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Ofício das Leituras
• Este Ofício tradicionalmente representava a
última etapa de uma celebração de oração que
ocorria durante a noite.
• Costumava ser rezado antes da alba, isto é,
antes do romper da aurora. Precedia as Laudes,
às quais estava muito ligado.
• Na tradição monástica, estas iniciavam ao
primeiro clarão do dia, interrompendo, mesmo,
as Matinas caso a reza dessa não estivesse
concluída.
• A IG exorta a essa celebração, mas em momentos que
podem variar: "Os que possuem um direito particular e
os que louvavelmente desejam conservar o seu caráter
noturno podem celebrar esse Ofício de noite ou na
madrugada, antes das Laudes da manhã".
• Mas para as demais pessoas, após o Concílio Vaticano
II, o Ofício das Leituras, "embora conserve a índole de
louvor noturno", foi adaptado para ser "recitado em
qualquer hora do dia".
• Pessoas e comunidades podem, portanto, rezá-lo na
hora do dia que melhor lhes convier.
• Como diz o nome, é um ofício, isto é, uma ação, uma
celebração litúrgica. E é um ofício das leituras, porque
esta constituem o seu centro.
• Ele é essencialmente uma celebração comunitária da
Palavra de Deus, lida e escutada, e depois comentada
por autores eclesiásticos, e assimilada em oração e
meditação contemplativa pelos orantes.
• Para que tal meditação pudesse ser ainda mais
substanciosa, a reforma do Ofício operada pelo
Concílio Vaticano II diminuiu, para esta Hora, a antiga
quantidade de salmos e aumentou a extensão e
variedade das leituras.
• Como para o comum dos fiéis não há hora fixa
para a reza desse Ofício, e ele pode ser
celebrado no momento mais conveniente,
• sua finalidade não é, principalmente, a
santificação de um tempo determinado do dia
ou da noite;
• o que põe em relevo particularmente uma
outra finalidade da Liturgia das Horas, qual seja
a do enriquecimento espiritual, o "fomento da
piedade" do homem e da mulher que recitam
ou cantam essa Hora.
• E o fato de as leituras serem o forte desse Ofício não
lhe tira a sua essência, que é a de ser oração.
• Primeiro, porque a escuta da Palavra de Deus é a
primeira e eminente fornia de orar.
• E, depois, porque essa escuta da leitura, por mais
abundante e longa que seja, está envolta por outras
expressões de oração e está relacionada com esta.
• Com efeito, por um lado, alguns elementos de oração,
como o hino, os salmos, precedendo as leituras, as
ambientam e preparam o coração para a sua escuta;
• e todas as orações, incluindo o Te Deum e a oração
conclusiva, contribuem a que as leituras produzam
mais fruto.
• Por outro lado, a Palavra de Deus e os textos dos
autores e santos nutrem a oração de louvor, a qual,
junto com a impetração, constitui a marca
identificadora da Liturgia das Horas:
• as leituras, com efeito, alimentam e estimulam a
celebração laudatória, reevocando a sabedoria de
Deus - no que Ele diz, e o seu poder - no que Ele faz.
• O Ofício das Leituras, além de destacar fortemente a
estas, distingue-se ainda das demais Horas por incluir,
em certas oportunidades, a recitação ou o canto do Te
Deum.
• Na sua reza utilizam-se, então, os seguintes
elementos:
O Invitatório
• Se o Ofício das
Leituras for o primeiro
do dia, inicia-se com o
versículo: "Abri os
meus lábios...“
• Caso contrário, a
abertura é feita pelo:
"Vinde, ó Deus..."
Após o que se segue o
Salmo 95 ou outro
salmo invitatório com
sua antífona.
HINO
• O Hino é próprio para cada tempo e solenidade. Por
exemplo, no Tempo da Páscoa: "Exulte o céu do alto,
aplaudam terra e mar; o Cristo, ressurgindo, a vida vem
nos dar" .
• O Ofício do Tempo Comum apresenta dois para cada dia: o
primeiro para ser rezado/cantado se essa Hora é celebrada
de noite.
• O segundo, se ela é rezada durante o dia. Este, com temas
variados; aquele, mais marcado pelo momento em que é
celebrado, com alusões abundantes à noite, às trevas, ao
sono, à vigília, ao acordar, ao levantar e à luz que se
anuncia.
• Na terceira semana, repetem-se os da primeira; e na
quarta, os da segunda, nos dias de semana após a oitava
da Páscoa.
A
S
A
L
M
O
D
I
A
Salmodiarei ao
Senhor Deus,
enquanto
existo...
• Após o hino, seguem os salmos.
• Estes são, com frequência, escolhidos na série
histórica, mais difíceis quando se desconhece ou se
conhece pouco a história de Israel.
• Muitas vezes, são mais longos. Por esta razão, não
raro, se rezam só dois salmos, dividindo-se um deles
em duas partes, ou se reza apenas um, repartido em
três partes.
O Versículo
• Dito antes das Leituras, faz a transição entre a
salmodia e a Palavra de Deus que será escutada a
seguir.
