SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 10
Baixar para ler offline
O problema da origem do conhecimento
“Qual será, de facto, a origem do conhecimento?”
Conhecimento a priori vs Conhecimento a posteriori
Conhecimento a priori
Independente da experiencia. Crenças verdadeiras que podem
ser justificadas pelo pensamento.
Conhecimento a posteriori
Depende da experiencia. Crenças verdadeiras que não podem
ser justificadas sem dados empíricos.
Ceticismo
• O ceticismo é a perspetiva segundo a qual devemos suspender o
juízo relativamente à verdade ou falsidade de qualquer proposição,
pois no geral as nossas pretensões de conhecimento são
injustificadas.
• Só temos conhecimento se tivermos crenças justificadas e, uma vez
que justificamos as nossas crenças com base noutras crenças,
acabamos sempre por cair numa cadeia de justificações.
• As cadeias de justificações não são capazes de justificar seja o que
for e, por conseguinte, o conhecimento não é possível.
Racionalismo de Descartes
• De acordo com René Descartes, a razão é a principal fonte do
conhecimento.
• René Descartes desvaloriza a experiencia.
• O conhecimento é exclusivamente racional e a priori.
• Método inspirado na matemática.
• Sendo um racionalista convicto, o filósofo francês procurou
combater os céticos radicais (que consideravam ser impossível ao
sujeito apreender o objeto).
A dúvida metódica
O seu método era a dúvida metódica, que consistia em duvidar de tudo o
que se possa imaginar e averiguar o que resiste a esse processo.
Para reconhecer algo como verdadeiro toma como necessário estipular
quatro regras:
• Regra da evidência – “nunca aceitar coisa alguma por verdadeira,
sem que a conhecesse evidentemente como tal”;
• Regra da análise – “dividir em cada uma das dificuldades que
examinava em tantas parcelas quantas fosse possível e fosse
necessário, para melhor as resolver”;
• Regra da síntese – “conduzir por ordem os pensamentos,
começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer,
para subir, pouco a pouco, gradualmente, até ao conhecimento dos
mais complexos, não deixando de supor cera ordem entres eles que
não se sucedem uns aos outros”.
• Regra da enumeração/revisão – “fazer sempre enumerações tão
complexas e tão gerais, que tivesse a certeza de nada omitir”
A dúvida cartesiana é:
Metódica- é apenas um método para encontrar um conhecimento seguro;
Provisória: subsiste apenas até que se encontre algo absolutamente certo
e indubitável;
Universal: pode aplicar-se a todas as nossas crenças;
Hiperbólica: não se limita a pôr tudo em dúvida, mas rejeita como falso o
meramente duvidoso.
• Descartes apresentou várias razões para duvidar: as ilusões dos
sentidos, a indistinção vigília-sono, os erros de raciocínio, a
Hipótese do Deus Enganador e a Hipótese do Génio Maligno.
O Cogito
• Apesar de admitir que pode ser enganado por um Génio Maligno,
Descartes tem uma certeza: Penso, logo, existo.
• Esta crença não pode ser posta em causa, pois para se poder
duvidar do que quer que seja é preciso existir.
• Primeira certeza clara e distinta de Descartes
• Descartes refuta o ceticismo: se fosse verdade que nada se pode
saber, então nem sequer poderíamos saber se existimos, mas é
impossível duvidar que existimos; logo, é falso que nada se pode
saber.
• O cogito não é suficiente para assegurar Descartes de que tem um
corpo.
• Descartes conclui que é essencialmente uma substância pensante,
isto é, uma mente ou alma imaterial, que existe
independentemente do corpo.
• Esta perspetiva ficou conhecida como “dualismo mente-corpo” (ou
“dualismo cartesiano”).
• O cogito representa o triunfo sobre o ceticismo
• O que torna o cogito uma crença tão evidente é a sua clareza e
distinção.
Distinção e Clareza
• A distinção e clareza são as características dos critérios de verdade.
A existência de Deus
• Segunda certeza clara e distinta de Descartes.
• Para provar que Deus existe, Descartes recorre, entre outros, ao
Argumento da Marca.
• Este argumento diz-nos que se o Ser Perfeito não existisse, eu não
poderia ter a ideia de perfeição. Se tenho uma ideia de perfeição
então é porque existe.
• Uma vez que Deus existe e não é enganador, garante a verdade das
nossas ideias claras e distintas atuais e passadas.
• Se Deus não engana então, o mundo físico existe.
• Permite a descartes vencer o ceticismo, fixando-se no dogmatismo.
• Se Deus não existisse tudo seria “o caos” e nunca poderíamos ter a
garantia do funcionamento coerente da nossa razão nem ter noção
de como se tornou possível a nossa existência.
Tipos de Ideias
Adventícias – Têm origem na experiencia sensível. Ex: Ideia de barco,
copo, cão.
Factícias – Fabricadas pela imaginação. Ex: dragão, sereia
Inatas – Constitutivas da própria razão. Ex: Pensamento, Existência,
matemática
Objeções ao racionalismo
• A consciência de que existe pensamento não é o suficiente para
demonstrar a existência de um Eu que reclame esse pensamento
como seu (objeções ao cogito). Quanto muito, Descartes provou
que existe pensamento, mas não pode ter a certeza de que existe
um autor do pensamento atualmente em curso.
• Conhecida como Círculo Cartesiano e consiste em acusar Descartes
de incorrer numa petição de princípio, pois procura estabelecer a
existência de Deus raciocinando a partir de ideias claras e distintas,
mas admite que só podemos estar certos de que as nossas ideias
claras e distintas atuais e passadas são verdadeiras porque Deus
existe.
Empirismo de David Hume
• David Hume defende que o conhecimento deriva
fundamentalmente da experiencia.
• David Hume privilegia o conhecimento à posteriori.
• Ele defende que a capacidade cognitiva do entendimento humano é
limitada. Assim defende que é na experiencia que o fundamento
deve ser procurado.
Impressões e Ideias
Para Hume, o conteúdo das nossas mentes – as perceções – deriva da
