O sistema nervoso é uma complexa rede, responsável por integrar e coordenar os múltiplos processos biológicos que ocorrem simultaneamente no organismo. Além de agir como sistema de comunicação interno do organismo, é responsável, também, pela percepção, processamento, resposta e transmissão das interações e variações do meio externo em relação ao indivíduo.
O sistema nervoso regula as funcionalidades orgânicas do corpo, analisando esse conjunto de interações. Portanto, pode ser considerado como a central de sensoriamento, transmissão, análise/processamento e respostas do corpo, tendo em vista que é o responsável pela coordenação dos múltiplos sistemas do corpo.
Esse complexo sistema é dividido em duas partes principais: Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico (SNP). Esses dois sistemas em conjunto são constituídos por diversos órgãos, dos quais destaca-se: a complexa rede de neurônios, que abrange todos os extremos do corpo; o cérebro, que funciona de forma análoga à um computador, contudo exercendo funções singulares de desenvolvimento complexo, através do aprendizado ou emoções, por exemplo; e a medula espinhal, à qual atua como centro de transmissão e integração dos nervos.
Nesse relatório, abordar-se-á aspectos teóricos referentes ao Sistema Nervoso. Abordando desde a sua constituição, classificação, estrutura, órgãos e sistemas, funcionalidades, propriedades e características. Desse modo, o objetivo desse trabalho é efetuar uma abordagem descritiva a respeito do sistema nervoso.
1. DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE AUTOMAÇÃO E SISTEMAS
COORDENAÇÃO DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
MATEUS MACHADO
VICTOR SAID
SISTEMA NERVOSO:
UMA ABORDAGEM DESCRITIVA SOBRE FUNÇÕES, ESTRUTURA E TIPOLOGIA
Salvador
2014
2. MATEUS MACHADO
VICTOR SAID
SISTEMA NERVOSO:
UMA ABORDAGEM DESCRITIVA SOBRE FUNÇÕES, ESTRUTURA E TIPOLOGIA
Relatório de revisão bibliográfica, solicitado pelo
professor Hemetério Oganda, como requisito de
avaliação parcial da II Unidade, da disciplina Biologia
II, no Instituto Federal Bahia – IFBA, Câmpus
Salvador.
Salvador
2014
3. LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - (a) sistema nervoso central; (b) sistema nervoso periférico ...............5
Figura 2 - Estrutura dos neurônios...........................................................................6
Figura 3 - (a) tipos de células nervosas; (b) regeneração das células nervosas
....................................................................................................................................................8
Figura 4 – Proteção do SNC ......................................................................................9
Figura 5 – (a) Estrutura encefálica (b) funções do encéfalo .............................. 10
Figura 6 – Medula espinhal, meninges e sua estrutura...................................... 13
5. 4
1 INTRODUÇÃO
O sistema nervoso é uma complexa rede, responsável por integrar e coordenar
os múltiplos processos biológicos que ocorrem simultaneamente no organismo. Além
de agir como sistema de comunicação interno do organismo, é responsável, também,
pela percepção, processamento, resposta e transmissão das interações e variações
do meio externo em relação ao indivíduo.
O sistema nervoso regula as funcionalidades orgânicas do corpo, analisando
esse conjunto de interações. Portanto, pode ser considerado como a central de
sensoriamento, transmissão, análise/processamento e respostas do corpo, tendo em
vista que é o responsável pela coordenação dos múltiplos sistemas do corpo.
Esse complexo sistema é dividido em duas partes principais: Sistema Nervoso
Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico (SNP). Esses dois sistemas em conjunto
são constituídos por diversos órgãos, dos quais destaca-se: a complexa rede de
neurônios, que abrange todos os extremos do corpo; o cérebro, que funciona de forma
análoga à um computador, contudo exercendo funções singulares de
desenvolvimento complexo, através do aprendizado ou emoções, por exemplo; e a
medula espinhal, à qual atua como centro de transmissão e integração dos nervos.