OFÍCIO DAS LEITURAS
As Leituras
• A SC , do Vaticano II, assim como a conseqüente reforma da
Liturgia das Horas, deram ênfase nova às leituras no Ofício
Divino.
• Entre outros aspectos, procuraram que estas fossem mais
abundantes (com introdução, por exemplo, de novos textos
patrísticos); mais variadas; de mais fácil acesso e, em alguns
casos, mais longas.
• Além disso, cuidaram também da sua escolha ponderada,
estando atentos, por exemplo, à sua adequação aos dias e
tempos litúrgicos; à demarcação, por elas, da linha evolutiva da
História da Salvação ao longo do ano; à sua sintonia com a
sensibilidade dos novos tempos; e à sua coordenação bem
pensada com as leituras da Eucaristia.
• No Oficio das Leituras, há dois tipos dessas leituras.
• A primeira e bíblica. A segunda, patrística ou de outro
autor eclesiástico, ou hagiográfica.
• O Ofício das Leituras é, por excelência, celebração
litúrgica da Palavra de Deus.
• É um momento especial de escutá-la, de exercitar
nossa condição de discípulos; de acolhê-la em nosso
coração; de assimilá-la meditando as verdades nela
reveladas e as mensagens nela transmitidas por Deus.
• A leitura dessa Palavra de Deus era prática judaica, da
qual Jesus participou: Entrando na sinagoga,
"levantou-se para fazer a leitura " .
• Paulo, escrevendo aos colossenses,
lhes aconselha:
• "Depois que esta carta tiver sido
lida entre vós, fazei-a ler também
na Igreja de Laodicéia.
• Lede vós também a que escrevi aos
de Laodicéial. E, na primeira aos
Tessalonicenses 4, lhes roga, "no
Senhor, que esta carta seja lida a
todos os irmãos.
• O uso, portanto, das leituras, nas
reuniões cristãs, é tão antigo como
a própria Igreja.
• Essa prática, desde os primórdios cristãos, é
afirmada pela própria IGl(l:
• "A leitura da Sagrada Escritura faz-se publicamente
também no Ofício Divino, segundo uma antiga
tradição".
• Essa "antiga tradição" iniciou na sinagoga. Foi,
depois, assimilada pela Igreja dos começos. Mas com
duas diferenças, a saber:
• a introdução de textos do Novo Testamento,
• e a interpretação dos do Antigo em chave
cristológica.
• Essa tradição é confirmada nos
"Cânones de Hipólito", nos quais
já se lia esse belo conselho:
• "Que o sol nascente veja pela
manhã a Escritura sobre os teus
joelhos".
• E ela é igualmente testemunhada
na Regra de São Bento:
• "Nas vigílias, sejam lidos os livros
de autoridade divina tanto do
Antigo como do Novo
Testamento“.
• Na Liturgia das Horas lê-se mais de trinta e oito por
cento do Antigo Testamento e, praticamente, todo o
Novo Testamento - exceto os Evangelhos.
• É que esses são objeto de leitura nas missas ao
longo do ano.
• Fora disso, textos do Evangelho são lidos por
pessoas e comunidades que querem prolongar as
vigílias do domingo, das solenidades e das festas.
• Neste caso, antes do Te Deum do Ofício das Leituras,
elas acrescentam novos cânticos e lêem o
Evangelho, seguido de homilia, se julgado oportuno.
• Nas solenidades e festas, lêem o Evangelho da
missa do dia.
• Nos domingos, sempre um Evangelho da série
pascal. "Inclusive na Quaresma. É que o domingo é
celebração semanal da Páscoa”.
• A leitura longa e continuada da Sagrada Escritura,
feita no decorrer do ano no Ofício das Leituras,
concretiza a orientação da Igreja de um acesso
mais amplo ao tesouro da Palavra de Deus.
• Leva a entrar em contato, inclusive, com textos
ricos que, por movimento espontâneo, muito
possivelmente não seriam lidos sistematicamente.
• Com relação ao Ano Litúrgico, essas leituras nos ajudam a vivê-lo com
mais sentido.
• E, quanto à Liturgia das Horas, as leituras, com o jogo que fazem com
os outros componentes dessa oração, são elementos que, uma vez
mais, e exemplarmente, sublinham o caráter dialogal dela.
• O valor dessa leitura da Palavra de Deus lhe
advém, em primeiro lugar, do fato de ela ser
"sacramento", sinal visível e audível da presença
de Cristo na Igreja:
• "É Ele mesmo que fala quando se lêem as Sagradas
Escrituras, na Igreja"1". quando a Palavra de Deus,
celebrada na Liturgia, ressoa aos nossos ouvidos.
• É a Jesus que as Escrituras têm como centro:
algumas sendo profecia dele, anunciando-o;
outras, ilustrando e desenvolvendo sua obra e
mensagem.
• E, junto com Jesus, está sempre o
seu Espírito. E este, assim como
inspirou os autores sacros na
redação da sua Palavra, inspira,
hoje, a seus leitores e ouvintes para
compreendê-la, assimilá-la e vivê-la.
• Essas leituras, em obediência ao
desejo manifesto pelo Vaticano II,
estão ordenadas para tecer um
quadro evolutivo da História da
Salvação, que iniciou no Antigo
Testamento, teve seu ponto cêntrico
no mistério de Jesus, e continua
realizando-se até hoje.
