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Matemática Computacional


     Introdução


                           1
Definição
   A Lógica tem, por objeto de
    estudo, as leis gerais do
    pensamento, e as formas de
    aplicar essas leis corretamente
    na investigação da verdade.


                                      2
Origem
   Aristóteles - filósofo grego - 342 a.C,
    sistematizou os conhecimentos existentes em
    Lógica, elevando-os à categoria de ciência.

   Em sua obra chamada Organum (“ferramenta
    para o correto pensar”), estabeleceu
    princípios tão gerais e tão sólidos que até
    hoje são considerados válidos.

                                                  3
Origem
   Aristóteles se preocupava com as formas de
    raciocínio que, a partir de conhecimentos
    considerados verdadeiros, permitiam obter
    novos conhecimentos.

   A partir dos conhecimentos tidos como
    verdadeiros, caberia à Lógica a formulação de
    leis gerais de encadeamentos lógicos que
    levariam à descoberta de novas verdades.
    Essa forma de encadeamento é chamada, em
    Lógica, de argumento.
                                                 4
Argumento
   Um argumento é uma sequência de proposições na qual
    uma delas é a conclusão e as demais são premissas. As
    premissas justificam a conclusão.
      Proposições: sentenças afirmativas que podem ser

       verdadeiras ou falsas.
      Premissas: afirmações disponíveis




   Exemplo:
        Todo aluno de ADS precisa estudar Lógica.   (premissa)
        José é aluno de ADS.                        (premissa)
        Logo, José precisa estudar Lógica.                  (conclusão)

                                                                      5
Argumento
   O objetivo de um argumento é justificar uma afirmação que se
    faz, ou dar as razões para uma certa conclusão obtida.

    Exemplo:

       Você me traiu. Pois, disse que ia estudar e meu irmão lhe
       viu na boate.



   Um argumento demonstra/prova como a partir dos dados de
    um problema chegou-se a uma conclusão.


                                                                   6
Argumento:
Raciocínio e Inferência
   Exercício 1:

    Um turista está andando pela terra dos honestos e
    mentirosos. Lá, as pessoas são radicais, umas só falam a
    verdade e outras só falam mentiras. Chegou a hora do
    almoço e o turista encontra-se numa estrada com uma
    bifurcação. O turista sabe que um dos caminhos é para
    um restaurante e o outro para um abismo, mas não sabe
    distingui-los. Nesta bifurcação ele encontra um homem
    nativo. Naturalmente o turista não sabe se ele é honesto
    ou mentiroso. Como o turista descobre o caminho para o
    restaurante fazendo uma única pergunta a esse nativo?


                                                               7
Argumento:
Raciocínio e Inferência
   Exercício 2:

    Um rei resolveu dar a liberdade a um de seus três
    prisioneiros. Mandou trazer três chapéus brancos e dois
    vermelhos. Vendou os olhos dos prisioneiros, colocou um
    chapéu em cada um e depois foi retirando a venda dos
    olhos deles. Ganharia a liberdade aquele que soubesse
    dizer, de forma convincente, a cor do seu próprio chapéu
    olhando para os outros prisioneiros. Os dois primeiros
    não souberam dizer. O terceiro, antes que o rei lhe tirasse
    a venda dos olhos, afirmou com toda certeza a cor do seu
    chapéu.

    Qual a cor do chapéu do terceiro prisioneiro? Justifique.
                                                                8
Argumento:
Raciocínio e Inferência
   Para convencer que você sabe a resposta (que não é
    um chute) você tem de expor as razões que o
    levaram a conclusão (justificar).

        Pontos de Partida

                                    Raciocínio ou
        Caminhos Seguidos
                                    Processo de Inferência


            Conclusão

   Um argumento poderia ser considerado uma
    reconstrução explícita do raciocínio efetuado            9
Argumento:
Raciocínio e Inferência

   Inferência é a relação que permite
    passar das premissas para a conclusão
    (um “ encadeamento lógico”)

   A palavra inferência vem do latim,
    Inferre, e significa “conduzir para”

                                            10
Argumento

   O objeto de estudo da lógica é determinar se
    a conclusão de um argumento é ou não
    decorrente das premissas (uma inferência).




                                                   11
Validade de um Argumento
   Em um argumento válido, as premissas são
    consideradas provas evidentes da verdade da
    conclusão, caso contrário não é válido.

