SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 15
A pesquisa experimental da percepção
Psicologia Experimental
Prof. Dr. Caio Maximino
IESB/UNIFESSPA
2
Objetivos
•Identificar alguns dos problemas de pesquisa no campo da
percepção
•Introduzir as variáveis comumente avaliadas na pesquisa
experimental da percepção
•Avaliar alguns tópicos experimentais e exemplos de pesquisa
da percepção
•Exemplificar o Efeito de Stroop
3
“Modelo-padrão” da percepção
• Primeiro ocorre a detecção dos objetos (sensação), que
produz elementos necessários para a percepção da cena
(interpretação e reconhecimento dos objetos e eventos que
sentimos)
• Esse modelo é o pano de fundo para a maior parte das
perguntas na psicologia da percepção:
– Como o observador utiliza informação sensorial para fazer
interpretações perceptuais?
– Qual o papel da deliberação consciente nessa atribuição de
sentido?
4
Um exemplo
5
Percepção direta e indireta
• Gibson (1979): as pistas (relativamente) confiáveis do fluxo
óptico de uma cena visual dão informação direta sobre
características como profundidade e distância
– Bottom-up
– O indivíduo que percebe capta informações disponibilizadas
pelo ambiente de maneira natural e sem reflexão
• Gregory (1970): construímos a cena visual (p. ex., sobre
profundidade) são baseados em nossa experiência prévia com
pistas visuais
– Top-down
6
Consciência e percepção
• Se o sujeito que percebe adiciona significado e interpretação às
sensações, será que essas adições resultam da deliberação
consciente?
• Helmholtz: inferências inconscientes – esses significados podem ser
aplicados automaticamente, sem que tenhamos consciência disso
• Quale – a percepção tem um caráter subjetivo (fenomenal)!
• Visão cega
7
Variáveis dependentes na Psicologia da Percepção
• A variável dependente mais simples é a descrição verbal dada
por um observador
– Medida simples
– Desvantagens: imprecisão do relato por observadores não-
treinados (cf. Wundt)
• Outros métodos incluem tempo de reação e relatos que
podem ser verificados diretamente
– Apresentaçã de estímulos de maneira controlada
– Validação convergente por relatos de confiança da correção
do julgamento
8
Variáveis independentes na Psicologia da
Percepção
• Comumente, VIs que alteram as características físicas do
estímulo (tamanho, forma, fundo, perspectiva, ângulo,
frequência, intesnidade, etc)
• Outras manipulações (p. ex., do desenvolvimento, indução
de ilusões, etc)
9
Variáveis de controle
• Características cognitivas, emotivas, e conativas
influenciam a percepção; se não é o objetivo estudá-las,
devem ser controladas
• Aspectos físicos do estímulo devem ser mantidos fixos (p.
ex., estímulos isoluminantes, de mesma duração, contraste,
etc)
10
Um exemplo: Relatos verbais
• O relato verbal pode dar acesso à experiência
fenomenológica do participante se, se somente se, estiver
correlacionado à sua consciência da experiência
• Problemas: alucinações, ilusões, visão cega, etc.
• Como saber quando a resposta de um observador se
qualifica como VD útil?
11
Natsoulas T (1967). What are perceptual reports
about? Psych Bull 67: 249-272
• O relato verbal qualifica-se como VD útil se, e somente se,
há uma relação presumida ou verificável entre a resposta e
um evento perceptual prévio ou síncrone
• Ex.: controle de estímulos em animais
• O tipo de resposta não importa; a pressão de um botão é um
relato tanto quanto o relato verbal!
12
Percepção sem consciência
• Marcel (1983): pré-ativação (“priming”) do efeito Stroop
– Quando pré-ativados com um nome de cor, os participantes demoravam mais tempo para
nomear a cor de um estímulo
– Mascaramento
● Letras seguindo a palavra
● Limiar de detecção definido individualmente pelo método dos limites, definido com o intervalo entre estímulo e máscara
em que o estímulo é detectado em menos de 60% das tentativas
– Quando o estímulo de pré-ativação estava mascarado, o efeito ainda se mantinha!
• Cheesman & Merikle (1984):
– Limiar de detecção de ~60% sugere que houve detecção verdadeira do estímulo mascarado
em algumas tentativas
– O limiar para relato verbal pode ser mais alto do que o limiar para detectar o estímulo
mascarado
– Mudanças no metodo: escolha forçada para determinação do limiar, com vários limiares
(25%, 55%, 90%) em todos os casos, a máscara é efetiva em eliminar a consciência verbal→
13
Percepção sem consciência
Energiadoestímulo
Processamento consciente
Verbalmente consciente do S,
R indica Cs do significado do S
Processamento inconsciente
Verbalmente não-consciente do
S, mas R ao significado melhor
do que o acaso
Impossível determinar nível
de Cs
Verbalmente não-consciente do
S, R no nível do acaso
Limiar subjetivo
Limiar objetivo
14
Outro exemplo: Operações convergentes
• A distinção entre a experiência perceptual e a resposta ao
estímulo foi um importante ímpeto para a ideia de que
precisamos de duas ou mais definições operacionais para
definir um conceito psicológico
• Garner, Hake, Eriksen (1956), Operationism and the concept
of perception
– Quando utilizamos somente uma definição operacional, não
podemos distinguir entre limitações do sistema perceptual e
limitações do sistema de resposta!
15
Cheesman & Merikle (1986)
• Variação na frequência com que combinações congruentes (estímulo de pré-ativação e
mancha colorida) ocorriam
– Glaser & Glaser (1982): o efeito Stroop aumenta com a frequência de tentativas com
congruência
– Lowe & Mitterer (1982): Isso é uma estratégia voluntária dos participantes
• Cheesman & Merikle propuseram que o efeito de aumentar a frequência de combinações
congruentes para 2/3 das tentativas (ao invés de 1/3) iria depender de se os estímulos de
pré-ativação estavam acima ou abaixo do limiar subjetivo
– O efeito só foi observado quando os estímulos estavam acima do limiar subjetivo os→
participantes só podem usar estratégias quando estão conscientes do estímulo
– Operações convergentes sugeriram, então, que os métodos de processamento consciente e
inconsciente são qualitativamente diferentes

