SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 4
Baixar para ler offline
INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA E A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL:
CRIMINALIZAÇÃO DA POBREZA E DA JUVENTUDE
Sérgio Botton Barcellos
O tema da internação compulsória e da redução da maioridade penal estão sendo pautados de
forma intensiva pelo governo do estado de São Paulo, desde janeiro desse ano, quando efetivou uma
ação conjunta entre o Judiciário e o Executivo, com médicos, juízes e advogados, colocando a
internação compulsória com pauta na agenda pública. Ao mesmo tempo na semana passada o
governador Geraldo Alckmin esteve pessoalmente durante a sessão, que aprovou o Estatuto da
Juventude, para também dar entrada junto com outros senadores ao projeto de lei para a redução da
maioridade penal, defendendo penas mais rígidas para menores infratores e punições mais severas
para os/s jovens que cometerem delitos graves1
.
Nesse embalo os senadores estão dando andamento à tramitação do projeto de lei que trata da
internação compulsória de dependentes químicos e traficantes de drogas já presos que sejam viciados.
O projeto com relatoria da senadora Ana Amélia (PP-RS), prevê que a decisão do tratamento pode ser
imposta ao usuário de droga por decisão judicial. Esse projeto foi aprovado no dia 10 de abril na
Comissão de Assuntos Sociais (CAS). A matéria ainda vai tramitar nas comissões de Direitos
Humanos e Legislação Participativa (CDH) e de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). O texto
aprovado, em forma de substitutivo ao projeto de lei original - PLS 111/2010 - prevê que o juiz, com
base em um laudo emitido por comissão técnica, poderá encaminhar os dependentes químicos e
traficantes viciados em drogas no território nacional, para tratamento especializado e, se necessário, à
internação compulsória.
Observa-se, que nas cidades onde estão ocorrendo às internações compulsórias, em grande parte
junto a usuários de Crack e aos/as jovens em condições de pobreza, como Rio e São Paulo estão
ocorrendo os preparativos para a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Associado a isso há inúmeras
denúncias por parte dos movimentos sociais e até da ONU sobre violações dos direitos humanos
nessas cidades, pois não estão sendo respeitados o direito à moradia e à cidade, com a remoção de
comunidades inteiras para a instalação de perimetrais e obras turísticas descumprindo legislações
como, Constituição, Leis Orgânicas municipais, o Estatuto das Cidades e tratados Internacionais dos
quais o Brasil é signatário.
Além de não oferecer indenizações ou aluguel social apropriados para as famílias desalojadas
se instalarem em um local equivalente ao qual residia, estão sendo oferecidas habitações em
1
Segundo o Código Penal, a Constituição, a Lei de Segurança Nacional e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), menores de 18
anos são penalmente inimputáveis. Atualmente, a internação máxima prevista pelo estatuto é de três anos, mas uma pessoa pode ficar
internada até os 20 anos e 11 meses, se ela for pega na véspera de completar 18 anos.
conjuntos, distantes muitas vezes até 50 km do local original. Ainda, nessas cidades estão ocorrendo
perseguições sistemáticas ao trabalho dos camelôs, a precarização do trabalho nas construções dos
estádios e outras infraestruturas, bem como o recolhimento compulsório das pessoas moradoras de rua
para abrigos distantes e sem uma estrutura de atendimento apropriada.
Nesse processo de preparação do Brasil para receber os megaeventos, o discurso da
"higienização” das cidades e criminalização da pobreza está ganhando cada vez mais vulto, mesmo
que sempre tenha perpassado o processo histórico de urbanização no Brasil. Esse conjunto de
situações e fatos que estão ocorrendo, sinalizam a chegada das leis de exceção e a limitação na
liberdade de manifestação e comunicação em diversas cidades brasileiras.
As retóricas para a segregação e dominação social
Uma das variáveis pela qual podem ser analisadas as medidas higienistas e disciplinadoras nas
cidades e na sociedade brasileira é a partir de uma lente sobre a história do Brasil, desde a invasão e a
colonização européia no país. Evidencia-se que o processo de segregação e criminalização da pobreza
foi convencionado em meio a um padrão civilizador que assume distintas feições nos estágios de
desenvolvimento do capitalismo e são reafirmados pelas elites e muitos seguidores na classe média, os
quais atuam por intermédio das instituições de Estado, bem como pela opinião pública por meio das
corporações midiáticas.
Percebe-se que esse modelo urbano no Brasil beneficia poucos segmentos da sociedade e não
está sendo capaz de prover as condições adequadas e necessárias de renda, moradia, mobilidade e
saneamento para uma grande parcela da população brasileira que está situada em sua maioria à
margem dos mercados de habitação, infraestrutura, serviços básicos e produtos de bens e consumo.
Com este modelo vigente, há uma tendência em configurar-se concreta e simbolicamente a formação
de um “cordão sanitário” entre as elites e a pobreza com todas as questões sociais (drogadição,
diversos delitos e homicídios) que acompanham os conflitos gerados sob condições paupérrimas de
vida.
Algumas das expressões sociais relativas ao discurso da redução da maioridade penal e
internação compulsória estão associadas a fatores como a expansão, diversificação e sofisticação da
violência delitual nas grandes cidades contra os grupos étnicos, geracionais e de expressão sexual
(homofobia), a criminalização da pobreza e a criação de antagonismos entre grupos sociais em meio à
restrição das condições de inserção social e ao mercado de trabalho. Exemplo disso são os/as jovens
no Brasil, que são as principais vítimas da violência urbana, alvos prediletos dos homicidas e dos
excessos policiais, em destaque os/as jovens negros que também lideram estatísticas, como, o grupo
social que recebe os salários mais baixos do mercado, do maior contingente de desempregados e dos
que têm maior defasagem escolar.
Por exemplo, segundo o recém divulgado PNAD (2011), as/os desempregadas/os do mercado
formal e informal, mais da metade são mulheres (mesmo que mais escolarizadas que os homens);