• Lê-las é entrar cada vez mais em
contato com essa História, fazê-la
objeto de contemplação, reviver
o seu dinamismo progressivo.
• Ou, em palavras da constituição
LC19: "A leitura mais ampla da
Sagrada Escritura [...] há de fazer
com que a História da Salvação
seja ininterruptamente
comemorada,
• e sua continuação na vida dos
homens seja eficazmente
anunciada".
• Além disso, as leituras bíblicas do Ofício das Leituras,
assim como todas as leituras da Liturgia das Horas,
constituem, para nós, uma escola de vida espiritual:
• "A contribuição considerável dos textos bíblicos em
toda a sua riqueza - imagens, alegorias, simbolismos -
faz com que a oração da Igreja seja uma iniciação à
leitura espiritual da Palavra de Deus”.
• Na linha de nossa santificação, de nosso crescimento
espiritual, a Palavra de Deus, lida e contemplada, é
mesa primordial para a alimentação de nossa fé em
suas diversas dimensões.
• Ela é luz muito especial que nos faz ver tudo com os
olhos de Deus.
• Em outros termos, ela nos comunica a sabedoria divina,
a ciência de Deus, de Cristo e dos santos.
• Nos guarnece de parâmetros para avaliar nossa vida à
luz dessa sabedoria.
• É "semente que o Espírito deposita em nossos corações
para darmos fruto, isto é, para vivermos segundo o
Evangelho..."21, levarmos cristãmente nossa jornada.
• E ela nos mune de conteúdos para a nossa oração, para
a contemplação laudatória das grandezas e das
maravilhas de Deus.
• Diferentemente do que ocorre nas demais Horas, no
Ofício das Leituras, após o texto sacro escriturístico, faz-
se a leitura de um autor eclesiástico.
• Entre esses autores, a preferência é dada aos
chamados Santos Padres, ou Pais da Igreja, autores
pertencentes aos primeiros séculos.
• A uma época que, no Ocidente, se considera
encerrada no século VII, com Santo Isidoro de Sevilha,
e no Oriente, no século VIII, com São João Damasceno.
• Comparecem, depois, com textos, outros autores
ocidentais e orientais antigos, doutores ou não.
• Entre eles há, inclusive, escritores cristãos não santos,
como Melião de Sardes e Eusébio de Cesaréia;
• ou que, até, tiveram problemas com a Igreja, como
Orígenes e Tertuliano.
• E lê-se, igualmente, páginas de autores mais
modernos como São Bernardo e Santa Teresa,
e, inclusive, alguns de feitura recente, como os
extraídos do Concílio Vaticano II.
• Em síntese, no Ofício das Leituras, desfilam uns
cento e sessenta autores que nos brindam com
cerca de seiscentos textos, e que viveram desde
o fim do primeiro século até o século XX.
• O autor ocidental mais lido, neste Ofício, é
Santo Agostinho. E o oriental com maior
presença é São João Crisóstomo.
• A isso haveria que acrescentar, primeiro, que LC
22 anunciava um futuro "lecionário facultativo"
e, segundo, que a IG23 possibilita às
Conferências Episcopais agregar, aos textos já
em uso, ainda outros, "adequados às tradições
e à mentalidade do seu território".
• Falar de textos elaborados desde fins do
primeiro século cristão é o mesmo que dizer
que a leitura dos autores eclesiásticos,
complementarmente com a da Escritura, é
também uma "tradição da Igreja Romana",
como afirma a IG
• O testemunho mais antigo conhecido dessa leitura é
o de São Bento.
• Em sua Regra, após legislar que, "nas vigílias, sejam
lidos os livros de autoridade divina tanto do Antigo
quanto do Novo Testamento", acrescenta que
igualmente seja tema de leitura "o comentário que
deles fizeram os mais célebres e ortodoxos Padres
Católicos".
• Ao estatuir que os comentários lidos fossem de
"Padres Católicos" dos "mais célebres e ortodoxos", o
que o pai do monarquismo ocidental estava fazendo
era estabelecer critérios para a seleção das leituras
eclesiásticas a serem feitas.
• De modo semelhante, para a escolha dos textos a
usar no atual Ofício das Leituras, tomaram-se cuidados
e tiveram-se presentes critérios, alguns dos quais
poderiam ser ditos negativos, e outros, positivos.
• Resolveu-se evitar autores que defenderam erros, e
inclusive livros de algum santo que oferecem uma
visão deficiente ou involuntariamente errônea de
algum ponto doutrinário.
• Optou-se, igualmente, por eliminar páginas difíceis
demais, ou com estilo demasiadamente exegético ou
alegórico, ou baseadas em filosofias ou visões
científicas superadas, ou com temas já sem utilidade
atual, ou que eram reflexos de polêmicas hoje
extemporâneas.
• Em compensação, prestigiaram-se escritos
condizentes a um conhecimento mais vivo das
Escrituras, e que equilibrem, a um tempo,
Padres Ocidentais e Orientais, e obras de cunho
mais teológico com outras de teor mais
espiritual.