experiência e pode ser dividido em duas categorias, seguindo um critério
de vivacidade e força:
• as impressões - dados da nossa experiência imediata (sensações
auditivas, visuais(…) emoções) Maior grau de força e vivacidade
Ex: cor da flor que os olhos veem
• as ideias – representações enfraquecidas das impressões.
Ex: lembrança da cor da flor
Nota: Deste modo não existem ideias inatas, já que todas as ideias
humanas são cópias de impressões.
Tipos de conhecimento/Investigação
Tipos de
conhecimento
Verdades desses
conhecimentos
Exemplos
Relação de
Ideias (a priori)
Necessárias São sempre
verdadeiras.
Negá-las
implica
contradição
2+2=4
Uma casa
amarela é
colorida
Questões de
Facto (a
posteriori)
Contingentes Poderiam ter
sido falsas
Negá-las não
implica
contradição
Sócrates foi
um filósofo
grego
O calor dilata
os corpos
Relação causa-efeito (causalidade)
• O nosso conhecimento das relações causais baseia-se na
experiencia.
• Hume afirma que os acontecimentos entre os quais se verifica uma
relação causal são completamente distintos. Assim, se não tivermos
o auxilio da experiencia, nunca poderemos descobrir que efeito terá
um certo acontecimento, nem que causa o produziu.
• A causalidade consiste apenas numa conjugação
constante/regularidades observáveis entre acontecimentos.
• A ideia de conexão necessária não resulta dos nossos sentidos
externos, mas sim de um sentimento interno adquirido pelo hábito.
Problema da indução
• Causas semelhantes terão efeitos semelhantes, ou, dito de
outra forma, a natureza irá comportar-se no futuro conforme
se tem comportado até hoje.
• Hume considera que não há maneira de justificar
racionalmente a nossa confiança neste princípio
• Hume considera que a nossa confiança na indução não pode
ser dedutivamente demonstrada nem inferida a partir da
experiência, pois isso conduzir-nos-ia a uma petição de
princípio.
Objeções ao empirismo de David Hume
Objeção à imagem da mente como tábua rasa
• Qualquer processo de aprendizagem de uma língua pressupõe a
existência prévia de algum conhecimento linguístico. Fodor aceita
que é necessária a existência de um conhecimento linguístico inato.
A racionalidade cientifica e a questão da
objetividade.
“Será a ciência objetiva?”
Perspetiva de Kuhn
• Para Thomas Kuhn, a ciência não é inteiramente objetiva uma vez
que o cientista não é um sujeito neutro nem isolado, mas
condicionado e contextualizado.
• A produção cientifica depende de um paradigma cientifico.
• Kuhn considera que o desenvolvimento científico consiste numa
sucessão descontinuada e não cumulativa de períodos de relativa
estabilidade e de consenso alargado, interrompidos por processos
revolucionários.
• Kuhn procurará encontrar uma forma de resolver os problemas que
surgem, mantendo as suas teorias.
• Anomalias são problemas/enigmas que os cientistas não
conseguem resolver a partir dos paradigmas vigentes.
Processo de desenvolvimento da ciência
Ciência Normal Fase da atividade cientifica no âmbito de um dado
paradigma aceite pela comunidade. Resolução de
enigmas de acordo com a aplicação dos
princípios/paradigmas vigentes.
Anomalias Enigmas persistentes que o paradigma não é capaz
de responder.
Crise Fase de tomada de consciência da insuficiência do
paradigma vigente para explicar.
Crise Extraordinária Gera-se o debate sobre a manutenção do
paradigma ou escolha de um novo.
Revolução Cientifica Fase de mudança e aceitação de um novo
paradigma
Novo Paradigma Conjunto de crenças, técnicas e valores aceites pela
comunidade cientifica e que orientam a sua
atividade
Incomensurabilidade
• Não existe um padrão neutro que permita comparar objetivamente
dois paradigmas entre si no sentido de detetar qual deles é o
melhor.
• Para defender a tese da incomensurabilidade Kuhn recorre aos
seguintes argumentos:
Argumento baseado na insuficiência dos critérios objetivos (
Se os paradigmas fossem comensuráveis, seria possível
justificar a preferência por um paradigma através de critérios
puramente objetivos.)
Argumento baseado na impossibilidade de tradução entre
paradigmas (Não é possível justificar a preferência por um
paradigma através de critérios puramente objetivos.)
Princípios/Critérios objetivos da escolha das teorias
Exatidão – A teoria é capaz de fazer previsões corretas. Quanto mais exta,
mais perto ela está do que é possível observar ou dos resultados da
experimentação.
Consistência – Ausência de contradições internas e compatibilidade da
teoria com outras teorias aceites
Alcance – Abrangência da teoria relativamente à diversidade de
fenómenos que é capaz de explica.
Simplicidade – Simplicidade e elegância na forma como a teoria explica os
fenómenos.
Fecundidade – Capacidade da teoria para impulsionar a investigação
científica em direção a novas descobertas.
Objeções à perspetiva de Thomas Kuhn
• Se um paradigma resolve as anomalias de outro, então é falso que
os paradigmas são incomensuráveis. Logo, é falso que os
paradigmas são incomensuráveis.
• A adesão a um novo paradigma ocorre por conversão (como se
tratasse de uma questão de fé) ao novo paradigma.
Perspetiva de Karl Popper
• Popper acreditava que a ciência evolui progressivamente
de modo irregular (por tentativa-erro) através da refutação
de conjeturas.
• Assim, nenhuma teoria é completamente definitiva e
verdadeira.
• Só com uma atitude critica é possível avançar
A ciência avança por meio de tentativa-erro:
➢ Parte de problemas
➢ Propões hipóteses/conjeturas
➢ Vai eliminando os erros, submetendo as teorias à refutação
➢ Conduz à descoberta de novos problemas
❖ (E assim sucessivamente)
• Uma teoria científica/conjetura, é mais verosímil do que outra
quando implica um menor número de falsidades e permite
explicar um maior número de fenómenos do que a sua
concorrente.
Resumos filosofia 2

