeth, de Henrique VII, que era avô
de Elisabeth e tio-trisavô de Jaime. O fato de que Jaime iria suceder exatamente aquela sob cujas
ordens sua mãe, Maria Stuart, fora executada, é sem dúvida uma das ironias da história. Segundo
Delderfield (1978, p.86), Jaime, que tinha 21 anos e já era rei da Escócia quando sua mãe foi
executada, fez alguns protestos formais, mas nunca demonstrou maior indignação ou dor pela
trágica perda da mãe.”
O rei se revelou extremamente antipático, não deixando se mostrar aos que queriam
vê-lo e cumprimentá-lo, além do mais, demonstrava um lado lascivo para com os seus preferidos,
o que não agradava o público, principalmente quando em companhia dos seus amigos, no teatro.
O rei também era fanático pela caça, o que o fazia ausente, jun to de sua comitiva, por vários dias
do cenário político da Inglaterra.
Mas, essa realidade sofreu uma reviravolta quando um grupo de católicos apoiados
pela Espanha criaram uma tentativa para reinstaurar o catolicismo na Inglaterra por via do
terrorismo e da violência, num episódio que entrou para a história com o nome de “Conspiração
da Pólvora”. Tudo foi descoberto, pelo fato de haver um traidor que enviou uma carta anônima
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denunciando o atentado que iria ser perpetuado. No dia 5 de novembro de 1605, Guy Fawkes, um
dos principais conspiradores foi preso no porão do Parlamento, onde foram encontrados os barris
de pólvora que estavam preparados para mandar tudo pelos ares, inclusive o rei.
A partir daí, mudou muita coisa, o Rei passou a ser mais tolerado, enquanto a
animosidade dos ingleses em relação aos católicos ficou mais exacerbada, e entre ter um rei
medíocre e o catolicismo de volta, escolheram a primeira opção.
Jaime I reinou de 1603 até o dia 27 de março de 1625, data em que morreu. Foi o
primeiro Stuart. Não houve grandes manifestações de pesar pelo país, já que havia morrido um rei
que se julgava acima da lei e do Parlamento. Assumiria o trono, em lugar, o filho Carlos I.
Com relação à Maçonaria e ainda sobre o Rei Jaime I, do trabalho intitulado “Porque
o Rito Escocês tem este Nome, se é de Origem Francesa?”, de autoria do Irmão Ademar Valsechi,
transcrevo estas informações:
“Poucos anos antes, prevendo que Jaime iria assumir a coroa inglesa, pois não havia
concorrentes à altura, mas, um ambiente hostil, correndo muitos riscos, os oficiais militares
maçons leais a Jaime, aconselharam a sua iniciação na Maçonaria, pois dentro da Ordem
saberia em quem confiar. Foi iniciado em Edimburgo na Loja ‘Perth and Scone’ em 1601. A
partir desse ano, todos os membros da família Stuart e outros nobres tradicionalmente
ingressavam na Maçonaria.” (Grifo meu!)
Carlos I, o sucessor de Jaime I,possuía a mesma convicção, “acima da lei e do
Parlamento”, do seu pai, e foi além, já que conseguiu ser mais despótico e tirano, mas, isso tudo
acabou por lhe custar a cabeça. (Funck, pág. 213 e 214, 2012)
Forçou uma guerra com a França, sendo que para manter essa guerra precisaria de
muito dinheiro, sendo assim convocou o Parlamento na intenção de aprovar novos impostos. O
Parlamento depois de 11 anos inativo, deu-lhe o troco, e não aprovou o que ele queria, além de ter
passado a cortar todas e quaisquer prerrogativas que tinham sido estabelecidas à força pelos
últimos governantes. Diante da situação, Carlos I reagiu, e criou-se um conflito com os nobres que
se estendeu de 1642 até 1649. A revolta dos nobres ficou conhecida como “Revolução Gloriosa” e
terminou com a ascensão de Lorde Cromwell, que assumiu o título de Lorde Protetor e passou a
chefiar o parlamento a partir daí. Grandes modificações tiveram lugar com relação à forma de
governo, que passou a ser o Parlamentarismo. Carlos I foi preso, julgado e condenado à morte,
sendo decapitado em 1649. (Cortez, pág. 50, 2005)
COMENTÁRIOS:
Apesar de ter sido um período conturbado, foi em 1645, portanto, no reinado de
Carlos I, que nasceu a Royal Society, uma das glórias da Inglaterra, berço da ciência, de cientistas
e de Maçons. Algumas sementes da Maçonaria Especulativa, com certeza, ali foram lançadas.
Entre os seus primeiros membros oficiais, estava Sir Christopher Wren, arquiteto e Maçom, do
qual veremos alguns detalhes mais adiante. Outro membro, cientista, e também Maçom, que era
membro da Royal Society era Elias Ashmole. A Royal Society recebeu sua primeira chancela
oficial, seu primeiro estatuto e sua primeira sede, somente em 1660, portanto, no ano da
Restauração.
O PERÍODO DO COMMONWEALTH
Cromwell, com o tempo, foi se revelando e, depois de várias reformas que lhe
garantiram mais poder, fez do seu cargo, em primeira instância, vitalício, depois hereditário.
Transformou-se em um déspota, talvez pior dos que os reis que lhe antecederam. Traduzindo, o
Período do Commonwealth, ou Republicano, foi na verdade um período de ditadura de Oliver
Cromwell, e isso é um consenso entre os estudiosos. Por outro lado, é uma figura importantíssima
na história da Inglaterra, pois, era indiscutivelmente um líder forte, num período difícil da história
da Inglaterra, tanto que há quem o veja também como uma espécie de santo. Morreu em 1658,
sendo sucedido pelo seu filho, que não conseguiu ficar nem ao menos um ano no poder, já que era
muito fraco como governante, e não tinha nenhum carisma.
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Depois de Ricardo, a Inglaterra retornou à Monarquia. Assumiria o segundo filho de
Carlos I, o Rei Carlos II, que havia fugido para a França para se reunir com sua mãe e seus
irmãos, quando dos combates da Guerra Civil que culminaram com a execução do seu pai. Em seu
contato com a corte francesa, Carlos, seus irmãos e sua mãe haviam aderido à fé católica. Carlos
estava na Holanda quando o Parlamento da Inglaterra, devido à queda do Protetorado, o convocou
para assumir o trono inglês. (Funck, pág.227, 2012)
Conforme o Irmão Raimundo Rodrigues, esses Stuarts permaneceram na França
durante dez anos, período em que havia durado o Protetorado de Cromwell. A viúva de Carlos I e
mãe de Carlos II, se estabelecera quando lá chegara, no castelo de Saint-Germain, e em pouco
tempo se viu rodeada de um grande contingente de nobres escoceses. Esses nobres fundaram
Lojas Maçônicas, e por intermédio delas se comunicavam com aqueles que na Inglaterra
tramavam contras os puritanos, ou os seguidores de Cromwell. (Rodrigues, págs. 15 e 16, 2010)
Ao contrário do que havia visto na França, Carlos II encontrou na Inglaterra, um
exército mal pago e precário, funcionários públicos também mal pagos, o tesouro dilapidado e seu
poder dividido com um Parlamento desconhecido num país que estava fatiado em várias
denominações religiosas.
Teve problemas com a questão das punições relacionadas aos que atentaram contra
a vida de seu pai, o que terminou com algumas execuções.
Teve que se humilhar perante a Europa, particularmente ao seu primo Luís XIV, por
auxílio financeiro, na tentativa de restabelecer a economia.
Após a Restauração, a questão religiosa ainda estava pendente de uma pacificação.
Presbiterianos e anglicanos não chegavam a um acordo, Carlos II tinha uma acentuada tendência
católica, sendo favorável a uma ampla liberdade de credos, mas, a verdade é que o país ainda não
estava apronto para essa mudança. Além do mais, teria havido algo como um acordo secreto de
Carlos II para com Luís XIV, pois, ao solicitar-lhe auxílio financeiro se comprometera em
devolver o catolicismo à Inglaterra. E, tanto eram verdadeiros esses propósitos que ele ainda fez
outra aliança com uma nação católica também, Portugal, o que é praticamente certo que, para
conseguir mais dinheiro. Inclusive aceitou casar com a Princesa Catarina de Bragança, que era
católica fervorosa e filha do rei D. João IV de Portugal. O casamento acabou se consumando, mas,
com o tempo Catarina se revelou estéril e o rei passou a se envolver com outras mulheres. Entre
idas e vindas e acordos malfadados, Carlos II percebeu que a antipatia ao catolicismo na Inglaterra
era tão forte que o melhor era desistir do seu intento.
No ano de 1665, Londres e os seus arredores foram tomadas pela onda de febre
bubônica devido à quantidade de ratos que infestavam a cidade, além da falta de infraestrutura
sanitária. Dos 550.000 habitantes de Londres, 70.000 foram vitimados pela peste.
Em 1666, a libertação total da peste veio em virtude do grande incêndio que assolou
Londres. Entre acusações que culpavam os franceses ou os católicos pelo acontecido, ninguém
sabe ao certo quem causou o mesmo ou como tudo começou exatamente. O que se sabe mesmo é
que dois terços da cidade viraram cinzas e somente através de outra grande desgraça é que a
cidade pôde se ver realmente livre da peste. Mais de treze mil residências foram consumidas,
oitenta e nove igrejas, além da Catedral de São Paulo, centro do anglicanismo londrino.
O Prof. Elvio Funck, e aqui vou transcrever na íntegra, se refere à participação do
arquiteto Christopher Wren (1632-1723) na reconstrução de Londres. Nós Maçons, sabemos que
Sir C. Wren foi Maçom. Vejamoso que diz o professor: “Após o incêndio brilhou a inteligência
de um dos mais notáveis arquitetos da Inglaterra, Christopher Wren. Para a reconstrução da
cidade, Wren fez um planejamento que faria inveja aos mais modernos arquitetos; mas, segundo
Churchill, o fato de seu planejamento urbano não ter sido seguido inteiramente foi um prejuízo
pior para os ingleses do que a destruição quase total daquele amontoado medieval e infectado de
casas. Assim mesmo, muito das belas construções que se veem hoje em dia em Londres, em
Oxford e em Cambridge, saíram da prancheta deste célebre arquiteto. Aí se incluem cinquenta e
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uma novas igrejas e, inclusive, sua obra-prima, a Catedral de São Paulo, cuja bela cúpula ficou
sendo ponto de referência para praticamente todos os londrinos. A pedra tumular de Wren é
sucinta e eloquente, pois nela estão gravadas apenas duas palavras: Wren – Circunspice, ou seja,
“Wren – Olhe a seu redor”.
Voltando ao reinado de Carlos II: o bipartidarismo que ainda hoje tem predominância
na Inglaterra, teve origem na época dele, quando parlamentaristas e monarquistas brigavam pelo
poder.
O escritor André Maurois, definiu Carlos II: “foi um ‘equilibrista’”, pois conseguiu
viver dos subsídios franceses, desprezando o auxílio do Parlamento, trair duas igrejas, trair a
Inglaterra, trair sua esposa portuguesa, trair suas inúmeras amantes e, no fim da vida, como o bom
ladrão, conseguiu que um padre católico viesse ouvi-lo em confissão e lhe administrasse a
extrema-unção.”
COMENTÁRIOS:
Espero não estar avançando o sinal, quando o meu propósito até aqui é o de fazer
uma síntese do período esse da história da Inglaterra onde fica evidente o quanto se digladiaram os
católicos e os protestantes, e que serviu de pano de fundo para um Rito que começava a nascer.
Com relação aos reis, e aqui justifico não ter sido prolixo, se fossem levados em conta todos os
episódios em que eles estiveram envolvidos, tramas, alianças, detalhes, enfim, e às vezes sórdidos
demais, com certeza seriam preenchidas algumas dezenas de páginas.
Também um pouco de história a mais, somente irá enriquecer os nossos
conhecimentos, principalmente em se considerando que o que foi relatado até o momento nos dá a
radiografia exata daquela época na Inglaterra, onde ocorre muito da sua formação como nação,
além de que, exatamente essa época de muitas mudanças, serve de nascedouro à Maçonaria
Especulativa e onde muita coisa já devia estar acontecendo paralelamente.
JAIME II: O ÚLTIMO REI CATÓLICO
O sucessor de Carlos II foi Jaime II, católico, aliás, o último rei católico da Inglaterra.
A rainha viúva, Catarina de Bragança ficou em Londres até 1692, retornando depois à cidade de
Lisboa.
Alguns biógrafos viram em Jaime II, um dos reis mais fracassados da Inglaterra. O Prof.Elvio
Funck escreveu:
“Jaime II foi o último rei católico da Inglaterra. Começariam então, da parte dos católicos
ingleses e continentais, os movimento chamados ‘jacobitas’, cuja finalidade era devolver o trono
inglês àquele que era considerado o herdeiro autêntico, ou seja, Jaime Eduardo, ‘O Velho
Pretendente’, e, mais tarde, ao filho de Jaime Eduardo, Carlos Eduardo, chamado ‘O Jovem
Pretendente’. A palavra ‘jacobita’, que denomina esse movimento de tentativa de reconquista do
trono inglês pelos Stuarts católicos, deriva da palavra latina para Jaime, ou seja, Jacobus.”
O Irmão Joaquim Roberto Pinto Cortez relata os seguintes acontecimentos referentes
ao período:
“Durante esse período, conhecido como Restauração, os dois monarcas, mais especialmente
Jaime II, um católico fervoroso, tentaram impor, novamente, a Religião Católica na Inglaterra.
Essa atitude provocou uma grande indignação entre Anglicanos, Puritanos e Presbiterianos que
compunham a maioria do povo inglês. A origem da revolta, que trouxe para o trono inglês
Guilherme de Orange, de origem holandesa, mas casado com uma filha de Jaime II, está,
exatamente, nessa indignação. Jaime II foi obrigado a fugir e abrigar-se na França. Dentre todos
esses acontecimentos existe um detalhe muito importante e que não pode ser esquecido: a
ascensão de Guilherme de Orange ao trono inglês marcou o final do absolutismo e da teoria do
poder divino dos reis na Inglaterra. Daí para frente, na direção dos destinos ingleses, passou a
existir uma Monarquia Constitucional, com um Parlamento forte, e que perdura até hoje.”
A Rainha Ana (1702-1714), encerrou a dinastia dos Stuarts, iniciada em 1603. O seu
reinado foi curto, mas, se notabilizou pela união com a Escócia e pelas vitórias militares de
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Marlborough na Europa. Ainda hoje se reflete a conquista de Gibraltar, durante o seu reinado
também, porta de entrada do Atlântico para o Mediterrâneo e que pertence aos ingleses.
A FRANÇA
Prosseguimos com os esclarecimentos do Irmão Joaquim Roberto Pinto Cortez:
“Na França, a situação não era muito diferente. Apesar de que o Absolutismo já vinha sendo
instalado, desde os Séculos XIII e XIV, somente conseguiu consolidar-se com a dinastia dos
Bourbon, iniciada por Henrique IV (1589-1610). Esse governante conseguiu restaurar as
finanças e pacificar o país (Édito de Nantes - 1598), garantindo a igualdade de direitos para
todos os protestantes.
Seu filho e sucessor Luiz XIII, assessorado pelo seu Primeiro Ministro, o Cardeal
Richelieu, conseguiu, de forma inexorável, acabar com todos os privilégios da nobreza e
transformar a França, agora totalmente absolutista, na mais forte potência do continente
europeu. Em seguida, tivemos o reinado de Luiz XIV, chamado de o Rei Sol, que se transformou
no maior símbolo do absolutismo e do despotismo na época. A ele é atribuída a célebre frase: “O
Estado sou Eu”, que até pode não ser verdadeira, mas que exemplifica, de maneira concreta, as
atitudes do monarca na direção dos destinos da França. Seu período de governo estendeu-se de
1643 até 1715, exatamente o mesmo período das reformas na Inglaterra. Esse fato ajuda a
explicar também, a razão do exílio dos Stuarts na França. (Grifo meu!)
Os dois reis seguintes, Luiz XV e Luiz XVI, seguiram os mesmos caminhos do
Absolutismo, tornando-se déspotas tirânicos. Esses dois reinados estão na base da Revolução
Francesa e do estabelecimento de sua divisa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Posteriormente, com o advento do Império Napoleônico, esses Princípios foram consagrados
mundialmente. “
COMENTÁRIOS:
Além das noções de história, particularmente sobre a Dinastia Stuart, o que isso tudo
tem mesmo a ver com o Rito Escocês Antigo e Aceito?
