Santuário do Bom Jesus do Monte - Património Cultural - Artur Filipe dos Santos Filipe dos Sants

1
Cadeira de
PATRIMÓNIO MUNDIAL E TURISMO CULTURAL
Artur Filipe dos Santos
MARIANTES DO RIO DOURO
Santuário do Bom Jesus do Monte
O mais antigo elevador hidráulico do mundo

2
Artur Filipe dos Santos – artursantos.com.pt@gmail.com

• Desde 2019 o Santuário
do Bom Jesus, em
Braga, é Património da
Humanidade.
3
Cadeira de Património Cultural e
Paisagístico português
Santuário do Bom Jesus, Braga

• Obra-prima do barroco
português, o Bom Jesus
detém ainda o mais
antigo funicular a
utilizar o sistema de
contrapeso de água.
4

• Localizado nas encostas
do Monte Espinho, com
vista para a cidade de
Braga, no norte de
Portugal, o sítio
constitui uma paisagem
cultural que remete
para Jerusalém –
representa um monte
sagrado coroado com
uma igreja.
5

• O Santuário do Bom Jesus
do Monte em Braga foi
construído e ampliado ao
longo de mais de 600
anos principalmente em
estilo barroco italiano, e
ilustra a tradição
europeia de criação
de Sacri
Monti (montanhas
sagradas), promovida
pela Igreja Católica no
Concílio de Trento no
século XVI, em reação à
Reforma Protestante.
6

• O conjunto
monumental do Bom
Jesus está localizado
num percurso de via-
sacra, que leva até a
encosta oeste do
monte.
7

• Inclui uma série de
capelas que abrigam
esculturas evocativas
da morte e ressurreição
de Cristo, assim como
as fontes, as esculturas
alegóricas e os jardins
formais.
8
Capela da Ascensão – Confraria do Bom Jesus
do Monte

9
Capela Unção-Bom Jesus-Braga

10
Capela da subida para o Calvário-Bom Jesus-
Braga

11
Cruxificaçao-Bom Jesus-Braga

14
Capela de Emaus-Bom Jesus-Braga

• A via-sacra culmina na
igreja, que foi
construída entre 1784 e
1811.
15

• Os edifícios de granito
têm fachadas de gesso
caiadas de branco,
emolduradas por rochas.
A célebre Escadaria dos
Cinco Sentidos, com
paredes, degraus, fontes,
estátuas e outros
elementos ornamentais,
é considerada a obra
barroca mais
emblemática do bem.
16

• O santuário foi inscrito
na Lista do Património
Mundial da UNESCO
durante a 43.ª Sessão
do Comité do
Património Mundial,
em julho de 2019 (a par
com o Real Edifício de
Mafra - Palácio, Basílica,
Convento, Jardim do
Cerco, Tapada)
18

• O Santuário do Bom Jesus
do Monte, tal como o
conhecemos hoje, é o
resultado de múltiplas
intervenções
arquitectónicas, aliadas a
um esforço significativo
de atualização estética e
catequética que, desde o
final do século XV, têm
reafirmado a vocação
religiosa deste espaço.
19

• Na sua construção
trabalharam vários
artistas de Braga,
principalmente durante o
período barroco, uma vez
que a feição cenográfica
dos escadórios e o
conceito de igreja de
peregrinação se
acentuou,
essencialmente, nesta
época.
20

• Da mesma forma,
encontra-se-lhe
indissociavelmente ligado
o nome do arcebispo D.
Rodrigo de Moura Teles,
que conferiu a todo este
complexo uma unidade
arquitectónica e
iconográfica, celebrando,
ao mesmo tempo, o seu
próprio poder enquanto
membro da igreja, ao
colocar as suas armas no
pórtico que dá início ao
percurso.
21

• As obras do templo
mantiveram-se,
contudo, até ao século
XIX, e muito embora
seja a linguagem
barroca a predominar
em todo o espaço, são
múltiplos os
testemunhos do rococó
e do neoclassicismo.
22

• A primeira edificação
religiosa erguida neste
local por ordem do
Arcebispo D. Jorge da
Costa, remonta a 1494.
23
Jorge da Costa (Alpedrinha - Fundão, 1406 — Roma, 19 de setembro de 1508), mais conhecido como Cardeal
de Alpedrinha, foi um cardeal português, arcebispo de Braga e de Lisboa. O Papa Alexandre VI deu-lhe o
governo de toda a Igreja Portuguesa e D. Jorge chegou a ser, ao mesmo tempo, Arcebispo de Braga e de Lisboa,
Bispo de Évora, Porto, Viseu, Algarve e Ceuta, Dom Abade de Alcobaça e de mais cinco Abadias e de inúmeros
Priorados, nomeadamente a Colegiada de Guimarães.

