Este documento descreve a história da Rua de Sá da Bandeira no Porto, Portugal. A rua recebeu este nome em homenagem a Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo, uma figura importante nas Guerras Liberais do século XIX. O documento detalha a abertura gradual da rua ao longo dos séculos XIX e XX, substituindo vielas mais antigas como a Viela da Neta. Importantes edifícios como o Teatro de Sá da Bandeira estão localizados nesta rua emblemática da cidade
Historia do porto rua de sá da bandeira - artur filipe dos santos
1. Coleção de Manuais da Universidade
Sénior Contemporânea
Cadeira de
HISTÓRIA DO PORTO
Professor Doutor
Artur Filipe dos Santos
2. A Rua de Sá da Bandeira
Artur Filipe dos Santos
2
Coleção de Manuais da Universidade
Sénior Contemporânea
3. AUTOR
Artur Filipe dos Santos
artursantosdocente@gmail.com
www.artursantos.no.sapo.pt
www.politicsandflags.wordpress.com
• Artur Filipe dos Santos, Doutorado em Comunicação, Publicidade Relações Públicas e
Protocolo, pela Universidade de Vigo, Galiza, Espanha, Professor Universitário,
consultor e investigador em Comunicação Institucional e Património, Protocolista,
Sociólogo.
• Director Académico e Professor Titular na Universidade Sénior Contemporânea,
membro da Direção do OIDECOM-Observatório Iberoamericano de Investigação e
Desenvolvimento em Comunicação, membro da APEP-Associacao Portuguesa de
Estudos de Protocolo.
Membro do ICOMOS (International Counsil on Monuments and Sites), consultor da
UNESCO para o Património Mundial, membro do Grupo de Investigação em
Comunicação (ICOM-X1) da Faculdade de Ciências Sociais e da Comunicação da
Universidade de Vigo, membro do Grupo de Investigação em Turismo e Comunicação
da Universidade de Westminster. Professor convidado das Escola Superior de Saúde do
Insttuto Piaget (Portugal).Orador e palestrante convidado em várias instituições de
ensino superior. Formador em Networking e Sales Communication no Network Group
+Negócio Portugal.
• Especialista nos Caminhos de Santiago, aborda esta temática em várias instituições de
ensino eem várias organizações culturais.
3
Artur Filipe dos Santos
4. A Universidade Sénior
Contemporânea
Web: www.usc.no.sapo.pt
Email: usc@sapo.pt
Edições online: www.edicoesuscontemporanea.webnode.com
• A Universidade Sénior Contemporânea é uma instituição
vocacionada para a ocupação de tempos livres dos indivíduos que
se sintam motivados para a aprendizagem constante de diversas
matérias teóricas e práticas,adquirindo conhecimentos em
múltiplas áreas, como línguas, ciências sociais, saúde, informática,
internet, dança, teatro, entre outras, tendo ainda a oportunidade
de participação em actividades como o Grupo de Teatro, Coro da
USC, USC Web TV, conferências, colóquios, visitas de estudo.
Desenvolve manuais didáticos das próprias cadeiras
lecionadas(23), acessivéis a séniores, estudantes e profissionais
através de livraria online.
4
Universidade Sénior Contemporânea – www.usc.no.sapo.pt
5. • A Rua de Sá da Bandeira
é uma das emblemáticas
toponímias da Cidade
Invicta, onde pontificam
monumentos como o
Teatro de Sá da
Bandeira, o Café da
Brasileira ou a entrada
ocidental do Mercado do
Bolhão.
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6. • A rua foi assim chamada
em homenagem
a Bernardo de Sá
Nogueira de Figueiredo,
figura proeminente
das Guerras Liberais,
nomeadamente do
episódio do Cerco do
Porto.
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7. • Bernardo de Sá Nogueira
de Figueiredo (Santarém,
26 de setembro de 1795
— Lisboa, 6 de janeiro de
1876), Moço fidalgo da
Casa Real, par do reino,
marechal de campo, foi
um político português do
tempo da Monarquia
Constitucional.
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8. • Importante líder do
movimento setembrista
em Portugal, foi um dos
líderes do Partido
Histórico, o qual
abandonou para formar
o seu próprio
movimento, o Partido
Reformista.
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9. • Assumiu diversas pastas
ministeriais e foi por cinco
vezes presidente do
Conselho de Ministros
(1836 – 1837, 1837 –
1839, 1865, 1868 – 1869
e 1870), para além de
presidente interino do
Conselho de Ministros em
substituição do Duque de
Loulé (1862).
Busto de Sá da
Bandeira, no
Mindelo, Cabo
Verde
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10. • Foi primeiro barão (1833),
primeiro visconde (título
de juro e herdade criado
por decreto de 1 de
Dezembro de 1834, da
Rainha D. Maria II) e
primeiro marquês de Sá
da Bandeira (Por decreto
do Rei D. Luís I de 3 de
Fevereiro de 1864).