Vamos estabelecer algumas dessas conexões e com base em estudos de autores
consagrados, a exemplo de Castellani, mostrar sobre os acontecimentos na França, o que vai
reforçar de vez a importância de termos disponibilizado, ainda que, sucintamente, o período em
que os Stuarts estiveram no poder na Inglaterra, pois, ficará bem fácil ao Irmão que quiser se
situar, recorrer ao texto acima e localizar-se.
Como pudemos acompanhar até aqui, vimos desfilarem, um a um, os reis e as rainhas
que compuseram a Dinastia Stuart, ocupando o trono da Inglaterra, num período que começa em
1603,a partir de Jaime I, filho único de Maria Stuart (Queen of Scots) e de Lorde Darnley e vai até
a Rainha Ana, segunda filha de Jaime II e de sua primeira esposa Ana Hyde, encerrando assim, o
período em que a dinastia Stuart esteve no poder.
AS LOJAS ‘STUARTISTAS’ NA FRANÇA
Diz o Irmão Joaquim Roberto Pinto Cortez:
“Nos dias atuais, apesar da inexistência de uma ‘Certidão de Nascimento’, a quase totalidade
dos estudiosos concorda que o nascimento do Rito Escocês se prende à fuga dos Stuarts para a
França. As primeiras Lojas teriam sido fundadas para que se pudesse tramar, dentro delas,
protegidas pelo segredo inviolável dos Templos, a retomada do poder por aquela Casa
destronada. Realmente, uma série de considerações, de caráter histórico, parecem nos levar para
esta conclusão por ser a única, aparentemente plausível.”
Durante a história resumida dessa dinastia, apresentada anteriormente, ficamos
sabendo também que, em 1649, depois da decapitação de Carlos I, a sua viúva vai para a França, a
convite do rei Luís XVI, recebendo asilo político. Instalada no Castelo de Saint-Germain-em-
Laye, logo vieram juntarem-se à ela membros da nobreza escocesa e inglesa, com o objetivo de
montarem estratégias para a retomada do trono. (Castellani, pág. 28, 1994)
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O Irmão Castellani em seu artigo “As Cores do Rito Escocês”, cita vários estudiosos
que tecem seus comentários a respeito das movimentações dos ‘stuartistas’ na França e sobre as
supostas origens do Rito Escocês.
Para Bertelot, esses nobres que conviviam com Henriqueta de França, a viúva de
Carlos I, abrigavam-se nas Lojas Maçônicas, pois, em virtude do seu caráter secreto, podiam
estabelecer comunicação com partidários que haviam ficado na Inglaterra e tramar para derrubar
Cromwell. É mister, salientar que, nessa época as lojas já estavam com um número considerável
de Aceitos.
Para Paul Naudon, o rei Carlos II, às vésperas de assumir o trono inglês, teria criado
em Saint-Germain, um regimento que foi intitulado de Real Irlandês, e depois alterado para
Guardas Irlandeses. Conforme o historiador G. Bord, esse Regimento abrigava uma Loja
Maçônica, cujos documentos comprobatórios teriam chegado até os dias de hoje. Em 13 de março
de 1777, o Grande Oriente da França concordou sobre a Constituição dessa Loja estar datada em
25 de março de 1688. No entanto, é possível ainda que os ‘stuartistas’ tenham criado outras Lojas
na França, basicamente a partir de um segundo regimento que foi formado em Saint-Germain e
onde seus integrantes eram todos imigrantes escoceses.
Para Jean Raylot, a fundação da primeira Loja ‘stuartista’ na França, deu-se em 1689,
em Saint-Germain-em-Laye, pelo regimento irlandês Walsh de infantaria, e a segunda Loja teria
sido criada em Arras, por Lord Pendrock.
Nessa época, os ‘stuartistas’ já tinham o apelido de jacobitas, sobre os quais já
tivemos referências, logo acima, quando da breve descrição do período do último rei católico,
Jaime II, da dinastia dos Stuarts.
Também, em decorrência disso, é que Alec Mellor se refere à origem jacobita do Rito
Escocês, pelo motivo da existência de Lojas militares, de regimentos irlandeses e escoceses, fiéis
aos Stuarts, composto em sua grande maioria por católicos.
Aqui, vou inserir os comentários do Irmão Joaquim Roberto Pinto Cortez, que trazem
bastante luz sobre aspectos referentes à formação de batalhões na França, por ocasião da presença
de Jaime II na França:
“Na verdade, a grande maioria dos batalhões era constituída, principalmente, por Irlandeses,
depois é que vinham os Escoceses. É evidente que um total desconhecimento de Geografia
permitiu a reunião de todos eles sob um qualificativo comum: Escoceses. A partir daqui,
começa a se desenvolver uma Maçonaria destinada a levar seus fundadores de volta ao Trono
da Inglaterra e, já totalmente, diferenciada da Maçonaria de origem inglesa. Enquanto essa, a
partir de 1717, segue um regime de obediência, vinculado à Grande Loja de Londres, a
francesa forma uma Maçonaria livre e independente que acabou sendo, indevidamente,
chamada de Escocesa.” (Grifo meu!)
Ainda que, muito do que existe sobre essa Loja de 1689 sejam apenas lendas, Melor
teria descoberto num manuscrito de 1735 a confirmação dos Stuarts em Saint-Germain lá por
1689, o que torna então a existência da Loja, bastante plausível, levando em consideração
concomitantemente a importância da população escocesa que também emigrou em conjunto com a
corte de Jaime II. (Castellani, págs. 68 e 69, 1994)
DUAS PERGUNTAS FUNDAMENTAIS DO IRMÃO CASTELLANI SOBRE AS
ORIGENS DO REAA E AS RESPOSTAS MAIS PLAUSÍVEIS
O Irmão José Castellani, em seu livro já citado, elaborou a seguintes perguntas:
_ Mas por que o Rito acabou sendo chamado de Escocês, apesar de não ter uma ligação
nacional evidente com a Escócia, mas apenas indiretamente através dos Stuarts?
_ E como um nome estritamente nacional acabou se tornando universal e designando um
conjunto obediencial, a partir de uma organização política (jacobita)?
As respostas e os devidos comentários que se seguem às perguntas acima, irei
transcrevê-las na íntegra, pelo simples fato de que um dos propósitos fundamentais que justificam
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o presente trabalho é exatamente conhecer detalhes tão importantes acerca das origens do Rito.
Segue o texto:
“Le Forestier (in ‘L’Occultisme et La Franc-Maçonnerie Française’ –Paris – 1928), crê que o
termo ‘escocês’ representa uma inspiração direta do discurso de Ramsay (que teria inspirado a
criação dos Altos Graus), já que este afirma, no discurso, que a Ordem conservou, na Escócia,
todo o seu esplendor, numa época em que, em outros locais, ela caía em profunda decadência.
Essa explicação, todavia, parece, segundo Mellor (in op. Cit.), insustentável, pois o famoso
discurso é de 1737, enquanto, existem provas de que um Grau, chamado de ‘Mestre Escocês’, já
era praticado em 1735, daí a origem do termo.
Na verdade, de acordo com Oswald Wirth (in “La Franc-Maçonnerie rendue
intelligible à ses adeptes’ – Paris – 1931), existiu um quarto Grau, onde os titulares nomeavam-se
“Mestres Escoceses’. O tema do Grau é a descoberta sob as ruínas de Jerusalém, de uma
abóbada conservada intacta, e de um altar sobre o qual estava escrito o nome da divindade, a
‘Palavra Perdida’, daí em diante reencontrada. Ele representa, simbolicamente, a ruína da
Ordem Maçônica, que o Iniciado no Grau, reconstruirá, concluindo, dessa maneira, o simbolismo
do 3º Grau. As pretensões dos Iniciados nesse Grau eram as de constituir uma classe superior de
maçons, com paramentos especiais e com o direito de permanecer com a cabeça coberta até em
Loja de Mestres. Já praticado em 1735, esse ‘Grau’, o mais antigo dos escoceses, de nítida
origem jacobita (stuartista), reunia a suprema autoridade maçônica, que seria a Grande Loja
escocesa.
A partir daí, o termo ‘escocês’ passou a designar Sessões locais de uma vasta
organização política, com diversas variantes adicionadas ao termo, como, por exemplo: Escocês
Purificador, Escocês de Hiram, Escocês de Paris, Escocês da Prússia, Escocês Trinitário,
Escocês Inglês, Escocês de Messina, Escocês de Clermont, Escocês de Montpellier, Escocês
Sublime, etc.
O termo ‘escocês’, então, acabou por se generalizar e, de nome nacional, tornou-se
sinônimo de uma organização política (jacobita). Para Mellor (in op. Cit.), pode-se presumir que
isso aconteceu porque a maioria dos fiéis jacobitas era constituída de escoceses, o que acabou
por fazer com que todos os jacobitas fossem chamados de escoceses e que, assim, o termo
passasse a ser um rótulo político, ao invés de designar apenas o indivíduo nascido na Escócia,
estendendo-se às Lojas jacobitas e generalizando-se.”
***Na próxima semana daremos continuidade ao assunto esse que envolve as origens e a história
propriamente dita do Rito Escocês Antigo e Aceito.
Consultas Bibliográficas:
Internet:
“A Origem do REAA” – Artigo de autoria do Irmão Kennyo Ismail – Disponível em:
www.noesquadro.com.br/2011/02/origem-do-reaa.html
Revistas:
O PRUMO, nº 98, Julho/Agosto de 1994: “As Origens do Rito Escocês Antigo e Aceito” – Artigo do Irmão José
Castellani
O PRUMO, nº 204, Julho/Agosto de 2012: Porque o Rito Escocês tem este nome, se é de Origem Francesa?” –
Artigo do Irmão Ademar Valsechi
Livros:
CASTELLANI, José. “Curso Básico de Liturgia e Ritualística” – Cadernos de Estudos Maçônicos Nº 13 – Editora
Maçônica “A Trolha” Ltda. 2ª Edição - 1994
CORTEZ, Joaquim Roberto Pinto. “MAÇONARIA – Origens – Teoria – Prática” – Editora Maçônica “A Trolha”
Ltda. 1ª Edição – 2005
FUNCK, Elvio. “Breve História da Inglaterra” – Editora Movimento - 2012
RODRIGUES, Raimundo. “Cartilha do Rito Escocês” - Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 1ª Edição – 2010
JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 21/31
O Ir Hercule Spoladore –
Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”-
Londrina – PR – escreve aos domingos
hercule_spolad@sercomtel.com.br
O símbolo é consequência de uma interpretação mental que por sua forma, natureza ou
analogia representa ou substitui numa determinada situação uma coisa ou algo abstrato e que está
ausente.
A avaliação desta analogia será mental e pessoal já que a riqueza dos símbolos está nas
infinitas formas de interpretação de cada um.
Acontece também que um símbolo antigo às vezes encerra
dentro de si outro símbolo mais poderoso e mais universal que até
então não se conhecia, e eis que ele aparece como resultado do
avanço dos conhecimentos especialmente da ciência evolução do
pensamento e de maiores conhecimento adquiridos pelo homem.
Um símbolo que não se tem mais o que simbolizar é um símbolo
morto. Um símbolo em evolução que permite o maior número de
interpretações é um símbolo vivo e atuante.
Vamos escolher um destes símbolos que faz parte de uma alegoria do segundo grau, a
Escada de Caracol. Não se trata de um segredo do grau que não possa ser abordado neste trabalho.
A alegoria está na Bíblia onde qualquer um poderá ler em Reis VI, 8 “A porta da câmara do
meio do andar térreo estava na banda sul e por caracóis, se subia ao segundo andar e deste ao
terceiro” Possivelmente os caracóis citados pudessem ser uma escada em forma de caracol, O
texto é estranho e possivelmente esotérico. Pode ter outra interpretação para os exegetas, que são
os estudiosos da Bíblia.
Ás vezes não sabemos analisar e avaliar a amplitude de um símbolo e quais imagens,
reações, sentimentos e programações mentais que ele poderá trazer para o nosso subconsciente,
nos auxiliando ou esclarecendo dirimindo nossas dúvidas, nos reprogramando, ou nos
contemplando com explicações para situações físicas e espirituais mais superiores e que até então
ainda não havíamos vislumbrado.
5 – Escada em Caracol e a Espiral
Hercule Spoladore
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Este texto bíblico citado nos fala da edificação do Templo de Salomão uma das pedras
angulares da Maçonaria. Parece um tanto estranho e dá ideia de uma mensagem esotérica. Aliás,
John Allegro um dos pesquisadores dos manuscritos dos essênios encontrados em 1947 nas
cavernas de Qunran, reconhece que Bíblia foi escrita pelos essênios para um reduzido número de
iniciados Atualmente muitos doutores em Bíblia e os exegetas a estudam, mas não sabe por que a
Bíblia também caiu no manuseio fácil e diário e indevido de pessoas de pouco conhecimento,
trazendo muita confusão a respeito.
Vamos enfocar a escada de caracol e sua relação com a espiral. Dos dicionários lemos que a
escada de caracol é aquela em que a superfície tangente aos seus degraus se desenvolve em torno
de um eixo. A escada de caracol é uma espiral.
Na Maçonaria entre outros significados ela aparece como sendo a representação de um
jovem que passa à adolescência como aprendiz, à virilidade como companheiro e que para o seu
desenvolvimento total ele evoluirá através de uma progressão que não será em linha reta,
inalterável ou invariável, mas sim por etapas, em ciclos ascendentes ou em espiral cujas volutas
vão se ampliando cada vez mais até se identificarem com o infinito. O companheiro deverá se
utilizar de todas as maneiras corretas e ascender por um caminho tortuoso, espiralado para chegar
a ser um mestre esclarecido.
Segundo alguns autores existem no universo, três tipos de espirais:
a) Crescente como nos casos das nebulosas que existem no universo infinito.
(b) Decrescente como nos casos dos redemoinhos, tendo como exemplo mais evidentes os
ciclones, os tornados.
(c) Petrificada como nas conchas e caracóis. São obras da natureza.
Como figura geométrica a espiral seria qualquer curva plana gerada por um ponto móvel
que gira em torno de um ponto fixo, ao mesmo tempo em que dele se afasta ou se aproxima
segundo uma lei universal determinante.
A importância da espiral no universo é muito grande. Ela aparece como símbolo do
nascimento da vida e da morte. Ela representa todo um simbolismo da evolução do universo em
todos os tempos e em todas as épocas. É o maior emblema a ser vivenciado pela alma humana em
busca da vida eterna. Até a orbita da Terra em torno do Sol é em espiral e cada ano é diferente,
isto é, não passa pelo mesmo ponto.
Nos hieróglifos egípcios a espiral designa as formas cósmicas em movimento. Alguns
autores afirmavam que a espiral seria símbolo do macrocosmo. Ela representaria a eternidade.
Do ponto de vista esotérico ela mostraria a tendência que existe em cada um de nós na
nossa ansiedade de crescermos em direção à totalidade seguindo os difíceis trajetos, os meandros,
os caminhos tortuosos que o maçom terá que percorrer, para ascender ao seu verdadeiro papel de
mestre.
Os gregos distinguiam dois tipos de espirais, a espiral criadora que se apresentava
dextrogira, atributo de Palos e Atena e a espiral destruidora ou em torvelinho que se apresentava
sinistrogera atributo à Poseidon.
JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 23/31
Ainda temos o labirinto que é um símbolo espiralado junto aos antigos que representa uma
espiral expansiva que cria e protege o centro e a espiral que se contrai e se dissolve, conceitos
estes implícitos ao labirinto.
Sabe-se que o fluxo energético se desloca em espiral no espaço. Para Einstein no universo
tudo é energia, então tudo o que existe se manifesta através de movimentos espiralados.
Na década de 1960. James D. Watson e mais dois cientistas Francis Crick e Maurice
Wilskins (prêmio Nobel para os três em 1962) descobriram a estrutura molecular do DNA (ácido
desoxirribonucleico). A molécula deste ácido tem a forma de dupla espiral, ou dupla hélice como
querem alguns autores.
Este feito é considerado com a descoberta do código genético da vida.
Segundo estes cientistas todas as informações genéticas estão depositadas numa escada
espiralada onde em cada degrau haveria uma informação genética. Esta longa cadeia molecular
teria no ser humano quatro milhões de degraus e seria o arquivo central da espécie. Só para termos
uma ideia da importância desta descoberta, só para citarmos um exemplo quando a engenharia
genética evoluir mais, ela poderá modificar a estrutura deste ácido e assim esta modificação
poderá ser introduzida no ser humano, podendo resultar dai seres melhores, ou melhor, dizendo, o
homem após o homem.
O segredo da vida foi descoberto e está representado por uma espiral que no caso é dupla.
Em face do que se acabou de expor, se juntarmos os conceitos antigos e modernos sobre a
espiral veremos que a mesma espiral que está representada no Painel de Companheiro embora que
a representação esteja aparentemente incompleta na Escada de Caracol, teremos a ideia do
profundo simbolismo que a espiral encerra como um dos maiores símbolos do Universo.
