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HIPOGLICEMIA
NO RECÉM
NASCIDO
Preceptora: Dra. Alexsandra
Bragança Magalhães
Residente (R1): Luana Melo
Introdução
● As células do corpo humano dependem de uma
produção regular de energia para a sustentação de suas
atividades metabólicas, cabendo à glicose o papel de
principal substrato energético celular
● Glicemia: regulada pela interação de múltiplos hormônios
Introdução
● O feto depende exclusivamente da oferta materna de
glicose para manter a sua glicemia
● O RN é obrigado a utilizar as suas reservas hepáticas de
glicogênio ou da gliconeogênese
— Sociedade Brasileira de
Pediatria
“Valores que definem hipo e
hiperglicemia neonatal permanecem
controversos”
Introdução
● Há muito que pode ser feito na
assistência das crianças com risco
aumentado de hipoglicemia
● Deve-se reconhecer diversas condições
maternas, fetais e neonatais
Esquema Conceitual
Homeostase da
glicose no feto e
no RN
01 Tratamento
04
Identificação de
risco para
hipoglicemia
neonatal
02 Sequelas
05
Diagnóstico da
hipoglicemia
neonatal
03
Homeostase da
glicose no feto e
no recém-nascido
01
Homeotase
● O feto depende da oferta transplacentária de nutrientes,
como a glicose
● A transferência da glicose se dá por difusão facilitada
● A placenta é impermeável aos demais hormônios que
controlam a glicemia
● Havendo oferta de glicose que ultrapasse as
necessidades energéticas de crescimento do feto, o
excesso é acumulado como glicogênio hepático
Homeotase
● A enzima glicocogênio-sintetase e a insulina fetal
aumentam a captação de glicose pelos tecidos muscular
e adiposo, resultando em armazenamento do glicogênio
muscular e de gordura
Nascimento
● Pela interrupção súbita da oferta transplacentária de
glicose, o RN passa a depender da glicogenólise e da
gliconeogênese
● A demanda por substrato energético aumenta para suprir
as exigências metabólicas, como: esforço respiratório,
atividade muscular e manutenção da temperatura
corporal
Nascimento
● Existe uma queda quase universal da glicemia nas
primeiras 3-6 horas de vida extrauterina, a qual é
estabilizada posteriormente a valores próximos de 50-
60mg/dL
Fatores de risco para baixa
glicemia pós-parto
● Diabetes ou toxemia materna
● Crescimento intrauterino restrito
● Retardo no início da alimentação oral
● Asfixia perinatal
● Hipotermia
Identificação de risco
para hipoglicemia
neonatal
02
Identificação
de risco
A maioria dos casos de hipoglicemia
é transitória, limitada ao período
neonatal e de fácil correção
É raro a hipoglicemia secundária a
endocrinopatias ou a erros inatos do
metabolismo
Associada a alterações no
metabolismo materno
Associada a enfermidades do
recém-nascido
Administração no intraparto
excessiva de glicose
Idiopática
Uso de hipoglicemiantes orais Prematuridade
Diabetes materna Asfixia perinatal
Hipoglicemia transitória
Secundária a
hiperinsulinismo
Secundária a
endocrinopatias
Secundária a erros
inatos do
metabolismo
Hiperplasia de células
B-pancreáticas
Insuficiência pituitária Galactosemia
Adenoma pancreático Deficiência de cortisol Intolerância à frutose
Síndrome de Beckwith-
Wiedemann
Doença do xarope do
bordo
Acidemia propiônica
Deficiência de carnitina
Hipoglicemia persistente ou recorrente
Acompanhamento da
glicemia
● Diante dos fatores de risco supracitados, deve-se
estabelecer o acompanhamento sistemático da glicemia, o
Screening, a fim de promover a remoção/correção desses
fatores e, quando possível, iniciar precocemente o tratamento
● Faz-se o uso das fitas reagentes à base de glicose-oxidase