mais de um terço (33,9%) são jovens entre 18 e 24 anos de idade; e 57,6% pretos ou pardos e 53,6%
com ensino médio incompleto.Outra pesquisa recém divulgada pela OIT (2012) reafirma essa
condição.
Ainda, de acordo com a publicação Mapa da Violência, um jovem negro entre 15 e 25 anos
tem chances 127% maiores de ser assassinado que a de um branco na mesma faixa etária. Em 2010,
foram registradas 49.932 pessoas vítimas de homicídio no Brasil, desses 70,6% eram negras (os). Em
2010, 26.854 jovens entre 15 e 29 foram vítimas de homicídio, 74,6% dos e das jovens
assassinadas/os eram negros/as e 91,3% eram do sexo masculino. Já as vítimas jovens (ente 15 e 29
anos) correspondem a 53% do total de homicídios e a diferença entre jovens brancos e negros salta de
4.807 para 12.190 homicídios, entre 2000 e 2009. Em outro estudo aponta-se que das vítimas de
violência homofóbica no Brasil, que registraram denúncia, indica-se o predomínio de vítimas até 29
anos (50,3%) e na maioria são jovens de cor parda ou negra. Portanto, não deve ser delegado aos/as as
jovens o conjunto de delitos e a causa da violência nas cidades, pois são as vítimas desse próprio
processo.
Faz-se necessário rememorar que a constituição das cidades no Brasil foi estruturada por uma
economia competitiva, como o símbolo da modernização da estrutura produtiva da sociedade
brasileira, junto ao processo histórico de uma sociedade que estruturou sua economia pelo
mercantilismo e pela escravidão. Isto acarretou a inserção desigual dos vários grupos raciais (em
grande parte em faixa etária jovem) na economia competitiva, como um processo de racionalização
econômica em curso e a imposição de um novo modelo de organização da vida econômica e social na
história (Fernandes, 1978). Nesse processo, evidentemente, a integração dos/das negros/as foi de
exclusão, pois o processo imigratório colocado em prática pelo governo brasileiro no início do século
passado priorizou a utilização de força de trabalho originária da Europa, pela crença e o advento da
civilização e da modernização da sociedade nacional balizada pelas diretrizes do trabalho livre, do
regime republicano e capitalista2
.
Afirma-se, a partir desse conjunto de questões expostas, que as atuais políticas de
criminalização da pobreza por parte do Estado, como a internação compulsória e a redução da
maioridade penal, vão além da segregação social, pois tem recorte geracional e racial e estão
enderaçadas mais uma vez para a juventude. Percebe-se que, se alguém está matando alguém, não são
os e as jovens pobres, mas a discussão parece ser bem mais complexa e pode estar desvinculada de
preceitos imediatistas propalados pelas elites ardorosas por segurança e divisão social.
Destaca-se que os projetos de lei sobre a redução da maioridade penal e da internação
compulsória, em tramitação no Congresso Nacional, também tem seu recorte de classe junto aos
2
Ver mais em FERNANDES, F. A Integração do Negro na Sociedade de Classes. Vol.I. São Paulo: Ática, 1978.
propositores da matéria, pois são projetos azeitados por forças histórico-conservadoras e as elites que
atualmente tem assento legislativo historicamente em partidos como PSDB, DEM, PRB e atualmente,
até mesmo, em partidos como PSB, PCdoB e PT. Junto a isso, observa-se um governo apático e sem
reação perante essas pautas postas no Congresso, a princípio para manutenção de uma suposta
governabilidade.
Outra, questão que pode ser feita sobre esse debate, é: como e aonde irão colocar em regime de
cárcere tantas pessoas? Entre 2001 e 2011, a população brasileira cresceu 9,32% e a população
carcerária 120%. São 550 mil presos e um déficit de 250 mil vagas, sendo uma das maiores
populações carcerárias do mundo. Ainda, consta em uma pesquisa do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), do total de adolescentes em conflito com a lei em 2011 no Brasil, apenas 8,4% cometeram
homicídios. A maioria dos delitos são roubos, seguido por tráfico. Quase metade do total de
adolescentes infratores realizaram o primeiro ato infracional entre os 15 e os 17 anos.
Também cria-se uma certa espetacularização do uso das drogas e a propagandeação de que está
ocorrendo uma epidemia do crack. Contudo isso parece não estar de acordo com a realidade, exemplo
disso, é que segundo dados do Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas (Obid), 12% dos
paulistanos, por exemplo, são dependentes de álcool e apenas 0,05% usa crack.
Percebe-se que se o regime de cárcere e internação compulsória fossem medidas eficazes e que
tivessem algum desdobramento considerado benéfico à sociedade, não seria necessário discutir formas
de contenção e cárcere para mais pessoas. O debate da desigualdade social, por exemplo, que pode ser
considerado um dos principais geradores de criminalidade e violência na sociedade é mascarado por
argumentos maniqueístas, eugenistas e psicologistas pelos formadores hegemônicos de opinião
pública, bem como pelas elites políticas e econômicas do país.
A questão do uso do Crack e outras drogas parece ter que ir além de ser apenas um caso de
polícia ou abordada sob um viés sanitarista, ou como uma epidemia, ou tornando a decisão da
internação em uma política pública de retirada de circulação da pobreza e cárcere sanitário, o que é o
avesso aos atuais conceitos e tratamentos em saúde mental3
.
Nessa breve provocação não foi possível dar conta da diversidade de aspectos possíveis e
necessários de serem contidos no debate sobre a internação compulsória e a redução da maioridade
penal. Contudo, percebe-se que os debates e as disputas políticas para o aprimoramento e a ampliação
das ações e políticas públicas em saúde e segurança pública precisam estar em pauta para e pelo
conjunto da sociedade, além das medidas conservadoras e “medievais” que estão sendo propostas.
3
O movimento da reforma psiquiátrica é uma luta pelos direitos de pacientes psiquiátricos que denuncia a violência praticada nos
manicômios e que propõe a construção de uma rede de serviços e estratégias comunitárias para o tratamento dessas pessoas, ou seja, em
locais que o paciente possa frequentar, sem a necessidade de passar longos períodos internado, longe da convivência familiar e
comunitária.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Exerc2 aula3
Exerc2 aula3Exerc2 aula3
Exerc2 aula3Will Tkd
 