REFERÊNCIAS
ASLAN, N. Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e
Simbologia - Vol. IV
Ed. Arte Nova - Rio de Janeiro - 1976
CIRLOT. J.E Dicionário de Símbolos
Editora Moraes – São Paulo, 1984
FIGUEIREDO, J.G. Dicionário de Maçonaria
Editora Pensamento – São Paulo, 1984
KOCH, Rudolf Livro dos Símbolos
Editora Rennes - Rio de Janeiro,198?
JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 24/31
O Irmão João Anatalino Rodrigues
escreve aos domingos
jjnatal@gmail.com -
www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br
MAÇONARIA ─ UM CULTO Á LUZ
O mito solar
A ideia de que Deus é pura luz e o que o nosso espírito é feito de luz é uma intuição bastante
antiga que já existia nos tempos mais primitivos da civilização
humana. Os persas e os hindus, em tempos anteriores a Zaratustra
(século XII a.C), já possuíam uma noção bastante avançada desse
conceito, pois sustentavam a existência de dois princípios a reger a
vida do universo. Esses princípios eram representados pelo deus
Marduc (Ahura Mazda, o dia) e Arimã, as trevas, que simbolizava a
noite. Paralelamente, numa crença que tem, provavelmente, a mesma
idade que a tradição religiosa persa, os egípcios também desenvolveram uma teogonia com base
num conceito similar, que colocava o deus Rá, simbolizado pelo sol, como a divindade suprema
do seu panteão, a quem estavam submissas todas as outras deidades. E do outro lado o demônio
Tifão, habitante das trevas, como contraponto desse poder, fórmula essa que seria reproduzida no
mais famoso dos dramas iniciáticos dessa civilização, os Mistérios de Ísis e Osíris.1
Similarmente, os povos da Mesopotâmea colocavam um fenômeno luminoso, representado
pelo sol, como princípio gerador da vida em todo o universo. Destarte, todos seus deuses tinham
vindo do espaço, sendo Baal aquele que representava o astro rei. A própria ação civilizadora da
humanidade teria sido, conforme antigas crenças sumérias, uma realização desses deuses
astronautas, que á terra teriam baixado em uma expedição de exploração, e aqui deram início á
uma colonização. Essa tese é defendida pelo arqueólogo soviético Zecharia Sitchin (1920─ 2010)
o qual atribui o desenvolvimento da antiga cultura suméria aos "anunnaki" (ou "nefilins"
conforme os chama a Bíblia). Essa teria sido uma raça extraterrestre oriunda de um planeta
chamado Nibiru, que existia nos confins do sistema solar e por isso ainda não teria sido ainda
descoberto pelos nossos cientistas. Ele baseia suas especulações na tradução que fez de textos
sumérios antigos, encontrados na famosa biblioteca de Assurbanipal. É uma tese interessante
porquanto os antigos reis sumérios chamavam a si mesmos de anunnakis, e o famoso Código de
1
Teogonia é a doutrina mística que explica o nascimento do universo através da ação dos deuses. Nos Mistérios Egípcios, Osíris
simboliza a luz, e seu invejoso irmão Sethi, as trevas.
6 – Maçonaria – Maçonaria – um culto à luz
João Anatalino Rodrigues
JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 25/31
Hamurabi, conhecido como o primeiro código de leis da humanidade, foi promulgado pelo
monarca Hamurabi que chamava a si mesmo de “rei anunnaki”.2
Assim, podemos dizer que a maioria dos povos antigos desenvolveram religiões solares, onde
o astro-rei aparece como origem e mantenedor da vida. Essa cultura religiosa floresceu também
entre os primitivos habitantes do Novo Mundo, com destaque entre os povos astecas, maias e
incas, os quais, com poucas variações, praticavam religiões solares que ainda hoje, mesmo
cristianizados, os habitantes das regiões onde essas civilizações floresceram, ainda conservam
alguns mitos.
A influência do mito solar, entretanto, era tão forte entre os antigos, que nem os israelitas, povo
inovador em termos de religião, escapou dela. Embora os israelitas tenham sintetizado os atributos
da Divindade em um conceito abstrato, lançando a ideia de um Deus ─ espírito que não podia ser
representado por nenhuma forma que a mente humana pudesse imaginar, eles não conseguiram
fugir da noção de que Deus é, em essência, a energia que se manifesta em forma de luz. Assim, o
primeiro ato de Deus, ao fazer o mundo, segundo a Bíblia, foi “libertar a luz”. Pois conforme diz o
texto sagrado, o primeiro comando divino ao criar o mundo foi “ Haja luz.”3
E mais tarde, quando quis se manifestar a um ser humano, Ele o fez de dentro de uma chama,
ou seja, uma forma luminosa, simbolizada por uma sarça ardente, material que não se consumia,
porque, na verdade, era o reflexo da Luz de Deus.4
Libertar a luz
Por isso, toda jornada iniciática consiste numa fórmula para libertação da luz que se supõe
existir no interior de todo ser humano. Todavia, o que significa “libertar a
luz?” Certamente não é fabricá-la, pois fabricar sugere uma ação
transformadora sobre uma matéria prima pré-existente, transformando-a
em produto. A Bíblia diz que Deus “tirou” a luz de dentro das trevas e com
ela fez surgir o dia e com a escuridão produziu a noite. Grandiosa metáfora
essa. Pois o dia corresponde á realidade observável, ao universo real, ao
chamado mundo manifesto, á tudo aquilo que se vê, enquanto que a escuridão, a ausência de luz,
corresponde exatamente ao mundo das trevas, aquilo que está oculto, o que não pode ser visto,
mas que pode ser desvelado quando sobre a escuridão fazemos projetar a luz do nosso
entendimento. Por isso os fenômenos psíquicos da descoberta, do insight, da sabedoria, estão
sempre ligados á ideia da iluminação, ou seja, lançar a luz sobre um objeto desconhecido, ou
mesmo “acender a luz” dentro da nossa consciência.
Isso pressupõe que o universo, tal como o vemos, é feito de luz, embora parte dele permaneça
nas sombras porque sobre essa parcela da realidade existente, a luz do nosso entendimento ainda
não a alcançou.
No entanto, a realidade é luz e a verdade se reveste dela. Por isso os Evangelhos do Novo
Testamento fazem larga utilização dessa simbologia para se referir á doutrina de Jesus, sendo ele
próprio chamado de “Luz do mundo”.5
Corroborando essa visão os cientistas dizem que o universo saiu de dentro de uma
Singularidade que explodiu. O que era essa Singularidade, ninguém se arrisca a definir. Nem a
Bíblia nem a ciência explicam o que havia antes dessa explosão e o que era Deus antes de fazer o
universo. Mas para algo sair de dentro de alguma coisa é preciso que esse algo tenha uma
2
Ver, a esse respeito sua obra “O Décimo Segundo Planeta”- Vol. I publicado pela Editora Madras, 2013.
3
Gênesis, 1:3
4
Êxodo, 3:2
5
João, 8;12
JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 26/31
existência anterior ao próprio parto. Não pode simplesmente “nascer” um ser que não tem
existência anterior ao nascimento, sendo o nascimento apenas o seu ingresso na esfera da
existência positiva.
Nascer é uma etapa posterior a gerar. Só pode nascer algo que foi gerado. E só pode gerar algo
quem tem o poder para isso. Por isso o mestre cabalista diz que “Deus, quando quis criar o
universo, velou sua glória e nas pregas desse véu projetou sua sombra”. Isso quer dizer: Deus
existia antes mesmo da criação do universo. Tornou-se sombra para nela concentrar a sua energia.
Comprimiu-se até o limite do zero absoluto. Por isso Ele era a luz que existia dentro da própria
sombra, ou como quer a ciência, a energia contida no corpo celeste que originou o Big-Bang. Na
linguagem da Cabala, esse fenômeno é designado pela expressão Tsim-Tzum.6
Uma ordem universal
De um modo geral os cientistas concordam que o universo nasceu caótico e descontrolado. No
início era como a energia de uma bomba que explode e expele a sua força destruidora para todos
os lados. Mas quando o universo começa a ser organizado, quando a energia começa a se
transformar em massa, gerando os grandes corpos celestes e os sistemas siderais, todas as leis
naturais passam a obedecer a um comando único: a lei da união. Essa lei se traduz pela força da
energia existente em cada corpo, que faz com que cada um procure o seu complemento para com
ele se unir e deixar a simplicidade da sua estrutura, adquirindo a qualidade do complexo, que é a
marca da evolução. Cosmicamente, as estrelas se juntam em galáxias e os planetas se aglomeram
em volta de estrelas para formar os sistemas. E no interior dos sistemas, os átomos se juntam para
formar os compostos, os compostos para formar moléculas, as moléculas para formar organismos,
sempre no sentido de uma Evolução dirigida. Fisicamente, é a prevalência da luz maior sobre a
menor, a energia mais forte sobre a mais fraca, a força natural da atração, firmada na quarta Lei de
Newton, segundo a qual "matéria atrai matéria na razão direta do volume de suas massas e na
razão inversa do quadrado da distância entre elas”. Isso tudo pode ser traduzido pela lei da União,
que o Criador colocou no núcleo de todo grão de matéria, para fazer com que a totalidade
dispersa, em dado momento da vida cósmica, se reúna em um ponto único, que é, como bem viu
Teilhard de Chardin em sua extraordinária visão hiperfísica do universo, o destino finalístico do
universo.7
Nasce daí a ideia arquetípica da existência de uma deidade máxima, primeiramente
simbolizada pelo sol, que os antigos povos cultuavam como princípio e fim de todas as coisas, de
onde tudo vinha e para onde tudo voltava.
E nasce também desse pressuposto a função específica do pensamento humano, cujo objetivo
imediato é produzir, na escala da sabedoria cósmica, um fenômeno semelhante. Pois que a função
da mente do homem é justamente dar ordem ao caos da materialidade, identificando e catalogando
todas as realidades que saem do útero cósmico. Por esse motivo nos foi dada a capacidade de
pensar para conhecer. E essa, precisamente, é a razão pela qual a sabedoria nos aparece como
sendo um fenômeno luminoso produzido pela ação da nossa consciência sobre o objeto que ela se
propõe conhecer. Por isso a metáfora “lançar luz sobre as coisas” designa exatamente essa
propriedade da mente humana de revelar o que está oculto nas sombras da ignorância, nas trevas
da obscuridade, na impenetrabilidade do quarto escuro, onde os mistérios do universo aguardam o
foco de luz que a lanterna da inteligência humana projetará sobre eles para serem revelados. Isso é
por Ordem no Caos.
6
Ver o capítulo X, o significado da expressão TzimTsum.
7
Teilhard de Chardin- O Fenômeno Humano, Ed. Cultrix, 1968. Finalístico sim, e não final, porque sendo o universo resultado de
energia que se transforma, ele nunca se acabará.
JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 27/31
A Luz seja dada ao neófito
Jesus expressou essa ideia quando colocou para os seus discípulos a expressiva parábola que
diz: “Ninguém acende uma lamparina e depois a coloca debaixo de um cesto ou de uma cama.
Pelo contrário, a lamparina é colocada no candeeiro para que todos os que entram vejam a luz.
Pois tudo o que está escondido será descoberto, e tudo o que está em segredo será conhecido e
revelado.”.8
Isso porque nada ofusca o brilho de Deus nem apaga a luz que Ele dá aos homens. Não há
poder no universo que não seja dado pelo brilho da sua luz. Por isso o poder do homem está
naquilo que ele sabe, naquilo que ele aprende e consegue usar para o seu próprio benefício e da
espécie a qual ele pertence.
E como Deus é pura luz, a ele só nos integraremos quando nós mesmos também formos luz
purificada. Nessa meta se consumam todas as escatologias.9
Essa é razão pela qual toda disciplina iniciática buscar, simbolicamente, levar o iniciado a um
estado em que ele possa, livremente, liberar a própria luz que nele está contida. Aquela "luz
interdita” contida, presa na matéria pela condição de profano em que ele se encontra até adquirir a
iluminação.10
Dai as perguntas contidas no ritual de iniciação maçônica que se refere ao "temerário que tem o
arrojo de querer forçar a entrada no Templo" e a consequente resposta que diz tratar-se de "um
pobre candidato que caminha nas trevas e, despojado de todas as vaidades, deseja receber a Luz".
E também o motivo do porque ele, antes de ser efetivamente iniciado nos Mistérios Maçônicos,
ter que conviver com as trevas, a ideia da morte e a escuridão do seu próprio interior psíquico. É
que para receber a Luz é preciso, primeiro, saber no que consistem as trevas. Repetir o próprio ato
do Criador na transposição de Si mesmo do Véu de Existência Negativa para o Véu de Existência
Positiva.
E por fim, a apoteose final da iniciação, que revela o cerne do simbolismo contido nesse
verdadeiro culto á Luz, que a Maçonaria conservou como sua primeira e fundamental proposta
iniciática. No momento em que lhe caem as vendas dos olhos, como ao rabino Saulo diante do
sacerdote cristão Ananias, é que o iniciado vê o novo mundo que se abre diante dos seus olhos. E
é então que se revela o magno mistério que todos os espíritos procuram quando buscam a
iniciação maçônica:
●
● ● NO PRINCÍPIO DO MUNDO, DISSE O GR.’. ARQ .’. DO UNIV.’.:
1. ─ FAÇA-SE A LUZ,
2. ─ A LUZ FOI FEITA.
3. ─ A LUZ SEJA DADA AO NEÓFITO.
8
Lucas: 8:16:18
9
Escatologia é a doutrina da consumação dos tempos, da história e da finalidade do homem.
10
A expressão “luz interdita” se refere ao fenômeno luminoso que é associado á uma partícula atômica de alta radiação
JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 28/31
(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GOSC
https://www.gosc.org.br
Data Nome Oriente
05/03/2005 Aurora Florianópolis
10/03/1972 Templários da Justiça Lages
15/03/1998 Estrela do Sul Lages
18/03/1998 Jacy Daussen São José
18/03/2011 Monteiro Lobato Itajaí
19/03/1993 III Milênio Curitibanos
19/03/1994 Renascer da Luz Criciúma
20/03/1949 Januário Corte Florianópolis
23/03/1996 Pedra Cintilante Itapema
24/03/1998 Fiel Amizade Florianópolis
30/03/1998 Amigos para Sempre Joinville
30/03/1999 Círculo da Luz Joinville
31/03/1975 Estrela do Mar Balneário Camboriú
31/03/2011 Colunas do Arquiteto Ituporanga
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Mês de Março
7 – Destaques JB
Resenha Final
JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 29/31
GOB/SC –
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data Nome Oriente
03.03.2012 Guardiões das Virtudes - 4198 Biguaçú
14.03.1981 Estrela do Planalto -2119 Canoinhas
16.03.1899 União III Luz E Trab. 664 Porto União
16.03.2005 Cavaleiros da Luz - 3657 Florianópolis
19.03.2004 Quintessência - 3572 Bombinhas
21.03.1990 Luz da Acácia - 2586 Jaraguá do Sul
21.03.2009 Acácia de Balneário - 3978 Baln. Camboriú
29.03.1973 Acácia Joinvilense - 1937 Joinville
29.03.1973 Gênesis - 2701 Tubarão
29.03.2012 União Palhocense - 4236 Palhoça
30.03.2006 Luz da Porta do Vale - 3764 Itajaí
GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
Data Nome da Loja Oriente
11.03.2003 Fraternidade Itajaiense nr. 85 Itajaí
17.03.2010 Fonte de Luz nr. 102 Chapecó
18.03.1989 Tríplice Fraternidade nr. 48 Dionísio Cerqueira
20.03.2009 Acácia Itajaiense II nr. 100 Itajaí
21.03.1940 Cruzeiro do Sul nr. 05 Joaçaba
24.03.2010 Loja do Sol nr. 103 Blumenau
28.03.1970 Pitágoras nr. 15 Florianópolis
30.03.1995 Leão de Judá nr. 62 Florianópolis
JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 30/31
O Irmão e poeta Sinval Santos
da Silveira *
escreve aos domingos no
“Fechando a Cortina”
Soterrada pelo lixo, desfigurada sem piedade,
e vítima da maldade, em dormência permanecia.
Já frequentou a nobreza, foi admirada por sua beleza, e
desejada pela pobreza.
Por mãos piedosas, retornou ao aconchego
da terra...
Deu vida aos seus rebentos, flores brancas
soltas ao vento, acolheu abelhas aos milhares.
Ramagens atrevidas, cobrem as árvores
coloridas, tomando conta do lugar.
Agora, cachos de uvas rosadas, dominam os jardins dos meus
sonhos !