• Quanto ao seu conteúdo, a leitura eclesiástica,
em ocasiões, se relaciona com a leitura bíblica
que a precede. E ela se conecta,
evidentemente, com o momento litúrgico
celebrado:
• Deu-se maior destaque aos temas principais do
lecionário patrístico, segundo as grandes estações
liturgicas do ano.
• Assim, as leituras do Advento apresentam o
Mistério da Encarnação, como resposta de Deus ao
pecado do homem e o primeiro ato da história da
redenção.
• E, na Quaresma, temos uma espécie de meditação
do Mistério Pascal, obra do amor e da misericórdia
de Deus.
• Esses textos cristãos nos conduzem à primeira
Palavra, a Palavra de Deus. Estão recheados de
referências bíblicas.
• Os Santos Padres, particularmente, são mestres na
leitura da Bíblia, em cujas verdades penetram fundo, e
são testemunhas privilegiadas da meditação da Palavra
divina ao longo de séculos.
• Acompanhando e penetrando nos seus comentários,
compreendemos melhor a Escritura, descobrimos mais
inesgotáveis tesouros desta, nos educamos na sua
meditação e crescemos na afeição a ela.
• Os pregadores da Palavra encontram, cada dia, nesses
autores, exemplos notáveis de como fazer bem a
pregação, de como preparar e servir ao povo cristão o
pão da Palavra divina de forma substanciosa e, muitas
vezes, aliada à graça e ao vigor em sua expressão.
• Neste Ofício, que se distingue dos outros
particularmente pela escuta, cria-se ambiente favorável
para nos fazermos discípulos ouvintes não só de Deus,
mas também da Igreja que, nele, se faz Mãe, Mestra e
Guia, e que nos fala pelas leituras patrísticas, dos outros
autores eclesiásticos e do seu próprio Magistério.
• Essas leituras põem à nossa disposição grande número
de textos valiosos e representativos do pensar e do
sentir eclesial em todos os tempos e em múltiplos
espaços cristãos.
• Elas nos fazem ascender a um enorme patrimônio de
riquezas espirituais da Igreja, patrimônio constituído
pelo testemunho de santos e pensadores eminentes do
Oriente e do Ocidente.
• Elas constituem um coro imenso de homens e mulheres
crentes, por vezes afastados no tempo e no espaço,
cada um e cada uma com a sua própria melodia,
• mas todos juntos executando o único coral da Igreja,
interpretando fundamentalmente variações sobre a
Palavra de Deus, sob a inspiração e a direção do Espírito
do Senhor.
• Essas leituras nos mostram, ademais, as variadas
experiências eclesiais relativas à revelação cristã,
• nos desvendam as formas como a Escritura foi
entendida nas diversas épocas e lugares,
• e como a Igreja soube inculturá-la nas diferentes
condições históricas e geográficas em que a anunciou.
• Com tudo isso, tais textos são para nós uma escola
formadora no "sensus ecclesiae", o "sentido da
Igreja".
• Ajudam-nos a enraizar nossa fé atual na prática e na
fé de todos os tempos. E nos estimulam a, também
nós, aplicarmos sabiamente as verdades da Escritura à
nossa geração.
• Os Padres da Igreja e os demais autores que ouvimos
nas leituras cristãs do Ofício são também, para nós,
mestres da vida espiritual.
• Também seus textos são um tesouro para enriquecer
nossa vida cristã. Eles servem para fundamentar e
alimentar nossa fé, nossa piedade, nosso
compromisso e nossa celebração cristã.
• Para que o contato com esses textos cristãos seja mais
frutuoso para a nossa inteligência, o nosso coração e a
nossa vida, é preciso particularmente estudar os Santos
Padres, familiarizar-se com eles, não esquecendo, no
entanto, que o mais importante não é abordá-los por
causa da ciência exegética ou patrística que há neles,
mas pela resposta de fé que suscitam ou podem suscitar
em nós.
• Nas festas dos santos, o texto que segue à leitura bíblica
refere-se ao santo celebrado no dia.
• Essa leitura chama-se hagiográfica (de "hagios": santo.
sacro, sagrado; e de "graphos": o escrito. Portanto,
escrito sobre ou dos santos).
• Num primeiro caso, que é o mais frequente, o texto lido
e um trecho dos escritos do próprio santo do dia.
• Por exemplo, em 7 de abril, o primeiro ponto da
Meditação de São João Batista de La Salle; ou, no dia 27
de setembro, o texto em que São Vicente de Paulo
prega que se deve preferir o serviço dos pobres acima
de tudo.
• Outra possibilidade é a leitura de uma narração relativa
a vida do santo. Assim, em 28 de setembro, conta-se a
história da morte de São Venceslau. Em 27 de agosto,
reproduz-se o texto de Santo Agostinho sobre os
últimos dias de sua mãe Santa Mônica. E, em 1 ° de
outubro, se transcreve uma página autobiográfica de
Santa Teresinha do Menino Jesus.
• No conjunto dessas peças narrativas, as atas
dos martírios estão entre as mais
impressionantes. Como o de Perpétua e
Felicidade, em 7 de março; ou de São Justino e
seus companheiros, em 1° de junho; ou, ainda,
o de São Cipriano, em 11 de setembro.