Teu g-1 criminalidade no brasil. índio e salvador
Teu   g-1 criminalidade no brasil. índio e salvadorTeu   g-1 criminalidade no brasil. índio e salvador
Teu g-1 criminalidade no brasil. índio e salvadorOdinei Maciel
 
07 redações nota 1000 no enem 2015
07 redações nota 1000 no enem 201507 redações nota 1000 no enem 2015
07 redações nota 1000 no enem 2015ma.no.el.ne.ves
 
Redações nota 1000 no enem 2015 por Manoel Neves
Redações nota 1000 no enem 2015 por Manoel NevesRedações nota 1000 no enem 2015 por Manoel Neves
Redações nota 1000 no enem 2015 por Manoel Nevesma.no.el.ne.ves
 
Criminalidade e segurança111
Criminalidade e segurança111Criminalidade e segurança111
Criminalidade e segurança111flávia
 
"O fator social nos crimes de execução sumária"
"O fator social nos crimes de execução sumária""O fator social nos crimes de execução sumária"
"O fator social nos crimes de execução sumária"Observatório Negro
 
2º ano abordagens para introdução
2º ano abordagens para introdução2º ano abordagens para introdução
2º ano abordagens para introduçãoFabio Cruz
 
2º ano abordagens para introdução
2º ano abordagens para introdução2º ano abordagens para introdução
2º ano abordagens para introduçãoFabio Cruz
 
CIDADANIA E DESIGUALDADE DE GÊNERO
CIDADANIA E DESIGUALDADE DE GÊNEROCIDADANIA E DESIGUALDADE DE GÊNERO
CIDADANIA E DESIGUALDADE DE GÊNEROProf. Noe Assunção
 
Mulher negritude, indicadores sociais
Mulher negritude, indicadores sociaisMulher negritude, indicadores sociais
Mulher negritude, indicadores sociaisKelly da Silva
 
Aula 2 Mercado de trabalho e desigualdades - 2º Sociologia - Prof. Noe Assu...
Aula 2   Mercado de trabalho e desigualdades - 2º Sociologia - Prof. Noe Assu...Aula 2   Mercado de trabalho e desigualdades - 2º Sociologia - Prof. Noe Assu...
Aula 2 Mercado de trabalho e desigualdades - 2º Sociologia - Prof. Noe Assu...Prof. Noe Assunção
 
Consequências da lei maria da penha
Consequências da lei maria da penhaConsequências da lei maria da penha
Consequências da lei maria da penhaJoão Mendonça
 
Manifestações nas ruas, as eleições em 2014 e a política do Bem X Mal
Manifestações nas ruas, as eleições em 2014 e a política do Bem X Mal Manifestações nas ruas, as eleições em 2014 e a política do Bem X Mal
Manifestações nas ruas, as eleições em 2014 e a política do Bem X Mal UFPB
 

Mais procurados (20)

Criminalidade heróica
Criminalidade heróicaCriminalidade heróica
Criminalidade heróica
 
Exerc2 aula3
Exerc2 aula3Exerc2 aula3
Exerc2 aula3
 
Teu g-1 criminalidade no brasil. índio e salvador
Teu   g-1 criminalidade no brasil. índio e salvadorTeu   g-1 criminalidade no brasil. índio e salvador
Teu g-1 criminalidade no brasil. índio e salvador
 
07 redações nota 1000 no enem 2015
07 redações nota 1000 no enem 201507 redações nota 1000 no enem 2015
07 redações nota 1000 no enem 2015
 
Redações nota 1000 no enem 2015 por Manoel Neves
Redações nota 1000 no enem 2015 por Manoel NevesRedações nota 1000 no enem 2015 por Manoel Neves
Redações nota 1000 no enem 2015 por Manoel Neves
 
Criminalidade e segurança111
Criminalidade e segurança111Criminalidade e segurança111
Criminalidade e segurança111
 
Violência urbana
Violência urbanaViolência urbana
Violência urbana
 
"O fator social nos crimes de execução sumária"
"O fator social nos crimes de execução sumária""O fator social nos crimes de execução sumária"
"O fator social nos crimes de execução sumária"
 
2º ano abordagens para introdução
2º ano abordagens para introdução2º ano abordagens para introdução
2º ano abordagens para introdução
 
2º ano abordagens para introdução
2º ano abordagens para introdução2º ano abordagens para introdução
2º ano abordagens para introdução
 
Brasil nao reserva datas para herois negros
Brasil nao reserva datas para herois negrosBrasil nao reserva datas para herois negros
Brasil nao reserva datas para herois negros
 
CIDADANIA E DESIGUALDADE DE GÊNERO
CIDADANIA E DESIGUALDADE DE GÊNEROCIDADANIA E DESIGUALDADE DE GÊNERO
CIDADANIA E DESIGUALDADE DE GÊNERO
 
Mulher negritude, indicadores sociais
Mulher negritude, indicadores sociaisMulher negritude, indicadores sociais
Mulher negritude, indicadores sociais
 
Vitimas da cor
Vitimas da corVitimas da cor
Vitimas da cor
 
Aula 2 Mercado de trabalho e desigualdades - 2º Sociologia - Prof. Noe Assu...
Aula 2   Mercado de trabalho e desigualdades - 2º Sociologia - Prof. Noe Assu...Aula 2   Mercado de trabalho e desigualdades - 2º Sociologia - Prof. Noe Assu...
Aula 2 Mercado de trabalho e desigualdades - 2º Sociologia - Prof. Noe Assu...
 
Tipos de racismo estrutural e institucional
Tipos de racismo estrutural e institucionalTipos de racismo estrutural e institucional
Tipos de racismo estrutural e institucional
 
Consequências da lei maria da penha
Consequências da lei maria da penhaConsequências da lei maria da penha
Consequências da lei maria da penha
 
Wacquant
WacquantWacquant
Wacquant
 
Brasil não reserva datas para heróis negros
Brasil não reserva datas para heróis negrosBrasil não reserva datas para heróis negros
Brasil não reserva datas para heróis negros
 
Manifestações nas ruas, as eleições em 2014 e a política do Bem X Mal
Manifestações nas ruas, as eleições em 2014 e a política do Bem X Mal Manifestações nas ruas, as eleições em 2014 e a política do Bem X Mal
Manifestações nas ruas, as eleições em 2014 e a política do Bem X Mal
 

Destaque

Trabalho de informática
Trabalho de informáticaTrabalho de informática
Trabalho de informáticaana neves
 
Comparativo Laje Atex x Laje Maciça
Comparativo Laje Atex x Laje MaciçaComparativo Laje Atex x Laje Maciça
Comparativo Laje Atex x Laje MaciçaAtex Brasil
 
Actividades fim de semana 17 e 18 março
Actividades fim de semana 17 e 18 marçoActividades fim de semana 17 e 18 março
Actividades fim de semana 17 e 18 marçoSara Ferreira
 
A formulação das políticas públicas para a juventude rural no Brasil e os ele...
A formulação das políticas públicas para a juventude rural no Brasil e os ele...A formulação das políticas públicas para a juventude rural no Brasil e os ele...
A formulação das políticas públicas para a juventude rural no Brasil e os ele...UFPB
 