Nesse relatório, abordar-se-á aspectos teóricos referentes ao Sistema
Nervoso. Abordando desde a sua constituição, classificação, estrutura, órgãos e
sistemas, funcionalidades, propriedades e características. Desse modo, o objetivo
desse trabalho é efetuar uma abordagem descritiva a respeito do sistema nervoso.
Pretende-se utilizar como metodologia: a ilustração dos sistemas e órgãos
apresentados ao decorrer do relatório, descrevendo-os sempre que possível; a
revisão de literatura, a fim de fomentar o debate, provendo fontes capazes de
esclarecer e possibilitar uma rica descrição do tema proposto. A revisão de literatura
far-se-á com base na utilização de artigos científicos, apostilas virtuais, websites e
atlas do corpo humano.
6. 5
2 SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso possui como unidade morfológica básica, as células
nervosas, os neurônios. A comunicação do sistema nervoso faz-se por meio de micro
impulsos elétricos. De acordo com Abril (2008, p. 12), esses impulsos “trafegam pelas
longas vias semelhantes a cordões, os nervos. O encéfalo, a medula espinhal, as
raízes nervosas, e os nervos forma uma complexa rede de comunicação e comando
que somam mais de 100 bilhões de neurônios”.
O sistema nervoso é deveras complexo, tendo em vista que é constituído por
vários sistemas e subsistemas. De forma geral, o sistema nervoso é constituído pelo
Sistema Nervoso Central (SNC) e pelo Sistema Nervoso Periférico (SNP), ambos
ilustrados na figura 1. Para Montanari (2013, p. 73) o SNC é constituído pelo encéfalo
e medula espinhal, enquanto o SNP é constituído por aglomerados de neurônios, os
gânglios nervosos, pelo tecido nervoso, que é uma extensa rede de neurônios, que
formam nervos, e estende-se por todo o corpo.
Figura 1 - (a) sistema nervoso central; (b) sistema nervoso periférico
(a) (b)
Fonte: MENDONÇA, 2014.
Os nervos, por sua vez, são responsáveis por conectar o sistema nervoso
central e os órgãos periféricos, tendo em vista que é responsável pela transmissão e
comunicação elétrica entre os sistemas. Os nervos transmitem os impulsos nervosos
de todas as naturezas, isto é, tanto de comunicação, resposta, processamento interno,
quanto de sinais externos. De acordo com Montanari (2013, p. 73):
7. 6
O tecido nervoso recebe informações do meio ambiente através dos sentidos
(visão, audição, olfato, gosto e tato) e do meio interno, como temperatura,
estiramento e níveis de substâncias. Processa essas informações e elabora
uma resposta que pode resultar em ações, como a contração muscular e a
secreção de glândulas, em sensações, como dor e prazer, ou em informações
cognitivas, como o pensamento, o aprendizado e a criatividade. Ele é ainda
capaz de armazenar essas informações para uso posterior: é a memória.
Os locais onde os nervos originam-se dá a eles seus nomes, de modo que os
nervos conectam o encéfalo à outros órgãos, denomina-se nervos cranianos; sendo
que, caso a conexão seja feita na medula espinhal denominar-se-á como sendo
nervos espinhais. De acordo com a mesma autora o tecido nervoso é constituído de
dois tipos de células básicas: neurônios, responsáveis pela transmissão, e células
neuroglia, que não serão abordados, mas que são responsáveis pela sustentação ou
defesa dos neurônios.
2.1 CÉLULAS NERVOSAS – NEURÔNIO
Como explicado, o sistema nervoso é constituído de um complexo sistema de
comunicação, onde o elemento essencial são os neurônios. Essas células dividem-se
em algumas partes específicas, como apresentado na figura 2. O corpo celular é a
parte principal da célula, e é onde está contido o núcleo celular e as mitocôndrias. No
corpo, dependendo do tipo de neurônio, pode estar conectado os dendritos.
Figura 2 - Estrutura dos neurônios
Fonte: MENDONÇA, 2014.