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Neurociência afetiva
Neurociência afetivaNeurociência afetiva
Neurociência afetivaCaio Maximino
 
Atencao dividida
Atencao divididaAtencao dividida
Atencao divididaFer Nanda
 
História da psicopatologia e da técnica clínica
História da psicopatologia e da técnica clínicaHistória da psicopatologia e da técnica clínica
História da psicopatologia e da técnica clínicaCaio Maximino
 
Funções psicológicas superiores e suas alterações
Funções psicológicas superiores e suas alteraçõesFunções psicológicas superiores e suas alterações
Funções psicológicas superiores e suas alteraçõesCaio Maximino
 
A Receita da Replicação / Tamanho de efeito / Técnicas experimentais na pesqu...
A Receita da Replicação / Tamanho de efeito / Técnicas experimentais na pesqu...A Receita da Replicação / Tamanho de efeito / Técnicas experimentais na pesqu...
A Receita da Replicação / Tamanho de efeito / Técnicas experimentais na pesqu...Caio Maximino
 
Psicologia material 1
Psicologia material 1Psicologia material 1
Psicologia material 1Lia Rodrigues
 
Funções perceptivas superiores
Funções perceptivas superioresFunções perceptivas superiores
Funções perceptivas superioresCaio Maximino
 

Mais procurados (10)

Atenção
AtençãoAtenção
Atenção
 
Neurociência afetiva
Neurociência afetivaNeurociência afetiva
Neurociência afetiva
 
Atencao dividida
Atencao divididaAtencao dividida
Atencao dividida
 
História da psicopatologia e da técnica clínica
História da psicopatologia e da técnica clínicaHistória da psicopatologia e da técnica clínica
História da psicopatologia e da técnica clínica
 