ou peroxidase
— Sociedade Brasileira de
Pediatria
“Não havendo consenso quanto a sua
periodicidade, o Screening deve ser
realizado nas primeiras horas de vida”
Acompanhamento da
glicemia
● No Rio de Janeiro, realiza-se nas primeiras 3-6 horas e a
cada 2-6 horas a seguir, dependendo da tendência da
glicemia
● Na eventualidade de ser baixa glicemia por fita reagente,
uma nova amostra de sangue é colhida e enviada
prontamente para determinação laboratorial
● Alguns estudos chegam a evidenciar uma queda na glicose
sanguínea de 3-18mg/h
Diagnóstico da
hipoglicemia
neonatal
03
Diagnóstico
● Uma determinação isolada da glicemia do RN reflete apenas o
resultado momentâneo do balanço entre estímulos opostos:
- Hipoglicemiante: representando pela maior ou menor utilização
de glicose pelos órgãos e tecidos
- Hiperglicemiante: pela produção hepática de glicose e/ou pela
oferta exógena
● Sob influência do confronto do hormônio hipoglicemiante, a
insulina, e os hormônios hiperglicemiantes, o glucagon, a
adrenalina, o cortisol e o hormônio do crescimento
— Sociedade Brasileira de
Pediatria
“A glicemia baixa e prolongada pode
resultar em danos sistêmicos e/ou
neurológicos”
Diagnóstico
RN a termo: os valores então praticados para a definição de
hipoglicemia são
● Glicemia inicial < 30mg/dL
● Glicemia mais tarde < 40mg/dL
RN prematuro:
● Glicemia inicial < 20mg/dL
● Uma só determinação baixa, na presença de dois ou mais
sintomas
● Se assintomático, pelo menos uma hora de intervalo entre as
colheitas
Diagnóstico
● Valores que oscilam entre 40-50mg/dL ou 60mg/dL (altos) são
propostos como o limite inferior da glicemia normal no período
neonatal
● Centro de Prematuros do RJ: valor de glicose no sangue ou
plasma < 40mg/dL
Presença ou não
de sintomas
A hipoglicemia neonatal pode ser
sintomática ou assintomática, porém
nenhum dos sintomas é espécifico
Alguns sinais clínicos se associam
usualmente à hipoglicemia e obrigam uma
pronta determinação da glicemia no RN,
independente dos fatores de risco:
• Alterações do nível de consciência
(letargia, irritabilidade e estupor)
• Apneia, dispneia e crise de cianose
• Recusa alimentar, hipotermia,
hipotonia, tremores, coma, convulsões
Presença ou não
de sintomas
A ocorrência de convulsão sugere que o
cérebro não consegue mais suprir as suas
necessidades energéticas com outro
substrato, estando, assim, com maior
risco de sequelas neurológicas
Tratamento
04
Tratamento
Com risco de ocorrência de lesão cerebral, torna-se obrigatório um
diagnóstico pronto e um tratamento imediato, pois é uma postura de
negligência só atuar na presença de sintomas
Recomenda-se, respectivamente:
● A determinação seriada ou pontual da glicemia por fita reagente,
por exemplo < 45 mg/dl
● A obtenção de uma amostra plasmática para determinação em
laboratório central
Tratamento
Enquanto se aguarda o resultado do exame laboratorial, algumas
providências devem ser tomadas:
● Aumento da oferta de glicose
● Aumento do volume/frequência das mamadas, se o RN estiver
aceitando bem via oral
Tratamento
Havendo confirmação laboratorial de hipoglicemia com valor muito
baixo, acompanhado de sintomas, RN requer tratamento mais
agressivo:
● Infusão venosa rápida de 200-300mg/kg de peso (2 a 3mL de
glicose a 10%/kg de peso), em “bolo”, seguida de infusão de
manutenção de 6-8mg de glicose/kg de peso/minuto
Tratamento
Após esse tratamento, espera-se que a hipoglicemia seja corrigida e
deve-se realizar novo screening entre 30-60 minutos
Caso não seja corrigida a hipoglicemia:
● O “bolo” de glicose pode ser repetido, seguido do aumento da