• Esse costume de se ler a narração da paixão dos
mártires remonta aos primeiros séculos do
cristianismo.
• Inicialmente, tal narração era feita na vigília,
junto ao sepulcro dos mártires; mais tarde,
passou a ser introduzida no Ofício.
• A terceira alternativa é a leitura de outro tipo de
texto sobre ou a propósito da vida ou virtudes do
santo em questão: comentário, panegírico,
reflexão teológica, moral, ou espiritual.
• Estão nesta categoria escritos como o sermão de
São Metódio da Sicília, na festa de Santa Águeda;
o elogio de São Fidélis de Sigmaringa, em 24 de
abril; a homilia de Paulo VI, na canonização dos
mártires de Uganda (São Carlos Lwanga e seus
companheiros).
• Um último caso é o de um texto de algum Padre da Igreja ou
outro escritor eclesiástico que possa ser corretamente aplicado à
vida, à fisionomia espiritual geral ou a uma virtude em particular
do santo, embora tal texto não fale dele diretamente.
• É o que se observa, por exemplo, com a homilia de São Gregório
Magno sobre o Evangelho, no dia de São Lucas, Evangelista.
• Verifica-se, também, no sermão de Santo Agostinho sobre "a
preciosa morte dos mártires", no dia de São Cosme e Damião,
ambos martirizados;
• ou com o comentário do mesmo santo sobre o Salmo 33 ("Dai
graças ao Senhor ao som da harpa, na lira de dez cordas celebrai-
o "), na festa de Santa Cecília, padroeira dos músicos;
• ou ainda, com uma passagem, novamente de Agostinho, sobre a
alegria, no dia do alegre São Filipe Néri.
• Essas leituras hagiográficas vêm precedidas de um breve
resumo biográfico do santo celebrado.
• Tal resumo visa a ser um informe. Não se destina a ser lido
em voz alta.
• Tais leituras de textos do santo, ou sobre ele, ou a propósito
dele foram pensadas para "exporem e colocarem na devida
luz a fisionomia espiritual e o papel desempenhado pelo
santo na vida da Igreja”.
• Na seleção dos textos a serem usados como leitura ha-
giográfica levou-se em conta em primeiro lugar, a verdade
histórica.
• Assim, por exemplo, o relato da paixão de São Clemente
Romano (23 de novembro) é lendário. Por isso neste dia, o
que se lê não é o relato dessa paixão, mas um fragmento de
sua carta aos coríntios.
• Os escritos dos santos, o relato de suas vidas e os
comentários feitos sobre eles, ou a propósito deles,
particularmente a sua generosidade , quando não o seu
heroísmo - no serviço a Deus são iluminação e exemplo
para nós, também chamados à santidade.
• A perspectiva e a possibilidade desse proveito espiritual,
e não só o deleite intelectual e estético, foi um segundo
critério a presidir a escolha dos textos hagiográficos.
• E a IG completa o rol desses critérios dizendo: "Dar-se-á
relevância à peculiar índole espiritual dos santos,
adaptada às circunstâncias atuais, à sua importância para
a vida e para a espiritualidade da Igreja".
• As Leituras desse Ofício podem ser seguidas ou de
homilia ou de silêncio assimilativo.
RESPONSÓRIO
• Ao final das leituras, não se diz: "Palavra de Deus", ou:
"Palavra da Salvação". E isso porque a "resposta" ao texto
ouvido é dada pelo "responsório".
• Tanto a leitura bíblica quanto a eclesiástica são seguidas de
seu responsório próprio.
• Este é extraído do tesouro tradicional da Igreja ou é
constituído também de criações novas.
• O responsório às leituras mais longas desse Oficio exerce as
mesmas funções assinaladas ao que segue às leituras
breves:
• ele faz eco ao texto lido, prolonga a sua mensagem, lança
nova luz sobre ela; ou transforma a leitura em oração e
contemplação; ou realiza a passagem do Antigo ao Novo
Testamento.
• Ao que a IG ainda acrescenta: O responsório
"pode" situar a leitura proclamada "na História
da Salvação;
• e, por fim, pode, com sua beleza poética (e
melódica, poderíamos acrescentar), oferecer
agradável variedade".
• Com um detalhe, adicionado pela própria IG:
• o responsório que segue à segunda leitura
"não precisa estar em relação, estreitamente,
com o texto da leitura", de modo a favorecer
"maior liberdade para a meditação".
• Em todo o responsório há alguma(s) parte(s)
repetida(s). Contudo, ela "pode ser omitida na recitação
sem canto, a não ser que o sentido exija que seja
pronunciada".
Te Deum
• O Te Deum é uma "profissão de fé (trinitária), uma ação
de graças, e uma súplica" solene .
• Ele é recitado no Ofício das Leituras antes da oração
final nos domingos fora da Quaresma, nos dias da
Oitava de Natal e Pentecostes, nas solenidades e festas.
• A Oração conclusiva.
• Costuma ser a oração própria do dia. A conclusão:
"Bendigamos ao Senhor".