Funções psicológicas superiores e suas alterações
Funções psicológicas superiores e suas alteraçõesFunções psicológicas superiores e suas alterações
Funções psicológicas superiores e suas alterações
 
Aula de cerebro
Aula de cerebroAula de cerebro
Aula de cerebro
 
A Receita da Replicação / Tamanho de efeito / Técnicas experimentais na pesqu...
A Receita da Replicação / Tamanho de efeito / Técnicas experimentais na pesqu...A Receita da Replicação / Tamanho de efeito / Técnicas experimentais na pesqu...
A Receita da Replicação / Tamanho de efeito / Técnicas experimentais na pesqu...
 
Psicologia material 1
Psicologia material 1Psicologia material 1
Psicologia material 1
 
Funções perceptivas superiores
Funções perceptivas superioresFunções perceptivas superiores
Funções perceptivas superiores
 
Concepções da mente
Concepções da menteConcepções da mente
Concepções da mente
 

Semelhante a A pesquisa experimental da percepção

Apresentação percepção
Apresentação percepçãoApresentação percepção
Apresentação percepçãoMariana Rezende
 
Tecnicas de Pesquisa em Psicologia 2
Tecnicas de Pesquisa em Psicologia 2Tecnicas de Pesquisa em Psicologia 2
Tecnicas de Pesquisa em Psicologia 2Alex Rilie
 
Content analysis versus phenomenological analysis: extention course
Content analysis versus phenomenological analysis: extention courseContent analysis versus phenomenological analysis: extention course
Content analysis versus phenomenological analysis: extention courseAmanda da Silveira
 
Aula 1 - Introdução à Programação Neurolíguistica ajustado.pptx
Aula 1 - Introdução à Programação Neurolíguistica ajustado.pptxAula 1 - Introdução à Programação Neurolíguistica ajustado.pptx
Aula 1 - Introdução à Programação Neurolíguistica ajustado.pptxProfessor SOUZA
 
a_gestalt_2.pdf
a_gestalt_2.pdfa_gestalt_2.pdf
a_gestalt_2.pdfVilciele
 
Inteligência e pensamento1
Inteligência e pensamento1Inteligência e pensamento1
Inteligência e pensamento1anamatos66
 
Inteligência, Memória e Percepção_Psicologia da Educação
Inteligência, Memória e Percepção_Psicologia da EducaçãoInteligência, Memória e Percepção_Psicologia da Educação
Inteligência, Memória e Percepção_Psicologia da EducaçãoJemuel Araújo da Silva
 
Introdução à PNL - Programação Neurolinguística
Introdução à PNL - Programação NeurolinguísticaIntrodução à PNL - Programação Neurolinguística
Introdução à PNL - Programação NeurolinguísticaAntonino Silva
 
Especialização em Psicopedagogia...
Especialização em Psicopedagogia...Especialização em Psicopedagogia...
Especialização em Psicopedagogia...BrunnoAngellus
 
Conceitualização.pptx
Conceitualização.pptxConceitualização.pptx
Conceitualização.pptxlaurinhaas
 
Psicologia Experimental
Psicologia ExperimentalPsicologia Experimental
Psicologia ExperimentalMarcus Alves
 
Psicologia ( unidades com objectivos)
Psicologia ( unidades com objectivos)Psicologia ( unidades com objectivos)
Psicologia ( unidades com objectivos)joseantoniosebastiao
 
Psicologia ( unidades com objectivos)
Psicologia ( unidades com objectivos)Psicologia ( unidades com objectivos)
Psicologia ( unidades com objectivos)joseantoniosebastiao
 
Psicologia ( unidades com objectivos)
Psicologia ( unidades com objectivos)Psicologia ( unidades com objectivos)
Psicologia ( unidades com objectivos)joseantoniosebastiao
 