Prototipagem rápida revolucionando as áreas
Prototipagem rápida revolucionando as áreasPrototipagem rápida revolucionando as áreas
Prototipagem rápida revolucionando as áreasGil Equipamentos
 

Destaque (9)

Civil - Structural Designer CV
Civil - Structural Designer CVCivil - Structural Designer CV
Civil - Structural Designer CV
 
Resultados evaluación nuevo ingreso agosto 2012
Resultados evaluación nuevo ingreso agosto 2012Resultados evaluación nuevo ingreso agosto 2012
Resultados evaluación nuevo ingreso agosto 2012
 
Ensayo coctel tecnologico
Ensayo coctel tecnologicoEnsayo coctel tecnologico
Ensayo coctel tecnologico
 
Trabalho de informática
Trabalho de informáticaTrabalho de informática
Trabalho de informática
 
Comparativo Laje Atex x Laje Maciça
Comparativo Laje Atex x Laje MaciçaComparativo Laje Atex x Laje Maciça
Comparativo Laje Atex x Laje Maciça
 
Actividades fim de semana 17 e 18 março
Actividades fim de semana 17 e 18 marçoActividades fim de semana 17 e 18 março
Actividades fim de semana 17 e 18 março
 
A formulação das políticas públicas para a juventude rural no Brasil e os ele...
A formulação das políticas públicas para a juventude rural no Brasil e os ele...A formulação das políticas públicas para a juventude rural no Brasil e os ele...
A formulação das políticas públicas para a juventude rural no Brasil e os ele...
 
Prototipagem rápida revolucionando as áreas
Prototipagem rápida revolucionando as áreasPrototipagem rápida revolucionando as áreas
Prototipagem rápida revolucionando as áreas
 
Resume2015
Resume2015Resume2015
Resume2015
 

Semelhante a Discussão maioridade penal e internação compulsória sérgio botton barcellos

Política, manifestações e o pensamento conservador no brasil – Parte II
Política, manifestações e o pensamento conservador no brasil – Parte IIPolítica, manifestações e o pensamento conservador no brasil – Parte II
Política, manifestações e o pensamento conservador no brasil – Parte IIUFPB
 
Oligarquias partidárias brasileiras
Oligarquias partidárias brasileirasOligarquias partidárias brasileiras
Oligarquias partidárias brasileirasJustino Amorim
 
A JUVENTUDE RURAL E AS POLÍTICAS PÚBLICAS: IDENTIDADE E REIVINDICAÇÃO POR DIR...
A JUVENTUDE RURAL E AS POLÍTICAS PÚBLICAS: IDENTIDADE E REIVINDICAÇÃO POR DIR...A JUVENTUDE RURAL E AS POLÍTICAS PÚBLICAS: IDENTIDADE E REIVINDICAÇÃO POR DIR...
A JUVENTUDE RURAL E AS POLÍTICAS PÚBLICAS: IDENTIDADE E REIVINDICAÇÃO POR DIR...UFPB
 
Juventude e sistema de direitos
Juventude e sistema de direitosJuventude e sistema de direitos
Juventude e sistema de direitosMauricio
 
Resoluções_do_Encontro_Nacional_de_Direitos_Humanos_do_PT_Partido.pdf
Resoluções_do_Encontro_Nacional_de_Direitos_Humanos_do_PT_Partido.pdfResoluções_do_Encontro_Nacional_de_Direitos_Humanos_do_PT_Partido.pdf
Resoluções_do_Encontro_Nacional_de_Direitos_Humanos_do_PT_Partido.pdfELIAS OMEGA
 
O crescimento da extrema direita no Brasil - Esther Solano
O crescimento da extrema direita no Brasil - Esther SolanoO crescimento da extrema direita no Brasil - Esther Solano
O crescimento da extrema direita no Brasil - Esther SolanoMiguel Rosario
 
Acesso de-negros-c3a0s-universidade-pc3bablicas
Acesso de-negros-c3a0s-universidade-pc3bablicasAcesso de-negros-c3a0s-universidade-pc3bablicas
Acesso de-negros-c3a0s-universidade-pc3bablicasJuliana Germano Moreira
 
O papel do a.s no papel etico politico
O papel do a.s no papel etico politicoO papel do a.s no papel etico politico
O papel do a.s no papel etico politicodavimoreira
 
A CEGUEIRA POLÍTICA DOMINA O BRASIL
A CEGUEIRA POLÍTICA DOMINA O BRASILA CEGUEIRA POLÍTICA DOMINA O BRASIL
A CEGUEIRA POLÍTICA DOMINA O BRASILFernando Alcoforado
 
Texto 2 etnocentrismo
Texto 2   etnocentrismoTexto 2   etnocentrismo
Texto 2 etnocentrismoLuciana Melo
 
Texto 2 etnocentrismo
Texto 2   etnocentrismoTexto 2   etnocentrismo
Texto 2 etnocentrismoLuciana Melo
 
Oficina de redação
Oficina de redaçãoOficina de redação
Oficina de redaçãohipolitus
 

Semelhante a Discussão maioridade penal e internação compulsória sérgio botton barcellos (20)

Política, manifestações e o pensamento conservador no brasil – Parte II
Política, manifestações e o pensamento conservador no brasil – Parte IIPolítica, manifestações e o pensamento conservador no brasil – Parte II
Política, manifestações e o pensamento conservador no brasil – Parte II
 
Oligarquias partidárias brasileiras
Oligarquias partidárias brasileirasOligarquias partidárias brasileiras
Oligarquias partidárias brasileiras
 
A JUVENTUDE RURAL E AS POLÍTICAS PÚBLICAS: IDENTIDADE E REIVINDICAÇÃO POR DIR...
A JUVENTUDE RURAL E AS POLÍTICAS PÚBLICAS: IDENTIDADE E REIVINDICAÇÃO POR DIR...A JUVENTUDE RURAL E AS POLÍTICAS PÚBLICAS: IDENTIDADE E REIVINDICAÇÃO POR DIR...
A JUVENTUDE RURAL E AS POLÍTICAS PÚBLICAS: IDENTIDADE E REIVINDICAÇÃO POR DIR...
 