taxa de infusão de glicose a 10-12 mg/kg/minuto
Tratamento
● Estratégia de screening e tratamento incluem a observação de
que, quando sintomática e presente nas primeiras horas de vida,
a hipoglicemia costuma ocorrer em valores < 20-25mg/dL
● A glicemia < 35mg/dL ocorrendo isoladamente nas primeiras
horas de vida de um RN de risco a termo ou próximo do termo,
mas assintomática, pode representar apenas uma queda
fisiológica que é corrigida espontaneamente em pouco tempo
Tratamento
● Filhos de mães diabéticas ou RN GIG beneficiam-se de um
screening mais frequente e de início mais precoce e da ingestão
de leite materno ou fórmula láctea, sendo que novas glicemias
serão determinadas antes da próxima mamada
Tratamento
● Já os PIG ou prematuros tardios devem ser submetidos a um
screening mais prolongado, estendendo-se de 24-72 horas de
vida, devido a um retardo no alcance da homeostase da glicose
● A diminuição da infusão venosa de glicose deve ser gradual e
acompanhada de incremento proporcional de ingestão oral de
leite e de novas glicemias capilares
Tratamento
● Nas glicemias denominadas persistentes (resistentes) ou
recorrentes é demandada, muitas vezes, a repetição do push de
glicose, bem como o aumento da taxa de infusão contínua de
glicose para valores maiores que 12-15mg/kg/minuto
● Situação que obriga o emprego de um acesso venoso central
Fatores de risco
Presença de sintomas
Sim
Glicemia por fita
reagente
>45mg/dL
Manter screening
<45mg/dL
Sintomas
Sim
Aumentar a infusão
venosa de glicose ou o
volume/frequência das
mamadas
Não
Push de glicose
intravenosa, seguido de
aumento da infusão de
manutenção
Não
Hipoglicemia persistente ou recorrente
Tratamento
● Opção terapêutica: Diazóxido - aumenta a produção de
adrenalina e dimunui a produção de insulina, resultando em
aumento na produção hepática de glicose e diminuição da sua
captação celular
● Doses: 2-5mg/kg, VO, a cada 8 horas
● Bem tolerado em casos de hiperinsulinismo
Tratamento
● Opção terapêutica: Glucagon – aumenta a glicogenólise
hepática e promove a gliconeogênese
● Doses: 150-300mcg/kg, EV ou IM, 4 a 6 vezes por dia
Tratamento
● Opção terapêutica: Adrenalina e Corticoides – apresentam
indicações muito restritas em razão dos seus efeitos colaterais
indesejáveis
● Opção terapêutica: Hormônio do crescimento – indicado em
casos de deficiência primária e hipopituitarismo
Tratamento
● Pancreatectomia: parcial ou total
● Indicada em caso de nesidioblastose
Hipoglicemia transitória
Presença de
sintomas
Glicemia < 40mg/dL
= Glicose IV
Ausência de
sintomas
0-4 horas de vida
Iniciar alimentação com 1h
Glicemia ¹/2 após
alimentação
Glicemia inicial
< 25mg/Dl =
Alimentar e
repetir glicemia
em 1h
< 25mg/dL = Glicose IV
25 – 40mg/dL =
Realimentar Glicose
IV (se necessário)
4 – 24 horas de vida
Manter alimentação de
2/2h ou de 3/3h
Glicemia antes de cada
alimentação
Glicemia inicial <
35mg/dL =
Alimentar e repetir
glicemia em 1h
< 35mg/dL =
Glicose IV
35-45mg/dL =
Realimentar Glicose
IV (se necessário)
Sequelas
05
Sequelas
Relatos pioneiros sobre os efeitos tardios da hipoglicemia neonatal
descrevem incidência de lesão do sistema nervoso central e/ou
exame oftalmológico anormal:
● de 50 % no subgrupo da hipoglicemia sintomática com
convulsões
● de 12% nos subgrupos da hipoglicemia sintomática sem
convulsões
● de 3% nos subgrupos das crianças hipoglicêmicas
assintomáticas
● de 5% no grupo-controle normoglicêmico

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  • 1. HIPOGLICEMIA NO RECÉM NASCIDO Preceptora: Dra. Alexsandra Bragança Magalhães Residente (R1): Luana Melo