8. 7
Grosso modo, há duas vias de comunicação dos neurônios: pelos dentritos ou
pelos axônios. Os dentritos são a conexão dos neurônios com outros neurônios, ou
com células de natureza semelhante a estas, que podem existir em outros órgãos.
Portanto, destinam-se a comunicação local no corpo: é o meio de comunicação das
células com as próprias células no meio interno. Para Abril (2008, p. 12) “os axiônios
transmitem mensagens para fora do corpo celular, para outros neurônios, ou células
musculares ou glandulares”.
Como apresentado na imagem, os dentritos tendem a ser mais curtos e com
muitas ramificações, enquanto os axiônios tendem a ser mais longos e com menor
quantidade de ramificações. O neurônio é constituído ainda pela bainha de mielina,
que atua como isolante elétrico dos axônios, impedindo que os neurônios entrem em
curto-circuito enquanto transmitem os sinais elétricos. Entre as bainha há um espaço
vazio, que as separa, o nódulo de Ranvier. Sendo que o material das bainhas são
produzidos pelas células de Schwann.
São os neurônios os elementos responsáveis pela comunicação do sistema
nervoso. A transmissão se dá por impulso nervosos, também conhecidos como
potenciais de ação. Segundo Abril (2008, p. 15),
esses impulsos são os mesmos por todo o corpo – cerca de 100 mV de
intensidade e duram cercade de 1 ms. [...] em geral, quando um neurônio
recebe impulsos suficientes de outros neurônios, ele dispara o seu impulso,
numa onda de íons (partículas com carga elétrica) em movimento. O impulso
salta de um neurônio para o outro, em pontos de encontro chamados
sinapses.
O terminal do axiônio é o local onde ocorre a sinapse, fenômeno onde há a
transmissão do sinal pela fenda sináptica, que é o espaço “vazio” que separa dois
neurônios. A comunicação torna-se possível através dos neurotransmissores, que são
compostos químicos liberados através de vesículas sinápticas e que propiciam a
comunicação ou a inibição da mesma.
Os neurônios podem ser classificados de acordo com o seu prolongamento, ou
pela sua função. Com base no prolongamento, existem três tipos de neurônios,
ilustrados na figura 3, Neurônios unipolar, neurônio bipolar e neurônio multipolar. Na
figura 3 (b), apresenta-se o processo de renegeração dos neurônios, em caso de
danos, todavia esse processo não será abordado aprofundadamente.
9. 8
De acordo com Montanari (2013, p. 76), os neurônios unipolar ou
pseudounipolares, são aqueles que surgem no período embrionário como neurônios
bipolares. Os dois prolongamentos iniciais, entretanto, unem-se ao decorrer do
desenvolvimento, ao corpo da célula, sendo que “as arborizações terminais do ramo
periférico recebem estímulos, funcionando como dendritos, e estes estímulos, sem
passar pelo corpo celular, transitam para o axônio, que se dirige para o SNC. Ocorrem
nos gânglios sensitivos.”.
Figura 3 - (a) tipos de células nervosas; (b) regeneração das células nervosas
(a) (b)
Fonte: MENDONÇA, 2014.
Os neurônios bipolares são aqueles que apresentam os dois prolongamentos,
os dentritos e os axiônios, contudo o corpo celular apresenta-se entre os dois. O
neurônio multipolar é aquele que apresenta mais de dois prolongamentos celulares,
sendo que são os neurônios mais comuns, estando presente no cérebro e cerebelo.
Quanto a funcionalidade, Montanari (2013, p. 77), classifica-os como sendo:
– neurônios sensoriais (aferentes), que recebem estímulos sensoriais do
meio ambiente e do próprio organismo e os conduzem ao SNC para o
processamento. São neurônios pseudounipolares;
– interneurônios, que estabelecem conexões entre outros neurônios. Estão
localizados no SNC. Muitos são neurônios bipolares;
– neurônios motores (eferentes), que se originam no SNC e conduzem os
impulsos para outros neurônios, glândulas ou músculos. São neurônios
multipolares.