   Quando é válido, podemos dizer que a
    conclusão é uma conseqüência lógica das
    premissas, ou ainda que a conclusão é uma
    inferência decorrente das premissas.

                                                12
Validade de um Argumento
   Exemplo 1: O argumento que segue é válido?

      Se eu ganhar na Loteria, serei rico.
      Eu ganhei na Loteria.
      Logo, sou rico.

       É Válido
        (a conclusão é uma decorrência
            lógica das duas premissas.)

                                             13
Validade de um Argumento
   Exemplo 2: O argumento que segue é válido?

    Se eu ganhar na Loteria, serei rico
    Eu não ganhei na Loteria
    Logo, não sou rico

        Não é Válido
          (a conclusão não é uma decorrência
           lógica das duas premissas.)

                                               14
Validade de um Argumento
   A lógica se preocupa com o relacionamento
    entre as premissas e a conclusão, ou seja,
    com a estrutura e a forma do raciocínio. A
    verdade do conteúdo de cada premissa e da
    conclusão é estudo das demais ciências.

   A validade do argumento está diretamente
    ligada à forma pela qual ele se apresenta
    (Lógica Formal – estuda a forma dos
    argumentos).
                                                 15
Dedução e Indução
   A Lógica dispõe de duas ferramentas
    que podem ser utilizadas pelo
    pensamento na busca de novos
    conhecimentos: a dedução e a indução,
    que dão origem a dois tipos de
    argumentos: Dedutivos e Indutivos.



                                        16
Argumentos Dedutivos
   Os Argumentos Dedutivos pretendem que
    suas premissas forneçam uma prova
    conclusiva da veracidade da conclusão.
    Podem ser:
      Válidos: quando suas premissas, se
       verdadeiras, fornecem provas convincentes
       para a conclusão. Isto é, se as premissas
       forem verdadeiras, é impossível que a
       conclusão seja falsa;
      Inválidos: não se verifica a característica
       anterior.
                                                17
Argumentos Dedutivos
   Exemplos de argumentos dedutivos:

       Ela toca piano ou violão.
       Ela toca piano.              Argumento Inválido
       Logo, ela não toca violão.

       Todo homem é mortal.
       Sócrates é um homem.         Argumento Válido
       Logo, Sócrates é mortal.


                                                         18
Argumentos Indutivos
   Os Argumentos Indutivos não pretendem que suas
    premissas forneçam provas cabais da veracidade da
    conclusão, mas apenas que forneçam indicações
    dessa veracidade. (possibilidade, probabilidade)

   Seguem do Raciocínio Indutivo, isto é, obtém
    conclusões baseada em observações/experiências.
    Enquanto que um Raciocínio Dedutivo exigi uma
    prova formal sobre a validade do argumento.

   Os termos válidos e inválidos não se aplicam para os
    argumentos indutivos. Eles são avaliados de acordo
    com a maior ou a menor probabilidade com que suas
    conclusões sejam estabelecidas.
                                                        19
Argumentos Indutivos
   Exemplo1:

    Joguei uma pedra no lago, e ela afundou;
    Joguei outra pedra no lago e ela também afundou;
    Joguei mais uma pedra no lago, e ela também
    afundou;
    Logo, se eu jogar uma outra pedra no lago, ela vai
    afundar.



                                                         20
Argumentos Indutivos
   Exemplo2:

    A vacina funcionou bem nos ratos.
    A vacina funcionou bem nos macacos.
    Logo, vai funcionar bem nos humanos.

   Exemplo3:

    80% dos entrevistados vão votar no candidato X.
    Logo, o candidato X vai vencer as eleições.
                                                  21
Argumentos Indutivos

   A Lógica Formal Clássica só estuda
    Argumentos Dedutivos, verificando se
    são ou não válidos.



                                           22
Validade e Verdade
   Verdade e Falsidade: são propriedades
    das proposições, nunca dos argumentos

   Validade ou Invalidade: são proprie-
    dades dos argumentos dedutivos que
    dizem respeito a inferência ser ou não
    válida (raciocínio ser ou não correto)

                                             23
Validade e Verdade
   Exemplo 1
    Toda baleia é um mamífero       (V)
    Todo mamífero tem pulmões       (V)
    Logo, toda baleia tem pulmões   (V)

 Argumento válido e a conclusão
  verdadeira.
                                          24
Validade e Verdade
   Exemplo 2
    Toda aranha tem seis pernas      (F)
    Todo ser de seis pernas tem asas (F)
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 Argumento válido e a conclusão
  falsa
                                           25
Validade e Verdade
   Os conceitos de argumento válido ou inválido são
    independentes da verdade ou falsidade de suas
    premissas e conclusão.