Desigualdades raciais no brasil
Desigualdades raciais no brasilDesigualdades raciais no brasil
Desigualdades raciais no brasil
 
O eclipse da razão no brasil
O eclipse da razão no brasilO eclipse da razão no brasil
O eclipse da razão no brasil
 
Juventude e Violência
Juventude e ViolênciaJuventude e Violência
Juventude e Violência
 
Juventude e sistema de direitos
Juventude e sistema de direitosJuventude e sistema de direitos
Juventude e sistema de direitos
 
Resoluções_do_Encontro_Nacional_de_Direitos_Humanos_do_PT_Partido.pdf
Resoluções_do_Encontro_Nacional_de_Direitos_Humanos_do_PT_Partido.pdfResoluções_do_Encontro_Nacional_de_Direitos_Humanos_do_PT_Partido.pdf
Resoluções_do_Encontro_Nacional_de_Direitos_Humanos_do_PT_Partido.pdf
 
INCLUSÃO SOCIAL.pptx
INCLUSÃO SOCIAL.pptxINCLUSÃO SOCIAL.pptx
INCLUSÃO SOCIAL.pptx
 
capitulos-19-20.pptx
capitulos-19-20.pptxcapitulos-19-20.pptx
capitulos-19-20.pptx
 
O crescimento da extrema direita no Brasil - Esther Solano
O crescimento da extrema direita no Brasil - Esther SolanoO crescimento da extrema direita no Brasil - Esther Solano
O crescimento da extrema direita no Brasil - Esther Solano
 
Diz Jornal - Edição 195
Diz Jornal - Edição 195Diz Jornal - Edição 195
Diz Jornal - Edição 195
 
Acesso de-negros-c3a0s-universidade-pc3bablicas
Acesso de-negros-c3a0s-universidade-pc3bablicasAcesso de-negros-c3a0s-universidade-pc3bablicas
Acesso de-negros-c3a0s-universidade-pc3bablicas
 
O papel do a.s no papel etico politico
O papel do a.s no papel etico politicoO papel do a.s no papel etico politico
O papel do a.s no papel etico politico
 
A CEGUEIRA POLÍTICA DOMINA O BRASIL
A CEGUEIRA POLÍTICA DOMINA O BRASILA CEGUEIRA POLÍTICA DOMINA O BRASIL
A CEGUEIRA POLÍTICA DOMINA O BRASIL
 
Texto 2 etnocentrismo
Texto 2   etnocentrismoTexto 2   etnocentrismo
Texto 2 etnocentrismo
 
Texto 2 etnocentrismo
Texto 2   etnocentrismoTexto 2   etnocentrismo
Texto 2 etnocentrismo
 
Redações
RedaçõesRedações
Redações
 
Oficina de redação
Oficina de redaçãoOficina de redação
Oficina de redação
 
Cidadania
CidadaniaCidadania
Cidadania
 

Mais de UFPB

Os debates sobre a mineração no bioma pampa: conflitos socioambientais entre ...
Os debates sobre a mineração no bioma pampa: conflitos socioambientais entre ...Os debates sobre a mineração no bioma pampa: conflitos socioambientais entre ...
Os debates sobre a mineração no bioma pampa: conflitos socioambientais entre ...UFPB
 
As políticas públicas para a juventude rural: o PRONAF jovem em debate
As políticas públicas para a juventude rural:  o PRONAF jovem em debateAs políticas públicas para a juventude rural:  o PRONAF jovem em debate
As políticas públicas para a juventude rural: o PRONAF jovem em debateUFPB
 
A agroecologia entre o debate da justiça ambiental e da democracia: alguns de...
A agroecologia entre o debate da justiça ambiental e da democracia: alguns de...A agroecologia entre o debate da justiça ambiental e da democracia: alguns de...
A agroecologia entre o debate da justiça ambiental e da democracia: alguns de...UFPB
 
O crédito fundiário e a linha nossa primeira terra em debate no brasil
O crédito fundiário e a linha nossa primeira terra em debate no brasilO crédito fundiário e a linha nossa primeira terra em debate no brasil
O crédito fundiário e a linha nossa primeira terra em debate no brasilUFPB
 
Quando outros atores vão às ruas as manifestações de junho de 2013 e suas m...
Quando outros atores vão às ruas   as manifestações de junho de 2013 e suas m...Quando outros atores vão às ruas   as manifestações de junho de 2013 e suas m...
Quando outros atores vão às ruas as manifestações de junho de 2013 e suas m...UFPB
 
Educação ambiental e a polissemia em tempos de globalização
Educação ambiental e a polissemia em tempos de globalizaçãoEducação ambiental e a polissemia em tempos de globalização
Educação ambiental e a polissemia em tempos de globalizaçãoUFPB
 
A juventude rural enquanto ator político atuando na configuração de políticas...
A juventude rural enquanto ator político atuando na configuração de políticas...A juventude rural enquanto ator político atuando na configuração de políticas...
A juventude rural enquanto ator político atuando na configuração de políticas...UFPB
 
O lugar da juventude no futuro dos assentamentos rurais
O lugar da juventude no futuro dos assentamentos ruraisO lugar da juventude no futuro dos assentamentos rurais
O lugar da juventude no futuro dos assentamentos ruraisUFPB
 
JUVENTUDE RURAL ENQUANTO ATOR POLÍTICO E A REIVINDICAÇÃO PELO “ACESSO A TERRA...
JUVENTUDE RURAL ENQUANTO ATOR POLÍTICO E A REIVINDICAÇÃO PELO “ACESSO A TERRA...JUVENTUDE RURAL ENQUANTO ATOR POLÍTICO E A REIVINDICAÇÃO PELO “ACESSO A TERRA...
JUVENTUDE RURAL ENQUANTO ATOR POLÍTICO E A REIVINDICAÇÃO PELO “ACESSO A TERRA...UFPB
 
Politicas Públicas de Desenvolvimento Rural no Brasil
Politicas Públicas de Desenvolvimento Rural no BrasilPoliticas Públicas de Desenvolvimento Rural no Brasil
Politicas Públicas de Desenvolvimento Rural no BrasilUFPB
 
Brics tensões do desenvolvimento e impactos socioambientais
Brics   tensões do desenvolvimento e impactos socioambientaisBrics   tensões do desenvolvimento e impactos socioambientais
Brics tensões do desenvolvimento e impactos socioambientaisUFPB
 
Livro juventude rural e políticas públicas
Livro juventude rural e políticas públicasLivro juventude rural e políticas públicas
Livro juventude rural e políticas públicasUFPB
 
Coopérer, verbe infini?
Coopérer, verbe infini?Coopérer, verbe infini?
Coopérer, verbe infini?UFPB
 