Psicologia ( unidades com objectivos)
Psicologia ( unidades com objectivos)Psicologia ( unidades com objectivos)
Psicologia ( unidades com objectivos)joseantoniosebastiao
 
Comunicacao efetiva e eficaz com o metamodelo
Comunicacao efetiva e eficaz com o metamodeloComunicacao efetiva e eficaz com o metamodelo
Comunicacao efetiva e eficaz com o metamodeloMarcelo Neves
 

Semelhante a A pesquisa experimental da percepção (20)

Apresentação percepção
Apresentação percepçãoApresentação percepção
Apresentação percepção
 
Tecnicas de Pesquisa em Psicologia 2
Tecnicas de Pesquisa em Psicologia 2Tecnicas de Pesquisa em Psicologia 2
Tecnicas de Pesquisa em Psicologia 2
 
Neuropsicologia
NeuropsicologiaNeuropsicologia
Neuropsicologia
 
Content analysis versus phenomenological analysis: extention course
Content analysis versus phenomenological analysis: extention courseContent analysis versus phenomenological analysis: extention course
Content analysis versus phenomenological analysis: extention course
 
Aula 1 - Introdução à Programação Neurolíguistica ajustado.pptx
Aula 1 - Introdução à Programação Neurolíguistica ajustado.pptxAula 1 - Introdução à Programação Neurolíguistica ajustado.pptx
Aula 1 - Introdução à Programação Neurolíguistica ajustado.pptx
 
Atitudes e persuasão
Atitudes e persuasãoAtitudes e persuasão
Atitudes e persuasão
 
Psicologia do desenvolvimento
Psicologia do desenvolvimentoPsicologia do desenvolvimento
Psicologia do desenvolvimento
 
a_gestalt_2.pdf
a_gestalt_2.pdfa_gestalt_2.pdf
a_gestalt_2.pdf
 
Inteligência e pensamento1
Inteligência e pensamento1Inteligência e pensamento1
Inteligência e pensamento1
 
Inteligência, Memória e Percepção_Psicologia da Educação
Inteligência, Memória e Percepção_Psicologia da EducaçãoInteligência, Memória e Percepção_Psicologia da Educação
Inteligência, Memória e Percepção_Psicologia da Educação
 
Introdução à PNL - Programação Neurolinguística
Introdução à PNL - Programação NeurolinguísticaIntrodução à PNL - Programação Neurolinguística
Introdução à PNL - Programação Neurolinguística
 
Especialização em Psicopedagogia...
Especialização em Psicopedagogia...Especialização em Psicopedagogia...
Especialização em Psicopedagogia...
 
Conceitualização.pptx
Conceitualização.pptxConceitualização.pptx
Conceitualização.pptx
 
Psicologia Experimental
Psicologia ExperimentalPsicologia Experimental
Psicologia Experimental
 
Psicologia ( unidades com objectivos)
Psicologia ( unidades com objectivos)Psicologia ( unidades com objectivos)
Psicologia ( unidades com objectivos)
 
Psicologia ( unidades com objectivos)
Psicologia ( unidades com objectivos)Psicologia ( unidades com objectivos)
Psicologia ( unidades com objectivos)
 
Psicologia ( unidades com objectivos)
Psicologia ( unidades com objectivos)Psicologia ( unidades com objectivos)
Psicologia ( unidades com objectivos)
 
Psicologia ( unidades com objectivos)
Psicologia ( unidades com objectivos)Psicologia ( unidades com objectivos)
Psicologia ( unidades com objectivos)
 
ReflexãO Na AçãO
ReflexãO Na AçãOReflexãO Na AçãO
ReflexãO Na AçãO
 
Comunicacao efetiva e eficaz com o metamodelo
Comunicacao efetiva e eficaz com o metamodeloComunicacao efetiva e eficaz com o metamodelo
Comunicacao efetiva e eficaz com o metamodelo
 