10. 9
3 SISTEMA NERVOSO CENTRAL
O Sistema Nervoso Central (SNC) é responsável pela recepção, análise e
integração entre as diversos informações provindas dos nervos. A partir da análise
conjunta, entre os diversos mecanismos que compõem o encéfalo, torna-se possível
definir respostas aos diversos tipos de estímulos elétricos recebidos.
O SNC é constituído pelo encéfalo e pela medula espinhal, situados e
protegidos pelo crânio, ou caixa craniana, e pela coluna vertebral, respectivamente.
Tanto o encéfalo, quanto a medula espinhal, são constituídos por três subcamadas
protetoras, as meninges: dura-máter, parte mais externa, constituída por vasos
sanguíneos; aracnoide-máter, situada na intermédia, constitui-se de tecido conjuntivo;
e pia-máter, parte mais interna e que está intimamente conectada ao SNC.
Figura 4 – Proteção do SNC
Fonte: MENDONÇA, 2014.
O SNC possui mais uma camada de proteção: o fluido cerebroespinhal (FCS),
ou líquor, o qual é uma substância de natureza aquosa produzida a partir de
ventrículos cerebrais. A função da FCS é fundamental para a longevidade do encéfalo
e medula espinhal, pois através desse líquido reduz-se quaisquer impactos externos,
absorvendo e dispersando forças que poderiam gerar danos ou lesões ao órgão. Em
ambos, preenche o espaço entre as meninges aracnoide e pia-máter.
11. 10
3.1 ENCÉFALO
O encéfalo é um dos principais sistemas do SNC, pois para além da capacidade
de um computador, é responsável por diversos processos deveras complexos. Suas
funções abrangem desde a resposta imediata a estímulos do meio, até o processo de
aprendizagem, as capacidade de possuir emoções e a possibilidade de realizar
autocrítica. Cada parte do encéfalo é responsável pela execução de alguma ação
específica, como apresenta a figura 5.
Figura 5 – (a) Estrutura encefálica (b) funções do encéfalo
(a) (b)
Fonte: MENDONÇA, 2014.
Este órgão é constituído, como apresenta a figura 5, pelo cérebro, cerebelo,
bulbo e medula espinhal, em conjunto, constituem a central de processamento do
indivíduo. O cérebro, individualmente, corresponde a mais de quatro quintos de todos
os tecidos que constituem o encéfalo. De acordo com Abril (2008, p. 18), o cérebro
“tem aparência rugosa, coberto de dobras, sulcos e fissuras”. As funções do órgão
são diversas, de modo que este divide-se em lobos. Segundo a mesma fonte, os
principais lobos do cérebro são:
Lobo Frontal, o qual é responsável: pela fala, no que se refere a organização
e coerência; pelo “engate” inicial para os movimentos; e, também, pelos
aspectos referentes a personalidade dos indivíduos.
Lobo Temporal, como sugere o nome, é o local onde armazena-se as
memórias, é nele que funções como a capacidade de efetuar o
reconhecimento de sons, tons e intensidades ocorre. Dividindo-se em:
fissura lateral e sulco temporal superior.
Lobo Parietal, é uma área fundamental para a sobrevivência e adaptação do
espécime, tendo em vista o fato de ser a “área relacionada à percepção e
interpretação de sensações corporais como tato, temperatura, pressão e
dor”.
12. 11
Lobo Occipital, último dos quatro lobos cerebrais, é responsável pela “análise
e interpretação da informação visual, a partir de sinais nervosos enviados
pelos olhos”.
O cerebelo, por sua vez, tem tamanho muito reduzido, quando comparado ao
cérebro, tendo em vista que ocupa aproximadamente a décima parte de todo o volume
do encéfalo. Para Abril (2008, p. 18), o cerebelo “tem funções relacionadas com a
organização da informação motora enviada aos músculos, para que os movimento
sejam suaves e coordenados”.
