SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
SILVA, B. L. P. O silêncio da metafísica em Moritz Schlick e em
Rudolf Carnap. Pensar-Revista Eletrônica da FAJE, v. 3, n. 1, p. 75–
85, 2012.
Carlos Jonathan Santos
O Princípio de verificação em Schlick: uma crítica a metafísica
 O dado para o positivista é apenas uma palavra para designar as coisas
simples que existem.
 O papel da filosofia consiste em procurar o sentido de afirmações e
perguntas.
 Uma proposição ou enunciado só terá sentido quando for possível ser
verificado no dado e, é por isso que o sentido de todos os enunciados só
pode ser formulado e compreendido com o auxílio do dado.
 Propósitos que afirmam que a verdadeira realidade é o ser transcendente
são carentes de sentido, pois não apresentam qualquer possibilidade de
verificação empírica.
 Realidade significa estar sempre em uma determinada conexão com o dado.
 Na acepção da ciência o termo ”mundo externo” significa coisa, ou seja,
mundo fenomênico.
 Não faz diferença alguma admitir ou não a existência de algo a mais atrás
do mundo empírico. Portanto, o realismo metafísico na realidade não é
constatável, não é verificável.
 Para uma proposição ter sentido é necessário que seja verificado
empiricamente. .
 Possibilidade da verificação pode ser (1) empiricamente possível e (2)
logicamente possível.
 Empiricamente possível é tudo aquilo que não contradiz as leis da natureza
 Logicamente possível é se um fato ou processo pode ser descrito, ou seja, se
a sentença que o descreve obedece às normas da gramática que estipulamos
para a língua.
A metafísica como pseudoproblema na filosofia em Carnap
 Somente os enunciados que possuem conteúdo fatual são teoricamente
significativos. Já os enunciados que não estão fundamentados pela
experiência são carentes de significado.
 Os enunciados metafísicos são carentes de sentido por não terem conteúdo
fatual.
 A experiência fundamenta o enunciado, sempre que esse expressar o
conteúdo daquela experiência.
 Um enunciado só é ”testável” quando podemos indicar as condições em
que ocorreria uma experiência que fundamente ou contradiz o enunciado.
 Carnap critica o método indutivo. Para ele, se pronunciarmos um
enunciado, o nosso raciocínio transcende o seu conteúdo.
 Essas deduções a partir de premissas dadas, originam erros, pelo simples
motivo de irem além dos fatos que constituem o conteúdo enunciado.
A metafísica como pseudoproblema na filosofia em Carnap
 Para Carnap, a metafísica – em particular o realismo e o idealismo –
transcende sempre a experiência e, como consequência disso, não possui
nenhum conteúdo fatual.
 As teses do Realismo e do Idealismo não são falsas para ele. Elas apenas
não possuem significado e por isso não podemos colocar a questão de sua
verdade e falsidade.
 Não podemos nunca verificar, por exemplo, uma lei da física ou da
química, mas podemos testá-las para aumentar a confirmação cada vez
maior delas.
 Ao perceber a impossibilidade de verificação absoluta e,
consequentemente, a contradição interna que o princípio conduz, Carnap se
afasta do Círculo de Viena ao adotar o princípio da confirmabilidade.
 Os enunciados da metafísica não possuem conteúdos fatuais e por esse
motivo não podem ser testados.
CONCLUSÃO
 Para Schlick, as proposições metafísicas são carentes de sentidos, pois não
podem ser verificadas junto ao dado.
 Para Carnap, os enunciados que não possuem conteúdo fatual são carentes
de significado.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

A Metafísica Realista de São Tomás de Aquino - o Ato de Ser
A Metafísica Realista de São Tomás de Aquino - o Ato de SerA Metafísica Realista de São Tomás de Aquino - o Ato de Ser
A Metafísica Realista de São Tomás de Aquino - o Ato de SerHenrique Dezidério
 
Porchat lógica e conhecimento
Porchat lógica e conhecimentoPorchat lógica e conhecimento
Porchat lógica e conhecimentoEscadufax81
 
Parmênides de eléia
Parmênides de eléiaParmênides de eléia
Parmênides de eléiajulia_ov
 
Dogmatica Metodologia
Dogmatica MetodologiaDogmatica Metodologia
Dogmatica Metodologiacelsorocca
 
Fenomenologia - Semiótica
Fenomenologia - SemióticaFenomenologia - Semiótica
Fenomenologia - Semióticajufeliz
 