Alimentam os passarinhos, e saciam desejos
dos vizinhos.
Servem de palco ao canto das cigarras,
JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 31/31
aguçando a imaginação dos poetas !
É visitada pelos Deuses, atraídos por sua doçura.
HERMES, não perde tempo, vai ao Monte Olimpo
e espalha a novidade...
Ouvem-se gritos, gargalhadas e assobios, num
frenesi de intensa alegria, brindando o ressurgimento da vida.
BACO se embriaga. estufa a pança, brinca e
dança na madrugada, querendo AFRODITE conquistar.
CRONOS, radiante, sente orgulho do pomar !
Faceira, a feliz parreira brinda os seus
amantes, Deuses tão importantes !
Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG:
http://poesiasinval.blogspot.com
* Sinval Santos da Silveira -
MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 - Florianópolis

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  • 1. JB NEWS Informativo Nr. 1.982 Filiado à ABIM sob nr. 007/JV Editoria: IrJeronimo Borges – JP-2307-MT/SC Academia Catarinense Maçônica de Letras (Membro) Loja Templários da Nova Era nr. 91(Obreiro) Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Membro Honorário) Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (Correspondente) Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (Correspondente) Este informativo está sendo editado em Curitiba – PR Nesta edição: Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet – Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e www.google.com.br Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores. Saudações, Prezado Irmão! Índice do JB News nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Bloco 1–Almanaque Bloco 2-IrNewton Agrella (Editorial de Domingo)A Mulher – Reconhecimento e Valor Bloco 3-IrJoão Ivo Girardi – Vontade (Coluna do Irmão João Gira) Bloco 4-IrJosé Ronaldo Viega Alves – Rito Escocês Antigo e Aceito – 1ª. Parte Bloco 5-IrHercule Spoladore – Escada em Caracol e a Espiral Bloco 6-IrJoão Anatalino Rodrigues – Maçonaria – um culto à Luz Bloco 7-Destaques JB – Com versos do Irmão e Poeta Sinval Santos da Silveira
  • 2. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 2/31 www.artedaleitura.com 1 – ALMANAQUE Hoje é o 65º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Quarto Minguante) Faltam 301 dias para terminar este ano bissexto É o 127º ano da Proclamçaõ da República; 194º da Independência do Brasil e 516º ano do Descobrimento do Brasil Dia da Independência de Ghana; dia do Otometrista e Data Magna de Pernambuco, escolhida em comemoração à Revolução Pernambucana de 1817 Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado. Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária. L I V R O S
  • 3. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 3/31  1429 - Joana d'Arc encontra Carlos VII, o Delfim em Chinon;  1447 - Nicolau V torna-se Papa;  1480 - Ratificação dos termos do Tratado das Alcáçovas-Toledo pelos Reis Católicos - Portugal cede as Ilhas Canárias à Castela em troca das reinvindicações em África Ocidental;  1521 - Fernão de Magalhães descobre a ilha de Guam;  1629 - Guerra dos Trinta Anos: Fernando II emite o Édito da Restituição anulando todos os direitos dos protestantes às propriedades católicas expropriadas a partir da Paz de Augsburgo;  1714 - Tratado de Rastatt: término da Guerra da Sucessão Espanhola;  1817 - Brasil Colônia: Início da Revolução Pernambucana - Movimento de revolta contra o domínio português;  1820 - O Compromisso do Missouri é transformado em lei pelo presidente James Monroe. O acordo permite a Missouri fazer parte da União como um estado escravocrata, mas faz o restante da parte norte do território da Compra da Louisiana abolir a escravidão;  1831 - Estreia da ópera La sonnambula de Bellini, em Milão;  1836 - Revolução do Texas: Batalha do Álamo - Após um cerco de 13 (treze) dias realizado pelo exército mexicano, os voluntários texanos que defendiam o forte Álamo são derrotados e o forte é tomado;  1853 - Estreia da ópera La Traviata de Giuseppe Verdi, em Veneza;  1855 - Manuel da Mota Coqueiro entrou para a história como o último condenado à morte que teve a pena executada no Brasil;  1869 - Dmitri Mendeleev apresenta a primeira tabela periódica à Sociedade Russa de Química;  1889 - Anunciado o primeiro milagre de Padre Cícero;  1899 - A Bayer registra a aspirina como propriedade industrial;  1901 - Em Bremen um assassino tenta matar Wilhelm II da Alemanha;  1921 - O Partido Comunista Português é fundado como a secção Portuguesa do Internacional Comunista (Comintern);  1925 - A Bélgica anexa Eupen, Malmedy e Sankt Vith;  1927 - Lançamento do filme alemão de ficção científica Metrópolis realizado pelo cineasta austríaco Fritz Lang;  1940 - Guerra de Inverno: Um armistício é assinado pela Finlândia e a União Soviética;  1945 - Adotado na Conferência Interamericana sobre Problemas de Guerra e Paz, na Cidade do México, a Acta de Chapultepec - proclamava que a agressão perpetrada contra qualquer Estado americano seria considerada como dirigida contra todos os signatários;  1946 - Guerra do Vietnã: Ho Chi Minh assina um acordo com a França, que reconhece o Vietnã como um Estado autônomo;  1951 - Estados Unidos da América: Tem início o julgamento do caso Julius e Ethel Rosenberg;  1953 - Gueórgui Malenkov sucede Josef Stalin como Premier e Primeiro Secretário do Partido Comunista da União Soviética;  1957 o As colônias do Reino Unido de Gold Coast e Togolândia Britânica tornam-se a independente República do Gana; o Guerra do Suez: Israel retira suas tropas da Península do Sinai;  1970 - O líder de seita e suspeito de assassinato Charles Manson lança um álbum intitulado Lie: The Love & Terror Cult para ajudar nas despesas de sua defesa;  1975 - Acordos de Argel: Irã e Iraque anunciam uma solução para as disputas territoriais entre os dois países;  1980 - A escritora belga Marguerite Yourcenar torna-se a primeira mulher eleita para a Academia Francesa;  1986 - Missão Vega: A sonda espacial russa VeGa 1 (lançada em 1984) passa a 8890 km do cometa Halley; Eventos históricos - (Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki) Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
  • 4. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 4/31  1994 - O referendo na Moldávia resulta no eleitorado votando contra a possibilidade de reunificação com a Romênia;  1997 - A pintura de Picasso, Tête de Femme, é roubada de uma galeria de Londres e recuperada uma semana depois;  2002 - A Assembléia Nacional da França acedeu ao pedido de devolver os restos mortais da Vênus Hotentote à sua terra natal.  2003 - É anunciado, que as análises fotográficas feitas, por ocasião da passagem da sonda Cassini- Huygens por Júpiter, sugerem que os cinturões sejam áreas de movimento atmosférico no planeta. 1752 Ato, desta data, assinado por Dr. José I, criou para reforçar a ilha de Santa Catarina, um corpo de seis Companheiros de Infantaria e Artilharia e nomeou, para comandá-lo, Pedro da Costa Marim, com patente de Sargento-Mor. 1886 Firmado, nesta data, o tratado “Brasil-Argentina” com relação ao território de Missões, assegurando ao nosso País a área entre os rios Chapecó e o Peperi-Guaçú, hoje parte integrante do Estado de Santa Catarina. 1905 Reassume o governo do Estado o vice-governador Vidal Ramos, após ser substituído, interinamente, pelo presidente da Assembléia Legislativa, Antônio Pereira e Oliveira. 1775 Prince Hall, ministro Metodista e líder Maçônico negro, é iniciado na Irish Military Lodge nº 441. Ele seria o fundador do sistema , absolutamente regular, da Maçonaria negra americana que leva o seu nome. 1817 Eclode a Revolução Pernambucana, movimento em que mais de CEM MAÇONS se engajaram. Pereceram em combate ou foram sumariamente executados. 1836 Morrem em combate David Crockett e outros Maçons no Forte Álamo, tomado pelas tropas do ditador Antonio López de Santa Anna, também Maçom. 1901 Instalada a Ordem Internacional da Estrela do Oriente, no Alabama, USA. Fatos maçônicos do dia (Fontes: “O Livro dos Dias” do Ir João Guilherme - 20ª edição e arquivo pessoal) Fatos históricos de santa Catarina
  • 5. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 5/31 O que é? Aplicativo de Integração da Família Maçônica O Fraternal Hug disponibiliza gratuitamente o acesso a todos os Maçons Ativos, Regulares e Reconhecidos, bem como para as Cunhadas e os Sobrinhos. Estes Usuários podem fazer seus cadastros que são autorizados mediante comprovação dos dados enviados e posteriormente poderão cadastrar sua(s) empresa(s) e/ou vínculo(s) profissional(is). Atualmente é possível fazer a Localização de Membros, Empresas, Confederações, Potências, Lojas e Entidades Paramaçônicas. Novas funcionalidades estão sendo desenvolvidas, permitindo melhorar cada vez mais a integração de toda a Família Maçônica. Baixe Agora: iOS: http://fraternalhug.com/baixar-apple Android: http://fraternalhug.com/baixar-android Faça a liberação do seu Cadastro: Após executar, clique em "Não tenho login" e depois "Solicitar liberação", então preencha suas informações que após confirmarmos a autenticidade das informações, faremos a liberação. Cadastre sua Empresa/Atividade Profissional - É Gratuito: Todos os Usuários poderão cadastrar sua(s) Empresa(s) ou Atividade Profissional (autônomo) gratuitamente. Por padrão, todas as Empresas/Atividades Profissionais cadastradas são
  • 6. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 6/31 enquadradas no Plano de Visibilidade HOME e o aplicativo mostrará as seguintes informações: Razão Social, Endereço Completo, Telefone, Vínculos Profissionais, Categoria e Site. Veja todos os Planos de Visibilidade no Site Blog (fraternalhug.com/blog): Publicaremos periodicamente matérias para a Família Maçônica em nosso Blog. As publicações serão anunciadas na nossa Página do Facebook e também informaremos por email para quem estiver inscrito na nossa Newsletter, assine agora no nosso Site. © FraternalHug
  • 7. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 7/31 Ir.`. Newton Agrella - Cim 199172 M I Gr 33 - Loja Luiz Gama Nr. 0464 (GOSP/GOB) e Loja Estrela do Brasil nr. 3214 (GOSP/GOB) REAA - GOSP - GOB newagrella@gmail.com (Artigo em homenagem ao DIA INTERNACIONAL DA MULHER) "A MULHER - RECONHECIMENTO e VALOR" A despeito das inúmeras homenagens e reverências que são feitas à Mulher sobretudo no dia especialmente dedicado a ela, ou seja; 08 de Março, nada disso consegue atenuar ou ocultar as grandes injustiças e incongruências que encontramos ao longo da História, inclusive nos nossos dias, no que se refere aos seus legítimos Direitos em todo o mundo. A dificuldade para se construir a sua própria identidade perante as sociedades e culturas ainda se constitui num entrave que envergonha a condição humana em sí, particularmente nas sociedades mais patriarcais e tradicionalmente machistas cujas culturas e comportamentos ainda se encontram arraigados a preceitos absolutamente fora de qualquer sentido. Senão vejamos como exemplos, países como Paquistão e Afeganistão onde a desigualdade entre os gêneros é gritante e uma vergonha que assola grande parte do Planeta. Mesmo com a criação da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948, quando a Mulher passou a usufruir de alguns direitos até então inimagináveis como por exemplo: o Direito ao Voto, o Direito de Acesso ao mercado de Trabalho, ao Ensino, à Saúde Sexual e Reprodutiva e a Ascenção a Cargos de elevada importância no cenário Político, ainda assim é pouco diante da Força e do sublime significado da Mulher. Tanto isso é fato que em pleno Século XXI em vários Países da África, das Américas Central e do Sul e da própria Índia - com uma das maiores populações do Planeta - as mulheres mal tem acesso a Educação. Isso sem contar a impunidade contra os os Crimes de Violência Sexual onde em Países como a Índia, o sistema judiciário desencoraja a mulher a apresentar queixa contra seus agressores. Inúmeras civilizações tanto na Índia quanto na África e em vários outros países do Mundo a Mulher ainda não tem o Direito de escolher o seu marido. São os chamados "casamentos arranjados" que se impõem mediante interesses econômicos e familiares que se travestem de um pseudo-tradicionalismo cultural. Os Crimes de Honra do Homem contra a Mulher também são passivos de impunidade e tolerância em nome de um falso moralismo que se arvora numa cultura retrógrada baseada na Força Física e na completa Estupidez humana. O Talibã por exemplo foi um regime totalitário amplamente difundido entre alguns países islâmicos - mormente no Afeganistão - onde as mulheres mal conseguiam sair de suas casas. Eram impedidas de frequentar qualquer local público e se viam obrigadas a usar a burka em nome de uma falsa moral e preservação dos bons costumes. 2 – Editorial de Domingo – A Mulher – Reconhecimento e Valor Newton Agrella
  • 8. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 8/31 A violência doméstica ainda hoje revela um dos mais notáveis índices de mediocridade a que a Mulher é submetida, inclusive aqui no nosso próprio País, onde diariamente são registrados casos de estupros, e outras formas de violação física e mental com pífios resultados de punição, apesar das Leis e em especial da chamada Lei Maria da Penha, tão decantada em nosso País. Na África do Sul por exemplo, pesquisas revelam que atualmente apenas uma em cada três bebês do sexo feminino vai conseguir concluir os estudos. Grande parte delas sofrerá algum tipo de violação. Poucos ataques são reportados às Autoridades. No Sudão, há uma lei que prevê que uma Mulher que esteja trajando uma roupa considerada "obscena" ou que esteja cometendo algum "ato indecente" em público possa ser punida com até 40 chicotadas. Cabendo aí destacar que os termos "obscena" e "indecente" não foram definidos ou tipificados. Vale lembrar que no referido país que a Poligamia é legal para os homens. Outrossim, a Mulher é apedrejada até a morte no caso de adultério. Na África meninas de 15 e 16 anos ou até com idades inferiores vivem (são compradas) por homens bem mais velhos. Em países como: Mali, República Democrática do Congo, Somália, Eritréia a expectativa de vida das mulheres é de 46 anos face estas condições sub-humanas a que são submetidas. Cenário não muito diferente encontramos em países Asiáticos como: Camboja, Vietnam, Indonésia, Filipinas, Tailândia, Nepal dentre outros, em que as meninas são negociadas (Sex Trade) como simples mercadoria, de forma aviltante que desqualifica a própria essência do ser humano. Exemplos não distantes encontramos tanto aqui no Interior, Norte e Nordeste do Brasil, bem como em vários países desta parte do hemisfério onde meninas são exploradas sexualmente e submetidas as mais diferentes formas de tortura. Além de todo esse cenário constrangedor, cumpre ainda ressaltar que no mercado de trabalho as diferenças salariais, via de regra, evidenciam diferenças injustificáveis entre Homens e Mulheres, sendo que a Mulher, independentemente de todas as suas qualificações, talento e competência, invariavelmente recebem salários bem inferiores. Mais uma prova cabal dessa insensatez... Diante de tantas mazelas e de tantos exemplos negativos o que resta ao Homem é fazer uma análise muito profunda e detida de suas atitudes e olhar para dentro de si e perceber que sua Vida é uma dádiva e o Bem mais valioso que possui, cuja fonte geradora é justamente a MULHER. Ela sim, fonte de inspiração perene, como Mãe e Esposa ou simplesmente uma Pessoa Inteira, dotada de todas as emoções e de infinita sensibilidade, e sabedoria, capaz de gerar um outro ser e carregá-lo dentro de si ao longo de 9 meses, para enfim brindar-lhe com seu Afeto, seu Amor e sua Dedicação que lhe são inatas. É óbvio que nas sociedades mas evoluídas, no chamado 1o. Mundo - a Mulher desfruta de condições mais próximas do que se idealiza... mas ainda é pouco diante na grande população do planeta. O que vale sim, não é homenagear porém, reconhecer o valor que a Mulher traduz em toda a sua força, perseverança, inteligência e sensibilidade. Reconhecer que através dela e desde quando nos encontramos no seu ventre desenvolvemos nossa personalidade, nosso arbítrio e as nossas emoções que se perpetuarão ao longo de nossa existência. Nota: O Irmão Newton Agrella estará nesta segunda-feira às 20h00, na Loja Chequer Nassif-169, de São Bernardo do Campo, proferindo a palestra, "As mulheres nas diversas culturas e civilizações"
  • 9. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 9/31 O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja “Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do “Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite” Escreve dominicalmente neste 3º. Bloco. VONTADE “A pureza do coração depura, pois a inteligência, e a retidão da vontade faz a exatidão do entendimento”. (Eliphas Levi) 1. Etimologia: Do latim voluntas, de volo, velle, querer, consentir. 2. Definição: Faculdade de representar mentalmente um ato que pode ou não ser praticado em obediência a um impulso ou a motivos ditados pela razão. Sentimento que incita alguém a atingir o fim proposto por esta faculdade, aspiração, anseio. Capacidade de escolha, de decisão. É a faculdade de perseguir o bem conhecido pela razão. A vontade pode ser fortalecida no indivíduo através da educação esclarecedora e, principalmente, através do combate ao capricho e à obediência passiva, bem como pela formação do hábito de propor a si mesmo tarefas difíceis e de trabalhar até conseguir alcançar o objetivo. 3. Filosofia: Em filosofia e psicologia, capacidade de escolher entre as várias possibilidades de ação e agir segundo esta opção. A conduta voluntária difere da conduta derivada do instinto, impulso, reflexo ou hábito, já que nenhuma destas implica em uma escolha consciente. Até o século XX, a maioria dos filósofos concebia a vontade como uma faculdade inata a todas as pessoas, embora discordassem sobre o seu papel dentro da personalidade. Os psicólogos atuais tendem a aceitar a teoria pragmática da vontade, que a considera uma qualidade da conduta. William James complementa a definição de Vontade como o impulso que conduz o ser humano à crença em determinadas suposições, tais como os princípios da religião ou do livre-arbítrio, cuja legitimidade não depende de qualquer comprovação obtida por meio de fatos ou dados objetivos, mas de sua utilidade psicológica e dos beneficiou vitais que a acompanham. Nietzsche adiciona que a Vontade é o impulso natural voltado para o poder e dominação sobre os seres e objetos circundantes, presente na vida em geral e na natureza inorgânica, e manifestado de maneira trágica e amoral nos instintos e desejos que cercam a existência humana. 3 – Coluna do Irmão João Gira (Vontade) - João Ivo Girardi
  • 10. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 10/31 Rousseau: No pensamento do Rousseau, a Vontade é soberana, homogênea e legisladora, exercida por cada cidadão de uma coletividade, despertada por meio de educação cívica e voltada para o bem comum, em oposição aos interesses meramente particulares. Vontade e Liberdade são interdependentes e complementares. 4. Livre-arbítrio: Poder ou capacidade que tem o indivíduo de escolher uma linha de ação ou tomar uma decisão sem estar sujeito a limitações impostas por causas antecedentes, pela necessidade ou por predeterminação divina. Um ato inteiramente livre é, em si, uma causa, e não um efeito; está fora da sequência causal ou da lei da causalidade. A questão da capacidade do ser humano de determinar suas próprias ações é importante na filosofia ocidental, particularmente em metafísica, ética e teologia. Em geral, a doutrina mais radical na afirmação da liberdade da vontade é denominada voluntarismo. Seu contrário, o determinismo, é aquela em que a ação humana é resultante de influências como as paixões, as condições físicas e as circunstâncias externas, fora do controle do indivíduo. Um sistema ético pressupõe o livre-arbítrio, uma vez que a negação da liberdade implica em anulação da capacidade de estabelecer juízos morais. 5. Teoria da Vontade: A vida humana e suas dificuldades incontestáveis têm por finalidade, na ordem da sabedoria eterna, a educação da vontade do homem. A dignidade do homem consiste em fazer o que quer e querer o bem, em conformidade com a ciência do verdadeiro. O bem conforme ao verdadeiro é o justo. A justiça é a prática da razão. A razão é o verbo da realidade. A realidade é a ciência da verdade. A verdade é a história idêntica do ser. O homem chega à ideia absoluta do ser por duas vias; a experiência e a hipótese. A hipótese é provável quando é solicitada pelos ensinamentos da experiência; é improvável ou absurda quando é rejeitada por esse ensinamento. A experiência é a ciência e a hipótese é a fé. A verdadeira ciência admite necessariamente a fé; a verdadeira fé conta necessariamente com a ciência. 6. A Prática Fomenta a Vontade: Se desejamos tornar-nos fortes, temos, primeiro, de compreender o que é a vontade. A vontade não é nenhuma entidade mística, que presida aos outros elementos do caráter, qual mestre de banda - sim, a soma, a substância de todos os nossos impulsos e disposições. Essa energia formadora do caráter não tem senhor a quem obedeça além de si própria; e é graças a ela que algum poderoso impulso pode vir a dominar e unificar o complexo. Isto forma a ‘força de vontade’ - um supremo desejo que se ergue acima dos mais para arrastá-los num mesmo sentido ou para uma dada meta. Se não descobrimos essa meta não alcançaremos a unidade - e seremos simples pedra de que outro homem se utiliza nas suas construções. (Will Durant). MAÇONARIA 1. Marcha do Aprendiz: A marcha do aprendiz, indica este processo: a cada passo do pé esquerdo (passividade, inteligência, pensamento), deve corresponder um igual passo do pé direito (atividade, vontade, ação) em esquadro, ou seja em acordo perfeito com o primeiro.