   Qualquer combinação de valores verdade entre
    as premissas e a conclusão é possível, exceto
    que nenhum argumento dedutivo válido tenha as
    premissas verdadeiras e a conclusão falsa.

   Um argumento dedutivo no qual todas as
    premissas são verdadeiras é dito Argumento
    Correto, evidentemente sua conclusão também
    é verdadeira.
                                                  26
Lógica Clássica e
    Lógica Simbólica.

   Lógica Informal formula os argumentos em
    linguagem natural, mas enfrenta problemas de
    ambigüidade e de construções confusas.

   A Lógica Simbólica ou Lógica Matemática utiliza
    símbolos de origem matemática para formular os
    argumentos.
    Tabalho iniciado pelo matemático inglês George
    Boole (1815 – 1864) – Algebra Booleana. e
    consolidado pelo filósofo e matemático alemão
    Goottlob Frege (1848 – 1895) – Regras de
    Demonstração Matemática.
                                                      27
Lógica Clássica e
Lógica Simbólica.
   Uma vez que , a Lógica Simbólica tem sua
    própria linguagem técnica, é um instrumento
    poderoso para a análise e a dedução dos
    argumentos, especialmente com o uso do
    computador (Prova Automática de
    Teoremas).

   Tradicionalmente a Lógica tem sido estudada
    para orientações filosóficas e matemáticas.
    Na computação, ela é utilizada para
    representar problemas e para obter suas
    soluções.
                                              28
O que estudaremos nessa
disciplina?
   Argumentos (estrutura, formalização e
    validade).
   Sistemas Lógicos (Lógica Proposicional e
    Lógica de 1ª ordem) e provas de suas
    propriedades básicas (teoremas).
   Métodos Algorítmicos para testar se uma
    fórmula de um sistema lógico é verdadeira
    ou não (Prova Automática de Teoremas).
   Aplicações de Prova Automática de
    Teoremas na resolução de problemas em
    áreas da computação.
   Um pouco de Programação em Lógica
                                                29
Referência Bibliográfica
   GERTING, J. L. Fundamentos matemáticos
    para a ciência da computação, 3° edição, Rio
    de Janeiro, LTC, 2001.

   SOUZA, João Nunes de. Lógica para ciência
    da computação: fundamentos de linguagem
    semântica e sistemas de dedução, Rio de
    Janeiro; Campus, 2002.

   Mortari, Cezar A.; Introdução à Lógica;
    Imprensa OFICIAL; Ed. UNESP                 30

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Introdução à Lógica Matemática

