Jesus cura um homem com a mão direita mirrada (deficiente) no sábado, contrariando a tradição judaica. Ele questiona se é permitido fazer o bem ou mal no sábado e cura o homem, deixando os escribas e fariseus furiosos. A cura ocorreu através da ação dos fluidos altamente purificados de Jesus em conjunto com a fé do homem, restaurando sua mão.
2. 1. Texto evangélico
E aconteceu também, em outro sábado, que entrou na sinagoga e estava
ensinando; e havia ali um homem que tinha a mão direita mirrada.
E os escribas e fariseus atentavam nele, se o curaria no sábado, para acharem
de que o acusar.
Mas ele, conhecendo bem os seus pensamentos, disse ao homem que tinha a
mão mirrada:
Levanta-te e fica em pé no meio. E, levantando-se ele, ficou em pé.
Então, Jesus lhes disse: Uma coisa vos hei de perguntar: É lícito nos sábados
fazer bem ou fazer mal? Salvar a vida ou matar?
E, olhando para todos ao redor, disse ao homem: Estende a mão.
E ele assim o fez, e a mão lhe foi restituída sã como a outra.
E ficaram cheios de furor, e uns com os outros conferenciavam sobre o que
fariam a Jesus (Lucas, 6:6-11).
3. Jesus considerava absurda a tradição judaica de que o
bem deveria ser realizado em dias específicos, daí ter ele
contrariado a norma e provocado reflexões e discussões.
A Lei Moisaica ordenava:
“seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra, mas o
sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás
nenhuma obra, nem tu, nem teu servo, nem tua serva,
nem o teu animal, nem o teu estrangeiro que está dentro
das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e
a terra, o mar e tudo que neles há e ao sétimo dia
descansou; portanto, abençoou o Senhor o dia de sábado
e o santificou” (Ex. 20:9-11).
“Meu Pai não cessa de obrar até o
presente e eu obro incessantemente”
(Jo 5:17). Quer dizer, Deus não
interrompe as suas obras, nem sua
ação sobre as coisas da Natureza, em
dia de sábado. 7
6. Jesus, por efeito da sua poderosa vontade e pelo intenso amor ao
próximo, aplicava os seus fluidos altamente purificados no
perispírito do doente. Este, por sua vez, secundado pela confiança
no Senhor se tornava receptivo à ação curativa.
É importante considerar, porém, que o Grande Benfeitor a todos
convida para a valorização das próprias energias.
[...] Não salienta a confiança por simples ingrediente de natureza
mística, mas sim por recurso de ajustamento aos princípios
mentais, na direção da cura. 14
7.
8.
9. Os estudiosos do Evangelho,
ainda hoje, analisam os relatos
das curas realizadas por Jesus,
procurando ter uma resposta
racional para algumas questões:
Como operava Jesus?
Como os fatos se desenvolviam?
Qual a metodologia utilizada?
Como eram trabalhadas e
aplicadas as técnicas
terapêuticas?
10. É, pois, nas leis que regem a vida espiritual que se pode
encontrar a explicação dos milagres dessa categoria. 4
A Doutrina Espírita nos fornece explicações claras e objetivas
sobre o assunto, desde que se faça um razoável estudo a respeito dos
fluidos e do perispírito, do pensamento e da vontade.
O erro atrofia as faculdades espirituais da alma.
Se as roupas que nos agasalham precisam ser lavadas,
quanto mais as vestes do Espírito, e elas se lavam pela
evolução espiritual, pela prática do bem, pelo amor ao
11.
12. O fluido universal é o elemento
primitivo do corpo carnal e do
perispírito, os quais são simples
transformações dele.
Pela identidade da sua natureza, esse
fluido, condensado no perispírito,
pode fornecer princípios reparadores
ao corpo;
O Espírito, encarnado ou
desencarnado, é o agente propulsor
que infiltra num corpo deteriorado
uma parte da substância do seu
envoltório fluídico.5
13. A cura se opera mediante a substituição de uma molécula
malsã por uma molécula sã.
O poder curativo estará, pois, na razão direta da pureza
da substância inoculada;
Mas, depende também da energia da vontade que, quanto
maior for, tanto mais abundante emissão fluídica
provocará e tanto maior força de penetração dará ao
fluido.
Depende ainda das intenções daquele que deseje realizar a
cura, seja homem [encarnado] ou Espírito.