A violência no campo no brasil: questões e dados para o debate
A violência no campo no brasil: questões e dados para o debateA violência no campo no brasil: questões e dados para o debate
A violência no campo no brasil: questões e dados para o debateUFPB
 
A educação ambiental em um projeto social e as relações com a Interdisciplina...
A educação ambiental em um projeto social e as relações com a Interdisciplina...A educação ambiental em um projeto social e as relações com a Interdisciplina...
A educação ambiental em um projeto social e as relações com a Interdisciplina...UFPB
 
Florestan fernandes após 19 anos e o pensar sobre o brasil
Florestan fernandes após 19 anos e o pensar sobre o brasilFlorestan fernandes após 19 anos e o pensar sobre o brasil
Florestan fernandes após 19 anos e o pensar sobre o brasilUFPB
 
Política, manifestações e o pensamento conservador no Brasil - Parte I
Política, manifestações e o pensamento conservador no Brasil - Parte IPolítica, manifestações e o pensamento conservador no Brasil - Parte I
Política, manifestações e o pensamento conservador no Brasil - Parte IUFPB
 
Os legados da Copa no Brasil têm que chegar na política também…
Os legados da Copa no Brasil têm que chegar na política também…Os legados da Copa no Brasil têm que chegar na política também…
Os legados da Copa no Brasil têm que chegar na política também…UFPB
 
Tese: A formulação das políticas públicas para a juventude rural no Brasil: a...
Tese: A formulação das políticas públicas para a juventude rural no Brasil: a...Tese: A formulação das políticas públicas para a juventude rural no Brasil: a...
Tese: A formulação das políticas públicas para a juventude rural no Brasil: a...UFPB
 
Viagem entre o senegal e a gâmbia: a mobilidade e a circulação de pessoas em ...
Viagem entre o senegal e a gâmbia: a mobilidade e a circulação de pessoas em ...Viagem entre o senegal e a gâmbia: a mobilidade e a circulação de pessoas em ...
Viagem entre o senegal e a gâmbia: a mobilidade e a circulação de pessoas em ...UFPB
 

Mais de UFPB (20)

Os debates sobre a mineração no bioma pampa: conflitos socioambientais entre ...
Os debates sobre a mineração no bioma pampa: conflitos socioambientais entre ...Os debates sobre a mineração no bioma pampa: conflitos socioambientais entre ...
Os debates sobre a mineração no bioma pampa: conflitos socioambientais entre ...
 
As políticas públicas para a juventude rural: o PRONAF jovem em debate
As políticas públicas para a juventude rural:  o PRONAF jovem em debateAs políticas públicas para a juventude rural:  o PRONAF jovem em debate
As políticas públicas para a juventude rural: o PRONAF jovem em debate
 
A agroecologia entre o debate da justiça ambiental e da democracia: alguns de...
A agroecologia entre o debate da justiça ambiental e da democracia: alguns de...A agroecologia entre o debate da justiça ambiental e da democracia: alguns de...
A agroecologia entre o debate da justiça ambiental e da democracia: alguns de...
 
O crédito fundiário e a linha nossa primeira terra em debate no brasil
O crédito fundiário e a linha nossa primeira terra em debate no brasilO crédito fundiário e a linha nossa primeira terra em debate no brasil
O crédito fundiário e a linha nossa primeira terra em debate no brasil
 
Quando outros atores vão às ruas as manifestações de junho de 2013 e suas m...
Quando outros atores vão às ruas   as manifestações de junho de 2013 e suas m...Quando outros atores vão às ruas   as manifestações de junho de 2013 e suas m...
Quando outros atores vão às ruas as manifestações de junho de 2013 e suas m...
 
Educação ambiental e a polissemia em tempos de globalização
Educação ambiental e a polissemia em tempos de globalizaçãoEducação ambiental e a polissemia em tempos de globalização
Educação ambiental e a polissemia em tempos de globalização
 
A juventude rural enquanto ator político atuando na configuração de políticas...
A juventude rural enquanto ator político atuando na configuração de políticas...A juventude rural enquanto ator político atuando na configuração de políticas...
A juventude rural enquanto ator político atuando na configuração de políticas...
 
O lugar da juventude no futuro dos assentamentos rurais
O lugar da juventude no futuro dos assentamentos ruraisO lugar da juventude no futuro dos assentamentos rurais
O lugar da juventude no futuro dos assentamentos rurais
 
JUVENTUDE RURAL ENQUANTO ATOR POLÍTICO E A REIVINDICAÇÃO PELO “ACESSO A TERRA...
JUVENTUDE RURAL ENQUANTO ATOR POLÍTICO E A REIVINDICAÇÃO PELO “ACESSO A TERRA...JUVENTUDE RURAL ENQUANTO ATOR POLÍTICO E A REIVINDICAÇÃO PELO “ACESSO A TERRA...
JUVENTUDE RURAL ENQUANTO ATOR POLÍTICO E A REIVINDICAÇÃO PELO “ACESSO A TERRA...
 
Politicas Públicas de Desenvolvimento Rural no Brasil
Politicas Públicas de Desenvolvimento Rural no BrasilPoliticas Públicas de Desenvolvimento Rural no Brasil
Politicas Públicas de Desenvolvimento Rural no Brasil
 
Brics tensões do desenvolvimento e impactos socioambientais
Brics   tensões do desenvolvimento e impactos socioambientaisBrics   tensões do desenvolvimento e impactos socioambientais
Brics tensões do desenvolvimento e impactos socioambientais
 
Livro juventude rural e políticas públicas
Livro juventude rural e políticas públicasLivro juventude rural e políticas públicas
Livro juventude rural e políticas públicas
 
Coopérer, verbe infini?
Coopérer, verbe infini?Coopérer, verbe infini?
Coopérer, verbe infini?
 
A violência no campo no brasil: questões e dados para o debate
A violência no campo no brasil: questões e dados para o debateA violência no campo no brasil: questões e dados para o debate
A violência no campo no brasil: questões e dados para o debate
 
A educação ambiental em um projeto social e as relações com a Interdisciplina...
A educação ambiental em um projeto social e as relações com a Interdisciplina...A educação ambiental em um projeto social e as relações com a Interdisciplina...
A educação ambiental em um projeto social e as relações com a Interdisciplina...
 