  • 1. Matemática Computacional Introdução 1
  • 2. Definição  A Lógica tem, por objeto de estudo, as leis gerais do pensamento, e as formas de aplicar essas leis corretamente na investigação da verdade. 2
  • 3. Origem  Aristóteles - filósofo grego - 342 a.C, sistematizou os conhecimentos existentes em Lógica, elevando-os à categoria de ciência.  Em sua obra chamada Organum (“ferramenta para o correto pensar”), estabeleceu princípios tão gerais e tão sólidos que até hoje são considerados válidos. 3
  • 4. Origem  Aristóteles se preocupava com as formas de raciocínio que, a partir de conhecimentos considerados verdadeiros, permitiam obter novos conhecimentos.  A partir dos conhecimentos tidos como verdadeiros, caberia à Lógica a formulação de leis gerais de encadeamentos lógicos que levariam à descoberta de novas verdades. Essa forma de encadeamento é chamada, em Lógica, de argumento. 4
  • 5. Argumento  Um argumento é uma sequência de proposições na qual uma delas é a conclusão e as demais são premissas. As premissas justificam a conclusão.  Proposições: sentenças afirmativas que podem ser verdadeiras ou falsas.  Premissas: afirmações disponíveis  Exemplo: Todo aluno de ADS precisa estudar Lógica. (premissa) José é aluno de ADS. (premissa) Logo, José precisa estudar Lógica. (conclusão) 5
  • 6. Argumento  O objetivo de um argumento é justificar uma afirmação que se faz, ou dar as razões para uma certa conclusão obtida. Exemplo: Você me traiu. Pois, disse que ia estudar e meu irmão lhe viu na boate.  Um argumento demonstra/prova como a partir dos dados de um problema chegou-se a uma conclusão. 6
  • 7. Argumento: Raciocínio e Inferência  Exercício 1: Um turista está andando pela terra dos honestos e mentirosos. Lá, as pessoas são radicais, umas só falam a verdade e outras só falam mentiras. Chegou a hora do almoço e o turista encontra-se numa estrada com uma bifurcação. O turista sabe que um dos caminhos é para um restaurante e o outro para um abismo, mas não sabe distingui-los. Nesta bifurcação ele encontra um homem nativo. Naturalmente o turista não sabe se ele é honesto ou mentiroso. Como o turista descobre o caminho para o restaurante fazendo uma única pergunta a esse nativo? 7
  • 8. Argumento: Raciocínio e Inferência  Exercício 2: Um rei resolveu dar a liberdade a um de seus três prisioneiros. Mandou trazer três chapéus brancos e dois vermelhos. Vendou os olhos dos prisioneiros, colocou um chapéu em cada um e depois foi retirando a venda dos olhos deles. Ganharia a liberdade aquele que soubesse dizer, de forma convincente, a cor do seu próprio chapéu olhando para os outros prisioneiros. Os dois primeiros não souberam dizer. O terceiro, antes que o rei lhe tirasse a venda dos olhos, afirmou com toda certeza a cor do seu chapéu. Qual a cor do chapéu do terceiro prisioneiro? Justifique. 8
  • 9. Argumento: Raciocínio e Inferência  Para convencer que você sabe a resposta (que não é um chute) você tem de expor as razões que o levaram a conclusão (justificar). Pontos de Partida Raciocínio ou Caminhos Seguidos Processo de Inferência Conclusão  Um argumento poderia ser considerado uma reconstrução explícita do raciocínio efetuado 9
  • 10. Argumento: Raciocínio e Inferência  Inferência é a relação que permite passar das premissas para a conclusão (um “ encadeamento lógico”)  A palavra inferência vem do latim, Inferre, e significa “conduzir para” 10
  • 11. Argumento  O objeto de estudo da lógica é determinar se a conclusão de um argumento é ou não decorrente das premissas (uma inferência). 11
  • 12. Validade de um Argumento  Em um argumento válido, as premissas são consideradas provas evidentes da verdade da conclusão, caso contrário não é válido.  Quando é válido, podemos dizer que a conclusão é uma conseqüência lógica das premissas, ou ainda que a conclusão é uma inferência decorrente das premissas. 12
  • 13. Validade de um Argumento  Exemplo 1: O argumento que segue é válido? Se eu ganhar na Loteria, serei rico. Eu ganhei na Loteria. Logo, sou rico. É Válido (a conclusão é uma decorrência lógica das duas premissas.) 13
  • 14. Validade de um Argumento  Exemplo 2: O argumento que segue é válido? Se eu ganhar na Loteria, serei rico Eu não ganhei na Loteria Logo, não sou rico  Não é Válido (a conclusão não é uma decorrência lógica das duas premissas.) 14
  • 15. Validade de um Argumento  A lógica se preocupa com o relacionamento entre as premissas e a conclusão, ou seja, com a estrutura e a forma do raciocínio. A verdade do conteúdo de cada premissa e da conclusão é estudo das demais ciências.  A validade do argumento está diretamente ligada à forma pela qual ele se apresenta (Lógica Formal – estuda a forma dos argumentos). 15