Mais de Caio Maximino

Papel de receptores 5-HT2CL en la socialidad del pez cebra
Papel de receptores 5-HT2CL en la socialidad del pez cebraPapel de receptores 5-HT2CL en la socialidad del pez cebra
Papel de receptores 5-HT2CL en la socialidad del pez cebraCaio Maximino
 
Efectos de fluoxetina sobre la agresión del pez cebra dependiente del fenotipo
Efectos de fluoxetina sobre la agresión del pez cebra dependiente del fenotipoEfectos de fluoxetina sobre la agresión del pez cebra dependiente del fenotipo
Efectos de fluoxetina sobre la agresión del pez cebra dependiente del fenotipoCaio Maximino
 
Impacto del pez cebra en biología y neurociencias
Impacto del pez cebra en biología y neurocienciasImpacto del pez cebra en biología y neurociencias
Impacto del pez cebra en biología y neurocienciasCaio Maximino
 
El pez cebra en el estudio de psicofarmacos
El pez cebra en el estudio de psicofarmacosEl pez cebra en el estudio de psicofarmacos
El pez cebra en el estudio de psicofarmacosCaio Maximino
 
Minicurso "Primeiros socorros: Em caso de ataque de pânico"
Minicurso "Primeiros socorros: Em caso de ataque de pânico"Minicurso "Primeiros socorros: Em caso de ataque de pânico"
Minicurso "Primeiros socorros: Em caso de ataque de pânico"Caio Maximino
 
A cerebralização do sofrimento psíquico
A cerebralização do sofrimento psíquicoA cerebralização do sofrimento psíquico
A cerebralização do sofrimento psíquicoCaio Maximino
 
Human physiological response in perspective: Focus on the capitalocene
Human physiological response in perspective: Focus on the capitaloceneHuman physiological response in perspective: Focus on the capitalocene
Human physiological response in perspective: Focus on the capitaloceneCaio Maximino
 
Vertebrate stress mechanisms under change
Vertebrate stress mechanisms under changeVertebrate stress mechanisms under change
Vertebrate stress mechanisms under changeCaio Maximino
 
The nervous system: an evolutionary approach
The nervous system: an evolutionary approachThe nervous system: an evolutionary approach
The nervous system: an evolutionary approachCaio Maximino
 
O monstruoso do capital: Ansiedades culturais e subjetividade
O monstruoso do capital: Ansiedades culturais e subjetividadeO monstruoso do capital: Ansiedades culturais e subjetividade
O monstruoso do capital: Ansiedades culturais e subjetividadeCaio Maximino
 
Por um cérebro histórico-cultural: Uma introdução à neurociência crítica
Por um cérebro histórico-cultural: Uma introdução à neurociência críticaPor um cérebro histórico-cultural: Uma introdução à neurociência crítica
Por um cérebro histórico-cultural: Uma introdução à neurociência críticaCaio Maximino
 
Genética dos transtornos mentais: Cultura, genética e epigenética em uma pers...
Genética dos transtornos mentais: Cultura, genética e epigenética em uma pers...Genética dos transtornos mentais: Cultura, genética e epigenética em uma pers...
Genética dos transtornos mentais: Cultura, genética e epigenética em uma pers...Caio Maximino
 
Métodos quantitativos na pesquisa em educação e ensino
Métodos quantitativos na pesquisa em educação e ensinoMétodos quantitativos na pesquisa em educação e ensino
Métodos quantitativos na pesquisa em educação e ensinoCaio Maximino
 
Aula 2: Um pouco de filosofia da ciência
Aula 2: Um pouco de filosofia da ciênciaAula 2: Um pouco de filosofia da ciência
Aula 2: Um pouco de filosofia da ciênciaCaio Maximino
 
Inferência estatística nas ciências experimentais
Inferência estatística nas ciências experimentaisInferência estatística nas ciências experimentais
Inferência estatística nas ciências experimentaisCaio Maximino
 