A crise da metafísica com hume.
A crise da metafísica com hume.A crise da metafísica com hume.
A crise da metafísica com hume.Paloma Meneses
 
T 2002 teste de avaliação
T 2002 teste de avaliaçãoT 2002 teste de avaliação
T 2002 teste de avaliaçãomluisavalente
 
Bergson 1608 ensaio sobre a relação do corpo
Bergson 1608 ensaio sobre a relação do corpoBergson 1608 ensaio sobre a relação do corpo
Bergson 1608 ensaio sobre a relação do corpoDany Pereira
 
Adorno atualidade da filosofia 1966 [doc]
Adorno   atualidade da filosofia 1966 [doc]Adorno   atualidade da filosofia 1966 [doc]
Adorno atualidade da filosofia 1966 [doc]Aline Trigo
 
Introfilosofia
IntrofilosofiaIntrofilosofia
IntrofilosofiaAida Cunha
 

Mais procurados (19)

Ficha kant 1
Ficha kant 1Ficha kant 1
Ficha kant 1
 
A Metafísica Realista de São Tomás de Aquino - o Ato de Ser
A Metafísica Realista de São Tomás de Aquino - o Ato de SerA Metafísica Realista de São Tomás de Aquino - o Ato de Ser
A Metafísica Realista de São Tomás de Aquino - o Ato de Ser
 
Porchat lógica e conhecimento
Porchat lógica e conhecimentoPorchat lógica e conhecimento
Porchat lógica e conhecimento
 
Resumo kant
Resumo kantResumo kant
Resumo kant
 
4aula vestibular - filosofia
4aula   vestibular - filosofia4aula   vestibular - filosofia
4aula vestibular - filosofia
 
Parmênides de eléia
Parmênides de eléiaParmênides de eléia
Parmênides de eléia
 
Dogmatica Metodologia
Dogmatica MetodologiaDogmatica Metodologia
Dogmatica Metodologia
 
Kant. Conhecimento.
Kant. Conhecimento.Kant. Conhecimento.
Kant. Conhecimento.
 
Fenomenologia - Semiótica
Fenomenologia - SemióticaFenomenologia - Semiótica
Fenomenologia - Semiótica
 
Filosofia uel (2)
Filosofia uel (2)Filosofia uel (2)
Filosofia uel (2)
 
A crise da metafísica com hume.
A crise da metafísica com hume.A crise da metafísica com hume.
A crise da metafísica com hume.
 
T 2002 teste de avaliação
T 2002 teste de avaliaçãoT 2002 teste de avaliação
T 2002 teste de avaliação
 
Matéria e memória
Matéria e memóriaMatéria e memória
Matéria e memória
 
Bergson 1608 ensaio sobre a relação do corpo
Bergson 1608 ensaio sobre a relação do corpoBergson 1608 ensaio sobre a relação do corpo
Bergson 1608 ensaio sobre a relação do corpo
 
Adorno atualidade da filosofia 1966 [doc]
Adorno   atualidade da filosofia 1966 [doc]Adorno   atualidade da filosofia 1966 [doc]
Adorno atualidade da filosofia 1966 [doc]
 
O que é metafisica?
O que é metafisica?O que é metafisica?
O que é metafisica?
 
Introfilosofia
IntrofilosofiaIntrofilosofia
Introfilosofia
 
Metafísica em aristóteles
Metafísica em aristótelesMetafísica em aristóteles
Metafísica em aristóteles
 
Razão e Lógica
Razão e LógicaRazão e Lógica
Razão e Lógica
 

Semelhante a O silêncio da metafísica em moritz schlick e em rudolf carnap.

O que é metafísica_Heidegger.pdf
O que é metafísica_Heidegger.pdfO que é metafísica_Heidegger.pdf
O que é metafísica_Heidegger.pdfyurihatgivagiannis
 
Osho - Dimensões Além do Conhecido.pdf
Osho - Dimensões Além do Conhecido.pdfOsho - Dimensões Além do Conhecido.pdf
Osho - Dimensões Além do Conhecido.pdfHubertoRohden2
 
Comparação_Popper_kuhn
Comparação_Popper_kuhn Comparação_Popper_kuhn
Comparação_Popper_kuhn Isabel Moura
 
A centralidade politica da classe trabalhadora2
A centralidade politica da classe trabalhadora2A centralidade politica da classe trabalhadora2
A centralidade politica da classe trabalhadora2Gecira Di Fiori
 