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Hume_problemas_existência_eu_mundo_Deus
Hume_problemas_existência_eu_mundo_DeusHume_problemas_existência_eu_mundo_Deus
Hume_problemas_existência_eu_mundo_Deus
Isabel Moura
 
Teorias Explicativas do Conhecimento - Hume
Teorias Explicativas do Conhecimento - HumeTeorias Explicativas do Conhecimento - Hume
Teorias Explicativas do Conhecimento - Hume
Jorge Barbosa
 
Determinismo, libertismo e determinismo moderado
Determinismo, libertismo e determinismo moderadoDeterminismo, libertismo e determinismo moderado
Determinismo, libertismo e determinismo moderado
António Daniel
 
A filosofia moral utilitarista de stuart mill
A filosofia moral utilitarista de stuart millA filosofia moral utilitarista de stuart mill
A filosofia moral utilitarista de stuart mill
Filazambuja
 
Quadro_hume vs descartes
Quadro_hume vs descartesQuadro_hume vs descartes
Quadro_hume vs descartes
Isabel Moura
 
Como descartes ultrapassa o cepticismo
Como descartes ultrapassa o cepticismoComo descartes ultrapassa o cepticismo
Como descartes ultrapassa o cepticismo
Helena Serrão
 

Mais procurados (20)

Filosofia e Conhecimento 1
Filosofia e Conhecimento 1Filosofia e Conhecimento 1
Filosofia e Conhecimento 1
 
Comparação descartes hume
Comparação descartes   humeComparação descartes   hume
Comparação descartes hume
 
