3. Biografia Resumida
Nome: Cristóvão César Tezza
Nascimento: 21 de Agosto de 1952 (64 Anos)
Naturalidade: Lages/SC
Nacionalidade: Brasileira
Residência: Escritor
Gênero Literário: Romance, Conto e Ensaio
Magnum Opus: O Filho Eterno
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5. Biografia
Tezza nasceu em Lages, Santa Catarina, mas,
acompanhando a família, mudou-se com oito anos de
idade para Curitiba, no Paraná, onde vive até hoje.
Esta cidade é cenário de boa parte de sua literatura,
como nos romances Trapo(1988), Juliano
Pavollini (1991), O Fantasma da Infância (1992), Uma
Noite em Curitiba (1995), Breve Espaço (1998) e O
Fotógrafo (2004).
6. Em sua juventude, Tezza trabalhou em teatro,
participando do Centro Capela de Artes Populares,
com sede em Antonina, Paraná, sob direção de W. Rio
Apa.
Em 1971, ingressou na Escola de Formação de Oficiais
da Marinha Mercante, no Rio de Janeiro, com o projeto
de se tornar piloto, mas não suportou o regime e
abandonou o curso.
7. Em dezembro de 1974, foi para Portugal, matriculado
no Curso de Letras da Universidade de Coimbra - mas,
devido à Revolução dos Cravos, a universidade ficou
fechada por um ano.
Em 1975, foi trabalhador ilegal na Alemanha e viajou
por vários países da Europa.
Retornando ao Brasil em 1976, abriu uma oficina de
consertos de relógios em Antonina, que abandonou em
pouco tempo.
8. Casou-se em 1977, ingressando finalmente na
Universidade.
Formou-se em Letras em 1982, na Universidade
Federal do Paraná. Fez mestrado em Literatura
Brasileira na UFSC (1984), onde começou a dar aulas
de Língua Portuguesa como professor auxiliar.
Em 1986, entrou para o Departamento de Linguística
da UFPR, também na área de Língua Portuguesa, onde
foi professor até 2009, quando se demitiu para se
dedicar exclusivamente à literatura.
9. Na área acadêmica, publicou sua tese de doutorado
(USP, 2002) "Entre a prosa e a poesia - Bakhtin e o
formalismo russo" (Editora Rocco, 2003; Amazon
Kindle, 2014) e é autor dos livros didáticos Oficina de
Texto (Vozes) e Prática de Textos (Vozes), em parceria
com o linguista Carlos Alberto Faraco.
10. Romancista, contista, cronista e ensaísta, Tezza é autor de mais
de 20 livros publicados no Brasil. Suas obras já foram traduzidas
em 18 países, como China, Estados Unidos, Noruega, México,
Eslovênia e Inglaterra.
A tradução inglesa de seu romance "O filho eterno" (The eternal
son, Ed. Scribe) foi finalista do prêmio IMPAC-Dublin; o livro foi
considerado um dos 10 melhores livros de ficção publicados em
língua inglesa no biênio 2011 e 2012.
A edição francesa (Le fils du printemps, Ed. Metailiè) recebeu o
Prêmio Charles Brisset do Instituto de Psiquiatria da França.
Durante muitos anos assinou resenhas e textos críticos nos
jornais Folha de S.Paulo, O Globo e O Estado de S.Paulo, e na
revista Veja, e foi cronista semanal do jornal curitibano Gazeta
do Povo.