A centralidade politica da classe trabalhadora2
A centralidade politica da classe trabalhadora2A centralidade politica da classe trabalhadora2
A centralidade politica da classe trabalhadora2gedfiori
 
O PENSAMENTO DE KARL POPPER SOBRE O MAL 2.pdf
O PENSAMENTO DE KARL POPPER SOBRE O MAL 2.pdfO PENSAMENTO DE KARL POPPER SOBRE O MAL 2.pdf
O PENSAMENTO DE KARL POPPER SOBRE O MAL 2.pdfrf5339
 
Apresentação de slides - Lógica jurídica (1).pdf
Apresentação de slides - Lógica jurídica (1).pdfApresentação de slides - Lógica jurídica (1).pdf
Apresentação de slides - Lógica jurídica (1).pdfMarinaMarques91
 
Bergson. O cérebroe o pensamento
Bergson. O cérebroe o pensamentoBergson. O cérebroe o pensamento
Bergson. O cérebroe o pensamentodaniellncruz
 
Unidade I – evolução do conhecimento
Unidade I – evolução do conhecimentoUnidade I – evolução do conhecimento
Unidade I – evolução do conhecimentoAlex Alembert
 
Popper e Indeterminismo
Popper e IndeterminismoPopper e Indeterminismo
Popper e IndeterminismoJorge Barbosa
 
1 teoria do conhecimento
1 teoria do conhecimento1 teoria do conhecimento
1 teoria do conhecimentoErica Frau
 

Semelhante a O silêncio da metafísica em moritz schlick e em rudolf carnap. (20)

Hume descartes e_locke
Hume descartes e_lockeHume descartes e_locke
Hume descartes e_locke
 
O que é metafísica_Heidegger.pdf
O que é metafísica_Heidegger.pdfO que é metafísica_Heidegger.pdf
O que é metafísica_Heidegger.pdf
 
Osho - Dimensões Além do Conhecido.pdf
Osho - Dimensões Além do Conhecido.pdfOsho - Dimensões Além do Conhecido.pdf
Osho - Dimensões Além do Conhecido.pdf
 
Filosofia 11ºano
Filosofia 11ºanoFilosofia 11ºano
Filosofia 11ºano
 
Merda de filosofia
Merda de filosofiaMerda de filosofia
Merda de filosofia
 
Metodologia científica
Metodologia científicaMetodologia científica
Metodologia científica
 
Metodologia científica
Metodologia científicaMetodologia científica
Metodologia científica
 
Comparação_Popper_kuhn
Comparação_Popper_kuhn Comparação_Popper_kuhn
Comparação_Popper_kuhn
 
A centralidade politica da classe trabalhadora2
A centralidade politica da classe trabalhadora2A centralidade politica da classe trabalhadora2
A centralidade politica da classe trabalhadora2
 
A centralidade politica da classe trabalhadora2
A centralidade politica da classe trabalhadora2A centralidade politica da classe trabalhadora2
A centralidade politica da classe trabalhadora2
 
O PENSAMENTO DE KARL POPPER SOBRE O MAL 2.pdf
O PENSAMENTO DE KARL POPPER SOBRE O MAL 2.pdfO PENSAMENTO DE KARL POPPER SOBRE O MAL 2.pdf
O PENSAMENTO DE KARL POPPER SOBRE O MAL 2.pdf
 
Apriorismo Lazaro.docx
Apriorismo Lazaro.docxApriorismo Lazaro.docx
Apriorismo Lazaro.docx
 
Apresentação de slides - Lógica jurídica (1).pdf
Apresentação de slides - Lógica jurídica (1).pdfApresentação de slides - Lógica jurídica (1).pdf
Apresentação de slides - Lógica jurídica (1).pdf
 
Bergson. O cérebroe o pensamento
Bergson. O cérebroe o pensamentoBergson. O cérebroe o pensamento
Bergson. O cérebroe o pensamento
 
A dedução de verdades
A dedução de verdadesA dedução de verdades
A dedução de verdades
 
A dedução de verdades
A dedução de verdadesA dedução de verdades
A dedução de verdades
 
Unidade I – evolução do conhecimento
Unidade I – evolução do conhecimentoUnidade I – evolução do conhecimento
Unidade I – evolução do conhecimento
 
Popper e Indeterminismo
Popper e IndeterminismoPopper e Indeterminismo
Popper e Indeterminismo
 