Florestan fernandes após 19 anos e o pensar sobre o brasil
Florestan fernandes após 19 anos e o pensar sobre o brasilFlorestan fernandes após 19 anos e o pensar sobre o brasil
Florestan fernandes após 19 anos e o pensar sobre o brasil
 
Política, manifestações e o pensamento conservador no Brasil - Parte I
Política, manifestações e o pensamento conservador no Brasil - Parte IPolítica, manifestações e o pensamento conservador no Brasil - Parte I
Política, manifestações e o pensamento conservador no Brasil - Parte I
 
Os legados da Copa no Brasil têm que chegar na política também…
Os legados da Copa no Brasil têm que chegar na política também…Os legados da Copa no Brasil têm que chegar na política também…
Os legados da Copa no Brasil têm que chegar na política também…
 
Tese: A formulação das políticas públicas para a juventude rural no Brasil: a...
Tese: A formulação das políticas públicas para a juventude rural no Brasil: a...Tese: A formulação das políticas públicas para a juventude rural no Brasil: a...
Tese: A formulação das políticas públicas para a juventude rural no Brasil: a...
 
Viagem entre o senegal e a gâmbia: a mobilidade e a circulação de pessoas em ...
Viagem entre o senegal e a gâmbia: a mobilidade e a circulação de pessoas em ...Viagem entre o senegal e a gâmbia: a mobilidade e a circulação de pessoas em ...
Viagem entre o senegal e a gâmbia: a mobilidade e a circulação de pessoas em ...
 

