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CRÍTICA DE MERSENNE A DESCARTES: NÃO PODERÁ UM ATEU FAZER CIÊNCIA
(CIENTIA )? Baseada na seguinte afirmação de Descartes “ a validade e a verdade
de todo o conhecimento depende do meu conhecimento do Deus verdadeiro”
V Meditação .
 Segundo a filosofia de DESCARTES um ateu poderá conhecer com
verdade, mas não conhecer com certeza, ou seja, não pode fazer
ciência, pois por “ciência” refere-se não só a um conhecimento
verdadeiro como certo. Um ateu apenas poderá adquirir as bases da
ciência verdadeira e certa, as ideias inatas, claras e distintas, ou seja,
as evidências actuais que se auto-garantem. No entanto, estas ideias
obtidas através da razão intuitiva, são em número reduzido (sementes
da verdade) sendo necessário proceder através da dedução à extracção
de outros conhecimentos a partir delas (actuais). Necessitamos do Ser
Perfeito, Deus para garantir a validade das evidências passadas
(presentes na memória ) e das deduções posteriores. Consequentemente
um ateu nunca poderá ter a certeza, permanecendo na dúvida de que os
conhecimentos extraídos dedutivamente das ideias apreendidas
intuitivamente de forma clara e distinta sejam verdadeiros, uma vez que
a sua atenção poderá falhar. A sua “ciência” é do domínio do verosímil,
duvidosa. Logo, segundo Descartes, tendo presente a equivalência
estabelecida no plano especulativo entre duvidoso, verosímil e falso, é
falsa.
 Mas será esta a questão primordial? Penso que não, esta é “
Poderá Descartes fazer ciência verdadeira e certa?”
Se tivermos presente que para fazer ciência verdadeira e certa é necessário
três requisitos: 1) evidências actuais, 2) evidências passadas presentes na
memória (bom funcionamento da memória) e 3) e uma razão dedutiva a
funcionar correctamente e, que, independentemente, do que Descartes
afirma e, nem sempre o fez (artigo 30 e V Meditação sobre a Filosofia
Primeira “ a validade e verdade de todo o conhecimento depende do
conhecimento meu Deus verdadeiro“), as evidências actuais não se auto-
garantem, pois posso ter sido criado por um Deus enganador que me tenha
colocado um “entendimento virado do avesso” ( tomando o falso por
verdadeiro ), não havendo acordo entre as ideias e as coisas, então não
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Mersenne critica Descartes: Um ateu pode fazer ciência

  • 1. CRÍTICA DE MERSENNE A DESCARTES: NÃO PODERÁ UM ATEU FAZER CIÊNCIA (CIENTIA )? Baseada na seguinte afirmação de Descartes “ a validade e a verdade de todo o conhecimento depende do meu conhecimento do Deus verdadeiro” V Meditação .  Segundo a filosofia de DESCARTES um ateu poderá conhecer com verdade, mas não conhecer com certeza, ou seja, não pode fazer ciência, pois por “ciência” refere-se não só a um conhecimento verdadeiro como certo. Um ateu apenas poderá adquirir as bases da ciência verdadeira e certa, as ideias inatas, claras e distintas, ou seja, as evidências actuais que se auto-garantem. No entanto, estas ideias obtidas através da razão intuitiva, são em número reduzido (sementes da verdade) sendo necessário proceder através da dedução à extracção de outros conhecimentos a partir delas (actuais). Necessitamos do Ser Perfeito, Deus para garantir a validade das evidências passadas (presentes na memória ) e das deduções posteriores. Consequentemente um ateu nunca poderá ter a certeza, permanecendo na dúvida de que os conhecimentos extraídos dedutivamente das ideias apreendidas intuitivamente de forma clara e distinta sejam verdadeiros, uma vez que a sua atenção poderá falhar. A sua “ciência” é do domínio do verosímil, duvidosa. Logo, segundo Descartes, tendo presente a equivalência estabelecida no plano especulativo entre duvidoso, verosímil e falso, é falsa.  Mas será esta a questão primordial? Penso que não, esta é “ Poderá Descartes fazer ciência verdadeira e certa?” Se tivermos presente que para fazer ciência verdadeira e certa é necessário três requisitos: 1) evidências actuais, 2) evidências passadas presentes na memória (bom funcionamento da memória) e 3) e uma razão dedutiva a funcionar correctamente e, que, independentemente, do que Descartes afirma e, nem sempre o fez (artigo 30 e V Meditação sobre a Filosofia Primeira “ a validade e verdade de todo o conhecimento depende do conhecimento meu Deus verdadeiro“), as evidências actuais não se auto- garantem, pois posso ter sido criado por um Deus enganador que me tenha colocado um “entendimento virado do avesso” ( tomando o falso por verdadeiro ), não havendo acordo entre as ideias e as coisas, então não pode haver a absoluta certeza de qualquer evidência (actual ou passada), não se podendo garantir qualquer ciência. 1