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Descartes
Descartes foi um filósofo francês que reinventou a filosofia. Daí ser muitas vezes
designado de pai da filosofia moderna. Ora, ser considerado o pai da filosofia moderna
significa que Descartes foi um filósofo que, naturalmente, viveu na época do advento da
ciência, ou seja, no séc. XVII.
Descartes foi um filósofo marcado pela constante busca que tinha de um
conhecimento absoluto, ou seja, sem margem para dúvidas.
Ainda assim, Descartes - e depois de muitos estudos que fez- viu-se cheio de
dúvidas e confusões. Isto porque, como o próprio diz, os sentidos enganam-nos. Mas não
só os sentidos são fonte de engano para este pensados; Descartes também vai duvidar
da religião, da existência e até da matemática, pois nada nos garante que não exista um
génio malignos que nos engana quando julgamos estar a fazer raciocínios verdadeiros.
Apesar disto tudo e de tanta dúvida, Descartes acaba por concluir uma certeza que
a maioria das pessoas não consegue contrarias. Diz ele: “Posso duvidar de tudo, mas não
posso duvidar que estou a duvidar. Se duvido é porque penso, e se penso logo existo.
Temos então a primeira certeza de Descartes. É certo que ele já sabe que tem uma
existência espiritual, mas… e o resto? Sobre o seu corpo, as pessoas, os objetos, as
árvores e o mundo? E sobre aquele ser a que chamamos Deus?
Descartes vai começar por analisar as ideias que tem na sua cabeça, ou seja, as
ideias nas quais ele pensa.
A primeiras serão as que vêm dos sentidos. Mas estes levantam um problema:
como estes no enganam uma vez, quem nos garante que não nos enganam sempre?
As segundas são as que construímos com a nossa imaginação, como por exemplo
uma fada ou um dragão. Claro que o problema que estas ideias levantam consiste no
facto de serem falsas porque não existem.
Depois demos as ideias inatas, como a ideia de perfeito. Ora, o ser humano não é
perfeito e, ao mesmo tempo, no mundo não há nada de perfeito; o que leva Descartes a
concluir que esta ideia foi colocada em nós por um ser perfeito que só pode ser Deus.
Sendo perfeito e bom, Deus não nos engana, e isto significa que quando olhamos para o
mundo, se o fizermos com cuidado e organização podemos ter um conhecimento real das
coisas. É então possível o conhecimento verdadeiro do mundo.
David Hume
David Hume foi um filósofo que viveu na Escócia do séc.XVIII. É considerado um
filósofo empirista, pois acredita que todo o conhecimento vem da experiência. Assim
sendo, para este pensador, a experiência é a grande fonte do conhecimento, ao contrário
do que acontecia, por exemplo, com Descarte, que via na razão a única fonte segura do
conhecimento.
A propósito de Descartes, podemos dizer que a filosofia de Hume é, precisamente,
o oposto da de Descartes. Se Descartes acreditava em ideias inatas, David Hume nega
terminantemente tal faco, pois todas as nossas ideias resultam do que percepcionamos
com os nossos sentidos. Significa isto que não podemos ter qualquer certeza da
existência de uma alma, e ainda menos da existência de Deus. Como não temos uma
experiência física destas realidades (metafísicas), não podemos falar em natureza
espiritual ou da existência de Deus.
A intuição intelectual não é, assim, possível - só intuímos o que percepcionamos
por via da experiência empírica.
Claro que esta filosofia não é isenta de problemas. Ela, de facto, levanta um
problema essencial. Parece que David Hume, ao querer fundar uma sólida filosofia do
conhecimento, vai cair no tão pouco desejado ceticismo. Então vejamos: se a experiência
é a fonte do conhecimento, é certo, também, que ela só nos dá casos particulares, mas
como é que de casos particulares podemos chegar a uma lei absoluta e inequívoca?
Damos um exemplo prático:
Eu sei que hoje acontece determinado fenómeno. Sei, por exemplo, que se queimo
um metal, passado algum tempo ele vai dilatar. Sei que isto aconteceu hoje e ontem; mas
como sei que amanhã vai acontecer o mesmo?
Se não tenho a experiência do amanhã ou do “daqui a 20 segundos”, parece que
não posso fazer uma lei geral e universal… mas não é esse o propósito da ciência? Fazer
leis universais?
Parece que a filosofia de David Hume degenera mesmo no ceticismo - a
impossibilidade de conhecermos o que quer que seja com absoluta segurança.