Aprendizagem baseada em problemas: Adaptações ao ensino remoto
Aprendizagem baseada em problemas: Adaptações ao ensino remotoAprendizagem baseada em problemas: Adaptações ao ensino remoto
Aprendizagem baseada em problemas: Adaptações ao ensino remotoCaio Maximino
 
A importância das práticas corporais para a saúde mental
A importância das práticas corporais para a saúde mentalA importância das práticas corporais para a saúde mental
A importância das práticas corporais para a saúde mentalCaio Maximino
 
Transtornos do neurodesenvolvimento
Transtornos do neurodesenvolvimentoTranstornos do neurodesenvolvimento
Transtornos do neurodesenvolvimentoCaio Maximino
 
Evidências científicas de eficácia em farmacoterapia
Evidências científicas de eficácia em farmacoterapiaEvidências científicas de eficácia em farmacoterapia
Evidências científicas de eficácia em farmacoterapiaCaio Maximino
 
Transtornos alimentares
Transtornos alimentaresTranstornos alimentares
Transtornos alimentaresCaio Maximino
 

Mais de Caio Maximino (20)

Papel de receptores 5-HT2CL en la socialidad del pez cebra
Papel de receptores 5-HT2CL en la socialidad del pez cebraPapel de receptores 5-HT2CL en la socialidad del pez cebra
Papel de receptores 5-HT2CL en la socialidad del pez cebra
 
Efectos de fluoxetina sobre la agresión del pez cebra dependiente del fenotipo
Efectos de fluoxetina sobre la agresión del pez cebra dependiente del fenotipoEfectos de fluoxetina sobre la agresión del pez cebra dependiente del fenotipo
Efectos de fluoxetina sobre la agresión del pez cebra dependiente del fenotipo
 
Impacto del pez cebra en biología y neurociencias
Impacto del pez cebra en biología y neurocienciasImpacto del pez cebra en biología y neurociencias
Impacto del pez cebra en biología y neurociencias
 
El pez cebra en el estudio de psicofarmacos
El pez cebra en el estudio de psicofarmacosEl pez cebra en el estudio de psicofarmacos
El pez cebra en el estudio de psicofarmacos
 
Minicurso "Primeiros socorros: Em caso de ataque de pânico"
Minicurso "Primeiros socorros: Em caso de ataque de pânico"Minicurso "Primeiros socorros: Em caso de ataque de pânico"
Minicurso "Primeiros socorros: Em caso de ataque de pânico"
 
A cerebralização do sofrimento psíquico
A cerebralização do sofrimento psíquicoA cerebralização do sofrimento psíquico
A cerebralização do sofrimento psíquico
 
Human physiological response in perspective: Focus on the capitalocene
Human physiological response in perspective: Focus on the capitaloceneHuman physiological response in perspective: Focus on the capitalocene
Human physiological response in perspective: Focus on the capitalocene
 
Vertebrate stress mechanisms under change
Vertebrate stress mechanisms under changeVertebrate stress mechanisms under change
Vertebrate stress mechanisms under change
 
The nervous system: an evolutionary approach
The nervous system: an evolutionary approachThe nervous system: an evolutionary approach
The nervous system: an evolutionary approach
 
O monstruoso do capital: Ansiedades culturais e subjetividade
O monstruoso do capital: Ansiedades culturais e subjetividadeO monstruoso do capital: Ansiedades culturais e subjetividade
O monstruoso do capital: Ansiedades culturais e subjetividade
 
Por um cérebro histórico-cultural: Uma introdução à neurociência crítica
Por um cérebro histórico-cultural: Uma introdução à neurociência críticaPor um cérebro histórico-cultural: Uma introdução à neurociência crítica
Por um cérebro histórico-cultural: Uma introdução à neurociência crítica
 
Genética dos transtornos mentais: Cultura, genética e epigenética em uma pers...
Genética dos transtornos mentais: Cultura, genética e epigenética em uma pers...Genética dos transtornos mentais: Cultura, genética e epigenética em uma pers...
Genética dos transtornos mentais: Cultura, genética e epigenética em uma pers...
 