O bulbo ou tronco encefálico, é a parte mais inferior do encéfalo, é ele quem
precede a medula espinhal. Esse região é a com maior nível de automação em todo
o encéfalo. Tendo em vista que, segundo Exata (p. 24), ele é responsável pelo
“controle da frequência respiratória, controle dos batimentos cardíacos e atividades
reflexas como espirro e tosse.”
3.1.1 Encéfalo primitivo
Além dos aspectos abordados anteriormente, que incluem a coordenação e
racionalidade dos indivíduos, há ainda uma parte mais interna do encéfalo,
denominada encéfalo primitivo, que é responsável pelos “instintos”. Nesse contexto,
os instintos abrangem ações tomadas sem a devida consciência ou racionalidade dos
atos, principalmente em momentos de intenso estresse ou em crises.
As partes que constituem o encéfalo primitivo denominam-se sistema límbico e
partes associadas, que atua no inconsciente e nos comportamentos instintivos. E
divide-se em:
Corpo mamilar – atua como chave (on-off), e vincula-se as memórias;
Bulbos olfatórios – processamento e identificação dos odores;
Hipocampo – responsável pelas memórias de curto prazo, compreensão de
novas experiências e processo de aprendizagem;
Amígdala do cerebelo – controla sensações como fome, sede, desejo sexual
e necessidades do corpo.
Giro parahipocampal – auxilia na redução das emoções violentas, além de
formar e recuperar informações sobre topografia dos ambientes;
Mesencéfalo – faz a comunicação com o córtex e tálamo;
Fórnice – um dos responsáveis pela comunicação interna do organismo;
Giro de cíngulo – responsável pela alteração das emoções.
13. 12
3.2 MEDULA ESPINHAL
A medula espinhal é uma parte constituinte do sistema nervoso central, sendo,
principalmente, responsável por mediar a comunicação do encéfalo com as outras
partes do corpo humano. É uma estrutura de extrema importância para o sistema
nervoso e para o correto funcionamento do corpo, já que está direta ou indiretamente
ligada aos órgãos do organismo humano.
A medula espinhal é um cordão cilíndrico que está localizado no interior da
coluna vertebral tendo cerca de 45 centímetros de comprimento em um homem adulto
e cerca de 1 a 1,7 centímetros de diâmetro. A medula deve ser protegida ao máximo
de agressões externas e por isso mesmo está localizada no interior das vertebras.
Uma lesão na medula espinhal pode comprometer o correto funcionamento do corpo
e afetar áreas relacionadas ao movimento, especialmente, dos membros superiores e
inferiores.
A medula está ligada ao bulbo e se prolonga até um pouco depois das costelas.
O bulbo é um órgão que compõe o encéfalo e é responsável por transmitir os impulsos
nervosos do cérebro para a medula espinhal e vice versa, além de enviar os impulsos
que controlam diversas atividades do corpo humano, como, por exemplo, digestão,
excreção, respiração e circulação.
A medula espinhal é responsável por atuar como uma estação nervosa
retransmissora, na medida em que recebe impulsos nervosos recolhidos de todas as
partes do corpo e somente depois reenvia para o encéfalo. Além de ser responsável
por intermediar a comunicação entre o corpo e o encéfalo, a medula também é
responsável por tomar ações simples e rápidas para certos tipos de estímulos.
Caso, como por exemplo, alguma pessoa toque em um recipiente ou local
quente, está irá retirar instantaneamente a parte do corpo que está em contato com a
superfície com alta temperatura. Essa ação instintiva realizada, que foi consequência
do toque em local quente é um estimulo simples e que tem uma resposta diretamente
da medula espinhal e não de outra parte do sistema nervoso.
Como já explicado, tal como o encéfalo, a medula espinhal, representa na figura
7, é composta por meninges e envolta por um liquido, chamado de cefalorraquidiano,
líquor ou FCS, cuja função principal é fornecer proteção para a medula. As três
14. 13
membranas (meninges) da medula espinhal são a Dura-máter, Aracnoide e Pia-máter,
sendo a dura-máter, a mais externa, a aracnoide, a intermediária e a pia-máter, a mais
interna. O líquido cefalorraquidiano preenche o espaço que existe entre as duas
meninges mais externas.