1 teoria do conhecimento
1 teoria do conhecimento1 teoria do conhecimento
1 teoria do conhecimento
 
Logica
LogicaLogica
Logica
 

Mais de Carlos Jonathan Santos

Organizational evolution a metamorphosis model of convergence and reorientat...
Organizational evolution  a metamorphosis model of convergence and reorientat...Organizational evolution  a metamorphosis model of convergence and reorientat...
Organizational evolution a metamorphosis model of convergence and reorientat...Carlos Jonathan Santos
 
The social construction of organizational change paradoxes. journal of organi...
The social construction of organizational change paradoxes. journal of organi...The social construction of organizational change paradoxes. journal of organi...
The social construction of organizational change paradoxes. journal of organi...Carlos Jonathan Santos
 
The structureof the social system invariant points of reference for the str...
The structureof the social system   invariant points of reference for the str...The structureof the social system   invariant points of reference for the str...
The structureof the social system invariant points of reference for the str...Carlos Jonathan Santos
 
Da sociedade pós industrial à pós-moderna- novas teorias sobre o mundo con...
Da sociedade pós industrial à pós-moderna- novas teorias sobre o mundo con...Da sociedade pós industrial à pós-moderna- novas teorias sobre o mundo con...
Da sociedade pós industrial à pós-moderna- novas teorias sobre o mundo con...Carlos Jonathan Santos
 
Foucault and history in organization studies
Foucault and history in organization studiesFoucault and history in organization studies
Foucault and history in organization studiesCarlos Jonathan Santos
 
Elementos da teoria da estruturação
Elementos da teoria da estruturaçãoElementos da teoria da estruturação
Elementos da teoria da estruturaçãoCarlos Jonathan Santos
 
A estrutura das revoluções científicas
A estrutura das revoluções científicasA estrutura das revoluções científicas
A estrutura das revoluções científicasCarlos Jonathan Santos
 
Organization theory as a postmodern science
 Organization theory as a postmodern science Organization theory as a postmodern science
Organization theory as a postmodern scienceCarlos Jonathan Santos
 
Cultura Organizacional - cultura como uma metáfora e metáfora de culturas.
Cultura Organizacional - cultura como uma metáfora e metáfora de culturas.Cultura Organizacional - cultura como uma metáfora e metáfora de culturas.
Cultura Organizacional - cultura como uma metáfora e metáfora de culturas. Carlos Jonathan Santos
 
Aprendizagem organizacional (Learning Organizational - The Third Way
Aprendizagem organizacional (Learning Organizational - The Third WayAprendizagem organizacional (Learning Organizational - The Third Way
Aprendizagem organizacional (Learning Organizational - The Third WayCarlos Jonathan Santos
 

Mais de Carlos Jonathan Santos (14)

Organizational evolution a metamorphosis model of convergence and reorientat...
Organizational evolution  a metamorphosis model of convergence and reorientat...Organizational evolution  a metamorphosis model of convergence and reorientat...
Organizational evolution a metamorphosis model of convergence and reorientat...
 
The social construction of organizational change paradoxes. journal of organi...
The social construction of organizational change paradoxes. journal of organi...The social construction of organizational change paradoxes. journal of organi...
The social construction of organizational change paradoxes. journal of organi...
 
The structureof the social system invariant points of reference for the str...
The structureof the social system   invariant points of reference for the str...The structureof the social system   invariant points of reference for the str...
The structureof the social system invariant points of reference for the str...
 
Latour
LatourLatour
Latour
 
Da sociedade pós industrial à pós-moderna- novas teorias sobre o mundo con...
Da sociedade pós industrial à pós-moderna- novas teorias sobre o mundo con...Da sociedade pós industrial à pós-moderna- novas teorias sobre o mundo con...
Da sociedade pós industrial à pós-moderna- novas teorias sobre o mundo con...
 
Foucault and history in organization studies
Foucault and history in organization studiesFoucault and history in organization studies
Foucault and history in organization studies
 
Elementos da teoria da estruturação
Elementos da teoria da estruturaçãoElementos da teoria da estruturação
Elementos da teoria da estruturação
 
As regras do método sociológico
As regras do método sociológico As regras do método sociológico
As regras do método sociológico
 
A estrutura das revoluções científicas
A estrutura das revoluções científicasA estrutura das revoluções científicas
A estrutura das revoluções científicas
 
Organization theory as a postmodern science
 Organization theory as a postmodern science Organization theory as a postmodern science
Organization theory as a postmodern science
 
Cultura Organizacional - cultura como uma metáfora e metáfora de culturas.
Cultura Organizacional - cultura como uma metáfora e metáfora de culturas.Cultura Organizacional - cultura como uma metáfora e metáfora de culturas.
Cultura Organizacional - cultura como uma metáfora e metáfora de culturas.
 