  • 16. Dedução e Indução  A Lógica dispõe de duas ferramentas que podem ser utilizadas pelo pensamento na busca de novos conhecimentos: a dedução e a indução, que dão origem a dois tipos de argumentos: Dedutivos e Indutivos. 16
  • 17. Argumentos Dedutivos  Os Argumentos Dedutivos pretendem que suas premissas forneçam uma prova conclusiva da veracidade da conclusão. Podem ser:  Válidos: quando suas premissas, se verdadeiras, fornecem provas convincentes para a conclusão. Isto é, se as premissas forem verdadeiras, é impossível que a conclusão seja falsa;  Inválidos: não se verifica a característica anterior. 17
  • 18. Argumentos Dedutivos  Exemplos de argumentos dedutivos: Ela toca piano ou violão. Ela toca piano. Argumento Inválido Logo, ela não toca violão. Todo homem é mortal. Sócrates é um homem. Argumento Válido Logo, Sócrates é mortal. 18
  • 19. Argumentos Indutivos  Os Argumentos Indutivos não pretendem que suas premissas forneçam provas cabais da veracidade da conclusão, mas apenas que forneçam indicações dessa veracidade. (possibilidade, probabilidade)  Seguem do Raciocínio Indutivo, isto é, obtém conclusões baseada em observações/experiências. Enquanto que um Raciocínio Dedutivo exigi uma prova formal sobre a validade do argumento.  Os termos válidos e inválidos não se aplicam para os argumentos indutivos. Eles são avaliados de acordo com a maior ou a menor probabilidade com que suas conclusões sejam estabelecidas. 19
  • 20. Argumentos Indutivos  Exemplo1: Joguei uma pedra no lago, e ela afundou; Joguei outra pedra no lago e ela também afundou; Joguei mais uma pedra no lago, e ela também afundou; Logo, se eu jogar uma outra pedra no lago, ela vai afundar. 20
  • 21. Argumentos Indutivos  Exemplo2: A vacina funcionou bem nos ratos. A vacina funcionou bem nos macacos. Logo, vai funcionar bem nos humanos.  Exemplo3: 80% dos entrevistados vão votar no candidato X. Logo, o candidato X vai vencer as eleições. 21
  • 22. Argumentos Indutivos  A Lógica Formal Clássica só estuda Argumentos Dedutivos, verificando se são ou não válidos. 22
  • 23. Validade e Verdade  Verdade e Falsidade: são propriedades das proposições, nunca dos argumentos  Validade ou Invalidade: são proprie- dades dos argumentos dedutivos que dizem respeito a inferência ser ou não válida (raciocínio ser ou não correto) 23
  • 24. Validade e Verdade  Exemplo 1 Toda baleia é um mamífero (V) Todo mamífero tem pulmões (V) Logo, toda baleia tem pulmões (V)  Argumento válido e a conclusão verdadeira. 24
  • 25. Validade e Verdade  Exemplo 2 Toda aranha tem seis pernas (F) Todo ser de seis pernas tem asas (F) Logo, toda aranha tem asas (F)  Argumento válido e a conclusão falsa 25
  • 26. Validade e Verdade  Os conceitos de argumento válido ou inválido são independentes da verdade ou falsidade de suas premissas e conclusão.  Qualquer combinação de valores verdade entre as premissas e a conclusão é possível, exceto que nenhum argumento dedutivo válido tenha as premissas verdadeiras e a conclusão falsa.  Um argumento dedutivo no qual todas as premissas são verdadeiras é dito Argumento Correto, evidentemente sua conclusão também é verdadeira. 26
  • 27. Lógica Clássica e Lógica Simbólica.  Lógica Informal formula os argumentos em linguagem natural, mas enfrenta problemas de ambigüidade e de construções confusas.  A Lógica Simbólica ou Lógica Matemática utiliza símbolos de origem matemática para formular os argumentos. Tabalho iniciado pelo matemático inglês George Boole (1815 – 1864) – Algebra Booleana. e consolidado pelo filósofo e matemático alemão Goottlob Frege (1848 – 1895) – Regras de Demonstração Matemática. 27
  • 28. Lógica Clássica e Lógica Simbólica.  Uma vez que , a Lógica Simbólica tem sua própria linguagem técnica, é um instrumento poderoso para a análise e a dedução dos argumentos, especialmente com o uso do computador (Prova Automática de Teoremas).  Tradicionalmente a Lógica tem sido estudada para orientações filosóficas e matemáticas. Na computação, ela é utilizada para representar problemas e para obter suas soluções. 28
  • 29. O que estudaremos nessa disciplina?  Argumentos (estrutura, formalização e validade).  Sistemas Lógicos (Lógica Proposicional e Lógica de 1ª ordem) e provas de suas propriedades básicas (teoremas).  Métodos Algorítmicos para testar se uma fórmula de um sistema lógico é verdadeira ou não (Prova Automática de Teoremas).  Aplicações de Prova Automática de Teoremas na resolução de problemas em áreas da computação.  Um pouco de Programação em Lógica 29
  • 30. Referência Bibliográfica  GERTING, J. L. Fundamentos matemáticos para a ciência da computação, 3° edição, Rio de Janeiro, LTC, 2001.  SOUZA, João Nunes de. Lógica para ciência da computação: fundamentos de linguagem semântica e sistemas de dedução, Rio de Janeiro; Campus, 2002.  Mortari, Cezar A.; Introdução à Lógica; Imprensa OFICIAL; Ed. UNESP 30