  • 11. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 11/31 2. Utensílios: Na Maçonaria o Maço representa a Vontade na aplicação e a Alavanca o poder da vontade. 3. Monografia Maçônica: Força de Vontade: Já me defrontei com muitos títulos de trabalhos maçônicos. Este que aí está encimando estas linhas é um exemplo típico daqueles trabalhos que a gente pode desenvolver à vontade, encher laudas e laudas com definições e pensamentos, que ninguém poderá contestar ou pôr em dúvida o que aqui está escrito. Ou até mesmo nos acusar de plágio. Esses títulos solicitados, notadamente nos graus ditos filosóficos, geralmente dizem respeito a sentimento como: definir o amor, a paixão, a fé. E há quem recebe tais incumbências e parte para a pesquisa! Esse, com certeza, não deve ter sentimentos. O pior é quando, além do título, nos dão instruções de que o texto deva ter tantas linhas ou tantas folhas, como se o trabalho fosse avaliado pelo tamanho e não pelo conteúdo. Mas, vamos lá! O título está a nos chamar à razão, vamos, pois, trabalhar. É comum, quando iniciamos a elaboração de um trabalho, o tema ser colocado em evidência, no topo da página, e partimos para citações e definições pesquisadas em dicionários ou em literatura disponível, ou seja, buscamos um pensamento de alguém, de preferência erudito, com o objetivo de impressionar e passar a ideia de um trabalho embasado em pesquisa. Dessa forma, desenvolvemos o tema com pensamentos que não nascem da nossa cabeça, mas de alguém que um dia se dispôs a pesquisar e a desenvolver sua tese em cima dele. É como aprendemos e assimilamos os conceitos, passando a emitir nossas próprias ideias. Prefiro deixar para os estudiosos, principalmente aos filósofos, esse trabalho, essa preocupação, que é a de dar um cunho científico ao tema que enfoca sentimentos, pois, no que entendo em se tratando de sentimentos nenhuma definição é definitiva. Mas não quero entrar no mérito do que seja sentimento. Mesmo porque o título proposto, no meu entender, não pode ser classificado como sentimento, mas uma virtude. E o que é virtude? Procuremos num dicionário, para não perder o hábito, e lá encontraremos definições que, para mim, seria cômodo reproduzir e sair satisfeito de me livrar de uma incumbência e, melhor, sem a preocupação de ter que responder a qualquer contestação, já que a consagração do termo, se não for definitiva, pelo menos é aceita por todos. Um sentimento físico não é difícil de ser localizado e tratado, pois é inerente ao nosso corpo material, à sensibilidade dos nossos sensores orgânicos. E os sentimentos que não são físicos, mas que não deixam de ser sentidos tão ou mais dolorosamente? Uma questão de sensibilidade, tão somente. Força de Vontade é uma virtude associada a uma diversidade de outras virtudes que partem dos nossos sentimentos. Podemos associar a virtude Força de Vontade a uma simples e monossilábica palavra: Fé. Não é possível conceber e dissociar a força de vontade da Fé. Se tivermos a força, se tivermos a vontade, é porque temos Fé, que é a raiz de todas as virtudes. Alguém pode ter força de vontade sem ter Fé? A Fé é indissociável, absoluta, imutável. Não é como o amor, que é efêmero em muitos corações, que, numa fração de tempo, pode se transformar em ódio; e há quem diga que o ódio é um prenúncio de algo que pode se transformar em amor. Nós, Maçons, pregamos a vontade da união, a vontade da fraternidade, a vontade da igualdade, mas percebemos que, paradoxalmente, na maioria das vezes, ficamos apenas na vontade. Não temos a força necessária para praticar a nossa vontade. Podemos ter a força e não termos a vontade, assim como podemos ter a vontade e não termos a força. E o pior que possa nos acontecer é termos apenas a vontade da força. Seria o mesmo que aplicar somente o sentimento, a paixão,
  • 12. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 12/31 sem a mínima manifestação da razão. O sentimento não se define, pois se expressa pelos atos que praticamos ou exteriorizamos por meio das nossas virtudes ou fraquezas, das nossas paixões e das nossas heranças genéticas ou, até mesmo, da missão que o Grande Arquiteto do Universo nos designou legando-nos o livre- arbítrio para crescermos. Concluo, pois, sem a mínima pretensão de esgotar e tornar definitivo o que é uma constante e eterna busca para nós que somos os peregrinos sedentos de sabedoria e eternos garimpeiros das virtudes, que nos conduzam até as imediações da perfeição. Para isso, tenhamos força de vontade para: Onde houver apenas a força, busquemos a razão. Com a razão, usemos a força para conquistarmos a vontade. Com a Força de Vontade, combatermos a vontade da força e, com sabedoria, termos a vontade da razão, a razão de termos vontade e, assim, mantermos a Fé sempre acesa para manter a esperança sempre viva. Minha intenção, como disse, não foi a de convencer ninguém. Mas, alguém me contesta? Desejo-lhes de todo o coração: Saúde, Força e União. Que assim seja! (Fonte: JB News Nº 833, 07/12/2012. Autor: Marco Antônio Nunes). 4. Rituais: (...) as três qualidades indispensáveis ao Maçom são: Vontade, Amor ou Sabedoria e Inteligência são absolutamente inseparáveis uma das outras, pois devem agir em perfeito equilíbrio... possuindo coração e inteligência, mas não tendo vontade nem energia, o homem será uma criatura mole, de caráter passivo que, embora não faça mal a ninguém e nutra belas aspirações e elevado ideal, jamais chegará a realizá-lo, por faltar- lhe energia; será, em suma, um inútil. (RA). (...) a Vontade só é invencível quando posta ao serviço do direito absoluto. (RC). Finalizando: No dia 16 de Março de 2016, o Irmão Jerônimo Borges será homenageado pela sua Loja Templários da Nova Era pela publicação do JB Nº 2000. Jerônimo, tenho certeza que todos os irmãos do Universo JB irão lembrar deste dia e referendando e aplaudindo essa homenagem. Se juntarmos todos os JBs, é algo em torno de 60.000 páginas de conhecimento e entretenimento maçônico, e se transformarmos em livros seria algo como 200 livros com 300 páginas. Haja Força de Vontade!
  • 13. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 13/31 O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves* escreve aos domingos. RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO: EM BUSCA DAS ORIGENS. UMA BREVE HISTÓRIA DA INGLATERRA NO PERÍODO DA DINASTIA STUART. A MAÇONARIA FRANCESA EM SEU INÍCIO. (1ª PARTE) *Irmão José Ronaldo Viega Alves ronaldoviega@hotmail.com Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna” Oriente de S. do Livramento – RS. “Considerado uma ‘Maçonaria Atípica’, o sistema escocês não é, na realidade, no sentido administrativo, uma Obediência, mas, sim, um corpo de obediências, que concebem a Arte Real de uma maneira que lhe é muito própria, o que faz com que se possa afirmar que ela representa uma Ordem no interior da Ordem. Por esse conceito, o escocesismo seria uma confederação de Obediências, com uma ritualística – pelo menos em suas partes essenciais – comum. Realmente, o rito é ‘sui generis’, sob vários aspectos, a começar por suas origens, pois enquanto outros ritos possuem uma origem bem estabelecida, o escocesismo ainda provoca dúvidas e debates, inclusive quanto à sua origem política, em território francês. O fato de ser rotulado como escocês não mostra uma origem nacional na Escócia, o que reforça a sua atipia, a qual se estende ao seu ritualismo, aos seus templos e até, à sua cor principal. (Irmão José Castellani em “As origens do Rito Escocês Antigo e Aceito”, Revista “O Prumo”, nº 97, pág. 16, 1994) “É difícil encontrar nos meios maçônicos alguma coisa que tenha despertado tantas discussões, tantas polêmicas, como o Rito Escocês Antigo e Aceito. Discute-se a origem, discute-se a época em que apareceu. Discute-se o que pode ser discutido e discute-se até o que não oferece base para discussões.” (Irmão Raimundo Rodrigues em “A Cartilha do Rito Escocês’, pág. 15, 2010) INTRODUÇÃO Para escrever sobre um Rito universalmente consagrado, e ademais, o Rito mais difundido no Brasil, em primeira instância, devemos levar em consideração que, bem ao contrário, das dificuldades e da escassez de material de pesquisa com que nos deparamos em relação a outros Ritos sobre os quais se queira escrever, no caso específico do REAA, a situação é bem diferente, ou seja, há uma abundância de material, seja no tocante a livros específicos (que são publicados seguidamente), seja em artigos que circulam nas revistas e nos informativos maçônicos, fazendo parecer ou passando a falsa ideia de que seria até mais fácil escrever assim, com tanta bibliografia disponível. Mais cedo ou mais tarde, após a feitura de vários trabalhos versando sobre os Ritos, alguém iria se perguntar se já não havia chegado ainda a hora de escrever sobre o R.E.A.A., então, eu responderia que o motivo para ir adiando não era exatamente o não ter reunido material suficiente para iniciar o trabalho, mas, por deparar-se com muita coisa pela frente. E pelo fato de existir bastante material para suporte das pesquisas e a respeito de praticamente todos os tópicos de interesse do Rito, não haveria como ler todos, portanto, cabia 4 – Rito Escocês Antigo e Aceito ... Parte I. José Ronaldo Viega Alves
  • 14. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 14/31 uma seleção. E não é fácil porque, exatamente pelo que o Irmão Raimundo Rodrigues alertou: “... discute-se até o que não oferece base para discussões.” Além do mais, é um Rito que se caracteriza em suas origens por alguns aspectos não muito comuns, afinal, que outro rito que tem raízes escocesas, que foi desenvolvido na França e que foi concluído nos Estados Unidos da América, conforme comentário do Irmão Kennyo Ismail em artigo de sua autoria intitulado: “A Origem do REAA”. Primeiramente veremos o que estava ocorrendo na Europa, com foco na Inglaterra e na França, dois países importantes naquele período que antecedeu à criação do REAA, além de que, envolve também a Irlanda e a Escócia. INGLATERRA E FRANÇA: UM CENÁRIO PARA AS ORIGENS A INGLATERRA Com base em artigos escritos por vários Irmãos estudiosos é que traçaremos as origens do Rito Escocês Antigo e Aceito. O Irmão Joaquim Roberto Pinto Cortez ao se referir ao estudo do Rito e em particular às suas origens, assim comentou: “Se formos estudar as origens do Rito Escocês, sem antes conhecermos a situação política, econômica e religiosa, atravessada pela Europa desde os meados do Século XVII até os meados do Século XVIII e, em especial, na Inglaterra e na França, estaremos fadados a ter um conhecimento superficial dos fatos, sem chegarmos a um verdadeiro entendimento das razões que levaram à criação do Rito.” De forma sintetizada, veremos a partir de agora uma parte da história da Inglaterra em particular, entremeada com alguns momentos da história da França, que funciona como um cenário em construção para os desdobramentos futuros envolvendo a criação do Rito Escocês Antigo e Aceito. As pesquisas são feitas com base em livros específicos sobre a história da Maçonaria, portanto, de autores Maçons, e também com o auxílio de livros de História de autores profanos. Às três da manhã do dia 24 de março de 1603, morria Elizabeth I, para a qual, em seus comentários, o professor e tradutor Elvio Funck em seu livro “Breve História da Inglaterra” assim se referiu: “...aquela que foi, dentre os aproximadamente sessenta reis e rainhas que a Inglaterra teve, uma das mais respeitadas e amadas. Toda a Inglaterra se vestiu de luto. Com a morte de Elisabeth Tudor, morria também a dinastia dos Tudor, iniciada em 1458 com Henrique VII. Era a vez e hora dos Stuarts.” A DINASTIA DOS STUARTS Quem assume o trono da Inglaterra? Jaime VI da Escócia, filho de Maria Stuart. Vejamos alguns detalhes: “Jaime VI da Escócia, que veio a ser Jaime I da Inglaterra, tinha todo o direito de suceder a Elisabeth I, pois descendia, como Elisabeth, de Henrique VII, que era avô de Elisabeth e tio-trisavô de Jaime. O fato de que Jaime iria suceder exatamente aquela sob cujas ordens sua mãe, Maria Stuart, fora executada, é sem dúvida uma das ironias da história. Segundo Delderfield (1978, p.86), Jaime, que tinha 21 anos e já era rei da Escócia quando sua mãe foi executada, fez alguns protestos formais, mas nunca demonstrou maior indignação ou dor pela trágica perda da mãe.” O rei se revelou extremamente antipático, não deixando se mostrar aos que queriam vê-lo e cumprimentá-lo, além do mais, demonstrava um lado lascivo para com os seus preferidos, o que não agradava o público, principalmente quando em companhia dos seus amigos, no teatro. O rei também era fanático pela caça, o que o fazia ausente, jun to de sua comitiva, por vários dias do cenário político da Inglaterra. Mas, essa realidade sofreu uma reviravolta quando um grupo de católicos apoiados pela Espanha criaram uma tentativa para reinstaurar o catolicismo na Inglaterra por via do terrorismo e da violência, num episódio que entrou para a história com o nome de “Conspiração da Pólvora”. Tudo foi descoberto, pelo fato de haver um traidor que enviou uma carta anônima