• Foi reconstruída,
sucessivamente, em
1522 e 1629, datando
desta última campanha
as seis capelas da
Paixão, as casas para os
romeiros e a nomeação
de um ermitão.
24

• Ou seja, se a ideia da Paixão
de Cristo associada a um
percurso através do monte
(entendido como caminho
de salvação), esteve
presente desde o início, foi
a partir da intervenção de
1629 que esta se tornou
mais efectiva, culminando,
no século XVIII, com o
projecto de D. Rodrigo de
Moura Teles e de D. Gaspar
de Bragança.
25
Rodrigo de Moura Teles (26 de Janeiro de
1644 - Braga, 4 de setembro de 1728 (84
anos)), foi um clérigo, reitor da Universidade
de Coimbra, bispo da Guarda e arcebispo de
Braga.. Realizou numerosas obras na cidade.
Instituiu o jubileu das 40 horas ou lausperene
em 1709, prática ainda em vigor.

• De facto, em 1722 todo o
complexo foi reformulado,
uniformizado e definido o
percurso a partir do pórtico
com as armas do arcebispo,
surgindo então as oito
novas capelas e as
respectivas fontes com
figurações mitológicas, que
confrontavam "a Verdade e
a Fé cristãs (...) com a
falsidade emanada de
outros cultos" (FERNANDES,
1989, p. 93).
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• No Terreiro das Chagas
encontra-se a fonte
com emblemas da
Paixão que tem vindo a
ser atribuída a André
Soares, e com o qual
termina esta primeira
parte do percurso.
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• Seguem-se o Escadório dos
Cinco Sentidos, em que
cada fonte corresponde a
um sentido, facilmente
identificável, e o Escadório
das Virtudes (com as
representações da Fé,
Esperança e Caridade), este
último atribuído a Carlos
Amarante, e executado já
ao tempo do Arcebispo D.
Gaspar de Bragança,
responsável pela ampliação
do santuário.
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• Ao longo do escadório
erguem-se capelas que
representam a Via Sacra
do Bom Jesus além de
fontes ornamentais
esculturas alegóricas e
representando
personagens bíblicas.
Estão divididos em três
grandes lanços: o
chamado "Escadório do
Pórtico", o "Escadório
dos Cinco Sentidos" e o
"Escadório das Três
Virtudes".
29

• O paralelo com o Caminho
do Calvário e a função
catequética do Bom Jesus
encontra-se bem expressa
ao longo da trajectória
ziguezagueante através da
qual se chega à igreja, e
onde todas as
manifestações artísticas
convergem num mesmo
sentido: "no escadório dos
Cinco Sentidos a mensagem
centra-se no carácter
ilusório e pecaminoso do
conhecimento sensível"
(FERNANDES, 1988, p. 27).
33

• Contudo, a água e as
imagens sagradas
funcionam como
possibilidades de
purificação, que culminam
no Escadório das Virtudes,
onde o romeiro contacta
com as verdades teologais,
encontrando-se, então,
"apto a entrar no ponto
culminante de todo o
percurso: a igreja, a casa de
Deus, na qual só devem
entrar os puros"
(FERNANDES, 1988, p. 27).
34
Data de 1837 e possui três fontes dedicadas às
Virtudes teologais: Fé, Esperança e Caridade.

• O templo situava-se,
anteriormente, no final
do Escadório dos Cinco
Sentidos, e a sua traça
é atribuída a Manuel
Pinto Vilalobos (c.
1725).
35

• Manuel Pinto de Vilalobos
(Porto,[quando?] — Viana da Foz
do Lima, 1734) foi um
engenheiro-militar e arquiteto
português muito ativo no Alto
Minho na viragem do século XVII
para o século XVIII. Foi autor de
obras de grande relevo no
contexto do barroco nacional,
merecendo claro destaque, pelo
seu programa de obra de arte
total, a igreja da Misericórdia da
então Vila de Viana da Foz do
Lima (Viana do Castelo) erigida
em apenas dois anos (1716-
1718), feito notável para a época
e que só se pode explicar pela
crescente prosperidade da vila
nos inícios do século XVIII.
36

• Foi destruído para dar
lugar ao actual, edificado
por Carlos Amarante,
numa linguagem que
denota a abertura ao
neoclassicismo, e a
depuração decorativa daí
decorrente, numa
composição onde se
destaca o corpo central,
coroado por frontão
triangular, e ladeado por
duas torres.
39

