O documento propõe uma redação sobre a intolerância causada pelo medo do novo ou diferente, defendendo a conscientização social e respeito aos direitos humanos. Apresenta dois textos motivadores sobre a intolerância religiosa contra as religiões de matriz africana e a violência homofóbica no Brasil que matou mais de 3 mil homossexuais desde 1980.
1. COLÉGIO MARISTA CRICIÚMA
Professora: Angélica Manenti
Redação ENEM 2013
Proposta #2
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da Língua Portuguesa sobre o tema O MEDO E O
REPÚDIO PELO NOVO OU PELO DIFERENTE QUE CAUSAM A INTOLERÂNCIA, apresentando proposta de
conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Um grito pelo fim da intolerância religiosa
A Constituição Federal garante liberdade religiosa a todo cidadão brasileiro. Isso inclui o direito de escolher a religião
que deseja e o de expressar as tradições e ritos da crença escolhida. Mas, nas comunidades afro-religiosas do Brasil
isso não vem ocorrendo há anos. Em cada canto do país, adeptos das diversas religiões “ditas verdadeiras”, fazem
suas próprias leis, perseguindo adeptos da Umbanda e do Candomblé, por pensarem não serem estas, “religiões
verdadeiras”, mas quem pode dizer o que é verdadeiro ou falso quando se trata de religiosidade? O “verdadeiro”
está na fé de cada um, está nas boas ações, no entender o outro como seu igual, suprimindo as diferenças,
respeitando o livre arbítrio.
Em todo o Brasil grupos afro-religiosos unem-se para pedir o fim da discriminação e intolerância religiosa. Tem sido
comum, caminhadas e fóruns, nos quais, o segmento afro-religioso, e até artistas, intelectuais e representantes de
várias crenças, denunciam o preconceito e a perseguição por parte de outros grupos religiosos ou não.
Cotidianamente, lê-se nas revistas e jornais que os ataques são “sistemáticos”, inclusive pelos veículos de
comunicação, por meio de programas evangélicos que mostram as religiões de matriz africana e ameríndias, como
religiões do diabo.
O segmento afro-religioso convive com ofensas e com o desrespeito a sua crença; em cada esquina, vândalos
depredam as oferendas aos orixás, que são simbologias importantíssimas para os afro-religiosos, dentre outros tipos
de desrespeito e depredação.
Fonte: ACÁCIO, Mara Sílvia Jucá. (com adaptações)
2. Intolerância contra homossexuais se repete em todo o país
Só neste ano, houve 205 mortes provocadas por violência homofóbica. Segundo o Grupo Gay da Bahia, 3.330
homicídios de homossexuais foram registrados desde 1980.
Nas últimas semanas, o país acompanhou duas histórias de preconceito e intolerância em São Paulo e no Rio de
Janeiro: quatro jovens foram agredidos brutalmente em vias públicas por assumirem uma orientação sexual
diferente da maioria.
Assassinatos aumentaram - Os casos não são isolados. Não há dados oficiais sobre agressões a homossexuais. De
acordo com o Grupo Gay da Bahia (GGB), único a reunir números sobre o tema, o Brasil é o país onde há mais
assassinatos de homossexuais – um a cada dois dias. A Organização Não-Governamental cruza números de
homicídios com as notícias sobre casos em que houve motivação preconceituosa por causa da orientação sexual. O
governo alega que não reúne dados oficiais porque é difícil tipificar os crimes relacionados à homofobia e muitas
vítimas têm medo de assumir a homossexualidade ao denunciar.
O levantamento do GGB aponta um crescimento do número de assassinatos nos últimos anos. Em 2009, foram 198
casos - 11 a mais que em 2008 e 76 a mais que em 2007. Em 2010, somente de janeiro a novembro, o grupo
contabiliza 205 casos em todo o país. Desde que o grupo foi criado, em 1980, 3.330 homicídios de homossexuais
foram registrados.
O antropólogo e fundador do GGB, Luiz Mott, afirma que somente 10% dos autores desses crimes são localizados e
punidos. “A maioria acontece no meio da noite e em lugares desertos, o que dificulta a localização dos criminosos”,
comenta.
Os grupos que defendem os direitos de homossexuais se revoltaram. “A pressão dos fundamentalistas religiosos
impede o progresso dos direitos humanos no país”, critica o fundador do GGB, Luiz Mott. “A gente não quer
transformar a sociedade em homossexual, quer apenas garantir o direito constitucional de ter liberdade para se
expressar”, completa o presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo, Ideraldo Beltrame.
Fonte: www.veja.abril.com.br (com adaptações)
INSTRUÇÕES:
O rascunho da redação deve ser feito antes da versão final.
O texto definitivo deve ser escrito a tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
A redação com até 7 (sete) linhas será considerada “insuficiente” e receberá nota zero.
A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero.
A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas copiadas
desconsiderado para efeito de correção.