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  • 2. • Este Ofício tradicionalmente representava a última etapa de uma celebração de oração que ocorria durante a noite. • Costumava ser rezado antes da alba, isto é, antes do romper da aurora. Precedia as Laudes, às quais estava muito ligado. • Na tradição monástica, estas iniciavam ao primeiro clarão do dia, interrompendo, mesmo, as Matinas caso a reza dessa não estivesse concluída.
  • 3. • A IG exorta a essa celebração, mas em momentos que podem variar: "Os que possuem um direito particular e os que louvavelmente desejam conservar o seu caráter noturno podem celebrar esse Ofício de noite ou na madrugada, antes das Laudes da manhã". • Mas para as demais pessoas, após o Concílio Vaticano II, o Ofício das Leituras, "embora conserve a índole de louvor noturno", foi adaptado para ser "recitado em qualquer hora do dia". • Pessoas e comunidades podem, portanto, rezá-lo na hora do dia que melhor lhes convier.
  • 4.
  • 5. • Como diz o nome, é um ofício, isto é, uma ação, uma celebração litúrgica. E é um ofício das leituras, porque esta constituem o seu centro. • Ele é essencialmente uma celebração comunitária da Palavra de Deus, lida e escutada, e depois comentada por autores eclesiásticos, e assimilada em oração e meditação contemplativa pelos orantes. • Para que tal meditação pudesse ser ainda mais substanciosa, a reforma do Ofício operada pelo Concílio Vaticano II diminuiu, para esta Hora, a antiga quantidade de salmos e aumentou a extensão e variedade das leituras.
  • 6. • Como para o comum dos fiéis não há hora fixa para a reza desse Ofício, e ele pode ser celebrado no momento mais conveniente, • sua finalidade não é, principalmente, a santificação de um tempo determinado do dia ou da noite; • o que põe em relevo particularmente uma outra finalidade da Liturgia das Horas, qual seja a do enriquecimento espiritual, o "fomento da piedade" do homem e da mulher que recitam ou cantam essa Hora.
  • 7. • E o fato de as leituras serem o forte desse Ofício não lhe tira a sua essência, que é a de ser oração. • Primeiro, porque a escuta da Palavra de Deus é a primeira e eminente fornia de orar. • E, depois, porque essa escuta da leitura, por mais abundante e longa que seja, está envolta por outras expressões de oração e está relacionada com esta. • Com efeito, por um lado, alguns elementos de oração, como o hino, os salmos, precedendo as leituras, as ambientam e preparam o coração para a sua escuta; • e todas as orações, incluindo o Te Deum e a oração conclusiva, contribuem a que as leituras produzam mais fruto.
  • 8. • Por outro lado, a Palavra de Deus e os textos dos autores e santos nutrem a oração de louvor, a qual, junto com a impetração, constitui a marca identificadora da Liturgia das Horas: • as leituras, com efeito, alimentam e estimulam a celebração laudatória, reevocando a sabedoria de Deus - no que Ele diz, e o seu poder - no que Ele faz. • O Ofício das Leituras, além de destacar fortemente a estas, distingue-se ainda das demais Horas por incluir, em certas oportunidades, a recitação ou o canto do Te Deum. • Na sua reza utilizam-se, então, os seguintes elementos:
  • 9. O Invitatório • Se o Ofício das Leituras for o primeiro do dia, inicia-se com o versículo: "Abri os meus lábios...“ • Caso contrário, a abertura é feita pelo: "Vinde, ó Deus..." Após o que se segue o Salmo 95 ou outro salmo invitatório com sua antífona.
  • 10. HINO
  • 11. • O Hino é próprio para cada tempo e solenidade. Por exemplo, no Tempo da Páscoa: "Exulte o céu do alto, aplaudam terra e mar; o Cristo, ressurgindo, a vida vem nos dar" . • O Ofício do Tempo Comum apresenta dois para cada dia: o primeiro para ser rezado/cantado se essa Hora é celebrada de noite. • O segundo, se ela é rezada durante o dia. Este, com temas variados; aquele, mais marcado pelo momento em que é celebrado, com alusões abundantes à noite, às trevas, ao sono, à vigília, ao acordar, ao levantar e à luz que se anuncia. • Na terceira semana, repetem-se os da primeira; e na quarta, os da segunda, nos dias de semana após a oitava da Páscoa.
  • 14. • Após o hino, seguem os salmos. • Estes são, com frequência, escolhidos na série histórica, mais difíceis quando se desconhece ou se conhece pouco a história de Israel. • Muitas vezes, são mais longos. Por esta razão, não raro, se rezam só dois salmos, dividindo-se um deles em duas partes, ou se reza apenas um, repartido em três partes. O Versículo • Dito antes das Leituras, faz a transição entre a salmodia e a Palavra de Deus que será escutada a seguir.
  • 16.
  • 17. As Leituras • A SC , do Vaticano II, assim como a conseqüente reforma da Liturgia das Horas, deram ênfase nova às leituras no Ofício Divino. • Entre outros aspectos, procuraram que estas fossem mais abundantes (com introdução, por exemplo, de novos textos patrísticos); mais variadas; de mais fácil acesso e, em alguns casos, mais longas. • Além disso, cuidaram também da sua escolha ponderada, estando atentos, por exemplo, à sua adequação aos dias e tempos litúrgicos; à demarcação, por elas, da linha evolutiva da História da Salvação ao longo do ano; à sua sintonia com a sensibilidade dos novos tempos; e à sua coordenação bem pensada com as leituras da Eucaristia.