Métodos quantitativos na pesquisa em educação e ensino
Métodos quantitativos na pesquisa em educação e ensinoMétodos quantitativos na pesquisa em educação e ensino
Métodos quantitativos na pesquisa em educação e ensino
 
Aula 2: Um pouco de filosofia da ciência
Aula 2: Um pouco de filosofia da ciênciaAula 2: Um pouco de filosofia da ciência
Aula 2: Um pouco de filosofia da ciência
 
Inferência estatística nas ciências experimentais
Inferência estatística nas ciências experimentaisInferência estatística nas ciências experimentais
Inferência estatística nas ciências experimentais
 
Aprendizagem baseada em problemas: Adaptações ao ensino remoto
Aprendizagem baseada em problemas: Adaptações ao ensino remotoAprendizagem baseada em problemas: Adaptações ao ensino remoto
Aprendizagem baseada em problemas: Adaptações ao ensino remoto
 
A importância das práticas corporais para a saúde mental
A importância das práticas corporais para a saúde mentalA importância das práticas corporais para a saúde mental
A importância das práticas corporais para a saúde mental
 
Transtornos do neurodesenvolvimento
Transtornos do neurodesenvolvimentoTranstornos do neurodesenvolvimento
Transtornos do neurodesenvolvimento
 
Evidências científicas de eficácia em farmacoterapia
Evidências científicas de eficácia em farmacoterapiaEvidências científicas de eficácia em farmacoterapia
Evidências científicas de eficácia em farmacoterapia
 
Transtornos alimentares
Transtornos alimentaresTranstornos alimentares
Transtornos alimentares
 

Último

Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfjanainadfsilva
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreElianeElika
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memorialgrecchi
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 

Último (20)

Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 

A pesquisa experimental da percepção

  • 1. A pesquisa experimental da percepção Psicologia Experimental Prof. Dr. Caio Maximino IESB/UNIFESSPA
  • 2. 2 Objetivos •Identificar alguns dos problemas de pesquisa no campo da percepção •Introduzir as variáveis comumente avaliadas na pesquisa experimental da percepção •Avaliar alguns tópicos experimentais e exemplos de pesquisa da percepção •Exemplificar o Efeito de Stroop
  • 3. 3 “Modelo-padrão” da percepção • Primeiro ocorre a detecção dos objetos (sensação), que produz elementos necessários para a percepção da cena (interpretação e reconhecimento dos objetos e eventos que sentimos) • Esse modelo é o pano de fundo para a maior parte das perguntas na psicologia da percepção: – Como o observador utiliza informação sensorial para fazer interpretações perceptuais? – Qual o papel da deliberação consciente nessa atribuição de sentido?
  • 5. 5 Percepção direta e indireta • Gibson (1979): as pistas (relativamente) confiáveis do fluxo óptico de uma cena visual dão informação direta sobre características como profundidade e distância – Bottom-up – O indivíduo que percebe capta informações disponibilizadas pelo ambiente de maneira natural e sem reflexão • Gregory (1970): construímos a cena visual (p. ex., sobre profundidade) são baseados em nossa experiência prévia com pistas visuais – Top-down
  • 6. 6 Consciência e percepção • Se o sujeito que percebe adiciona significado e interpretação às sensações, será que essas adições resultam da deliberação consciente? • Helmholtz: inferências inconscientes – esses significados podem ser aplicados automaticamente, sem que tenhamos consciência disso • Quale – a percepção tem um caráter subjetivo (fenomenal)! • Visão cega
  • 7. 7 Variáveis dependentes na Psicologia da Percepção • A variável dependente mais simples é a descrição verbal dada por um observador – Medida simples – Desvantagens: imprecisão do relato por observadores não- treinados (cf. Wundt) • Outros métodos incluem tempo de reação e relatos que podem ser verificados diretamente – Apresentaçã de estímulos de maneira controlada – Validação convergente por relatos de confiança da correção do julgamento
  • 8. 8 Variáveis independentes na Psicologia da Percepção • Comumente, VIs que alteram as características físicas do estímulo (tamanho, forma, fundo, perspectiva, ângulo, frequência, intesnidade, etc) • Outras manipulações (p. ex., do desenvolvimento, indução de ilusões, etc)
  • 9. 9 Variáveis de controle • Características cognitivas, emotivas, e conativas influenciam a percepção; se não é o objetivo estudá-las, devem ser controladas • Aspectos físicos do estímulo devem ser mantidos fixos (p. ex., estímulos isoluminantes, de mesma duração, contraste, etc)
  • 10. 10 Um exemplo: Relatos verbais • O relato verbal pode dar acesso à experiência fenomenológica do participante se, se somente se, estiver correlacionado à sua consciência da experiência • Problemas: alucinações, ilusões, visão cega, etc. • Como saber quando a resposta de um observador se qualifica como VD útil?
  • 11. 11 Natsoulas T (1967). What are perceptual reports about? Psych Bull 67: 249-272 • O relato verbal qualifica-se como VD útil se, e somente se, há uma relação presumida ou verificável entre a resposta e um evento perceptual prévio ou síncrone • Ex.: controle de estímulos em animais • O tipo de resposta não importa; a pressão de um botão é um relato tanto quanto o relato verbal!
  • 12. 12 Percepção sem consciência • Marcel (1983): pré-ativação (“priming”) do efeito Stroop – Quando pré-ativados com um nome de cor, os participantes demoravam mais tempo para nomear a cor de um estímulo – Mascaramento ● Letras seguindo a palavra ● Limiar de detecção definido individualmente pelo método dos limites, definido com o intervalo entre estímulo e máscara em que o estímulo é detectado em menos de 60% das tentativas – Quando o estímulo de pré-ativação estava mascarado, o efeito ainda se mantinha! • Cheesman & Merikle (1984): – Limiar de detecção de ~60% sugere que houve detecção verdadeira do estímulo mascarado em algumas tentativas – O limiar para relato verbal pode ser mais alto do que o limiar para detectar o estímulo mascarado – Mudanças no metodo: escolha forçada para determinação do limiar, com vários limiares (25%, 55%, 90%) em todos os casos, a máscara é efetiva em eliminar a consciência verbal→
  • 13. 13 Percepção sem consciência Energiadoestímulo Processamento consciente Verbalmente consciente do S, R indica Cs do significado do S Processamento inconsciente Verbalmente não-consciente do S, mas R ao significado melhor do que o acaso Impossível determinar nível de Cs Verbalmente não-consciente do S, R no nível do acaso Limiar subjetivo Limiar objetivo
  • 14. 14 Outro exemplo: Operações convergentes • A distinção entre a experiência perceptual e a resposta ao estímulo foi um importante ímpeto para a ideia de que precisamos de duas ou mais definições operacionais para definir um conceito psicológico • Garner, Hake, Eriksen (1956), Operationism and the concept of perception – Quando utilizamos somente uma definição operacional, não podemos distinguir entre limitações do sistema perceptual e limitações do sistema de resposta!
  • 15. 15 Cheesman & Merikle (1986) • Variação na frequência com que combinações congruentes (estímulo de pré-ativação e mancha colorida) ocorriam – Glaser & Glaser (1982): o efeito Stroop aumenta com a frequência de tentativas com congruência – Lowe & Mitterer (1982): Isso é uma estratégia voluntária dos participantes • Cheesman & Merikle propuseram que o efeito de aumentar a frequência de combinações congruentes para 2/3 das tentativas (ao invés de 1/3) iria depender de se os estímulos de pré-ativação estavam acima ou abaixo do limiar subjetivo – O efeito só foi observado quando os estímulos estavam acima do limiar subjetivo os→ participantes só podem usar estratégias quando estão conscientes do estímulo – Operações convergentes sugeriram, então, que os métodos de processamento consciente e inconsciente são qualitativamente diferentes