Filosofia 11 - Descrição e Interpretação da Atividade Cognoscitiva
Filosofia 11 - Descrição e Interpretação da Atividade CognoscitivaFilosofia 11 - Descrição e Interpretação da Atividade Cognoscitiva
Filosofia 11 - Descrição e Interpretação da Atividade Cognoscitiva
 
Hume_problemas_existência_eu_mundo_Deus
Hume_problemas_existência_eu_mundo_DeusHume_problemas_existência_eu_mundo_Deus
Hume_problemas_existência_eu_mundo_Deus
 
Teorias Explicativas do Conhecimento - Hume
Teorias Explicativas do Conhecimento - HumeTeorias Explicativas do Conhecimento - Hume
Teorias Explicativas do Conhecimento - Hume
 
Determinismo, libertismo e determinismo moderado
Determinismo, libertismo e determinismo moderadoDeterminismo, libertismo e determinismo moderado
Determinismo, libertismo e determinismo moderado
 
David hume e o Empirismo
David hume e o EmpirismoDavid hume e o Empirismo
David hume e o Empirismo
 
2 teoria do conhecimento
2 teoria do conhecimento 2 teoria do conhecimento
2 teoria do conhecimento
 
Cepticismo
CepticismoCepticismo
Cepticismo
 
Racionalismo - Descartes
Racionalismo - Descartes  Racionalismo - Descartes
Racionalismo - Descartes
 
O empirismo de david hume
O empirismo de david humeO empirismo de david hume
O empirismo de david hume
 
Determinismo_moderado
Determinismo_moderadoDeterminismo_moderado
Determinismo_moderado
 
Objeções_Hume
Objeções_HumeObjeções_Hume
Objeções_Hume
 
A filosofia moral utilitarista de stuart mill
A filosofia moral utilitarista de stuart millA filosofia moral utilitarista de stuart mill
A filosofia moral utilitarista de stuart mill
 
Impressões e ideias
Impressões e ideiasImpressões e ideias
Impressões e ideias
 
Descartes
DescartesDescartes
Descartes
 
Filosofia 10º Ano - O Problema do Livre-Arbítrio
Filosofia 10º Ano - O Problema do Livre-Arbítrio Filosofia 10º Ano - O Problema do Livre-Arbítrio
Filosofia 10º Ano - O Problema do Livre-Arbítrio
 
Quadro_hume vs descartes
Quadro_hume vs descartesQuadro_hume vs descartes
Quadro_hume vs descartes
 
Quiz descartes
Quiz descartesQuiz descartes
Quiz descartes
 
Como descartes ultrapassa o cepticismo
Como descartes ultrapassa o cepticismoComo descartes ultrapassa o cepticismo
Como descartes ultrapassa o cepticismo
 

Semelhante a Resumos filosofia 2

Comodescartesultrapassaocepticismo 120217104847-phpapp02
Comodescartesultrapassaocepticismo 120217104847-phpapp02Comodescartesultrapassaocepticismo 120217104847-phpapp02
Comodescartesultrapassaocepticismo 120217104847-phpapp02
Helena Serrão
 
Racionalismo - Filosofia
Racionalismo - FilosofiaRacionalismo - Filosofia
Racionalismo - Filosofia
Carson Souza
 
Racionalismo
RacionalismoRacionalismo
Racionalismo
Pelo Siro
 
Racionalismo
RacionalismoRacionalismo
Racionalismo
Pelo Siro
 
Unidade2 capiiteoriasexplicativasdoconhecimento-110227081909-phpapp01
Unidade2 capiiteoriasexplicativasdoconhecimento-110227081909-phpapp01Unidade2 capiiteoriasexplicativasdoconhecimento-110227081909-phpapp01
Unidade2 capiiteoriasexplicativasdoconhecimento-110227081909-phpapp01
gildapirescosta
 
Descartes - Trab grupo III
Descartes - Trab grupo IIIDescartes - Trab grupo III
Descartes - Trab grupo III
mluisavalente
 
Sem título 1
Sem título 1Sem título 1
Sem título 1
Lair Melo
 
Ppt o racionalismo de descartes
Ppt o racionalismo de descartesPpt o racionalismo de descartes
Ppt o racionalismo de descartes
AnaKlein1
 

Semelhante a Resumos filosofia 2 (20)

Comodescartesultrapassaocepticismo 120217104847-phpapp02
Comodescartesultrapassaocepticismo 120217104847-phpapp02Comodescartesultrapassaocepticismo 120217104847-phpapp02
Comodescartesultrapassaocepticismo 120217104847-phpapp02
 
Resumo filosofia (3)
Resumo filosofia (3)Resumo filosofia (3)
Resumo filosofia (3)
 
Filosofia do conhecimento; síntese
Filosofia do conhecimento; sínteseFilosofia do conhecimento; síntese
Filosofia do conhecimento; síntese
 