• Nota de Mil Escudos, de
1929
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11. • Apoiante dos liberais,
esteve sitiado durante o
Cerco do Porto com
várias outras ilustres
figuras da segunda
metade de Oitocentos;
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12. • No decorrer da guerra,
viria a perder o braço
direito, no Alto da
Bandeira, em Vila Nova
de Gaia.
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13. • Juntamente com Passos
Manuel (que neste seu
primeiro governo assumiu
as pastas das Finanças e
Interior), iniciou um
programa de reformas
tendo em vista o
progresso do País — por
exemplo, declarou
abolida a escravatura nas
colónias portuguesas.
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14. • História
• A rua começou a ser aberta
em 1836, através de terrenos
que pertenciam à
abandonada cerca dos padres
Congregados (A Casa de Santo
António do Porto ou
Congregação do Oratório do
Porto), que fugiram do Porto,
abandonando o convento,
quando D. Pedro entrou na
cidade à frente do Exército
Libertador.
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15. • A intenção do município,
ao rasgar esta nova
artéria, foi a de
estabelecer uma ligação
rápida e directa entre a
então Praça de D.
Pedro e a Rua do
Bonjardim.
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16. As obras começaram
em 1836 mas só
sete anos depois
(1843) se
começaram a
construir casas e as
primeiras que se
levantaram foram as
que ficaram com as
traseiras voltadas
para a Viela dos
Congregados.
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17. Até 1836, ano em que se
deu inicio às obras para a
abertura da rua que viria a
ter o nome de Sampaio
Bruno, na parte da cidade
compreendida entra as
ruas de Santa Catarina,
Bonjardim e Formosa,
havia apenas a Rua do
Bonjardim, que descia até
muito perto da igreja dos
Congregados.
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18.
19. • E as vielas da Neta, das
Pombas e dos
Tintureiros. Esta última é
a actual Travessa do
Bonjardim; a Viela das
Pombas é a actual Rua
de António Pedro e que
antes se chamou
Travessa do Grande
Hotel.
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20. • A Viela da Neta era uma
estreita e comprida
artéria que descia desde
a Rua Formosa até um
local da actual Rua de Sá
da bandeira que
podemos situar em
frente ao café A
Brasileira.
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21. A antiga Viela da Neta
Era, segundo relatos dos
jornais da época, um lugar
"esconso, tortuoso e imundo".
Estabelecia uma ligação entre a
Ria Formosa, nas proximidades
do Bolhão, e a Rua do
Bonjardim, junto aos
Congregados. Teve várias
denominações, na opinião de
Andrêa da Cunha e Freitas
Viela da Fonte da Neta;
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Rua do Bonjardim, séc. XIX
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22. • A antiga Viela da Neta
• Viela da neta, junto à
quinta do pai Ambrósio;
Rua da Neta; Rua do Pai
Ambrósio; Quinta da neta;
Viela do Pai Ambrósio; e
Quinta da Viela da Neta.
Quem terá sido esta Neta,
ninguém o soube ainda
dizer.
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Rua do Bonjardim, séc. XIX
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23. A antiga Viela da Neta
Mas é bem possível que a referência
diga respeito a uma neta do tal pai
Ambrósio. Quem assim pensa é, ainda,
Cunha e Freitas que alicerça essa
hipótese na leitura que fez de um
documento do ano de 1774 em que se
alude à "rua e viela da neta do pai
Ambrósio…"
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24. A antiga Viela da Neta
A Viela da Neta era ladeada, por
alturas da Cancela Velha, pelas
traseiras do quintal do palacete de D.
Antónia Adelaide Ferreira que vivia no
Largo da Trindade. Havia um portão de
ferro junto do qual a Ferreirinha
vendia ao público alguns produtos
hortícolas e frutas provenientes das
suas propriedades.»
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25. Esta viela desapareceu quando,
em 1875 se começou a
construir a parte da Rua de Sá
da Bandeira desde a Rua do
Bonjardim, junto à Viela dos
Congregados, até à Rua
Formosa. Da Viela da Neta ficou
um pequeno apontamento a
que se deu o nome de Travessa
da Rua Formosa, e que fica
mesmo em frente ao palacete
que foi do conde do Bolhão e
fazia ligação com a Rua de Sá da
Bandeira.
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Rua do Bonjardim, séc. XIX
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26. • As obras para a abertura da
nova rua até à Rua Formosa
foram muito demoradas por
causa das expropriações
que tiveram de ser feitas,
apesar de haver ainda,
entre a Rua de santa
Catarina e a tal Viela da
Neta, muitos terrenos de
cultivo, hortas e pomares
pertencentes, na sua maior
parte, a D. Antónia Adelaide
Ferreira.