• Quem foi Carlos
Amarante: • Carlos Luís Ferreira da
Cruz Amarante (Braga, 29
de Outubro de 1748 —
Porto, 22 de janeiro de
1815) foi um engenheiro
e arquitecto português.
Carlos Amarante era filho
de Manuel Ferreira da
Cruz Amarante, um
músico da Arquidiocese
de Braga, e de Maria
Josefa Rosa de Almeida.
40

• Começou por seguir a carreira eclesiástica,
interrompendo-a para se casar, aos vinte e três anos
anos, com Luísa Clara Xavier. Formou-se então em
Engenharia e Arquitectura, o que lhe possibilitou a
concretização de algumas obras notáveis.
41

• Está sepultado na Igreja
da Trindade, no Porto.
42

• Principais obras de
Carlos Amarante
43

45
Igreja do Hospital ou Igreja de São
Marcos

• Projecto de Carlos Amarante,
a ponte das barcas,
inaugurada em 15 de Agosto
de 1806, foi a primeira
travessia fixa que existiu no
Porto a unir as duas margens
do rio Douro.
• Era formada por 20 barcaças
ligadas entre si por cabos de
aço. Sobre as barcaças estava
disposta uma plataforma de
pranchas que permitia a
travessia. Podia abrir em duas
partes (os alçapões que
aparecem referenciados em
alguns textos) para dar
passagem ao tráfego fluvial.
46

• Mais tarde, construiu-se
uma outra ponte, mais
robusta, usando 33
barcas, sobre as quais
assentava um estrado de
madeira protegida nos
parapeitos por grades.
Durante as cheias mais
ou menos regulares do
rio Douro, a ponte era
desarmada, evitando-se
que fosse destruída pela
força das águas.
47

48
Reitoria da Universidade do Porto

• Santuário do Bom
Jesus (cont.) • O interior é bastante
sóbrio, com quatro
capelas laterais,
destacando-se no altar
principal o Calvário da
autoria do escultor de
Braga José Monteiro da
Rocha, e as telas de
Pedro Alexandrino.
50

• O Santuário do Bom
Jesus do Monte
(também referido como
Santuário do Bom Jesus
de Braga) localiza-se na
freguesia de Tenões, na
cidade, concelho e
distrito de Braga.
51

• Fica situado nas
proximidades do
Santuário de Nossa
Senhora do Sameiro.
52
A história deste santuário iniciou-se em 14 de
junho de 1863. O fundador deste santuário foi
o vigário de Braga, Padre Martinho António
Pereira da Silva

• Dedicado ao Senhor Bom
Jesus constitui-se num
conjunto arquitetónico-
paisagístico integrado por
uma igreja, um escadório
onde se desenvolve a Via
Sacra do Bom Jesus, uma
área de mata (Parque do
Bom Jesus), alguns hotéis
e um funicular (Elevador
do Bom Jesus).
53
Existem 52 santuários em Portugal. Na igreja
Católica, é considerado um Santuário a Igreja
frequentada por fiéis vindos de outras regiões
atraídos por algo que existe especificamente
naquele Templo.

• Foi elevado a basílica-
menor em 5 de julho de
2015.
54
Basílica menor ou Basílica é um título
honorífico concedido pelo Papa a igrejas em
diversos países do Mundo consideradas
importantes por diversos motivos tais como:
Veneração que lhe devotam os cristãos,
Transcendência histórica e Beleza artística de
sua arquitetura e decoração.

• A sua peculiar
disposição serviu de
inspiração para outras
construções, como por
exemplo o Santuário de
Nossa Senhora dos
Remédios em Lamego,
e o Santuário do Bom
Jesus de Matosinhos na
cidade de Congonhas,
em Minas Gerais, no
Brasil.
55

• Está classificado como
Monumento Nacional
desde 1979 e declarado
Património Mundial da
Humanidade pela
UNESCO em 2019.
56

Bibliografia
• https://www.unescoportugal.mne.pt/pt/temas/pro
teger-o-nosso-patrimonio-e-promover-a-
criatividade/patrimonio-mundial-em-
portugal/santuario-do-bom-jesus-do-monte-em-
braga
• https://www.jn.pt/local/dossiers/200-anos-das-
invasoes-francesas/carlos-amarante-pai-da-ponte-
1185167.html
57
Cadeira de Património Mundial e Turismo Cultural
Os Bombos – Património Musical Português

Bibliografia
• https://www.igeoe.pt/index.php?id=5
58
Cadeira de Património Mundial e Turismo Cultural
Património Mundial Natural de África

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