  • 15. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 15/31 denunciando o atentado que iria ser perpetuado. No dia 5 de novembro de 1605, Guy Fawkes, um dos principais conspiradores foi preso no porão do Parlamento, onde foram encontrados os barris de pólvora que estavam preparados para mandar tudo pelos ares, inclusive o rei. A partir daí, mudou muita coisa, o Rei passou a ser mais tolerado, enquanto a animosidade dos ingleses em relação aos católicos ficou mais exacerbada, e entre ter um rei medíocre e o catolicismo de volta, escolheram a primeira opção. Jaime I reinou de 1603 até o dia 27 de março de 1625, data em que morreu. Foi o primeiro Stuart. Não houve grandes manifestações de pesar pelo país, já que havia morrido um rei que se julgava acima da lei e do Parlamento. Assumiria o trono, em lugar, o filho Carlos I. Com relação à Maçonaria e ainda sobre o Rei Jaime I, do trabalho intitulado “Porque o Rito Escocês tem este Nome, se é de Origem Francesa?”, de autoria do Irmão Ademar Valsechi, transcrevo estas informações: “Poucos anos antes, prevendo que Jaime iria assumir a coroa inglesa, pois não havia concorrentes à altura, mas, um ambiente hostil, correndo muitos riscos, os oficiais militares maçons leais a Jaime, aconselharam a sua iniciação na Maçonaria, pois dentro da Ordem saberia em quem confiar. Foi iniciado em Edimburgo na Loja ‘Perth and Scone’ em 1601. A partir desse ano, todos os membros da família Stuart e outros nobres tradicionalmente ingressavam na Maçonaria.” (Grifo meu!) Carlos I, o sucessor de Jaime I,possuía a mesma convicção, “acima da lei e do Parlamento”, do seu pai, e foi além, já que conseguiu ser mais despótico e tirano, mas, isso tudo acabou por lhe custar a cabeça. (Funck, pág. 213 e 214, 2012) Forçou uma guerra com a França, sendo que para manter essa guerra precisaria de muito dinheiro, sendo assim convocou o Parlamento na intenção de aprovar novos impostos. O Parlamento depois de 11 anos inativo, deu-lhe o troco, e não aprovou o que ele queria, além de ter passado a cortar todas e quaisquer prerrogativas que tinham sido estabelecidas à força pelos últimos governantes. Diante da situação, Carlos I reagiu, e criou-se um conflito com os nobres que se estendeu de 1642 até 1649. A revolta dos nobres ficou conhecida como “Revolução Gloriosa” e terminou com a ascensão de Lorde Cromwell, que assumiu o título de Lorde Protetor e passou a chefiar o parlamento a partir daí. Grandes modificações tiveram lugar com relação à forma de governo, que passou a ser o Parlamentarismo. Carlos I foi preso, julgado e condenado à morte, sendo decapitado em 1649. (Cortez, pág. 50, 2005) COMENTÁRIOS: Apesar de ter sido um período conturbado, foi em 1645, portanto, no reinado de Carlos I, que nasceu a Royal Society, uma das glórias da Inglaterra, berço da ciência, de cientistas e de Maçons. Algumas sementes da Maçonaria Especulativa, com certeza, ali foram lançadas. Entre os seus primeiros membros oficiais, estava Sir Christopher Wren, arquiteto e Maçom, do qual veremos alguns detalhes mais adiante. Outro membro, cientista, e também Maçom, que era membro da Royal Society era Elias Ashmole. A Royal Society recebeu sua primeira chancela oficial, seu primeiro estatuto e sua primeira sede, somente em 1660, portanto, no ano da Restauração. O PERÍODO DO COMMONWEALTH Cromwell, com o tempo, foi se revelando e, depois de várias reformas que lhe garantiram mais poder, fez do seu cargo, em primeira instância, vitalício, depois hereditário. Transformou-se em um déspota, talvez pior dos que os reis que lhe antecederam. Traduzindo, o Período do Commonwealth, ou Republicano, foi na verdade um período de ditadura de Oliver Cromwell, e isso é um consenso entre os estudiosos. Por outro lado, é uma figura importantíssima na história da Inglaterra, pois, era indiscutivelmente um líder forte, num período difícil da história da Inglaterra, tanto que há quem o veja também como uma espécie de santo. Morreu em 1658, sendo sucedido pelo seu filho, que não conseguiu ficar nem ao menos um ano no poder, já que era muito fraco como governante, e não tinha nenhum carisma.
  • 16. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 16/31 Depois de Ricardo, a Inglaterra retornou à Monarquia. Assumiria o segundo filho de Carlos I, o Rei Carlos II, que havia fugido para a França para se reunir com sua mãe e seus irmãos, quando dos combates da Guerra Civil que culminaram com a execução do seu pai. Em seu contato com a corte francesa, Carlos, seus irmãos e sua mãe haviam aderido à fé católica. Carlos estava na Holanda quando o Parlamento da Inglaterra, devido à queda do Protetorado, o convocou para assumir o trono inglês. (Funck, pág.227, 2012) Conforme o Irmão Raimundo Rodrigues, esses Stuarts permaneceram na França durante dez anos, período em que havia durado o Protetorado de Cromwell. A viúva de Carlos I e mãe de Carlos II, se estabelecera quando lá chegara, no castelo de Saint-Germain, e em pouco tempo se viu rodeada de um grande contingente de nobres escoceses. Esses nobres fundaram Lojas Maçônicas, e por intermédio delas se comunicavam com aqueles que na Inglaterra tramavam contras os puritanos, ou os seguidores de Cromwell. (Rodrigues, págs. 15 e 16, 2010) Ao contrário do que havia visto na França, Carlos II encontrou na Inglaterra, um exército mal pago e precário, funcionários públicos também mal pagos, o tesouro dilapidado e seu poder dividido com um Parlamento desconhecido num país que estava fatiado em várias denominações religiosas. Teve problemas com a questão das punições relacionadas aos que atentaram contra a vida de seu pai, o que terminou com algumas execuções. Teve que se humilhar perante a Europa, particularmente ao seu primo Luís XIV, por auxílio financeiro, na tentativa de restabelecer a economia. Após a Restauração, a questão religiosa ainda estava pendente de uma pacificação. Presbiterianos e anglicanos não chegavam a um acordo, Carlos II tinha uma acentuada tendência católica, sendo favorável a uma ampla liberdade de credos, mas, a verdade é que o país ainda não estava apronto para essa mudança. Além do mais, teria havido algo como um acordo secreto de Carlos II para com Luís XIV, pois, ao solicitar-lhe auxílio financeiro se comprometera em devolver o catolicismo à Inglaterra. E, tanto eram verdadeiros esses propósitos que ele ainda fez outra aliança com uma nação católica também, Portugal, o que é praticamente certo que, para conseguir mais dinheiro. Inclusive aceitou casar com a Princesa Catarina de Bragança, que era católica fervorosa e filha do rei D. João IV de Portugal. O casamento acabou se consumando, mas, com o tempo Catarina se revelou estéril e o rei passou a se envolver com outras mulheres. Entre idas e vindas e acordos malfadados, Carlos II percebeu que a antipatia ao catolicismo na Inglaterra era tão forte que o melhor era desistir do seu intento. No ano de 1665, Londres e os seus arredores foram tomadas pela onda de febre bubônica devido à quantidade de ratos que infestavam a cidade, além da falta de infraestrutura sanitária. Dos 550.000 habitantes de Londres, 70.000 foram vitimados pela peste. Em 1666, a libertação total da peste veio em virtude do grande incêndio que assolou Londres. Entre acusações que culpavam os franceses ou os católicos pelo acontecido, ninguém sabe ao certo quem causou o mesmo ou como tudo começou exatamente. O que se sabe mesmo é que dois terços da cidade viraram cinzas e somente através de outra grande desgraça é que a cidade pôde se ver realmente livre da peste. Mais de treze mil residências foram consumidas, oitenta e nove igrejas, além da Catedral de São Paulo, centro do anglicanismo londrino. O Prof. Elvio Funck, e aqui vou transcrever na íntegra, se refere à participação do arquiteto Christopher Wren (1632-1723) na reconstrução de Londres. Nós Maçons, sabemos que Sir C. Wren foi Maçom. Vejamoso que diz o professor: “Após o incêndio brilhou a inteligência de um dos mais notáveis arquitetos da Inglaterra, Christopher Wren. Para a reconstrução da cidade, Wren fez um planejamento que faria inveja aos mais modernos arquitetos; mas, segundo Churchill, o fato de seu planejamento urbano não ter sido seguido inteiramente foi um prejuízo pior para os ingleses do que a destruição quase total daquele amontoado medieval e infectado de casas. Assim mesmo, muito das belas construções que se veem hoje em dia em Londres, em Oxford e em Cambridge, saíram da prancheta deste célebre arquiteto. Aí se incluem cinquenta e
  • 17. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 17/31 uma novas igrejas e, inclusive, sua obra-prima, a Catedral de São Paulo, cuja bela cúpula ficou sendo ponto de referência para praticamente todos os londrinos. A pedra tumular de Wren é sucinta e eloquente, pois nela estão gravadas apenas duas palavras: Wren – Circunspice, ou seja, “Wren – Olhe a seu redor”. Voltando ao reinado de Carlos II: o bipartidarismo que ainda hoje tem predominância na Inglaterra, teve origem na época dele, quando parlamentaristas e monarquistas brigavam pelo poder. O escritor André Maurois, definiu Carlos II: “foi um ‘equilibrista’”, pois conseguiu viver dos subsídios franceses, desprezando o auxílio do Parlamento, trair duas igrejas, trair a Inglaterra, trair sua esposa portuguesa, trair suas inúmeras amantes e, no fim da vida, como o bom ladrão, conseguiu que um padre católico viesse ouvi-lo em confissão e lhe administrasse a extrema-unção.” COMENTÁRIOS: Espero não estar avançando o sinal, quando o meu propósito até aqui é o de fazer uma síntese do período esse da história da Inglaterra onde fica evidente o quanto se digladiaram os católicos e os protestantes, e que serviu de pano de fundo para um Rito que começava a nascer. Com relação aos reis, e aqui justifico não ter sido prolixo, se fossem levados em conta todos os episódios em que eles estiveram envolvidos, tramas, alianças, detalhes, enfim, e às vezes sórdidos demais, com certeza seriam preenchidas algumas dezenas de páginas. Também um pouco de história a mais, somente irá enriquecer os nossos conhecimentos, principalmente em se considerando que o que foi relatado até o momento nos dá a radiografia exata daquela época na Inglaterra, onde ocorre muito da sua formação como nação, além de que, exatamente essa época de muitas mudanças, serve de nascedouro à Maçonaria Especulativa e onde muita coisa já devia estar acontecendo paralelamente. JAIME II: O ÚLTIMO REI CATÓLICO O sucessor de Carlos II foi Jaime II, católico, aliás, o último rei católico da Inglaterra. A rainha viúva, Catarina de Bragança ficou em Londres até 1692, retornando depois à cidade de Lisboa. Alguns biógrafos viram em Jaime II, um dos reis mais fracassados da Inglaterra. O Prof.Elvio Funck escreveu: “Jaime II foi o último rei católico da Inglaterra. Começariam então, da parte dos católicos ingleses e continentais, os movimento chamados ‘jacobitas’, cuja finalidade era devolver o trono inglês àquele que era considerado o herdeiro autêntico, ou seja, Jaime Eduardo, ‘O Velho Pretendente’, e, mais tarde, ao filho de Jaime Eduardo, Carlos Eduardo, chamado ‘O Jovem Pretendente’. A palavra ‘jacobita’, que denomina esse movimento de tentativa de reconquista do trono inglês pelos Stuarts católicos, deriva da palavra latina para Jaime, ou seja, Jacobus.” O Irmão Joaquim Roberto Pinto Cortez relata os seguintes acontecimentos referentes ao período: “Durante esse período, conhecido como Restauração, os dois monarcas, mais especialmente Jaime II, um católico fervoroso, tentaram impor, novamente, a Religião Católica na Inglaterra. Essa atitude provocou uma grande indignação entre Anglicanos, Puritanos e Presbiterianos que compunham a maioria do povo inglês. A origem da revolta, que trouxe para o trono inglês Guilherme de Orange, de origem holandesa, mas casado com uma filha de Jaime II, está, exatamente, nessa indignação. Jaime II foi obrigado a fugir e abrigar-se na França. Dentre todos esses acontecimentos existe um detalhe muito importante e que não pode ser esquecido: a ascensão de Guilherme de Orange ao trono inglês marcou o final do absolutismo e da teoria do poder divino dos reis na Inglaterra. Daí para frente, na direção dos destinos ingleses, passou a existir uma Monarquia Constitucional, com um Parlamento forte, e que perdura até hoje.” A Rainha Ana (1702-1714), encerrou a dinastia dos Stuarts, iniciada em 1603. O seu reinado foi curto, mas, se notabilizou pela união com a Escócia e pelas vitórias militares de
  • 18. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 18/31 Marlborough na Europa. Ainda hoje se reflete a conquista de Gibraltar, durante o seu reinado também, porta de entrada do Atlântico para o Mediterrâneo e que pertence aos ingleses. A FRANÇA Prosseguimos com os esclarecimentos do Irmão Joaquim Roberto Pinto Cortez: “Na França, a situação não era muito diferente. Apesar de que o Absolutismo já vinha sendo instalado, desde os Séculos XIII e XIV, somente conseguiu consolidar-se com a dinastia dos Bourbon, iniciada por Henrique IV (1589-1610). Esse governante conseguiu restaurar as finanças e pacificar o país (Édito de Nantes - 1598), garantindo a igualdade de direitos para todos os protestantes. Seu filho e sucessor Luiz XIII, assessorado pelo seu Primeiro Ministro, o Cardeal Richelieu, conseguiu, de forma inexorável, acabar com todos os privilégios da nobreza e transformar a França, agora totalmente absolutista, na mais forte potência do continente europeu. Em seguida, tivemos o reinado de Luiz XIV, chamado de o Rei Sol, que se transformou no maior símbolo do absolutismo e do despotismo na época. A ele é atribuída a célebre frase: “O Estado sou Eu”, que até pode não ser verdadeira, mas que exemplifica, de maneira concreta, as atitudes do monarca na direção dos destinos da França. Seu período de governo estendeu-se de 1643 até 1715, exatamente o mesmo período das reformas na Inglaterra. Esse fato ajuda a explicar também, a razão do exílio dos Stuarts na França. (Grifo meu!) Os dois reis seguintes, Luiz XV e Luiz XVI, seguiram os mesmos caminhos do Absolutismo, tornando-se déspotas tirânicos. Esses dois reinados estão na base da Revolução Francesa e do estabelecimento de sua divisa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Posteriormente, com o advento do Império Napoleônico, esses Princípios foram consagrados mundialmente. “ COMENTÁRIOS: Além das noções de história, particularmente sobre a Dinastia Stuart, o que isso tudo tem mesmo a ver com o Rito Escocês Antigo e Aceito? Vamos estabelecer algumas dessas conexões e com base em estudos de autores consagrados, a exemplo de Castellani, mostrar sobre os acontecimentos na França, o que vai reforçar de vez a importância de termos disponibilizado, ainda que, sucintamente, o período em que os Stuarts estiveram no poder na Inglaterra, pois, ficará bem fácil ao Irmão que quiser se situar, recorrer ao texto acima e localizar-se. Como pudemos acompanhar até aqui, vimos desfilarem, um a um, os reis e as rainhas que compuseram a Dinastia Stuart, ocupando o trono da Inglaterra, num período que começa em 1603,a partir de Jaime I, filho único de Maria Stuart (Queen of Scots) e de Lorde Darnley e vai até a Rainha Ana, segunda filha de Jaime II e de sua primeira esposa Ana Hyde, encerrando assim, o período em que a dinastia Stuart esteve no poder. AS LOJAS ‘STUARTISTAS’ NA FRANÇA Diz o Irmão Joaquim Roberto Pinto Cortez: “Nos dias atuais, apesar da inexistência de uma ‘Certidão de Nascimento’, a quase totalidade dos estudiosos concorda que o nascimento do Rito Escocês se prende à fuga dos Stuarts para a França. As primeiras Lojas teriam sido fundadas para que se pudesse tramar, dentro delas, protegidas pelo segredo inviolável dos Templos, a retomada do poder por aquela Casa destronada. Realmente, uma série de considerações, de caráter histórico, parecem nos levar para esta conclusão por ser a única, aparentemente plausível.” Durante a história resumida dessa dinastia, apresentada anteriormente, ficamos sabendo também que, em 1649, depois da decapitação de Carlos I, a sua viúva vai para a França, a convite do rei Luís XVI, recebendo asilo político. Instalada no Castelo de Saint-Germain-em- Laye, logo vieram juntarem-se à ela membros da nobreza escocesa e inglesa, com o objetivo de montarem estratégias para a retomada do trono. (Castellani, pág. 28, 1994)