Organizational culture
Organizational culture Organizational culture
Organizational culture
 
Aprendizagem organizacional (Learning Organizational - The Third Way
Aprendizagem organizacional (Learning Organizational - The Third WayAprendizagem organizacional (Learning Organizational - The Third Way
Aprendizagem organizacional (Learning Organizational - The Third Way
 
Pesquisa científica qualitativa
Pesquisa científica qualitativa Pesquisa científica qualitativa
Pesquisa científica qualitativa
 

O silêncio da metafísica em moritz schlick e em rudolf carnap.

  • 1. SILVA, B. L. P. O silêncio da metafísica em Moritz Schlick e em Rudolf Carnap. Pensar-Revista Eletrônica da FAJE, v. 3, n. 1, p. 75– 85, 2012. Carlos Jonathan Santos
  • 2. O Princípio de verificação em Schlick: uma crítica a metafísica  O dado para o positivista é apenas uma palavra para designar as coisas simples que existem.  O papel da filosofia consiste em procurar o sentido de afirmações e perguntas.  Uma proposição ou enunciado só terá sentido quando for possível ser verificado no dado e, é por isso que o sentido de todos os enunciados só pode ser formulado e compreendido com o auxílio do dado.  Propósitos que afirmam que a verdadeira realidade é o ser transcendente são carentes de sentido, pois não apresentam qualquer possibilidade de verificação empírica.  Realidade significa estar sempre em uma determinada conexão com o dado.
  • 3.  Na acepção da ciência o termo ”mundo externo” significa coisa, ou seja, mundo fenomênico.  Não faz diferença alguma admitir ou não a existência de algo a mais atrás do mundo empírico. Portanto, o realismo metafísico na realidade não é constatável, não é verificável.  Para uma proposição ter sentido é necessário que seja verificado empiricamente. .  Possibilidade da verificação pode ser (1) empiricamente possível e (2) logicamente possível.  Empiricamente possível é tudo aquilo que não contradiz as leis da natureza  Logicamente possível é se um fato ou processo pode ser descrito, ou seja, se a sentença que o descreve obedece às normas da gramática que estipulamos para a língua.
  • 4. A metafísica como pseudoproblema na filosofia em Carnap  Somente os enunciados que possuem conteúdo fatual são teoricamente significativos. Já os enunciados que não estão fundamentados pela experiência são carentes de significado.  Os enunciados metafísicos são carentes de sentido por não terem conteúdo fatual.  A experiência fundamenta o enunciado, sempre que esse expressar o conteúdo daquela experiência.  Um enunciado só é ”testável” quando podemos indicar as condições em que ocorreria uma experiência que fundamente ou contradiz o enunciado.  Carnap critica o método indutivo. Para ele, se pronunciarmos um enunciado, o nosso raciocínio transcende o seu conteúdo.  Essas deduções a partir de premissas dadas, originam erros, pelo simples motivo de irem além dos fatos que constituem o conteúdo enunciado.
  • 5. A metafísica como pseudoproblema na filosofia em Carnap  Para Carnap, a metafísica – em particular o realismo e o idealismo – transcende sempre a experiência e, como consequência disso, não possui nenhum conteúdo fatual.  As teses do Realismo e do Idealismo não são falsas para ele. Elas apenas não possuem significado e por isso não podemos colocar a questão de sua verdade e falsidade.  Não podemos nunca verificar, por exemplo, uma lei da física ou da química, mas podemos testá-las para aumentar a confirmação cada vez maior delas.  Ao perceber a impossibilidade de verificação absoluta e, consequentemente, a contradição interna que o princípio conduz, Carnap se afasta do Círculo de Viena ao adotar o princípio da confirmabilidade.  Os enunciados da metafísica não possuem conteúdos fatuais e por esse motivo não podem ser testados.
  • 6. CONCLUSÃO  Para Schlick, as proposições metafísicas são carentes de sentidos, pois não podem ser verificadas junto ao dado.  Para Carnap, os enunciados que não possuem conteúdo fatual são carentes de significado.