Discussão maioridade penal e internação compulsória sérgio botton barcellos

  • 1. INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA E A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL: CRIMINALIZAÇÃO DA POBREZA E DA JUVENTUDE Sérgio Botton Barcellos O tema da internação compulsória e da redução da maioridade penal estão sendo pautados de forma intensiva pelo governo do estado de São Paulo, desde janeiro desse ano, quando efetivou uma ação conjunta entre o Judiciário e o Executivo, com médicos, juízes e advogados, colocando a internação compulsória com pauta na agenda pública. Ao mesmo tempo na semana passada o governador Geraldo Alckmin esteve pessoalmente durante a sessão, que aprovou o Estatuto da Juventude, para também dar entrada junto com outros senadores ao projeto de lei para a redução da maioridade penal, defendendo penas mais rígidas para menores infratores e punições mais severas para os/s jovens que cometerem delitos graves1 . Nesse embalo os senadores estão dando andamento à tramitação do projeto de lei que trata da internação compulsória de dependentes químicos e traficantes de drogas já presos que sejam viciados. O projeto com relatoria da senadora Ana Amélia (PP-RS), prevê que a decisão do tratamento pode ser imposta ao usuário de droga por decisão judicial. Esse projeto foi aprovado no dia 10 de abril na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). A matéria ainda vai tramitar nas comissões de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). O texto aprovado, em forma de substitutivo ao projeto de lei original - PLS 111/2010 - prevê que o juiz, com base em um laudo emitido por comissão técnica, poderá encaminhar os dependentes químicos e traficantes viciados em drogas no território nacional, para tratamento especializado e, se necessário, à internação compulsória. Observa-se, que nas cidades onde estão ocorrendo às internações compulsórias, em grande parte junto a usuários de Crack e aos/as jovens em condições de pobreza, como Rio e São Paulo estão ocorrendo os preparativos para a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Associado a isso há inúmeras denúncias por parte dos movimentos sociais e até da ONU sobre violações dos direitos humanos nessas cidades, pois não estão sendo respeitados o direito à moradia e à cidade, com a remoção de comunidades inteiras para a instalação de perimetrais e obras turísticas descumprindo legislações como, Constituição, Leis Orgânicas municipais, o Estatuto das Cidades e tratados Internacionais dos quais o Brasil é signatário. Além de não oferecer indenizações ou aluguel social apropriados para as famílias desalojadas se instalarem em um local equivalente ao qual residia, estão sendo oferecidas habitações em 1 Segundo o Código Penal, a Constituição, a Lei de Segurança Nacional e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), menores de 18 anos são penalmente inimputáveis. Atualmente, a internação máxima prevista pelo estatuto é de três anos, mas uma pessoa pode ficar internada até os 20 anos e 11 meses, se ela for pega na véspera de completar 18 anos.
  • 2. conjuntos, distantes muitas vezes até 50 km do local original. Ainda, nessas cidades estão ocorrendo perseguições sistemáticas ao trabalho dos camelôs, a precarização do trabalho nas construções dos estádios e outras infraestruturas, bem como o recolhimento compulsório das pessoas moradoras de rua para abrigos distantes e sem uma estrutura de atendimento apropriada. Nesse processo de preparação do Brasil para receber os megaeventos, o discurso da "higienização” das cidades e criminalização da pobreza está ganhando cada vez mais vulto, mesmo que sempre tenha perpassado o processo histórico de urbanização no Brasil. Esse conjunto de situações e fatos que estão ocorrendo, sinalizam a chegada das leis de exceção e a limitação na liberdade de manifestação e comunicação em diversas cidades brasileiras. As retóricas para a segregação e dominação social Uma das variáveis pela qual podem ser analisadas as medidas higienistas e disciplinadoras nas cidades e na sociedade brasileira é a partir de uma lente sobre a história do Brasil, desde a invasão e a colonização européia no país. Evidencia-se que o processo de segregação e criminalização da pobreza foi convencionado em meio a um padrão civilizador que assume distintas feições nos estágios de desenvolvimento do capitalismo e são reafirmados pelas elites e muitos seguidores na classe média, os quais atuam por intermédio das instituições de Estado, bem como pela opinião pública por meio das corporações midiáticas. Percebe-se que esse modelo urbano no Brasil beneficia poucos segmentos da sociedade e não está sendo capaz de prover as condições adequadas e necessárias de renda, moradia, mobilidade e saneamento para uma grande parcela da população brasileira que está situada em sua maioria à margem dos mercados de habitação, infraestrutura, serviços básicos e produtos de bens e consumo. Com este modelo vigente, há uma tendência em configurar-se concreta e simbolicamente a formação de um “cordão sanitário” entre as elites e a pobreza com todas as questões sociais (drogadição, diversos delitos e homicídios) que acompanham os conflitos gerados sob condições paupérrimas de vida. Algumas das expressões sociais relativas ao discurso da redução da maioridade penal e internação compulsória estão associadas a fatores como a expansão, diversificação e sofisticação da violência delitual nas grandes cidades contra os grupos étnicos, geracionais e de expressão sexual (homofobia), a criminalização da pobreza e a criação de antagonismos entre grupos sociais em meio à restrição das condições de inserção social e ao mercado de trabalho. Exemplo disso são os/as jovens no Brasil, que são as principais vítimas da violência urbana, alvos prediletos dos homicidas e dos excessos policiais, em destaque os/as jovens negros que também lideram estatísticas, como, o grupo social que recebe os salários mais baixos do mercado, do maior contingente de desempregados e dos que têm maior defasagem escolar.
  • 3. Por exemplo, segundo o recém divulgado PNAD (2011), as/os desempregadas/os do mercado formal e informal, mais da metade são mulheres (mesmo que mais escolarizadas que os homens); mais de um terço (33,9%) são jovens entre 18 e 24 anos de idade; e 57,6% pretos ou pardos e 53,6% com ensino médio incompleto.Outra pesquisa recém divulgada pela OIT (2012) reafirma essa condição. Ainda, de acordo com a publicação Mapa da Violência, um jovem negro entre 15 e 25 anos tem chances 127% maiores de ser assassinado que a de um branco na mesma faixa etária. Em 2010, foram registradas 49.932 pessoas vítimas de homicídio no Brasil, desses 70,6% eram negras (os). Em 2010, 26.854 jovens entre 15 e 29 foram vítimas de homicídio, 74,6% dos e das jovens assassinadas/os eram negros/as e 91,3% eram do sexo masculino. Já as vítimas jovens (ente 15 e 29 anos) correspondem a 53% do total de homicídios e a diferença entre jovens brancos e negros salta de 4.807 para 12.190 homicídios, entre 2000 e 2009. Em outro estudo aponta-se que das vítimas de violência homofóbica no Brasil, que registraram denúncia, indica-se o predomínio de vítimas até 29 anos (50,3%) e na maioria são jovens de cor parda ou negra. Portanto, não deve ser delegado aos/as as jovens o conjunto de delitos e a causa da violência nas cidades, pois são as vítimas desse próprio processo. Faz-se necessário rememorar que a constituição das cidades no Brasil foi estruturada por uma economia competitiva, como o símbolo da modernização da estrutura produtiva da sociedade brasileira, junto ao processo histórico de uma sociedade que estruturou sua economia pelo mercantilismo e pela escravidão. Isto acarretou a inserção desigual dos vários grupos raciais (em grande parte em faixa etária jovem) na economia competitiva, como um processo de racionalização econômica em curso e a imposição de um novo modelo de organização da vida econômica e social na história (Fernandes, 1978). Nesse processo, evidentemente, a integração dos/das negros/as foi de exclusão, pois o processo imigratório colocado em prática pelo governo brasileiro no início do século passado priorizou a utilização de força de trabalho originária da Europa, pela crença e o advento da civilização e da modernização da sociedade nacional balizada pelas diretrizes do trabalho livre, do regime republicano e capitalista2 . Afirma-se, a partir desse conjunto de questões expostas, que as atuais políticas de criminalização da pobreza por parte do Estado, como a internação compulsória e a redução da maioridade penal, vão além da segregação social, pois tem recorte geracional e racial e estão enderaçadas mais uma vez para a juventude. Percebe-se que, se alguém está matando alguém, não são os e as jovens pobres, mas a discussão parece ser bem mais complexa e pode estar desvinculada de preceitos imediatistas propalados pelas elites ardorosas por segurança e divisão social. Destaca-se que os projetos de lei sobre a redução da maioridade penal e da internação compulsória, em tramitação no Congresso Nacional, também tem seu recorte de classe junto aos 2 Ver mais em FERNANDES, F. A Integração do Negro na Sociedade de Classes. Vol.I. São Paulo: Ática, 1978.
  • 4. propositores da matéria, pois são projetos azeitados por forças histórico-conservadoras e as elites que atualmente tem assento legislativo historicamente em partidos como PSDB, DEM, PRB e atualmente, até mesmo, em partidos como PSB, PCdoB e PT. Junto a isso, observa-se um governo apático e sem reação perante essas pautas postas no Congresso, a princípio para manutenção de uma suposta governabilidade. Outra, questão que pode ser feita sobre esse debate, é: como e aonde irão colocar em regime de cárcere tantas pessoas? Entre 2001 e 2011, a população brasileira cresceu 9,32% e a população carcerária 120%. São 550 mil presos e um déficit de 250 mil vagas, sendo uma das maiores populações carcerárias do mundo. Ainda, consta em uma pesquisa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), do total de adolescentes em conflito com a lei em 2011 no Brasil, apenas 8,4% cometeram homicídios. A maioria dos delitos são roubos, seguido por tráfico. Quase metade do total de adolescentes infratores realizaram o primeiro ato infracional entre os 15 e os 17 anos. Também cria-se uma certa espetacularização do uso das drogas e a propagandeação de que está ocorrendo uma epidemia do crack. Contudo isso parece não estar de acordo com a realidade, exemplo disso, é que segundo dados do Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas (Obid), 12% dos paulistanos, por exemplo, são dependentes de álcool e apenas 0,05% usa crack. Percebe-se que se o regime de cárcere e internação compulsória fossem medidas eficazes e que tivessem algum desdobramento considerado benéfico à sociedade, não seria necessário discutir formas de contenção e cárcere para mais pessoas. O debate da desigualdade social, por exemplo, que pode ser considerado um dos principais geradores de criminalidade e violência na sociedade é mascarado por argumentos maniqueístas, eugenistas e psicologistas pelos formadores hegemônicos de opinião pública, bem como pelas elites políticas e econômicas do país. A questão do uso do Crack e outras drogas parece ter que ir além de ser apenas um caso de polícia ou abordada sob um viés sanitarista, ou como uma epidemia, ou tornando a decisão da internação em uma política pública de retirada de circulação da pobreza e cárcere sanitário, o que é o avesso aos atuais conceitos e tratamentos em saúde mental3 . Nessa breve provocação não foi possível dar conta da diversidade de aspectos possíveis e necessários de serem contidos no debate sobre a internação compulsória e a redução da maioridade penal. Contudo, percebe-se que os debates e as disputas políticas para o aprimoramento e a ampliação das ações e políticas públicas em saúde e segurança pública precisam estar em pauta para e pelo conjunto da sociedade, além das medidas conservadoras e “medievais” que estão sendo propostas. 3 O movimento da reforma psiquiátrica é uma luta pelos direitos de pacientes psiquiátricos que denuncia a violência praticada nos manicômios e que propõe a construção de uma rede de serviços e estratégias comunitárias para o tratamento dessas pessoas, ou seja, em locais que o paciente possa frequentar, sem a necessidade de passar longos períodos internado, longe da convivência familiar e comunitária.