Racionalismo - Filosofia
Racionalismo - FilosofiaRacionalismo - Filosofia
Racionalismo - Filosofia
 
Racionalismo
RacionalismoRacionalismo
Racionalismo
 
Racionalismo
RacionalismoRacionalismo
Racionalismo
 
Unidade2 capiiteoriasexplicativasdoconhecimento-110227081909-phpapp01
Unidade2 capiiteoriasexplicativasdoconhecimento-110227081909-phpapp01Unidade2 capiiteoriasexplicativasdoconhecimento-110227081909-phpapp01
Unidade2 capiiteoriasexplicativasdoconhecimento-110227081909-phpapp01
 
Descartes - Trab grupo III
Descartes - Trab grupo IIIDescartes - Trab grupo III
Descartes - Trab grupo III
 
Sem título 1
Sem título 1Sem título 1
Sem título 1
 
Como Descartes ultrapassao cepticismo 120217104847-phpapp02-130130123609-phpa...
Como Descartes ultrapassao cepticismo 120217104847-phpapp02-130130123609-phpa...Como Descartes ultrapassao cepticismo 120217104847-phpapp02-130130123609-phpa...
Como Descartes ultrapassao cepticismo 120217104847-phpapp02-130130123609-phpa...
 
Filosofia 11ºano
Filosofia 11ºanoFilosofia 11ºano
Filosofia 11ºano
 
A Dúvida Cartesiana/metódica
A Dúvida Cartesiana/metódicaA Dúvida Cartesiana/metódica
A Dúvida Cartesiana/metódica
 
O racionalismo de Descartes.pptx
O racionalismo de Descartes.pptxO racionalismo de Descartes.pptx
O racionalismo de Descartes.pptx
 
Aula 07 - Descartes e o Racionalismo
Aula 07 - Descartes e o RacionalismoAula 07 - Descartes e o Racionalismo
Aula 07 - Descartes e o Racionalismo
 
resumo_do_11º_ano_para_prepaprar_o_exame.pdf
resumo_do_11º_ano_para_prepaprar_o_exame.pdfresumo_do_11º_ano_para_prepaprar_o_exame.pdf
resumo_do_11º_ano_para_prepaprar_o_exame.pdf
 
Ae ci11 prep_exame_nacional
Ae ci11 prep_exame_nacionalAe ci11 prep_exame_nacional
Ae ci11 prep_exame_nacional
 
Ppt o racionalismo de descartes
Ppt o racionalismo de descartesPpt o racionalismo de descartes
Ppt o racionalismo de descartes
 
Comparando Descartes e Hume.doc
Comparando Descartes e Hume.docComparando Descartes e Hume.doc
Comparando Descartes e Hume.doc
 
René Descartes
René DescartesRené Descartes
René Descartes
 
Merda de filosofia
Merda de filosofiaMerda de filosofia
Merda de filosofia
 

Mais de starlightmimi

Mais de starlightmimi (20)

ilovepdf_merged (1).pdf
ilovepdf_merged (1).pdfilovepdf_merged (1).pdf
ilovepdf_merged (1).pdf
 
EX-HCA724-F2-2017-5.pdf
EX-HCA724-F2-2017-5.pdfEX-HCA724-F2-2017-5.pdf
EX-HCA724-F2-2017-5.pdf
 
EX-HCA724-F1-2020_net-4.pdf
EX-HCA724-F1-2020_net-4.pdfEX-HCA724-F1-2020_net-4.pdf
EX-HCA724-F1-2020_net-4.pdf
 
EX-HCA724-F1-2019_net-4.pdf
EX-HCA724-F1-2019_net-4.pdfEX-HCA724-F1-2019_net-4.pdf
EX-HCA724-F1-2019_net-4.pdf
 
Caderno de Apoio ao Professor.pdf
Caderno de Apoio ao Professor.pdfCaderno de Apoio ao Professor.pdf
Caderno de Apoio ao Professor.pdf
 
pch7_teste_leitura_gaivota_gato.docx
pch7_teste_leitura_gaivota_gato.docxpch7_teste_leitura_gaivota_gato.docx
pch7_teste_leitura_gaivota_gato.docx
 
lab7_oracoes_coordenadas.pptx
lab7_oracoes_coordenadas.pptxlab7_oracoes_coordenadas.pptx
lab7_oracoes_coordenadas.pptx
 
aeplv617_ficha_edu_lit_1.pdf
aeplv617_ficha_edu_lit_1.pdfaeplv617_ficha_edu_lit_1.pdf
aeplv617_ficha_edu_lit_1.pdf
 
calendario escolar 2021 22 semestral[6605].pdf
calendario escolar 2021 22 semestral[6605].pdfcalendario escolar 2021 22 semestral[6605].pdf
calendario escolar 2021 22 semestral[6605].pdf
 
ae_tt721_tests1.pdf
ae_tt721_tests1.pdfae_tt721_tests1.pdf
ae_tt721_tests1.pdf
 
2.Teste Formativo_NL9.docx
2.Teste Formativo_NL9.docx2.Teste Formativo_NL9.docx
2.Teste Formativo_NL9.docx
 