  • 2. Introdução ● As células do corpo humano dependem de uma produção regular de energia para a sustentação de suas atividades metabólicas, cabendo à glicose o papel de principal substrato energético celular ● Glicemia: regulada pela interação de múltiplos hormônios
  • 3. Introdução ● O feto depende exclusivamente da oferta materna de glicose para manter a sua glicemia ● O RN é obrigado a utilizar as suas reservas hepáticas de glicogênio ou da gliconeogênese
  • 4. — Sociedade Brasileira de Pediatria “Valores que definem hipo e hiperglicemia neonatal permanecem controversos”
  • 5. Introdução ● Há muito que pode ser feito na assistência das crianças com risco aumentado de hipoglicemia ● Deve-se reconhecer diversas condições maternas, fetais e neonatais
  • 6. Esquema Conceitual Homeostase da glicose no feto e no RN 01 Tratamento 04 Identificação de risco para hipoglicemia neonatal 02 Sequelas 05 Diagnóstico da hipoglicemia neonatal 03
  • 7. Homeostase da glicose no feto e no recém-nascido 01
  • 8. Homeotase ● O feto depende da oferta transplacentária de nutrientes, como a glicose ● A transferência da glicose se dá por difusão facilitada ● A placenta é impermeável aos demais hormônios que controlam a glicemia ● Havendo oferta de glicose que ultrapasse as necessidades energéticas de crescimento do feto, o excesso é acumulado como glicogênio hepático
  • 9. Homeotase ● A enzima glicocogênio-sintetase e a insulina fetal aumentam a captação de glicose pelos tecidos muscular e adiposo, resultando em armazenamento do glicogênio muscular e de gordura
  • 10. Nascimento ● Pela interrupção súbita da oferta transplacentária de glicose, o RN passa a depender da glicogenólise e da gliconeogênese ● A demanda por substrato energético aumenta para suprir as exigências metabólicas, como: esforço respiratório, atividade muscular e manutenção da temperatura corporal
  • 11. Nascimento ● Existe uma queda quase universal da glicemia nas primeiras 3-6 horas de vida extrauterina, a qual é estabilizada posteriormente a valores próximos de 50- 60mg/dL
  • 12. Fatores de risco para baixa glicemia pós-parto ● Diabetes ou toxemia materna ● Crescimento intrauterino restrito ● Retardo no início da alimentação oral ● Asfixia perinatal ● Hipotermia
  • 13. Identificação de risco para hipoglicemia neonatal 02
  • 14. Identificação de risco A maioria dos casos de hipoglicemia é transitória, limitada ao período neonatal e de fácil correção É raro a hipoglicemia secundária a endocrinopatias ou a erros inatos do metabolismo
  • 15. Associada a alterações no metabolismo materno Associada a enfermidades do recém-nascido Administração no intraparto excessiva de glicose Idiopática Uso de hipoglicemiantes orais Prematuridade Diabetes materna Asfixia perinatal Hipoglicemia transitória
  • 16. Secundária a hiperinsulinismo Secundária a endocrinopatias Secundária a erros inatos do metabolismo Hiperplasia de células B-pancreáticas Insuficiência pituitária Galactosemia Adenoma pancreático Deficiência de cortisol Intolerância à frutose Síndrome de Beckwith- Wiedemann Doença do xarope do bordo Acidemia propiônica Deficiência de carnitina Hipoglicemia persistente ou recorrente
  • 17. Acompanhamento da glicemia ● Diante dos fatores de risco supracitados, deve-se estabelecer o acompanhamento sistemático da glicemia, o Screening, a fim de promover a remoção/correção desses fatores e, quando possível, iniciar precocemente o tratamento ● Faz-se o uso das fitas reagentes à base de glicose-oxidase ou peroxidase
