A relação ventilação-perfusão (V/Q) mede a funcionalidade do sistema respiratório, comparando a quantidade de ventilação e perfusão sanguínea em diferentes regiões do pulmão. Um desequilíbrio na relação V/Q, com ventilação e perfusão desiguais, pode resultar em hipoxemia e hipercapnia, comprometendo a troca gasosa. A distribuição da relação V/Q no pulmão é normalmente desigual, com maiores índices na base pulmonar.
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁHOSPITAL UNIVERSITÁRIO JOÃO DE BARROS BARRETORESIDÊNCIA MÉDICA EM PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA Fisiologia do Sistema Respiratório AULA 4 – VENTILAÇÃO/PERFUSÃO Odilton C. S. de Amaral
2. Fisiologia Respiratória Ventilação Difusão Fluxo de sangue, dissociação e metabolismo Relação de Ventilação-perfusão Transporte do Gás Mecanismo da Respiração
4. Ventilação-perfusão (V/Q) “é a razão existente entre a quantidade de ventilação e a quantidade de sangue que chega a esse pulmão , tendo como valores normais por volta de 0,8 a < 1” “ mede a funcionalidade do sistema respiratório” “O equilíbrio entre a ventilação (V) e o fluxo sanguíneo (Q) nas várias regiões do pulmão é essencial para troca gasosa adequada”
5. Introdução Troca gasosa ideal - volume de ar que entra no alvéolo (V) próximo ao volume de sangue (Q) que passa através do pulmão; Relação ventilação/perfusão (índice V/Q); Pulmão normal - relação deve estar abaixo de 1; pulmão não é todo ventilado a cada inspiração;
6. Introdução A relação ventilação/perfusão ideal é 1 ou seja V=P.A relação V/P no pulmão todo é cerca de 0,8. Distribuição da ventilação: a ventilação é maior na base pulmonar e vai decrescendo em direção ao ápice.
7. V/Q Alterações na relação: Índice V/Q ALTO – ventilação é alta e o fluxo sangüíneo é baixo, produz aumento de espaço morto , produzindo hipoxemia e hipercapnia . Índice V/Q BAIXO – ventilação baixa e o fluxo sangüíneo alto,shunt intrapulmonar, pode produzir uma hipoxemia com ou sem hipercapnia . Índice V/Q NULA - não há nem ventilação e nem perfusão sanguínea.
10. TRANSPORTE DE O2 Redução de PO2 da atmosfera para mitocondrias. PO2 ar inspirado 150mmHg PO2 no alvéolo cai. PO2 do gás alveolar= remoção de O2 pelo capilar X renovação contínua Ventilação alveolar Variações em torno de 3 mmHg, porém é contínuo. Taxa de remoção de O2 do pulmão é comandada pelo consumo de 02 nos tecidos A PO2 alveolar é determinada pelo nível de ventilação pulmonar PULMÃO PERFEITO = PO2 do sangue arterial seria a mesma do gás alveolar.
11. Hipoventilação PO2 ALVEOLAR => taxa de remoção de O2 do sangue e a renovação de O2 ventilação alveolar ; Ventilação alveolar baixa => PO2 alveolar cai e PCO2 eleva. Causas: morfina e barbitúricos; SEMPRE: ↑ PCO2 ALVEOLAR E PCO2 ARTERIAL; ↓ PO2 ALVEOLAR E ARTERIAL Revertida adicionando O2 na inspiração.
13. Difusão e Shunt PO2 do sangue nunca se iguala a do gás alveolar; Diferença incalculavelmente pequena resultante da difusão incompleta do gás; A diferença pode se tornar maior: Exercício Espessamento da membrana alvélo-capilar Inalação de mistura pobre em O2.
14. DIFUSÃO Transferência de O2 para tecidos Depressão de PO2 arterial por difusão e shunt
15. Difusão e Shunt Outra razão PO2 art ≤ PO2 gás alveolar; Sangue desviado shunt: “Sangue que entra no sistema arterial sem passar pelas áreas ventiladas do pulmão” Sangue da aa. Brônquica é coletado pelas veias pulmonares após perfusão nos brônquios e redução de O2; Peq. Qtde de sangue coronariano que drena direto p/ VE pelas veias cardíacas mínimas; O efeito dessa adição é a ↓ PO2 arterial.
16. SHUNT “Uma caracteristíca importante do shunt é a impossibilidade de abolir a hipoxemiapor meio de fornecimento de O2 a 100%, pois o sangue desviado que contorna os alvéolos ventilados nunca é exposto a PO2 alveolar mais alta, continuando ,portanto, a reduzir a PO2 arterial” Teste diagnóstico útil?
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18. Ponto venoso misto – PO2 40 e PCO2 45 Composição normal do gás alveolar PO2 100 e PCO2 40 Ponto de inspiração I – PO2 150 e PCO2 0 Diagrama O2-CO2 e linha da relação ventilação perfusão.
19. Troca gasosa regional no pulmão Ventilação aumenta lentamente A=>B Fluxo c/ mais rapidez
20. Troca gasosa no pulmão V/Q alta no ápice e baixa na base V/Q alta=> PO2 alta e PCO2 baixa. PO2 elevada ápice => Tbc
22. Desequilíbrio Ventilação-perfusão Altera a troca gasosa?captação de O2 e eliminação de CO2? V/Q desigual não consegue manter PO2 arterial alta PCO2 tão baixa quanto pulmão homogêneo sadio; Ventilação e fluxo sanguíneos desiguais resultam em redução de PO2 arterial; Em geral: hipoxemia e hipercapnia. Incremento de ventilação corrige a PCO2; Hipoxemia não (curva de dissociação de O2) ;
23. Desequilíbrio Ventilação-perfusão Alguns pacientes c/ V/Q ALTERADA apresentam PCO2 arterial normal; Quimiorreceptores percebem ↑ PCO2 alveolar => estímulo ventilatório (aula 6 ) => normaliza PCO2 arterial pelo incremento de V. As unidades Pulmonares com V/Q ALTA são ineficientes na eliminação de CO2; Incremento = Ventilação desperdiçada = ESPAÇO MORTO ALVEOLAR.
24. Distribuição das relações ventilação-perfusão Infusão em veia periférica; Mistura de gases inertes c/ variada solubilidade; Medição das concentrações dos gases no sangue arterial e no gás expirado; Usada mais em pesquisa do que em lab. Função pulmonar.
25. Distribuição das relações ventilação-perfusão Pessoa jovem normal Dispersão estreita e ausência de shunt.; Toda V e Q se aproximam do V/Q normal(1,0); Não há fluxo p/ seção não ventilada;
26. Distribuição das relações ventilação-perfusão Adulto DPOC Considerável fluxo p/ seção V/Q entre 0,03 e 0,3 Sangue pouco oxigenado irá reduzir a PO2 arterial Hipoxemia arterial e PCO2 arterial normal.
27. FIM Acessem a aula no Blog da Pneumologia: http://residenciapneumologiahujbb.wordpress.com.br/