15. Obras
FICÇÃO:
Gran Circo das Américas (romance; Brasiliense, 1988)
A Cidade Inventada (contos; CooEditora, 1980; Amazon Kindle, 2014)
O Terrorista Lírico, (romance; Criar Edições, 1981; Amazon Kindle, 2014)
Ensaio da Paixão (romance; Criar Edições, 1985; Rocco, 1999, ed. revista; Amazon Kindle,
2014)
Trapo, São Paulo, (romance; Brasiliense, 1988; Rocco 1995; Record, 2007)
Aventuras Provisórias (romance; Mercado Aberto,1989; Record, 2007, ed. revista)
Juliano Pavollini (romance; Record, 1989; Rocco, 2002; Record, 2010, ed. revista)
A Suavidade do Vento (romance; Record 1991; Rocco, 2002; Record, 2015, ed. revista)
O Fantasma da Infância, (romance; Editora Record (1994; 2007)
Uma Noite em Curitiba, (romance, Rocco, 1995; Record, 2014)
Breve espaço entre cor e sombra. (romance; Rocco, 1998); Breve espaço (edição revista;
Record, 2013)
O fotógrafo (romance; Rocco, 2004; Record, 2011, ed. revista)
O filho eterno (romance; Record, 2007)
Um erro emocional (romance; Record, 2010)
Beatriz (contos; Record, 2011)
O professor (romance; Record, 2014)
16. NÃO FICÇÃO:
Entre a prosa e a poesia - Bakhtin e o formalismo
russo (ensaio; Rocco, 2002; Amazon Kindle, 2014)
O espírito da prosa - uma autobiografia literária (Record,
2012)
Um operário em férias (crônicas; seleção e apresentação de
Christian Schwartz; Record, 2013)
Leituras - resenhas & ensaios (textos críticos; apresentação
de Manuel da Costa Pinto; Amazon Kindle, 2014)
Literatura à margem (conferências; Amazon Kindle, 2014)
A máquina de caminhar (crônicas; seleção e apresentação
de Christian Schwartz; Record, 2016)
17. O Filho Eterno (livro)
O Filho Eterno, de Cristóvão Tezza, foi publicado na
categoria de "romance brasileiro", mas é um texto
escancaradamente autobiográfico.
Como o protagonista de seu romance, o autor tem um filho
com síndrome de Down.
O livro não disfarça o caráter de acerto de contas do escritor
com seu filho – ou, melhor dizendo, consigo mesmo no
papel de pai desse filho. Ainda assim, Tezza rejeita o rótulo
de memorialismo para ficar com o de romance: a narração é
toda em terceira pessoa, por exemplo.
18. A obra se afigura como uma brilhante reflexão sobre a
necessidade e a importância da ação do tempo para operar o ciclo
da aturação/amadurecimento.
Este ciclo se justifica porque plasma duas variáveis significativas
de um problema que a crítica literária tem, ao longo de sua
história, tratado de forma dicotômica: o narrador e o autor, o
sujeito real e o personagem, o escritor e o protagonista, ou ainda,
quaisquer outros aportes demonstrativos que se queira dar para
separar o homem que escreve da ficção que ele escreve.
Assim, o romance abre caminhos inovadores para que se discuta
a tão famigerada relação entre vida e obra, autobiografia e
ficcionalidade, como se a ficção pudesse, de per se abdicar da
história ou como se a realidade não pudesse adentrar os
labirintos da subjetividade vital por considerá-la,
aprioristicamente, o reino positivista da neutralidade.
19. Dividido em vinte e cinco capítulos, não numerados, o
romance é introduzido por duas epígrafes
significativas: a primeira, de Thomas Bernhard,
apresenta o conflito entre o desejo pela descrição fiel
da verdade e o resultado dessa descrição; a segunda, de
S. Kierkegaard, aponta a reflexão especular entre pai e
filho, tema de que se ocupa o livro em suas duzentas e
vinte e duas páginas: as vicissitudes, o calvário e as
amarras de um jovem escritor ao receber a notícia de
que seu primeiro filho era portador da Síndrome de
Down e a peregrinação vital em torno desse fato até
sua liberta aceitação.
20. Antes mesmo de iniciar a leitura, somos informados de que
o romance tem como ponto de partida as memórias do
escritor Cristovão Tezza, e, ele mesmo, na epígrafe, deixa
claro que memórias são essas.
Uma história baseada em fatos reais que não tem pretensão
de ser a verdade. É a história do relacionamento de pai e
filho – e, pela orelha do livro, somos informados de que se
trata de um relacionamento com "dificuldades, inúmeras, e
as saborosas pequenas vitórias".
