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B14 Economia SEGUNDA-FEIRA, 5 DE OUTUBRO DE 2015 O ESTADO DE S. PAULO
Este material é produzido pelo Núcleo de Projetos Especiais de Publicidade do Estadão
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ÀINTERNETCOLOCAMOPAÍSENTREOSLÍDERESEMNAVEGAÇÃOEREDESSOCIAIS
A
inda que qua-
se metade dos
brasileiros não
tenha acesso re-
gular à internet,
os que navegam
pela rede mundial de computadores
são usuários frequentes. Formam um
paísàparte,oterceiromaioremnúme-
ro de perfis no Facebook e segundo no
Twitter. Um país predominantemente
jovem,majoritariamenteurbano,onde
se passa mais tempo conectado do que
assistindo à TV.
A Pesquisa Brasileira de Mídia
2015, da Secretaria de Comunicação
da Presidência da República, aponta
que 65% dos jovens com até 25 anos
acessam a web todos os dias – na po-
pulação como um todo, a proporção é
de 37%, uma diferença já expressiva
em relação ao levantamento anterior,
de 2014 (26%).
O estudo aponta que, em média, os
usuários das novas mídias ficam co-
nectados 5h51 por dia durante a sema-
na e 5h25 nos finais de semana. Se um
adolescente passasse todo esse tempo
na TV diariamente, seria escorraçado
do sofá e instado a fazer lição de casa,
arrumar o quarto ou lavar a louça. A
multiplicidade de usos da internet,
porém, parece deixar os filtros pater-
nos mais porosos.
“É uma onda que aparece com mui-
ta força entre os mais jovens. Se já está
provocando grandes mudanças agora,
provocará ainda mais na medida em
que essas pessoas forem entrando
mais intensamente no mercado de
trabalho e nas esferas de poder”, afir-
ma o consultor João Leiva, da JLeiva
Cultura & Esportes, responsável pela
maior pesquisa de hábitos culturais já
feita no estado de São Paulo.
De fato, os gráficos sobre acesso à in-
ternet por faixa etária são uma escada,
com um degrau bem extenso até os 25
anos, eixos menores nas faixas seguin-
tes e uma parte bem reduzida no seg-
mento após os 65 anos.
Em intensidade um pouco menor,
acontece algo parecido nos gráficos
de renda e escolaridade. Nas famílias
com ganho mensal de até um salário
mínimo, 20% acessam a internet ao
menos uma vez por semana. Na faixa
acima de cinco salários mínimos, o
número salta para 76%. Entre os que
cursaram a faculdade, navegar é há-
bito frequente para 87%; entre os que
saíram da escola antes de completar a
primeira fase do fundamental, a pro-
porção é de 8%.
O MUNDO NO BOLSO As pesquisas
na área captam ainda de modo inci-
pienteasmudançasdehábitofomenta-
das por uma tecnologia que se espalha
rapidamente no País: os smartphones.
A consultoria da área de telecomuni-
cações Teleco aponta, por exemplo,
que em julho de 2015 havia 161,9 mi-
lhões de aparelhos celulares no Brasil
com acesso ao 3G.
Entre os que levam a internet no
bolso, encontrar endereços, dirigir
pela cidade, chamar táxi, consultar
saldo bancário, fazer compras, foto-
grafar e conversar com os amigos são
atividades que não se fazem mais sem
um celular.
Na avaliação de Carlos Seabra, edi-
tor e consultor de tecnologia educa-
cional, essa tendência exige um novo
olhar mesmo sobre a inclusão digital.
“Hoje em dia não faz muito mais sen-
tido se preocupar tanto com computa-
dores, pois a imensa maioria da popu-
lação tem acesso via celular à internet,
sendo este o principal modo de acesso
ao Facebook e ao WhatsApp”, afirma.
A região Norte é um exemplo típico
dessanovaperspectiva.Dadosdamais
recente Pesquisa Nacional por Amos-
tra de Domicílios, do IBGE, mostram
que houve mais acessos utilizando-se
telefonia móvel (75,4%) do que mi-
crocomputador (64,8%) nessa parte
do País.
REDES SOCIAIS O crescimento do
mercado de novos celulares coincidiu
com a febre das redes sociais, a ponto
de os dois se retroalimentarem: com-
pra-se um smartphone para acessar
rede social e acessa-se rede social por-
que se comprou um smartphone. E,
aqui, o Brasil conectado novamente
se destaca: o tempo gasto pelos brasi-
leiros nessas plataformas supera em
60% a média mundial, de acordo com
o levantamento Brazil Digital Future
in Focus 2015, do grupo especializado
comScore.
“A rede social continua crescendo
com uma audiência altamente enga-
jada no País. A boa criação de conteú-
dos, fotos e vídeos está fortalecendo
as publicações na região, já que os
consumidores continuam investindo
uma parte maior do seu tempo neste
segmento”, aponta o relatório.
A pesquisa da JLeiva, que entre-
vistou cerca de 8 mil pessoas em 21
municípios paulistas, indica que a
novidade já tem impacto no consu-
mo de cultura. Entre os mais jovens,
a principal fonte de informações para
eventos nessa área são a internet e a
indicação de amigos nas redes sociais.
“Nessa faixa etária, o boca a boca tra-
dicional vem sendo substituído pelo
boca a boca digital: curtidas, compar-
tilhamentos e comentários”, observa
o consultor João Leiva.
P R O D U Z I D O P O R
BRASIL
CONECTADO
83%
31%
67%
66%
DosinternautasbrasileirostêmperfilnoFacebook
Comemenavegampelainternetaomesmotempo
Usamawebparaseinformar
Acessamdocelular
Fonte: Pesquisa Brasileira de Mídia 2015.
50%
Brasil
35%
Norte
44%
Centro-Oeste
51%
Sul
60%
Sudeste
37%
Nordeste
Domicílioscomacessoàrede
Fonte: Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação, 2014.
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