  • 18. — Sociedade Brasileira de Pediatria “Não havendo consenso quanto a sua periodicidade, o Screening deve ser realizado nas primeiras horas de vida”
  • 19. Acompanhamento da glicemia ● No Rio de Janeiro, realiza-se nas primeiras 3-6 horas e a cada 2-6 horas a seguir, dependendo da tendência da glicemia ● Na eventualidade de ser baixa glicemia por fita reagente, uma nova amostra de sangue é colhida e enviada prontamente para determinação laboratorial ● Alguns estudos chegam a evidenciar uma queda na glicose sanguínea de 3-18mg/h
  • 21. Diagnóstico ● Uma determinação isolada da glicemia do RN reflete apenas o resultado momentâneo do balanço entre estímulos opostos: - Hipoglicemiante: representando pela maior ou menor utilização de glicose pelos órgãos e tecidos - Hiperglicemiante: pela produção hepática de glicose e/ou pela oferta exógena ● Sob influência do confronto do hormônio hipoglicemiante, a insulina, e os hormônios hiperglicemiantes, o glucagon, a adrenalina, o cortisol e o hormônio do crescimento
  • 22. — Sociedade Brasileira de Pediatria “A glicemia baixa e prolongada pode resultar em danos sistêmicos e/ou neurológicos”
  • 23. Diagnóstico RN a termo: os valores então praticados para a definição de hipoglicemia são ● Glicemia inicial < 30mg/dL ● Glicemia mais tarde < 40mg/dL RN prematuro: ● Glicemia inicial < 20mg/dL ● Uma só determinação baixa, na presença de dois ou mais sintomas ● Se assintomático, pelo menos uma hora de intervalo entre as colheitas
  • 24. Diagnóstico ● Valores que oscilam entre 40-50mg/dL ou 60mg/dL (altos) são propostos como o limite inferior da glicemia normal no período neonatal ● Centro de Prematuros do RJ: valor de glicose no sangue ou plasma < 40mg/dL
  • 25. Presença ou não de sintomas A hipoglicemia neonatal pode ser sintomática ou assintomática, porém nenhum dos sintomas é espécifico Alguns sinais clínicos se associam usualmente à hipoglicemia e obrigam uma pronta determinação da glicemia no RN, independente dos fatores de risco: • Alterações do nível de consciência (letargia, irritabilidade e estupor) • Apneia, dispneia e crise de cianose • Recusa alimentar, hipotermia, hipotonia, tremores, coma, convulsões
  • 26. Presença ou não de sintomas A ocorrência de convulsão sugere que o cérebro não consegue mais suprir as suas necessidades energéticas com outro substrato, estando, assim, com maior risco de sequelas neurológicas
  • 28. Tratamento Com risco de ocorrência de lesão cerebral, torna-se obrigatório um diagnóstico pronto e um tratamento imediato, pois é uma postura de negligência só atuar na presença de sintomas Recomenda-se, respectivamente: ● A determinação seriada ou pontual da glicemia por fita reagente, por exemplo < 45 mg/dl ● A obtenção de uma amostra plasmática para determinação em laboratório central
  • 29. Tratamento Enquanto se aguarda o resultado do exame laboratorial, algumas providências devem ser tomadas: ● Aumento da oferta de glicose ● Aumento do volume/frequência das mamadas, se o RN estiver aceitando bem via oral
  • 30. Tratamento Havendo confirmação laboratorial de hipoglicemia com valor muito baixo, acompanhado de sintomas, RN requer tratamento mais agressivo: ● Infusão venosa rápida de 200-300mg/kg de peso (2 a 3mL de glicose a 10%/kg de peso), em “bolo”, seguida de infusão de manutenção de 6-8mg de glicose/kg de peso/minuto
  • 31. Tratamento Após esse tratamento, espera-se que a hipoglicemia seja corrigida e deve-se realizar novo screening entre 30-60 minutos Caso não seja corrigida a hipoglicemia: ● O “bolo” de glicose pode ser repetido, seguido do aumento da taxa de infusão de glicose a 10-12 mg/kg/minuto