Além disso, trata-se de um "livro corajoso" – o escritor é
considerado corajoso ao relatar parte de sua vida, ao expor
sua família e sua intimidade.
21.
22.
23. O Filho Eterno é uma narrativa seca de
desencantamento, em terceira pessoa, onde os
personagens não têm nome, com exceção do filho,
Felipe, e são chamados de "ele", "o pai", "a mulher", "a
mãe", "a filha", "a irmã". Mesmo Felipe
frequentemente aparece como "o filho" em
contraposição ao "pai".
Não encontramos o lugar-comum, o apelo ao
sentimento de pena e empatia, e, isso é uma das
qualidades de uma história que prende o leitor por não
fornecer respostas e soluções óbvias, pelo contrário, a
surpresa é uma constante durante a leitura.
24. O crescimento e o desenvolvimento do filho são percebidos
pelo pai nas representações de papéis sociais que o filho se
esforça em cumprir (p. 211). Ao mesmo tempo, o pai
descobre a alegria que a rotina traz e a tranquilidade
conquistada com papéis sociais como "o professor
universitário", "o escritor".
A sutileza ao contar os episódios na vida do pai e do filho é
alcançda no contar da história, pois não há momentos de
avaliação e reflexão em que paralelos são explicitamente
estabelecidos. Esse trabalho é reservado ao leitor.
Há no romance de Tezza a preocupação em não deixar o
leitor "morrer de repente", ou não abandonar o texto.
25. A narrativa de O filho eterno inicia sob o signo da
construção, melhor dizendo, de duas construções: do pai-
narrador-escritor e do filho-personagem-narrado.
Há uma partogênese significativa envolvendo o nascimento
e criação do filho e deslocando-se para o nascimento do
escritor e o ato da escritura.
As marcas vitais conjugam-se nas palavras do próprio
autor: “romance brutalmente autobiográfico”. A despeito
das dificuldades romanescas atribuídas ao gênero
autobiográfico, o livro furta-se ao mero assédio
confessionalista porque o autor – experiente e exigente
quanto às técnicas literárias – soube optar pela utilização
de um ponto de vista revelador.
26. Narrando em 3ª pessoa, ao invés da 1ª pessoa do
singular, Tezza – com esse hábil expediente de foco
narrativo – forjou uma nova indumentária para o
romance autobiográfico e, muito embora os poros da
vida refluam do corpo do texto, a essência do mesmo –
sua alma – ainda continua sendo a ficção.
27. O enredo gira em torno de duas personagens principais: pai
e filho. As outras personagens apresentadas no romance
são secundárias, inclusive a mãe, que apesar de ser a
primeira personagem apresentada pelo narrador através de
sua própria fala “- Acho que é hoje – ela disse.” (pág. 9), é
pouco mencionada durante a obra.
O narrador utiliza os pronomes “ele” e “ela”, para se referir
aos pais e à irmã de Felipe, o único personagem com nome
declarado. Quando se trata da relação de afeto com um
filho, e principalmente, quando este apresenta uma
anomalia, espera-se que a figura da mãe tenha destaque,
porém, no romance é a paternidade que é enfatizada.
28. A abertura do romance dá conta da voz da esposa
anunciando ao pai a chegada iminente do filho, ao mesmo
tempo em que vai construindo a figura desse pai-narrador,
através de um discurso amparado em termos que
expressam dúvidas, incompletudes e indefinições:
“Alguém provisório, talvez; alguém que, aos 28 anos, ainda
não começou a viver. [...] ele não tem nada, e não é ainda
exatamente nada”. (p. 9). Descreve-se como um “filhote
retardatário dos anos 70”, e se vê como um poeta cafona,
gorado em sua profissão, sustentado pela esposa que
sobrevive de aulas particulares e revisões textuais de “teses
e dissertações de mestrado sobre qualquer tema” (p. 12).
29. O Pai é personagem introvertido, ansioso, que tem
dificuldades para demonstrar seus sentimentos. Um
homem de vinte e oito anos, que bebe e fuma
compulsivamente. Vê a solidão como um projeto de
vida, para assim demonstrar sua aversão à sociedade, e
a literatura como fuga da realidade. Pode ser definido
como: “... o eterno observador de si mesmo e dos
outros. “Alguém que vê, não alguém que vive.” (pág.