  • 18. • No Oficio das Leituras, há dois tipos dessas leituras. • A primeira e bíblica. A segunda, patrística ou de outro autor eclesiástico, ou hagiográfica. • O Ofício das Leituras é, por excelência, celebração litúrgica da Palavra de Deus. • É um momento especial de escutá-la, de exercitar nossa condição de discípulos; de acolhê-la em nosso coração; de assimilá-la meditando as verdades nela reveladas e as mensagens nela transmitidas por Deus. • A leitura dessa Palavra de Deus era prática judaica, da qual Jesus participou: Entrando na sinagoga, "levantou-se para fazer a leitura " .
  • 19. • Paulo, escrevendo aos colossenses, lhes aconselha: • "Depois que esta carta tiver sido lida entre vós, fazei-a ler também na Igreja de Laodicéia. • Lede vós também a que escrevi aos de Laodicéial. E, na primeira aos Tessalonicenses 4, lhes roga, "no Senhor, que esta carta seja lida a todos os irmãos. • O uso, portanto, das leituras, nas reuniões cristãs, é tão antigo como a própria Igreja.
  • 20. • Essa prática, desde os primórdios cristãos, é afirmada pela própria IGl(l: • "A leitura da Sagrada Escritura faz-se publicamente também no Ofício Divino, segundo uma antiga tradição". • Essa "antiga tradição" iniciou na sinagoga. Foi, depois, assimilada pela Igreja dos começos. Mas com duas diferenças, a saber: • a introdução de textos do Novo Testamento, • e a interpretação dos do Antigo em chave cristológica.
  • 21. • Essa tradição é confirmada nos "Cânones de Hipólito", nos quais já se lia esse belo conselho: • "Que o sol nascente veja pela manhã a Escritura sobre os teus joelhos". • E ela é igualmente testemunhada na Regra de São Bento: • "Nas vigílias, sejam lidos os livros de autoridade divina tanto do Antigo como do Novo Testamento“.
  • 22. • Na Liturgia das Horas lê-se mais de trinta e oito por cento do Antigo Testamento e, praticamente, todo o Novo Testamento - exceto os Evangelhos. • É que esses são objeto de leitura nas missas ao longo do ano. • Fora disso, textos do Evangelho são lidos por pessoas e comunidades que querem prolongar as vigílias do domingo, das solenidades e das festas. • Neste caso, antes do Te Deum do Ofício das Leituras, elas acrescentam novos cânticos e lêem o Evangelho, seguido de homilia, se julgado oportuno.
  • 23. • Nas solenidades e festas, lêem o Evangelho da missa do dia. • Nos domingos, sempre um Evangelho da série pascal. "Inclusive na Quaresma. É que o domingo é celebração semanal da Páscoa”. • A leitura longa e continuada da Sagrada Escritura, feita no decorrer do ano no Ofício das Leituras, concretiza a orientação da Igreja de um acesso mais amplo ao tesouro da Palavra de Deus. • Leva a entrar em contato, inclusive, com textos ricos que, por movimento espontâneo, muito possivelmente não seriam lidos sistematicamente.
  • 24. • Com relação ao Ano Litúrgico, essas leituras nos ajudam a vivê-lo com mais sentido. • E, quanto à Liturgia das Horas, as leituras, com o jogo que fazem com os outros componentes dessa oração, são elementos que, uma vez mais, e exemplarmente, sublinham o caráter dialogal dela.
  • 25.
  • 26. • O valor dessa leitura da Palavra de Deus lhe advém, em primeiro lugar, do fato de ela ser "sacramento", sinal visível e audível da presença de Cristo na Igreja: • "É Ele mesmo que fala quando se lêem as Sagradas Escrituras, na Igreja"1". quando a Palavra de Deus, celebrada na Liturgia, ressoa aos nossos ouvidos. • É a Jesus que as Escrituras têm como centro: algumas sendo profecia dele, anunciando-o; outras, ilustrando e desenvolvendo sua obra e mensagem.
  • 27. • E, junto com Jesus, está sempre o seu Espírito. E este, assim como inspirou os autores sacros na redação da sua Palavra, inspira, hoje, a seus leitores e ouvintes para compreendê-la, assimilá-la e vivê-la. • Essas leituras, em obediência ao desejo manifesto pelo Vaticano II, estão ordenadas para tecer um quadro evolutivo da História da Salvação, que iniciou no Antigo Testamento, teve seu ponto cêntrico no mistério de Jesus, e continua realizando-se até hoje.
  • 28. • Lê-las é entrar cada vez mais em contato com essa História, fazê-la objeto de contemplação, reviver o seu dinamismo progressivo. • Ou, em palavras da constituição LC19: "A leitura mais ampla da Sagrada Escritura [...] há de fazer com que a História da Salvação seja ininterruptamente comemorada, • e sua continuação na vida dos homens seja eficazmente anunciada".