14. No caso de Jesus, as curas eram realizadas
por ele mesmo, sem intermediários,
diferentemente do que acontece aos médiuns
curadores.
“[...] Agia por si mesmo, em virtude do seu
poder pessoal, como o podem fazer,
[excepcionalmente] os encarnados, na medida
de suas forças.” 6
As qualidades fluídicas do Mestre “[...] lhe
conferia imensa força magnética, secundada
pelo incessante desejo de fazer o bem.” 6
15.
16. Deduzimos que a mão seca era uma
atrofia provocada por ação obsessiva,
não por manifestação da lei de causa e
efeito. Cessada a ação obsessiva,
afastada por Jesus, a mão ficou sã.
Os obsessores conhecem inúmeras
técnicas obsessivas.
Entre elas encontramos a dominação
magnética que, pela retirada do fluido
vital, nos processos conhecidos como
vampirismo, pode lesar um órgão,
sistema ou aparelho do corpo humano,
reversível ou irreversivelmente.
17. LEMBRETE: OS ESPÍRITOS NÃO COLOCAM
BRASAS EM NOSSOS CORAÇÕES;
ELES APENAS ASSOPRAM.
UMA PESSOA IRRITADA TEM SEUS DEFEITOS
POTENCIALIZADOS , POIS SÃO CONHECIDOS.
18. Justapõem-se à aura das criaturas que lhes oferecem passividade e,
sugando-lhes as energias, senhoreiam-lhes as zonas motoras e sensórias,
inclusive os centros cerebrais, em que o Espírito conserva as suas
conquistas de linguagem e sensibilidade, memória e percepção,
dominando-as à maneira do artista que controla as teclas de um piano,
criando, assim, no instrumento corpóreo dos obsessos [obsidiados] as
doenças-fantasmas de todos os tipos que, em se alongando ao tempo,
operam a degenerescência dos tecidos orgânicos, estabelecendo o império
de moléstias reais, que persistem até a morte. 12
Francisco Menezes Dias da Cruz nos fornece alguns elucidativos
esclarecimentos, explicando o mecanismo de ação desse tipo de obsessão:
19.
20. Assim, as expressões imperativas: “levanta-te”, “fica em
pé no meio” e “estende a tua mão” expressam atitudes que o
interessado precisou atender, de imediato, para que lhe fosse
concedida a cura da mão, necessária ao trabalho de
subsistência.
O Cristo espera que também nós adotemos a mesma
postura, pois o levantar, ficar no meio e estender as mãos
refletem o dinamismo da prática da caridade. 11
21. Jesus devolve-lhe a oportunidade de
serviço.
É que o Cristo restituía-lhe o ensejo
bendito de trabalhar, conquistando
sagradas realizações por si mesmo;
Recambiava-o às lides redentoras
do bem, nas quais lhe cabia
edificar-se e engrandecer-se.
22.
23. 1.KARDEC. Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 124. ed. Rio de janeiro: FEB, 2005. Cap. 19, p.
300.
2. . A gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 48. ed. Rio de janeiro: FEB, 2005. Cap. 13, item 1, p. 259.
3. . p. 260.
4. . Cap. 14, item 1, p. 273.
5. . Item 31, p. 294-295.
6. . Cap. 15, item 2, p. 311.
7. . Item 23, p.322.
8. DICIONÁRIO DA BÍBLIA. Coordenação de Bruce M. Metzer e Michael D. Coogan (orgs.). Tradução de Maria Luiza X. de
Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002, vol. 1: As pessoas e os lugares, p. 75.
9. . p. 89.
10.RIGONATTI, Eliseu. O evangelho dos humildes. 15. ed. São Paulo: Pensamento-Cultrix, 2003. Cap.12, item: Jesus é o senhor do
sábado, p. 112.
11.XAVIER. Francisco Cândido. Fonte viva. Pelo Espírito Emmanuel. 26. ed.Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 174 (Mãos
estendidas), p.420.
12. . Instruções psicofônicas. Por diversos Espíritos. 8. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. 51 (Domínio magnético-
mensagem de Francisco Menezes Dias da Cruz), p. 228.
13. . O livro da esperança. Pelo Espírito Emmanuel.1. ed. Uberaba: CEC, 1964. Cap. 29 (Meio-bem), p. 72.
14.XAVIER. Francisco C e VIEIRA, Waldo. Mecanismos da mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. 24. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2004. Cap.26 (Jesus e mediunidade), item: Mediunidade curativa, p. 204-205.