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Resumo Descartes e David Hume - 11º Filosofia

  • 1. Descartes Descartes foi um filósofo francês que reinventou a filosofia. Daí ser muitas vezes designado de pai da filosofia moderna. Ora, ser considerado o pai da filosofia moderna significa que Descartes foi um filósofo que, naturalmente, viveu na época do advento da ciência, ou seja, no séc. XVII. Descartes foi um filósofo marcado pela constante busca que tinha de um conhecimento absoluto, ou seja, sem margem para dúvidas. Ainda assim, Descartes - e depois de muitos estudos que fez- viu-se cheio de dúvidas e confusões. Isto porque, como o próprio diz, os sentidos enganam-nos. Mas não só os sentidos são fonte de engano para este pensados; Descartes também vai duvidar da religião, da existência e até da matemática, pois nada nos garante que não exista um génio malignos que nos engana quando julgamos estar a fazer raciocínios verdadeiros. Apesar disto tudo e de tanta dúvida, Descartes acaba por concluir uma certeza que a maioria das pessoas não consegue contrarias. Diz ele: “Posso duvidar de tudo, mas não posso duvidar que estou a duvidar. Se duvido é porque penso, e se penso logo existo. Temos então a primeira certeza de Descartes. É certo que ele já sabe que tem uma existência espiritual, mas… e o resto? Sobre o seu corpo, as pessoas, os objetos, as árvores e o mundo? E sobre aquele ser a que chamamos Deus? Descartes vai começar por analisar as ideias que tem na sua cabeça, ou seja, as ideias nas quais ele pensa. A primeiras serão as que vêm dos sentidos. Mas estes levantam um problema: como estes no enganam uma vez, quem nos garante que não nos enganam sempre? As segundas são as que construímos com a nossa imaginação, como por exemplo uma fada ou um dragão. Claro que o problema que estas ideias levantam consiste no facto de serem falsas porque não existem. Depois demos as ideias inatas, como a ideia de perfeito. Ora, o ser humano não é perfeito e, ao mesmo tempo, no mundo não há nada de perfeito; o que leva Descartes a concluir que esta ideia foi colocada em nós por um ser perfeito que só pode ser Deus. Sendo perfeito e bom, Deus não nos engana, e isto significa que quando olhamos para o mundo, se o fizermos com cuidado e organização podemos ter um conhecimento real das coisas. É então possível o conhecimento verdadeiro do mundo.
  • 2. David Hume David Hume foi um filósofo que viveu na Escócia do séc.XVIII. É considerado um filósofo empirista, pois acredita que todo o conhecimento vem da experiência. Assim sendo, para este pensador, a experiência é a grande fonte do conhecimento, ao contrário do que acontecia, por exemplo, com Descarte, que via na razão a única fonte segura do conhecimento. A propósito de Descartes, podemos dizer que a filosofia de Hume é, precisamente, o oposto da de Descartes. Se Descartes acreditava em ideias inatas, David Hume nega terminantemente tal faco, pois todas as nossas ideias resultam do que percepcionamos com os nossos sentidos. Significa isto que não podemos ter qualquer certeza da existência de uma alma, e ainda menos da existência de Deus. Como não temos uma experiência física destas realidades (metafísicas), não podemos falar em natureza espiritual ou da existência de Deus. A intuição intelectual não é, assim, possível - só intuímos o que percepcionamos por via da experiência empírica. Claro que esta filosofia não é isenta de problemas. Ela, de facto, levanta um problema essencial. Parece que David Hume, ao querer fundar uma sólida filosofia do conhecimento, vai cair no tão pouco desejado ceticismo. Então vejamos: se a experiência é a fonte do conhecimento, é certo, também, que ela só nos dá casos particulares, mas como é que de casos particulares podemos chegar a uma lei absoluta e inequívoca? Damos um exemplo prático: Eu sei que hoje acontece determinado fenómeno. Sei, por exemplo, que se queimo um metal, passado algum tempo ele vai dilatar. Sei que isto aconteceu hoje e ontem; mas como sei que amanhã vai acontecer o mesmo? Se não tenho a experiência do amanhã ou do “daqui a 20 segundos”, parece que não posso fazer uma lei geral e universal… mas não é esse o propósito da ciência? Fazer leis universais? Parece que a filosofia de David Hume degenera mesmo no ceticismo - a impossibilidade de conhecermos o que quer que seja com absoluta segurança.