Recursos Expressivos.pdf
Recursos Expressivos.pdfRecursos Expressivos.pdf
Recursos Expressivos.pdf
 
Relacoes_semanticas_entre_as_palavras.pdf
Relacoes_semanticas_entre_as_palavras.pdfRelacoes_semanticas_entre_as_palavras.pdf
Relacoes_semanticas_entre_as_palavras.pdf
 
varios_gramatica.pdf
varios_gramatica.pdfvarios_gramatica.pdf
varios_gramatica.pdf
 
Processos irregulares de formação de palavras
Processos irregulares de formação de palavrasProcessos irregulares de formação de palavras
Processos irregulares de formação de palavras
 
Pt7 ficha portugues_7_ano_classes_palavras
Pt7 ficha portugues_7_ano_classes_palavrasPt7 ficha portugues_7_ano_classes_palavras
Pt7 ficha portugues_7_ano_classes_palavras
 
Topm2 adicao estrat
Topm2 adicao estratTopm2 adicao estrat
Topm2 adicao estrat
 
Comunicar em francês comunicar em espanhol
Comunicar em francês   comunicar em espanholComunicar em francês   comunicar em espanhol
Comunicar em francês comunicar em espanhol
 
Teste1 numeros
Teste1 numerosTeste1 numeros
Teste1 numeros
 
Teste6 equacoes
Teste6 equacoesTeste6 equacoes
Teste6 equacoes
 

Último

Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
TailsonSantos1
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
marlene54545
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
tatianehilda
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
TailsonSantos1
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
CleidianeCarvalhoPer
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
HELENO FAVACHO
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
AntonioVieira539017
 

Último (20)

Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPlano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
 
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosmigração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
 