  • 32. Tratamento ● Estratégia de screening e tratamento incluem a observação de que, quando sintomática e presente nas primeiras horas de vida, a hipoglicemia costuma ocorrer em valores < 20-25mg/dL ● A glicemia < 35mg/dL ocorrendo isoladamente nas primeiras horas de vida de um RN de risco a termo ou próximo do termo, mas assintomática, pode representar apenas uma queda fisiológica que é corrigida espontaneamente em pouco tempo
  • 33. Tratamento ● Filhos de mães diabéticas ou RN GIG beneficiam-se de um screening mais frequente e de início mais precoce e da ingestão de leite materno ou fórmula láctea, sendo que novas glicemias serão determinadas antes da próxima mamada
  • 34. Tratamento ● Já os PIG ou prematuros tardios devem ser submetidos a um screening mais prolongado, estendendo-se de 24-72 horas de vida, devido a um retardo no alcance da homeostase da glicose ● A diminuição da infusão venosa de glicose deve ser gradual e acompanhada de incremento proporcional de ingestão oral de leite e de novas glicemias capilares
  • 35. Tratamento ● Nas glicemias denominadas persistentes (resistentes) ou recorrentes é demandada, muitas vezes, a repetição do push de glicose, bem como o aumento da taxa de infusão contínua de glicose para valores maiores que 12-15mg/kg/minuto ● Situação que obriga o emprego de um acesso venoso central
  • 36. Fatores de risco Presença de sintomas Sim Glicemia por fita reagente >45mg/dL Manter screening <45mg/dL Sintomas Sim Aumentar a infusão venosa de glicose ou o volume/frequência das mamadas Não Push de glicose intravenosa, seguido de aumento da infusão de manutenção Não Hipoglicemia persistente ou recorrente
  • 37. Tratamento ● Opção terapêutica: Diazóxido - aumenta a produção de adrenalina e dimunui a produção de insulina, resultando em aumento na produção hepática de glicose e diminuição da sua captação celular ● Doses: 2-5mg/kg, VO, a cada 8 horas ● Bem tolerado em casos de hiperinsulinismo
  • 38. Tratamento ● Opção terapêutica: Glucagon – aumenta a glicogenólise hepática e promove a gliconeogênese ● Doses: 150-300mcg/kg, EV ou IM, 4 a 6 vezes por dia
  • 39. Tratamento ● Opção terapêutica: Adrenalina e Corticoides – apresentam indicações muito restritas em razão dos seus efeitos colaterais indesejáveis ● Opção terapêutica: Hormônio do crescimento – indicado em casos de deficiência primária e hipopituitarismo
  • 40. Tratamento ● Pancreatectomia: parcial ou total ● Indicada em caso de nesidioblastose
  • 41. Hipoglicemia transitória Presença de sintomas Glicemia < 40mg/dL = Glicose IV Ausência de sintomas 0-4 horas de vida Iniciar alimentação com 1h Glicemia ¹/2 após alimentação Glicemia inicial < 25mg/Dl = Alimentar e repetir glicemia em 1h < 25mg/dL = Glicose IV 25 – 40mg/dL = Realimentar Glicose IV (se necessário) 4 – 24 horas de vida Manter alimentação de 2/2h ou de 3/3h Glicemia antes de cada alimentação Glicemia inicial < 35mg/dL = Alimentar e repetir glicemia em 1h < 35mg/dL = Glicose IV 35-45mg/dL = Realimentar Glicose IV (se necessário)
  • 43. Sequelas Relatos pioneiros sobre os efeitos tardios da hipoglicemia neonatal descrevem incidência de lesão do sistema nervoso central e/ou exame oftalmológico anormal: ● de 50 % no subgrupo da hipoglicemia sintomática com convulsões ● de 12% nos subgrupos da hipoglicemia sintomática sem convulsões ● de 3% nos subgrupos das crianças hipoglicêmicas assintomáticas ● de 5% no grupo-controle normoglicêmico