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27. Rua Sá da Bandeira, Séc. XIX (ainda se vê a escadaria
no exterior da Igreja dos Congregados
28. Rua de Sá da Bandeira
• Foi já no dealbar do
século XX (1904) que se
começou a falar na
construção da parte da
nova artéria, entre a
Rua Formosa e a Rua
de Fernandes Tomás.
No entanto as obras só
começaram,
efectivamente, no ano
de 1911.
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29. Rua de Sá da Bandeira
• Quatro anos depois
projectava-se um novo
alongamento da rua, mas
para o Sul. Havia um
projecto camarário que
previa o alargamento e
modernização da medieval
Rua do Bonjardim, na parte
que ia dos Congregados à
entrada da actual Rua de
Trinta e um de Janeiro. O
projecto vingou.
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30. Rua de Sá da Bandeira
• Alargou-se a parte
inferior da Rua do
Bonjardim que ficou
a ser uma
continuidade da
Rua de Sá da
Bandeira.
Estávamos em
1916.
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31. O prolongamento da Rua de Fernandes
Tomás até à Rua de Gonçalo Cristóvão
teve inicio em 1924. Para tanto muito
contribuiu uma tragédia que ficou
memorável na cidade daquele tempo.
No dia 26 de Julho de 1924 um violento
incêndio destruiu totalmente três
prédios da Rua de Fernandes Tomás. Foi
o pretexto para se dar continuidade ao
prolongamento da Rua de Sá da
Bandeira para Norte. A demolição do
que restou dos imóveis calcinados
abriu, por assim dizer, caminho para a
nova empreitada.
A rua de Sá da Bandeira é prolongada nos
anos 50 desde Fernandes Tomás até à rua
Gonçalo Cristóvão, edificando-se no lado
poente dois quarteirões, que provocarão a
abertura da rua do Bolhão.
Abertura da rua de Sá da Bandeira foto Alvão
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Sénior ContemporâneaRua de Sá da Bandeira
32. Em 1848 no cunhal do prédio
que fazia esquina da nova
artéria coma antiga parte do
Bonjardim, ou seja, no cunhal
do prédio que viria, mais
tarde, a dar lugar a outro
onde esteve o Banco Pinto de
Magalhães, construiu-se uma
fonte pública, com duas bicas
que era alimentada pelo
manancial de Camões.
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Sénior ContemporâneaRua de Sá da Bandeira
33.
34. Em 1915as obras
voltaram-se para Sul,
porque o vereador Elísio
de Melo resolveu alargar a
parte da Rua do
Bonjardim, compreendida
entre a nova Rua de Sá da
Bandeira e a então
chamada Rua de Santo
António.
A rua de Sá da Bandeira na planta de 1948
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Sénior ContemporâneaRua de Sá da Bandeira
35. Concluída a obra foi este
renovado troço considerado
como um prolongamento da
Rua de Sá da Bandeira e nela
incorporado e à parte que
ligava a Rua do Bonjardim à
Praça foi dado o nome de
Sampaio Bruno. Corria o ano
de 1916. Começavam as
obras para a abertura
da Avenida dos Aliados.
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Sénior ContemporâneaRua de Sá da Bandeira
36. • Cartografia da Cidade do Porto (facebook/portodesaparecido)
Os mapas e as plantas que nos ajudam a compreender a
história da cidade.
37.
38. • Uma vista da Torre dos
Clérigos com 150 anos
(Fonte: blogue A Porta
Nobre)
• “A imagem abaixo é uma
panorâmica tirada da Torre
dos Clérigos o mais tardar ai
por 1870 e poucos... Vemos
no primeiro plano a Rua dos
Clérigos que senão na
totalidade, se encontra
practicamente na totalidade
como a conhecemos ainda
hoje.
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39. • Atrás temos a
lateral Sul da
Praça de D.
Pedro com o
passeio dos
Lóios do outro
lado da rua
(naquela altura
jocosamente
denominado de
"O Pasmatório
dos Lóios").
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40. • Na parte
nascente
dessa mesma
praça o
edifício que se
lá vê é ainda o
do Convento
transformado
em diversas
casas de
habitação.
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41. • O claustro que
estava por
detrás da Igreja
é que
provavelmente
já não existia
ao tempo em
que esta foto
foi tirada.
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42. • No segundo plano e à
esquerda, vemos que a
Rua de Sá da Bandeira
ainda não existe, pois no
seu local temos parte do
terreno transformado
em hortas e locais de
lavoura (a foto não
abarca a viela da Neta
mas ela seria localizada
um pouco mais à
esquerda) e acima as
traseiras das casas da
Rua de Santa Catarina”.
• Publicada por Porta
Nobre à(s) 10/07/2012
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