98). Um militante sem causa, um escritor sem projetos
realizados que não consegue viver de seu próprio
trabalho.
30. Felipe é apresentado pelo narrador pelas
características de um portador de síndrome de down:
“... algumas características... sinais
importantes...vamos descrever:
Observem os olhos, que tem as pregas nos cantos, e a
pálpebra oblíqua...o dedo mindinho das mãos,
arqueado para dentro...achatamento da parte posterior
do crânio...a hipotonia muscular...a baixa implantação
da orelha e...” (pág. 30).
Segundo o pai: “é uma pedra silenciosa no meio do
caminho” (pág. 112).
31. O narrador invade os pensamentos do pai testemunhando todos os
acontecimentos de sua vida, de forma invisível está presente em todos
os cenários da narrativa, assim expõem ao leitor, os sentimentos, as
emoções e as aflições de criar um filho com necessidades especiais em
uma época que pouco se sabia sobre a Síndrome.
Ainda no 1º capítulo, após ironizar suas “romantiquices” literárias –
publicaria, na Revista de Letras, o poema "O filho da primavera" –,
deixa claro que “um filho é a idéia de um filho”; e que, nem sempre, “as
coisas coincidem com as idéias que fazemos delas” (p. 14). Tal
inconformismo entre o sonho e a realidade
reflete a via-crucis desse Édipo andarilho: recuando no tempo, há
apenas dois meses passados, percebe a relação irônica e mordaz entre
uma dissertação corrigida para um amigo, na área de genética, cujo
tema versava sobre as características da trissomia do cromossomo 21, a
síndrome de Down, popularmente conhecida como “mongolismo”, e o
fatídico acaso que o presente lhe reservava: um filho portador dessa
mesma síndrome.
32. O destino não o fez cegar os próprios olhos, mas o
narrador admite que a morte do menino seria um
alívio e o ódio furioso que o acomete fica explícito
quando se nega “bovino, a ver e a ouvir” (p. 31).
Focando a parafernália familiar e hospitalar,
característica do nascimento de bebês, o narrador
estabelece uma relação com os rituais dos sacrifícios
religiosos e aponta o caráter de
encenação/representação de papéis tanto dos pais,
quanto dos médicos e enfermeiros.
33. Assim, os primeiros capítulos exploram as reações adversas
do pai e marido – “Eu não preciso deste filho”; “Eu também
não preciso desta mulher” (p. 32) – as quais, num crescendo
de inconformismo, apelam para registros discursivos
dilacerados de vazio e solidão.
O menino, que o leitor vem a saber, posteriormente, tratar-
se de Felipe, é, no início, designado como “pacotinho
suspirante”, “a coisa”, “aquela criança horrível”, “esse”,
“simulacro de normalidade”, enfim, nominações que levam
o narrador a concluir que é um “escritor sem obra, [...] e
agora pai sem filho” (p. 41).
Entretanto, a brutalidade com que questiona a
“anormalidade” do filho volta-se, especularmente, como
reflexão sobre a própria normalidade.
34. No 7º capítulo, o narrador se detém na discussão científica
a respeito das características da trissomia do cromossomo
21, porém as contingências do fato, quando relacionadas ao
filho, não o impedem de considerar-se num abismo.
Ao reler um poema engajado, de sua autoria, – “escrito anos
antes, numa pensão em Portugal, em seus tempos de
mochileiro” (p. 49) – trazido por seu irmão, a pretexto de
consolá-lo, analisa-o com olhar crítico, tributa-o como
“simulacro de poesia” (p. 51).
Entretanto, os versos iniciais servirão como uma espécie de
mote do destino para iluminar reflexões posteriores: “Nada
do que não foi/ poderia ter sido” (p. 50).