Resumos filosofia 2

  • 1. O problema da origem do conhecimento “Qual será, de facto, a origem do conhecimento?” Conhecimento a priori vs Conhecimento a posteriori Conhecimento a priori Independente da experiencia. Crenças verdadeiras que podem ser justificadas pelo pensamento. Conhecimento a posteriori Depende da experiencia. Crenças verdadeiras que não podem ser justificadas sem dados empíricos. Ceticismo • O ceticismo é a perspetiva segundo a qual devemos suspender o juízo relativamente à verdade ou falsidade de qualquer proposição, pois no geral as nossas pretensões de conhecimento são injustificadas. • Só temos conhecimento se tivermos crenças justificadas e, uma vez que justificamos as nossas crenças com base noutras crenças, acabamos sempre por cair numa cadeia de justificações. • As cadeias de justificações não são capazes de justificar seja o que for e, por conseguinte, o conhecimento não é possível. Racionalismo de Descartes • De acordo com René Descartes, a razão é a principal fonte do conhecimento. • René Descartes desvaloriza a experiencia. • O conhecimento é exclusivamente racional e a priori.
  • 2. • Método inspirado na matemática. • Sendo um racionalista convicto, o filósofo francês procurou combater os céticos radicais (que consideravam ser impossível ao sujeito apreender o objeto). A dúvida metódica O seu método era a dúvida metódica, que consistia em duvidar de tudo o que se possa imaginar e averiguar o que resiste a esse processo. Para reconhecer algo como verdadeiro toma como necessário estipular quatro regras: • Regra da evidência – “nunca aceitar coisa alguma por verdadeira, sem que a conhecesse evidentemente como tal”; • Regra da análise – “dividir em cada uma das dificuldades que examinava em tantas parcelas quantas fosse possível e fosse necessário, para melhor as resolver”; • Regra da síntese – “conduzir por ordem os pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir, pouco a pouco, gradualmente, até ao conhecimento dos mais complexos, não deixando de supor cera ordem entres eles que não se sucedem uns aos outros”. • Regra da enumeração/revisão – “fazer sempre enumerações tão complexas e tão gerais, que tivesse a certeza de nada omitir” A dúvida cartesiana é: Metódica- é apenas um método para encontrar um conhecimento seguro; Provisória: subsiste apenas até que se encontre algo absolutamente certo e indubitável; Universal: pode aplicar-se a todas as nossas crenças;
  • 3. Hiperbólica: não se limita a pôr tudo em dúvida, mas rejeita como falso o meramente duvidoso. • Descartes apresentou várias razões para duvidar: as ilusões dos sentidos, a indistinção vigília-sono, os erros de raciocínio, a Hipótese do Deus Enganador e a Hipótese do Génio Maligno. O Cogito • Apesar de admitir que pode ser enganado por um Génio Maligno, Descartes tem uma certeza: Penso, logo, existo. • Esta crença não pode ser posta em causa, pois para se poder duvidar do que quer que seja é preciso existir. • Primeira certeza clara e distinta de Descartes • Descartes refuta o ceticismo: se fosse verdade que nada se pode saber, então nem sequer poderíamos saber se existimos, mas é impossível duvidar que existimos; logo, é falso que nada se pode saber. • O cogito não é suficiente para assegurar Descartes de que tem um corpo. • Descartes conclui que é essencialmente uma substância pensante, isto é, uma mente ou alma imaterial, que existe independentemente do corpo. • Esta perspetiva ficou conhecida como “dualismo mente-corpo” (ou “dualismo cartesiano”). • O cogito representa o triunfo sobre o ceticismo • O que torna o cogito uma crença tão evidente é a sua clareza e distinção. Distinção e Clareza • A distinção e clareza são as características dos critérios de verdade. A existência de Deus • Segunda certeza clara e distinta de Descartes.
  • 4. • Para provar que Deus existe, Descartes recorre, entre outros, ao Argumento da Marca. • Este argumento diz-nos que se o Ser Perfeito não existisse, eu não poderia ter a ideia de perfeição. Se tenho uma ideia de perfeição então é porque existe. • Uma vez que Deus existe e não é enganador, garante a verdade das nossas ideias claras e distintas atuais e passadas. • Se Deus não engana então, o mundo físico existe. • Permite a descartes vencer o ceticismo, fixando-se no dogmatismo. • Se Deus não existisse tudo seria “o caos” e nunca poderíamos ter a garantia do funcionamento coerente da nossa razão nem ter noção de como se tornou possível a nossa existência. Tipos de Ideias Adventícias – Têm origem na experiencia sensível. Ex: Ideia de barco, copo, cão. Factícias – Fabricadas pela imaginação. Ex: dragão, sereia Inatas – Constitutivas da própria razão. Ex: Pensamento, Existência, matemática Objeções ao racionalismo • A consciência de que existe pensamento não é o suficiente para demonstrar a existência de um Eu que reclame esse pensamento como seu (objeções ao cogito). Quanto muito, Descartes provou que existe pensamento, mas não pode ter a certeza de que existe um autor do pensamento atualmente em curso. • Conhecida como Círculo Cartesiano e consiste em acusar Descartes de incorrer numa petição de princípio, pois procura estabelecer a existência de Deus raciocinando a partir de ideias claras e distintas, mas admite que só podemos estar certos de que as nossas ideias claras e distintas atuais e passadas são verdadeiras porque Deus existe.
