1. GIDDENS, A. A Constituição da Sociedade. 2.ed. São Paulo:
Martins Fontes, 2003
Carlos Jonathan Santos
2. Elementos da teoria da estruturação
Se as sociologias interpretativas se assentam, por assim dizer, num
imperialismo do sujeito, o funcionalismo e o estruturalismo, por
seu lado, propõem um imperialismo do objeto social. Uma de
minhas principais ambições na formulação da teoria da
estruturação é por um fim a cada um desses esforços de
estabelecimento de impérios. O domínio básico de estudo das
ciências sociais, de acordo com a teoria da estruturação, não é
a experiência do ator individual nem a existência de qualquer
forma de totalidade social, mas as praticas sociais ordenadas no
espaço e no tempo.
3. O agente, a agência
Modelo de estratificação do agente O monitoramento reflexivo da
atividade é uma característica
crônica da ação cotidiana e
envolve a conduta não apenas do
indivíduo mas também dos outros.
Os atores rotineiramente e, na
maioria dos casos, sem qualquer
alarde, mantém um contínuo
”entendimento teórico” das bases
de sua atividade - conseguem
explicar o que fazem.
É mais o potencial para a ação do
que a própria ação.
4. "Agencia" não se refere as intenções que as pessoas tem ao fazer
as coisas, mas a capacidade delas para realizar essas coisas em
primeiro lugar (sendo por isso que "agência" subentende poder: cf.
uma definição de agente do Oxford English Dictionary como
"alguém que exerce poder ou produz um efeito").
5. Pode-se expressar a dualidade de estrutura nas relações de poder
da seguinte maneira.
Os recursos são veículos através dos quais o poder é exercido,
como um elemento rotineiro da exemplificação da conduta na
reprodução social.
O poder em sistemas sociais que desfrutam de certa
continuidade no tempo e no espaço pressupõe relações
regularizadas de autonomia e dependência entre atores ou
coletividades em contextos de interação social. Mas todas as
formas de dependência oferecem alguns recursos por meio dos
quais aqueles que são subordinados podem influenciar as
atividades de seus superiores. E a isso que chamo de dialética
do controle em sistemas sociais.
6. Estrutura, estruturação
Ao analisar relações sociais, temos de reconhecer tanto uma
dimensão sintagmática, a padronização de relações sociais no
tempo-espaço envolvendo a reprodução de praticas localizadas,
quanta uma dimensão paradigmática, envolvendo uma ordem
virtual de "modos / de estruturação" recursivamente implicados
em tal reprodução.
As propriedades estruturais mais profundamente embutidas,
implicadas na reprodução de totalidades sociais, chama-se
principios estruturais. Aquelas praticas que possuem a maior
extensão espaço-temporal, dentro de tais totalidades, podem ser
designadas como instituições.
7. Uma das principais proposições da teoria da estruturação
[...] as regras e os recursos esboçados na produção e na
reprodução da ação social são, ao mesmo tempo, os meios de
reprodução do sistema (a dualidade de estrutura) (GIDDENS,
2003, p. 22).
Encaremos as regras da vida social, portanto, como técnicas ou
procedimentos generalizáveis aplicados no
desempenho/reprodução de práticas sociais.
"Estrutura" refere-se não só a regras envolvidas na produção e
reprodução de sistemas sociais, mas também a recursos.
8. O termo "estrutura" tende a ser ligado com os aspectos mais
duradouros dos sistemas sociais em mente. Os mais importantes
aspectos da estrutura são as regras e os meios recursivamente
envolvidos em instituições.
As instituições são, por definição, os aspectos mais duradouros da
vida social.
Ao falar das propriedades estruturais dos sistemas sociais refiro-
me as suas características institucionalizadas, proporcionando
"solidez" através do tempo e do espaço.