Figura 6 – Medula espinhal, meninges e sua estrutura.
Fonte: VIRTUOUS, 2010.
A medula possui em seu no centro do seu interior um fino canal que percorre
toda sua extensão e que também é preenchido pelo liquido cefalorraquidiano. A
medula é formada por uma substância branca e por uma substância acinzentada,
sendo que a branca está localizada na parte externa e a cinza na parte interna, como
representado na Figura 1. A parte cinza possui o formato da letra H e é a região que
dá origem às raízes nervosas.
A medula espinhal é, portanto, uma estrutura constituinte do sistema nervoso
central e que possui grande importância para o processo de transmissão de
informações para o encéfalo e resposta para estímulos simples. Sendo assim, não
deve sofre impactos muito grandes que podem causar lesões graves na mesma e
deixar a vítima da lesão com graves sequelas.
15. 14
4 SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
O organismo humano apresenta uma série de ações e comandos que podem
ser voluntários, que depende da vontade do individuo, ou pode ser involuntário que
não depende da vontade do individuo. Atividades como movimentar alguma parte do
corpo e pensar são exemplos de ações voluntarias. Já ações como os movimentos
das vísceras e o batimento do coração são autônomas, por que independem da
vontade do individuo.
Essas ações autônomas estão sob o controle do sistema nervoso periférico
autônomo (SNPA), e para realizar tais ações, esse sistema nervoso atua sobre as
musculaturas lisa e cardíaca, promovendo contrações nas mesmas. O sistema
nervoso autônomo é formado pelos nervos e gânglios nervosos que, são em geral
ramificações da medula espinhal e do encéfalo.
O SNPA têm a função de regular a atividade e o ambiente interno do corpo, por
meio do controle de atividades relacionadas à digestão, respiração, circulação
sanguínea, ao sistema urinário e endócrino, ou seja, atividades que não dependem
da vontade de nenhuma pessoa. A regulação dessas atividades é feita por meio de
neurofibras motoras que levam os impulsos do sistema nervoso central para a
musculatura cardíaca, vísceras, músculos não estriados e para os outros locais de
atuação do SNPA. A transmissão dos impulsos ocorre, no caso do SNPA por meio
de dois tipos de neurônios: o pré-ganglionar e pós-ganglionar.
O SNPA é dividido em simpático e parassimpático. Esses dois ramos atuam
sob os mesmos sistemas, músculos e órgãos, mas de maneira oposta de modo que
um estimula e o outro inibe. O simpático é responsável pelo estímulo, como por
exemplo, aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos, enquanto que o
parassimpático estimula atividades relaxantes. Além disso, os impulsos nervosos do
sistema simpático partem da região lombar e torácica da medula e o neurotransmissor
liberado para estimular as atividades é a noradrenalina ou adrenalina, enquanto que
no parassimpático os impulsos partem do encéfalo e do final da medula e o
neurotransmissor utilizado é a acetilcolina.
16. 15
REFERÊNCIAS
ABRIL COLEÇÕES. Atlas do corpo humano. São Paulo: Editora Abril, 2008.
MARCHIOLI, M. Sistema Nervoso. Disponível em: <http://goo.gl/uTrKM1>.
Disponível em: 14 set. 2014.
MENDONÇA, A. R. Sistema nervoso (divisão e citologia). Rio de Janeiro: PUC Rio,
[s.a].
MONTANARI, T. Tecido Nervoso. In: Histologia: texto, atlas e roteiro de aulas
práticas. 2. ed. Porto Alegre: Tatiana Montanari, 2013. ISBN 978-85-915646-0-6.
Disponível em: <http://goo.gl/WmlB4X>. Acesso em: 14 set. 2014.
EXATO. Fisiologia animal. [S.l]: Editora Exato, p. 24-27.
DIAS, P. F. F.; SCHNEIDER, C. Sistema nervoso. In: apostila de sistema nervoso.
Novo Hamburgo, Escola de Massoterapia SOGAB.