35. No 20º capítulo, ao narrar o desaparecimento de Felipe, faz
um retrospecto dessa fuga e, retornando ao momento de
seu nascimento, associa e equipara as sensações como se
fossem “o sentimento do abismo” (p. 161).
A possibilidade da perda do filho permite ao narrador
avaliar o valor desta perda: o desabamento provocado pela
solidão: “Não se mova, que dói” (p. 161).
A relação autobiográfica em O Filho Eterno, também se
consolida na descrição correspondente ao processo de
criação e publicação de outros romances de Cristovão
Tezza, como é o caso de Terrorista lírico, Trapo, A cidade
inventada e Ensaio da paixão, “o primeiro acerto de contas
com a própria vida, antes do filho” (p. 116).
36. Enfim, quem é esse filho eterno? É Felipe, eternamente
menino, na fatídica vivacidade de sua inocência canhestra,
ou é o pai – Édipo andarilho – a procurar,
numa encruzilhada sem destinos programados pelos
deuses, sua verdadeira identidade?
A ambiguidade do título, reforçando a dimensão de
abertura, permite uma
dupla resposta e investe no ludismo como solução
conclusiva. O futebol – o jeito brasileiro de brindar a vida,
“esse nada que preenche o mundo” (p. 218) –, une pai e filho
num afeto quente e compartilhado. Atleticano fanático, o
futebol “passou lentamente a ser para o Felipe uma
referência de sua maturidade possível” (p. 219).
37. A linha cronológica da narrativa é trabalhada de forma que,
ao passo que Felipe cresce, aprende andar, desenvolve a fala
e inicia a vida escolar, o narrador nos conta passagens da
adolescência do pai; assim, as principais mudanças de
espaço ocorrem juntamente com as interrupções do tempo
cronológico, que surgem toda vez que o pai faz uma
reflexão sobre a própria vida, regredindo no tempo e no
espaço, transportando-se para situações diversas, como a
passagem por Portugal e pela a Alemanha, os trabalhos, os
estudos, a infância em Santa Catarina, o grupo de teatro
amador, o mestre guru e o primeiro amor vivido na ilha da
Cotinga.
38. A voz que narra não explicita o sentimento do pai pelo filho
eterno, pois as suas emoções são contidas a ponto de fazer o
leitor duvidar de seu amor por Felipe.
Como desfecho dos conflitos internos do pai, há a
superação do desequilíbrio emocional, ocorrido com o
nascimento de Felipe, que é constatada quando pai e filho
compartilham, de forma carinhosa, a uma partida de
futebol na televisão.
Com O Filho Eterno, Cristovão Tezza confere novas
possibilidades ao gênero autobiográfico, redimensionando
o papel da memória no presente da narrativa
e, sobretudo, inserindo a própria história no contexto de
sua criação literária.
39. Trecho do Livro
“No momento em que enfim se volta para a cama, não há
mais ninguém no quarto - só ele, a mulher, a criança no
colo dela. Ele não consegue olhar para o filho. Sim - a alma
ainda está cabeceando atrás de uma solução, já que não
pode voltar cinco minutos no tempo. Mas ninguém está
condenado a ser o que é, ele descobre, como quem vê a
pedra filosofal: eu não preciso deste filho, ele chegou a
pensar, e o pensamento como que foi deixando-o novamente
em pé, ainda que ele avançasse passo a passo trôpego para a
sombra. Eu também não preciso desta mulher, ele quase
acrescenta, num diálogo mental sem interlocutor: como
sempre, está sozinho.”
40. O Filho Eterno (filme)
SINOPSE:
O casal Roberto (Marcos Veras) e Cláudia (Débora
Falabella) aguarda ansiosamente pela chegada de seu
primeiro bebê. Roberto, que é escritor, vê a chegada do
filho com esperança e como um ponto de partida para uma
mudança completa de vida. Mas toda a áurea de alegria dos
pais é transformada em incerteza e medo com a descoberta
de que Fabrício, o bebê, é portador da Síndrome de Down.
A insatisfação e a vergonha tomam conta do pai, que terá de
enfrentar muitos desafios para encontrar o verdadeiro
significado da paternidade.