  • 19. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 19/31 O Irmão Castellani em seu artigo “As Cores do Rito Escocês”, cita vários estudiosos que tecem seus comentários a respeito das movimentações dos ‘stuartistas’ na França e sobre as supostas origens do Rito Escocês. Para Bertelot, esses nobres que conviviam com Henriqueta de França, a viúva de Carlos I, abrigavam-se nas Lojas Maçônicas, pois, em virtude do seu caráter secreto, podiam estabelecer comunicação com partidários que haviam ficado na Inglaterra e tramar para derrubar Cromwell. É mister, salientar que, nessa época as lojas já estavam com um número considerável de Aceitos. Para Paul Naudon, o rei Carlos II, às vésperas de assumir o trono inglês, teria criado em Saint-Germain, um regimento que foi intitulado de Real Irlandês, e depois alterado para Guardas Irlandeses. Conforme o historiador G. Bord, esse Regimento abrigava uma Loja Maçônica, cujos documentos comprobatórios teriam chegado até os dias de hoje. Em 13 de março de 1777, o Grande Oriente da França concordou sobre a Constituição dessa Loja estar datada em 25 de março de 1688. No entanto, é possível ainda que os ‘stuartistas’ tenham criado outras Lojas na França, basicamente a partir de um segundo regimento que foi formado em Saint-Germain e onde seus integrantes eram todos imigrantes escoceses. Para Jean Raylot, a fundação da primeira Loja ‘stuartista’ na França, deu-se em 1689, em Saint-Germain-em-Laye, pelo regimento irlandês Walsh de infantaria, e a segunda Loja teria sido criada em Arras, por Lord Pendrock. Nessa época, os ‘stuartistas’ já tinham o apelido de jacobitas, sobre os quais já tivemos referências, logo acima, quando da breve descrição do período do último rei católico, Jaime II, da dinastia dos Stuarts. Também, em decorrência disso, é que Alec Mellor se refere à origem jacobita do Rito Escocês, pelo motivo da existência de Lojas militares, de regimentos irlandeses e escoceses, fiéis aos Stuarts, composto em sua grande maioria por católicos. Aqui, vou inserir os comentários do Irmão Joaquim Roberto Pinto Cortez, que trazem bastante luz sobre aspectos referentes à formação de batalhões na França, por ocasião da presença de Jaime II na França: “Na verdade, a grande maioria dos batalhões era constituída, principalmente, por Irlandeses, depois é que vinham os Escoceses. É evidente que um total desconhecimento de Geografia permitiu a reunião de todos eles sob um qualificativo comum: Escoceses. A partir daqui, começa a se desenvolver uma Maçonaria destinada a levar seus fundadores de volta ao Trono da Inglaterra e, já totalmente, diferenciada da Maçonaria de origem inglesa. Enquanto essa, a partir de 1717, segue um regime de obediência, vinculado à Grande Loja de Londres, a francesa forma uma Maçonaria livre e independente que acabou sendo, indevidamente, chamada de Escocesa.” (Grifo meu!) Ainda que, muito do que existe sobre essa Loja de 1689 sejam apenas lendas, Melor teria descoberto num manuscrito de 1735 a confirmação dos Stuarts em Saint-Germain lá por 1689, o que torna então a existência da Loja, bastante plausível, levando em consideração concomitantemente a importância da população escocesa que também emigrou em conjunto com a corte de Jaime II. (Castellani, págs. 68 e 69, 1994) DUAS PERGUNTAS FUNDAMENTAIS DO IRMÃO CASTELLANI SOBRE AS ORIGENS DO REAA E AS RESPOSTAS MAIS PLAUSÍVEIS O Irmão José Castellani, em seu livro já citado, elaborou a seguintes perguntas: _ Mas por que o Rito acabou sendo chamado de Escocês, apesar de não ter uma ligação nacional evidente com a Escócia, mas apenas indiretamente através dos Stuarts? _ E como um nome estritamente nacional acabou se tornando universal e designando um conjunto obediencial, a partir de uma organização política (jacobita)? As respostas e os devidos comentários que se seguem às perguntas acima, irei transcrevê-las na íntegra, pelo simples fato de que um dos propósitos fundamentais que justificam
  • 20. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 20/31 o presente trabalho é exatamente conhecer detalhes tão importantes acerca das origens do Rito. Segue o texto: “Le Forestier (in ‘L’Occultisme et La Franc-Maçonnerie Française’ –Paris – 1928), crê que o termo ‘escocês’ representa uma inspiração direta do discurso de Ramsay (que teria inspirado a criação dos Altos Graus), já que este afirma, no discurso, que a Ordem conservou, na Escócia, todo o seu esplendor, numa época em que, em outros locais, ela caía em profunda decadência. Essa explicação, todavia, parece, segundo Mellor (in op. Cit.), insustentável, pois o famoso discurso é de 1737, enquanto, existem provas de que um Grau, chamado de ‘Mestre Escocês’, já era praticado em 1735, daí a origem do termo. Na verdade, de acordo com Oswald Wirth (in “La Franc-Maçonnerie rendue intelligible à ses adeptes’ – Paris – 1931), existiu um quarto Grau, onde os titulares nomeavam-se “Mestres Escoceses’. O tema do Grau é a descoberta sob as ruínas de Jerusalém, de uma abóbada conservada intacta, e de um altar sobre o qual estava escrito o nome da divindade, a ‘Palavra Perdida’, daí em diante reencontrada. Ele representa, simbolicamente, a ruína da Ordem Maçônica, que o Iniciado no Grau, reconstruirá, concluindo, dessa maneira, o simbolismo do 3º Grau. As pretensões dos Iniciados nesse Grau eram as de constituir uma classe superior de maçons, com paramentos especiais e com o direito de permanecer com a cabeça coberta até em Loja de Mestres. Já praticado em 1735, esse ‘Grau’, o mais antigo dos escoceses, de nítida origem jacobita (stuartista), reunia a suprema autoridade maçônica, que seria a Grande Loja escocesa. A partir daí, o termo ‘escocês’ passou a designar Sessões locais de uma vasta organização política, com diversas variantes adicionadas ao termo, como, por exemplo: Escocês Purificador, Escocês de Hiram, Escocês de Paris, Escocês da Prússia, Escocês Trinitário, Escocês Inglês, Escocês de Messina, Escocês de Clermont, Escocês de Montpellier, Escocês Sublime, etc. O termo ‘escocês’, então, acabou por se generalizar e, de nome nacional, tornou-se sinônimo de uma organização política (jacobita). Para Mellor (in op. Cit.), pode-se presumir que isso aconteceu porque a maioria dos fiéis jacobitas era constituída de escoceses, o que acabou por fazer com que todos os jacobitas fossem chamados de escoceses e que, assim, o termo passasse a ser um rótulo político, ao invés de designar apenas o indivíduo nascido na Escócia, estendendo-se às Lojas jacobitas e generalizando-se.” ***Na próxima semana daremos continuidade ao assunto esse que envolve as origens e a história propriamente dita do Rito Escocês Antigo e Aceito. Consultas Bibliográficas: Internet: “A Origem do REAA” – Artigo de autoria do Irmão Kennyo Ismail – Disponível em: www.noesquadro.com.br/2011/02/origem-do-reaa.html Revistas: O PRUMO, nº 98, Julho/Agosto de 1994: “As Origens do Rito Escocês Antigo e Aceito” – Artigo do Irmão José Castellani O PRUMO, nº 204, Julho/Agosto de 2012: Porque o Rito Escocês tem este nome, se é de Origem Francesa?” – Artigo do Irmão Ademar Valsechi Livros: CASTELLANI, José. “Curso Básico de Liturgia e Ritualística” – Cadernos de Estudos Maçônicos Nº 13 – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 2ª Edição - 1994 CORTEZ, Joaquim Roberto Pinto. “MAÇONARIA – Origens – Teoria – Prática” – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 1ª Edição – 2005 FUNCK, Elvio. “Breve História da Inglaterra” – Editora Movimento - 2012 RODRIGUES, Raimundo. “Cartilha do Rito Escocês” - Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 1ª Edição – 2010
  • 21. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 21/31 O Ir Hercule Spoladore – Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”- Londrina – PR – escreve aos domingos hercule_spolad@sercomtel.com.br O símbolo é consequência de uma interpretação mental que por sua forma, natureza ou analogia representa ou substitui numa determinada situação uma coisa ou algo abstrato e que está ausente. A avaliação desta analogia será mental e pessoal já que a riqueza dos símbolos está nas infinitas formas de interpretação de cada um. Acontece também que um símbolo antigo às vezes encerra dentro de si outro símbolo mais poderoso e mais universal que até então não se conhecia, e eis que ele aparece como resultado do avanço dos conhecimentos especialmente da ciência evolução do pensamento e de maiores conhecimento adquiridos pelo homem. Um símbolo que não se tem mais o que simbolizar é um símbolo morto. Um símbolo em evolução que permite o maior número de interpretações é um símbolo vivo e atuante. Vamos escolher um destes símbolos que faz parte de uma alegoria do segundo grau, a Escada de Caracol. Não se trata de um segredo do grau que não possa ser abordado neste trabalho. A alegoria está na Bíblia onde qualquer um poderá ler em Reis VI, 8 “A porta da câmara do meio do andar térreo estava na banda sul e por caracóis, se subia ao segundo andar e deste ao terceiro” Possivelmente os caracóis citados pudessem ser uma escada em forma de caracol, O texto é estranho e possivelmente esotérico. Pode ter outra interpretação para os exegetas, que são os estudiosos da Bíblia. Ás vezes não sabemos analisar e avaliar a amplitude de um símbolo e quais imagens, reações, sentimentos e programações mentais que ele poderá trazer para o nosso subconsciente, nos auxiliando ou esclarecendo dirimindo nossas dúvidas, nos reprogramando, ou nos contemplando com explicações para situações físicas e espirituais mais superiores e que até então ainda não havíamos vislumbrado. 5 – Escada em Caracol e a Espiral Hercule Spoladore
  • 22. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 22/31 Este texto bíblico citado nos fala da edificação do Templo de Salomão uma das pedras angulares da Maçonaria. Parece um tanto estranho e dá ideia de uma mensagem esotérica. Aliás, John Allegro um dos pesquisadores dos manuscritos dos essênios encontrados em 1947 nas cavernas de Qunran, reconhece que Bíblia foi escrita pelos essênios para um reduzido número de iniciados Atualmente muitos doutores em Bíblia e os exegetas a estudam, mas não sabe por que a Bíblia também caiu no manuseio fácil e diário e indevido de pessoas de pouco conhecimento, trazendo muita confusão a respeito. Vamos enfocar a escada de caracol e sua relação com a espiral. Dos dicionários lemos que a escada de caracol é aquela em que a superfície tangente aos seus degraus se desenvolve em torno de um eixo. A escada de caracol é uma espiral. Na Maçonaria entre outros significados ela aparece como sendo a representação de um jovem que passa à adolescência como aprendiz, à virilidade como companheiro e que para o seu desenvolvimento total ele evoluirá através de uma progressão que não será em linha reta, inalterável ou invariável, mas sim por etapas, em ciclos ascendentes ou em espiral cujas volutas vão se ampliando cada vez mais até se identificarem com o infinito. O companheiro deverá se utilizar de todas as maneiras corretas e ascender por um caminho tortuoso, espiralado para chegar a ser um mestre esclarecido. Segundo alguns autores existem no universo, três tipos de espirais: a) Crescente como nos casos das nebulosas que existem no universo infinito. (b) Decrescente como nos casos dos redemoinhos, tendo como exemplo mais evidentes os ciclones, os tornados. (c) Petrificada como nas conchas e caracóis. São obras da natureza. Como figura geométrica a espiral seria qualquer curva plana gerada por um ponto móvel que gira em torno de um ponto fixo, ao mesmo tempo em que dele se afasta ou se aproxima segundo uma lei universal determinante. A importância da espiral no universo é muito grande. Ela aparece como símbolo do nascimento da vida e da morte. Ela representa todo um simbolismo da evolução do universo em todos os tempos e em todas as épocas. É o maior emblema a ser vivenciado pela alma humana em busca da vida eterna. Até a orbita da Terra em torno do Sol é em espiral e cada ano é diferente, isto é, não passa pelo mesmo ponto. Nos hieróglifos egípcios a espiral designa as formas cósmicas em movimento. Alguns autores afirmavam que a espiral seria símbolo do macrocosmo. Ela representaria a eternidade. Do ponto de vista esotérico ela mostraria a tendência que existe em cada um de nós na nossa ansiedade de crescermos em direção à totalidade seguindo os difíceis trajetos, os meandros, os caminhos tortuosos que o maçom terá que percorrer, para ascender ao seu verdadeiro papel de mestre. Os gregos distinguiam dois tipos de espirais, a espiral criadora que se apresentava dextrogira, atributo de Palos e Atena e a espiral destruidora ou em torvelinho que se apresentava sinistrogera atributo à Poseidon.
  • 23. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 23/31 Ainda temos o labirinto que é um símbolo espiralado junto aos antigos que representa uma espiral expansiva que cria e protege o centro e a espiral que se contrai e se dissolve, conceitos estes implícitos ao labirinto. Sabe-se que o fluxo energético se desloca em espiral no espaço. Para Einstein no universo tudo é energia, então tudo o que existe se manifesta através de movimentos espiralados. Na década de 1960. James D. Watson e mais dois cientistas Francis Crick e Maurice Wilskins (prêmio Nobel para os três em 1962) descobriram a estrutura molecular do DNA (ácido desoxirribonucleico). A molécula deste ácido tem a forma de dupla espiral, ou dupla hélice como querem alguns autores. Este feito é considerado com a descoberta do código genético da vida. Segundo estes cientistas todas as informações genéticas estão depositadas numa escada espiralada onde em cada degrau haveria uma informação genética. Esta longa cadeia molecular teria no ser humano quatro milhões de degraus e seria o arquivo central da espécie. Só para termos uma ideia da importância desta descoberta, só para citarmos um exemplo quando a engenharia genética evoluir mais, ela poderá modificar a estrutura deste ácido e assim esta modificação poderá ser introduzida no ser humano, podendo resultar dai seres melhores, ou melhor, dizendo, o homem após o homem. O segredo da vida foi descoberto e está representado por uma espiral que no caso é dupla. Em face do que se acabou de expor, se juntarmos os conceitos antigos e modernos sobre a espiral veremos que a mesma espiral que está representada no Painel de Companheiro embora que a representação esteja aparentemente incompleta na Escada de Caracol, teremos a ideia do profundo simbolismo que a espiral encerra como um dos maiores símbolos do Universo. REFERÊNCIAS ASLAN, N. Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia - Vol. IV Ed. Arte Nova - Rio de Janeiro - 1976 CIRLOT. J.E Dicionário de Símbolos Editora Moraes – São Paulo, 1984 FIGUEIREDO, J.G. Dicionário de Maçonaria Editora Pensamento – São Paulo, 1984 KOCH, Rudolf Livro dos Símbolos Editora Rennes - Rio de Janeiro,198?