  • 5. Empirismo de David Hume • David Hume defende que o conhecimento deriva fundamentalmente da experiencia. • David Hume privilegia o conhecimento à posteriori. • Ele defende que a capacidade cognitiva do entendimento humano é limitada. Assim defende que é na experiencia que o fundamento deve ser procurado. Impressões e Ideias Para Hume, o conteúdo das nossas mentes – as perceções – deriva da experiência e pode ser dividido em duas categorias, seguindo um critério de vivacidade e força: • as impressões - dados da nossa experiência imediata (sensações auditivas, visuais(…) emoções) Maior grau de força e vivacidade Ex: cor da flor que os olhos veem • as ideias – representações enfraquecidas das impressões. Ex: lembrança da cor da flor Nota: Deste modo não existem ideias inatas, já que todas as ideias humanas são cópias de impressões. Tipos de conhecimento/Investigação Tipos de conhecimento Verdades desses conhecimentos Exemplos Relação de Ideias (a priori) Necessárias São sempre verdadeiras. Negá-las implica contradição 2+2=4 Uma casa amarela é colorida Questões de Facto (a posteriori) Contingentes Poderiam ter sido falsas Negá-las não implica contradição Sócrates foi um filósofo grego O calor dilata os corpos
  • 6. Relação causa-efeito (causalidade) • O nosso conhecimento das relações causais baseia-se na experiencia. • Hume afirma que os acontecimentos entre os quais se verifica uma relação causal são completamente distintos. Assim, se não tivermos o auxilio da experiencia, nunca poderemos descobrir que efeito terá um certo acontecimento, nem que causa o produziu. • A causalidade consiste apenas numa conjugação constante/regularidades observáveis entre acontecimentos. • A ideia de conexão necessária não resulta dos nossos sentidos externos, mas sim de um sentimento interno adquirido pelo hábito. Problema da indução • Causas semelhantes terão efeitos semelhantes, ou, dito de outra forma, a natureza irá comportar-se no futuro conforme se tem comportado até hoje. • Hume considera que não há maneira de justificar racionalmente a nossa confiança neste princípio • Hume considera que a nossa confiança na indução não pode ser dedutivamente demonstrada nem inferida a partir da experiência, pois isso conduzir-nos-ia a uma petição de princípio. Objeções ao empirismo de David Hume Objeção à imagem da mente como tábua rasa • Qualquer processo de aprendizagem de uma língua pressupõe a existência prévia de algum conhecimento linguístico. Fodor aceita que é necessária a existência de um conhecimento linguístico inato.
  • 7. A racionalidade cientifica e a questão da objetividade. “Será a ciência objetiva?” Perspetiva de Kuhn • Para Thomas Kuhn, a ciência não é inteiramente objetiva uma vez que o cientista não é um sujeito neutro nem isolado, mas condicionado e contextualizado. • A produção cientifica depende de um paradigma cientifico. • Kuhn considera que o desenvolvimento científico consiste numa sucessão descontinuada e não cumulativa de períodos de relativa estabilidade e de consenso alargado, interrompidos por processos revolucionários. • Kuhn procurará encontrar uma forma de resolver os problemas que surgem, mantendo as suas teorias. • Anomalias são problemas/enigmas que os cientistas não conseguem resolver a partir dos paradigmas vigentes. Processo de desenvolvimento da ciência Ciência Normal Fase da atividade cientifica no âmbito de um dado paradigma aceite pela comunidade. Resolução de enigmas de acordo com a aplicação dos princípios/paradigmas vigentes. Anomalias Enigmas persistentes que o paradigma não é capaz de responder. Crise Fase de tomada de consciência da insuficiência do paradigma vigente para explicar. Crise Extraordinária Gera-se o debate sobre a manutenção do paradigma ou escolha de um novo. Revolução Cientifica Fase de mudança e aceitação de um novo paradigma Novo Paradigma Conjunto de crenças, técnicas e valores aceites pela comunidade cientifica e que orientam a sua atividade
  • 8. Incomensurabilidade • Não existe um padrão neutro que permita comparar objetivamente dois paradigmas entre si no sentido de detetar qual deles é o melhor. • Para defender a tese da incomensurabilidade Kuhn recorre aos seguintes argumentos: Argumento baseado na insuficiência dos critérios objetivos ( Se os paradigmas fossem comensuráveis, seria possível justificar a preferência por um paradigma através de critérios puramente objetivos.) Argumento baseado na impossibilidade de tradução entre paradigmas (Não é possível justificar a preferência por um paradigma através de critérios puramente objetivos.) Princípios/Critérios objetivos da escolha das teorias Exatidão – A teoria é capaz de fazer previsões corretas. Quanto mais exta, mais perto ela está do que é possível observar ou dos resultados da experimentação. Consistência – Ausência de contradições internas e compatibilidade da teoria com outras teorias aceites Alcance – Abrangência da teoria relativamente à diversidade de fenómenos que é capaz de explica. Simplicidade – Simplicidade e elegância na forma como a teoria explica os fenómenos. Fecundidade – Capacidade da teoria para impulsionar a investigação científica em direção a novas descobertas.
  • 9. Objeções à perspetiva de Thomas Kuhn • Se um paradigma resolve as anomalias de outro, então é falso que os paradigmas são incomensuráveis. Logo, é falso que os paradigmas são incomensuráveis. • A adesão a um novo paradigma ocorre por conversão (como se tratasse de uma questão de fé) ao novo paradigma. Perspetiva de Karl Popper • Popper acreditava que a ciência evolui progressivamente de modo irregular (por tentativa-erro) através da refutação de conjeturas. • Assim, nenhuma teoria é completamente definitiva e verdadeira. • Só com uma atitude critica é possível avançar A ciência avança por meio de tentativa-erro: ➢ Parte de problemas ➢ Propões hipóteses/conjeturas ➢ Vai eliminando os erros, submetendo as teorias à refutação ➢ Conduz à descoberta de novos problemas ❖ (E assim sucessivamente) • Uma teoria científica/conjetura, é mais verosímil do que outra quando implica um menor número de falsidades e permite explicar um maior número de fenómenos do que a sua concorrente.