  • 24. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 24/31 O Irmão João Anatalino Rodrigues escreve aos domingos jjnatal@gmail.com - www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br MAÇONARIA ─ UM CULTO Á LUZ O mito solar A ideia de que Deus é pura luz e o que o nosso espírito é feito de luz é uma intuição bastante antiga que já existia nos tempos mais primitivos da civilização humana. Os persas e os hindus, em tempos anteriores a Zaratustra (século XII a.C), já possuíam uma noção bastante avançada desse conceito, pois sustentavam a existência de dois princípios a reger a vida do universo. Esses princípios eram representados pelo deus Marduc (Ahura Mazda, o dia) e Arimã, as trevas, que simbolizava a noite. Paralelamente, numa crença que tem, provavelmente, a mesma idade que a tradição religiosa persa, os egípcios também desenvolveram uma teogonia com base num conceito similar, que colocava o deus Rá, simbolizado pelo sol, como a divindade suprema do seu panteão, a quem estavam submissas todas as outras deidades. E do outro lado o demônio Tifão, habitante das trevas, como contraponto desse poder, fórmula essa que seria reproduzida no mais famoso dos dramas iniciáticos dessa civilização, os Mistérios de Ísis e Osíris.1 Similarmente, os povos da Mesopotâmea colocavam um fenômeno luminoso, representado pelo sol, como princípio gerador da vida em todo o universo. Destarte, todos seus deuses tinham vindo do espaço, sendo Baal aquele que representava o astro rei. A própria ação civilizadora da humanidade teria sido, conforme antigas crenças sumérias, uma realização desses deuses astronautas, que á terra teriam baixado em uma expedição de exploração, e aqui deram início á uma colonização. Essa tese é defendida pelo arqueólogo soviético Zecharia Sitchin (1920─ 2010) o qual atribui o desenvolvimento da antiga cultura suméria aos "anunnaki" (ou "nefilins" conforme os chama a Bíblia). Essa teria sido uma raça extraterrestre oriunda de um planeta chamado Nibiru, que existia nos confins do sistema solar e por isso ainda não teria sido ainda descoberto pelos nossos cientistas. Ele baseia suas especulações na tradução que fez de textos sumérios antigos, encontrados na famosa biblioteca de Assurbanipal. É uma tese interessante porquanto os antigos reis sumérios chamavam a si mesmos de anunnakis, e o famoso Código de 1 Teogonia é a doutrina mística que explica o nascimento do universo através da ação dos deuses. Nos Mistérios Egípcios, Osíris simboliza a luz, e seu invejoso irmão Sethi, as trevas. 6 – Maçonaria – Maçonaria – um culto à luz João Anatalino Rodrigues
  • 25. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 25/31 Hamurabi, conhecido como o primeiro código de leis da humanidade, foi promulgado pelo monarca Hamurabi que chamava a si mesmo de “rei anunnaki”.2 Assim, podemos dizer que a maioria dos povos antigos desenvolveram religiões solares, onde o astro-rei aparece como origem e mantenedor da vida. Essa cultura religiosa floresceu também entre os primitivos habitantes do Novo Mundo, com destaque entre os povos astecas, maias e incas, os quais, com poucas variações, praticavam religiões solares que ainda hoje, mesmo cristianizados, os habitantes das regiões onde essas civilizações floresceram, ainda conservam alguns mitos. A influência do mito solar, entretanto, era tão forte entre os antigos, que nem os israelitas, povo inovador em termos de religião, escapou dela. Embora os israelitas tenham sintetizado os atributos da Divindade em um conceito abstrato, lançando a ideia de um Deus ─ espírito que não podia ser representado por nenhuma forma que a mente humana pudesse imaginar, eles não conseguiram fugir da noção de que Deus é, em essência, a energia que se manifesta em forma de luz. Assim, o primeiro ato de Deus, ao fazer o mundo, segundo a Bíblia, foi “libertar a luz”. Pois conforme diz o texto sagrado, o primeiro comando divino ao criar o mundo foi “ Haja luz.”3 E mais tarde, quando quis se manifestar a um ser humano, Ele o fez de dentro de uma chama, ou seja, uma forma luminosa, simbolizada por uma sarça ardente, material que não se consumia, porque, na verdade, era o reflexo da Luz de Deus.4 Libertar a luz Por isso, toda jornada iniciática consiste numa fórmula para libertação da luz que se supõe existir no interior de todo ser humano. Todavia, o que significa “libertar a luz?” Certamente não é fabricá-la, pois fabricar sugere uma ação transformadora sobre uma matéria prima pré-existente, transformando-a em produto. A Bíblia diz que Deus “tirou” a luz de dentro das trevas e com ela fez surgir o dia e com a escuridão produziu a noite. Grandiosa metáfora essa. Pois o dia corresponde á realidade observável, ao universo real, ao chamado mundo manifesto, á tudo aquilo que se vê, enquanto que a escuridão, a ausência de luz, corresponde exatamente ao mundo das trevas, aquilo que está oculto, o que não pode ser visto, mas que pode ser desvelado quando sobre a escuridão fazemos projetar a luz do nosso entendimento. Por isso os fenômenos psíquicos da descoberta, do insight, da sabedoria, estão sempre ligados á ideia da iluminação, ou seja, lançar a luz sobre um objeto desconhecido, ou mesmo “acender a luz” dentro da nossa consciência. Isso pressupõe que o universo, tal como o vemos, é feito de luz, embora parte dele permaneça nas sombras porque sobre essa parcela da realidade existente, a luz do nosso entendimento ainda não a alcançou. No entanto, a realidade é luz e a verdade se reveste dela. Por isso os Evangelhos do Novo Testamento fazem larga utilização dessa simbologia para se referir á doutrina de Jesus, sendo ele próprio chamado de “Luz do mundo”.5 Corroborando essa visão os cientistas dizem que o universo saiu de dentro de uma Singularidade que explodiu. O que era essa Singularidade, ninguém se arrisca a definir. Nem a Bíblia nem a ciência explicam o que havia antes dessa explosão e o que era Deus antes de fazer o universo. Mas para algo sair de dentro de alguma coisa é preciso que esse algo tenha uma 2 Ver, a esse respeito sua obra “O Décimo Segundo Planeta”- Vol. I publicado pela Editora Madras, 2013. 3 Gênesis, 1:3 4 Êxodo, 3:2 5 João, 8;12
  • 26. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 26/31 existência anterior ao próprio parto. Não pode simplesmente “nascer” um ser que não tem existência anterior ao nascimento, sendo o nascimento apenas o seu ingresso na esfera da existência positiva. Nascer é uma etapa posterior a gerar. Só pode nascer algo que foi gerado. E só pode gerar algo quem tem o poder para isso. Por isso o mestre cabalista diz que “Deus, quando quis criar o universo, velou sua glória e nas pregas desse véu projetou sua sombra”. Isso quer dizer: Deus existia antes mesmo da criação do universo. Tornou-se sombra para nela concentrar a sua energia. Comprimiu-se até o limite do zero absoluto. Por isso Ele era a luz que existia dentro da própria sombra, ou como quer a ciência, a energia contida no corpo celeste que originou o Big-Bang. Na linguagem da Cabala, esse fenômeno é designado pela expressão Tsim-Tzum.6 Uma ordem universal De um modo geral os cientistas concordam que o universo nasceu caótico e descontrolado. No início era como a energia de uma bomba que explode e expele a sua força destruidora para todos os lados. Mas quando o universo começa a ser organizado, quando a energia começa a se transformar em massa, gerando os grandes corpos celestes e os sistemas siderais, todas as leis naturais passam a obedecer a um comando único: a lei da união. Essa lei se traduz pela força da energia existente em cada corpo, que faz com que cada um procure o seu complemento para com ele se unir e deixar a simplicidade da sua estrutura, adquirindo a qualidade do complexo, que é a marca da evolução. Cosmicamente, as estrelas se juntam em galáxias e os planetas se aglomeram em volta de estrelas para formar os sistemas. E no interior dos sistemas, os átomos se juntam para formar os compostos, os compostos para formar moléculas, as moléculas para formar organismos, sempre no sentido de uma Evolução dirigida. Fisicamente, é a prevalência da luz maior sobre a menor, a energia mais forte sobre a mais fraca, a força natural da atração, firmada na quarta Lei de Newton, segundo a qual "matéria atrai matéria na razão direta do volume de suas massas e na razão inversa do quadrado da distância entre elas”. Isso tudo pode ser traduzido pela lei da União, que o Criador colocou no núcleo de todo grão de matéria, para fazer com que a totalidade dispersa, em dado momento da vida cósmica, se reúna em um ponto único, que é, como bem viu Teilhard de Chardin em sua extraordinária visão hiperfísica do universo, o destino finalístico do universo.7 Nasce daí a ideia arquetípica da existência de uma deidade máxima, primeiramente simbolizada pelo sol, que os antigos povos cultuavam como princípio e fim de todas as coisas, de onde tudo vinha e para onde tudo voltava. E nasce também desse pressuposto a função específica do pensamento humano, cujo objetivo imediato é produzir, na escala da sabedoria cósmica, um fenômeno semelhante. Pois que a função da mente do homem é justamente dar ordem ao caos da materialidade, identificando e catalogando todas as realidades que saem do útero cósmico. Por esse motivo nos foi dada a capacidade de pensar para conhecer. E essa, precisamente, é a razão pela qual a sabedoria nos aparece como sendo um fenômeno luminoso produzido pela ação da nossa consciência sobre o objeto que ela se propõe conhecer. Por isso a metáfora “lançar luz sobre as coisas” designa exatamente essa propriedade da mente humana de revelar o que está oculto nas sombras da ignorância, nas trevas da obscuridade, na impenetrabilidade do quarto escuro, onde os mistérios do universo aguardam o foco de luz que a lanterna da inteligência humana projetará sobre eles para serem revelados. Isso é por Ordem no Caos. 6 Ver o capítulo X, o significado da expressão TzimTsum. 7 Teilhard de Chardin- O Fenômeno Humano, Ed. Cultrix, 1968. Finalístico sim, e não final, porque sendo o universo resultado de energia que se transforma, ele nunca se acabará.
  • 27. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 27/31 A Luz seja dada ao neófito Jesus expressou essa ideia quando colocou para os seus discípulos a expressiva parábola que diz: “Ninguém acende uma lamparina e depois a coloca debaixo de um cesto ou de uma cama. Pelo contrário, a lamparina é colocada no candeeiro para que todos os que entram vejam a luz. Pois tudo o que está escondido será descoberto, e tudo o que está em segredo será conhecido e revelado.”.8 Isso porque nada ofusca o brilho de Deus nem apaga a luz que Ele dá aos homens. Não há poder no universo que não seja dado pelo brilho da sua luz. Por isso o poder do homem está naquilo que ele sabe, naquilo que ele aprende e consegue usar para o seu próprio benefício e da espécie a qual ele pertence. E como Deus é pura luz, a ele só nos integraremos quando nós mesmos também formos luz purificada. Nessa meta se consumam todas as escatologias.9 Essa é razão pela qual toda disciplina iniciática buscar, simbolicamente, levar o iniciado a um estado em que ele possa, livremente, liberar a própria luz que nele está contida. Aquela "luz interdita” contida, presa na matéria pela condição de profano em que ele se encontra até adquirir a iluminação.10 Dai as perguntas contidas no ritual de iniciação maçônica que se refere ao "temerário que tem o arrojo de querer forçar a entrada no Templo" e a consequente resposta que diz tratar-se de "um pobre candidato que caminha nas trevas e, despojado de todas as vaidades, deseja receber a Luz". E também o motivo do porque ele, antes de ser efetivamente iniciado nos Mistérios Maçônicos, ter que conviver com as trevas, a ideia da morte e a escuridão do seu próprio interior psíquico. É que para receber a Luz é preciso, primeiro, saber no que consistem as trevas. Repetir o próprio ato do Criador na transposição de Si mesmo do Véu de Existência Negativa para o Véu de Existência Positiva. E por fim, a apoteose final da iniciação, que revela o cerne do simbolismo contido nesse verdadeiro culto á Luz, que a Maçonaria conservou como sua primeira e fundamental proposta iniciática. No momento em que lhe caem as vendas dos olhos, como ao rabino Saulo diante do sacerdote cristão Ananias, é que o iniciado vê o novo mundo que se abre diante dos seus olhos. E é então que se revela o magno mistério que todos os espíritos procuram quando buscam a iniciação maçônica: ● ● ● NO PRINCÍPIO DO MUNDO, DISSE O GR.’. ARQ .’. DO UNIV.’.: 1. ─ FAÇA-SE A LUZ, 2. ─ A LUZ FOI FEITA. 3. ─ A LUZ SEJA DADA AO NEÓFITO. 8 Lucas: 8:16:18 9 Escatologia é a doutrina da consumação dos tempos, da história e da finalidade do homem. 10 A expressão “luz interdita” se refere ao fenômeno luminoso que é associado á uma partícula atômica de alta radiação
  • 28. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 28/31 (as letras em vermelho significam que a Loja completou ou está completando aniversário) GOSC https://www.gosc.org.br Data Nome Oriente 05/03/2005 Aurora Florianópolis 10/03/1972 Templários da Justiça Lages 15/03/1998 Estrela do Sul Lages 18/03/1998 Jacy Daussen São José 18/03/2011 Monteiro Lobato Itajaí 19/03/1993 III Milênio Curitibanos 19/03/1994 Renascer da Luz Criciúma 20/03/1949 Januário Corte Florianópolis 23/03/1996 Pedra Cintilante Itapema 24/03/1998 Fiel Amizade Florianópolis 30/03/1998 Amigos para Sempre Joinville 30/03/1999 Círculo da Luz Joinville 31/03/1975 Estrela do Mar Balneário Camboriú 31/03/2011 Colunas do Arquiteto Ituporanga Lojas Aniversariantes de Santa Catarina Mês de Março 7 – Destaques JB Resenha Final
  • 29. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 29/31 GOB/SC – http://www.gob-sc.org.br/gobsc Data Nome Oriente 03.03.2012 Guardiões das Virtudes - 4198 Biguaçú 14.03.1981 Estrela do Planalto -2119 Canoinhas 16.03.1899 União III Luz E Trab. 664 Porto União 16.03.2005 Cavaleiros da Luz - 3657 Florianópolis 19.03.2004 Quintessência - 3572 Bombinhas 21.03.1990 Luz da Acácia - 2586 Jaraguá do Sul 21.03.2009 Acácia de Balneário - 3978 Baln. Camboriú 29.03.1973 Acácia Joinvilense - 1937 Joinville 29.03.1973 Gênesis - 2701 Tubarão 29.03.2012 União Palhocense - 4236 Palhoça 30.03.2006 Luz da Porta do Vale - 3764 Itajaí GLSC - http://www.mrglsc.org.br Data Nome da Loja Oriente 11.03.2003 Fraternidade Itajaiense nr. 85 Itajaí 17.03.2010 Fonte de Luz nr. 102 Chapecó 18.03.1989 Tríplice Fraternidade nr. 48 Dionísio Cerqueira 20.03.2009 Acácia Itajaiense II nr. 100 Itajaí 21.03.1940 Cruzeiro do Sul nr. 05 Joaçaba 24.03.2010 Loja do Sol nr. 103 Blumenau 28.03.1970 Pitágoras nr. 15 Florianópolis 30.03.1995 Leão de Judá nr. 62 Florianópolis
  • 30. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 30/31 O Irmão e poeta Sinval Santos da Silveira * escreve aos domingos no “Fechando a Cortina” Soterrada pelo lixo, desfigurada sem piedade, e vítima da maldade, em dormência permanecia. Já frequentou a nobreza, foi admirada por sua beleza, e desejada pela pobreza. Por mãos piedosas, retornou ao aconchego da terra... Deu vida aos seus rebentos, flores brancas soltas ao vento, acolheu abelhas aos milhares. Ramagens atrevidas, cobrem as árvores coloridas, tomando conta do lugar. Agora, cachos de uvas rosadas, dominam os jardins dos meus sonhos ! Alimentam os passarinhos, e saciam desejos dos vizinhos. Servem de palco ao canto das cigarras,
  • 31. JB News – Informativo nr. 1.982 – Curitiba (PR) – domingo, 6 de março de 2016 Pág. 31/31 aguçando a imaginação dos poetas ! É visitada pelos Deuses, atraídos por sua doçura. HERMES, não perde tempo, vai ao Monte Olimpo e espalha a novidade... Ouvem-se gritos, gargalhadas e assobios, num frenesi de intensa alegria, brindando o ressurgimento da vida. BACO se embriaga. estufa a pança, brinca e dança na madrugada, querendo AFRODITE conquistar. CRONOS, radiante, sente orgulho do pomar ! Faceira, a feliz parreira brinda os seus amantes, Deuses tão importantes ! Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG: http://poesiasinval.blogspot.com * Sinval Santos da Silveira - MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 - Florianópolis