  • 29. • Além disso, as leituras bíblicas do Ofício das Leituras, assim como todas as leituras da Liturgia das Horas, constituem, para nós, uma escola de vida espiritual: • "A contribuição considerável dos textos bíblicos em toda a sua riqueza - imagens, alegorias, simbolismos - faz com que a oração da Igreja seja uma iniciação à leitura espiritual da Palavra de Deus”. • Na linha de nossa santificação, de nosso crescimento espiritual, a Palavra de Deus, lida e contemplada, é mesa primordial para a alimentação de nossa fé em suas diversas dimensões. • Ela é luz muito especial que nos faz ver tudo com os olhos de Deus.
  • 30. • Em outros termos, ela nos comunica a sabedoria divina, a ciência de Deus, de Cristo e dos santos. • Nos guarnece de parâmetros para avaliar nossa vida à luz dessa sabedoria. • É "semente que o Espírito deposita em nossos corações para darmos fruto, isto é, para vivermos segundo o Evangelho..."21, levarmos cristãmente nossa jornada. • E ela nos mune de conteúdos para a nossa oração, para a contemplação laudatória das grandezas e das maravilhas de Deus. • Diferentemente do que ocorre nas demais Horas, no Ofício das Leituras, após o texto sacro escriturístico, faz- se a leitura de um autor eclesiástico.
  • 31. • Entre esses autores, a preferência é dada aos chamados Santos Padres, ou Pais da Igreja, autores pertencentes aos primeiros séculos. • A uma época que, no Ocidente, se considera encerrada no século VII, com Santo Isidoro de Sevilha, e no Oriente, no século VIII, com São João Damasceno. • Comparecem, depois, com textos, outros autores ocidentais e orientais antigos, doutores ou não. • Entre eles há, inclusive, escritores cristãos não santos, como Melião de Sardes e Eusébio de Cesaréia; • ou que, até, tiveram problemas com a Igreja, como Orígenes e Tertuliano.
  • 32.
  • 33. • E lê-se, igualmente, páginas de autores mais modernos como São Bernardo e Santa Teresa, e, inclusive, alguns de feitura recente, como os extraídos do Concílio Vaticano II. • Em síntese, no Ofício das Leituras, desfilam uns cento e sessenta autores que nos brindam com cerca de seiscentos textos, e que viveram desde o fim do primeiro século até o século XX. • O autor ocidental mais lido, neste Ofício, é Santo Agostinho. E o oriental com maior presença é São João Crisóstomo.
  • 34.
  • 35.
  • 36. • A isso haveria que acrescentar, primeiro, que LC 22 anunciava um futuro "lecionário facultativo" e, segundo, que a IG23 possibilita às Conferências Episcopais agregar, aos textos já em uso, ainda outros, "adequados às tradições e à mentalidade do seu território". • Falar de textos elaborados desde fins do primeiro século cristão é o mesmo que dizer que a leitura dos autores eclesiásticos, complementarmente com a da Escritura, é também uma "tradição da Igreja Romana", como afirma a IG
  • 37. • O testemunho mais antigo conhecido dessa leitura é o de São Bento. • Em sua Regra, após legislar que, "nas vigílias, sejam lidos os livros de autoridade divina tanto do Antigo quanto do Novo Testamento", acrescenta que igualmente seja tema de leitura "o comentário que deles fizeram os mais célebres e ortodoxos Padres Católicos". • Ao estatuir que os comentários lidos fossem de "Padres Católicos" dos "mais célebres e ortodoxos", o que o pai do monarquismo ocidental estava fazendo era estabelecer critérios para a seleção das leituras eclesiásticas a serem feitas.
  • 38.
  • 39.
  • 40.
  • 41. • De modo semelhante, para a escolha dos textos a usar no atual Ofício das Leituras, tomaram-se cuidados e tiveram-se presentes critérios, alguns dos quais poderiam ser ditos negativos, e outros, positivos. • Resolveu-se evitar autores que defenderam erros, e inclusive livros de algum santo que oferecem uma visão deficiente ou involuntariamente errônea de algum ponto doutrinário. • Optou-se, igualmente, por eliminar páginas difíceis demais, ou com estilo demasiadamente exegético ou alegórico, ou baseadas em filosofias ou visões científicas superadas, ou com temas já sem utilidade atual, ou que eram reflexos de polêmicas hoje extemporâneas.
  • 42. • Em compensação, prestigiaram-se escritos condizentes a um conhecimento mais vivo das Escrituras, e que equilibrem, a um tempo, Padres Ocidentais e Orientais, e obras de cunho mais teológico com outras de teor mais espiritual. • Quanto ao seu conteúdo, a leitura eclesiástica, em ocasiões, se relaciona com a leitura bíblica que a precede. E ela se conecta, evidentemente, com o momento litúrgico celebrado:
  • 43. • Deu-se maior destaque aos temas principais do lecionário patrístico, segundo as grandes estações liturgicas do ano. • Assim, as leituras do Advento apresentam o Mistério da Encarnação, como resposta de Deus ao pecado do homem e o primeiro ato da história da redenção. • E, na Quaresma, temos uma espécie de meditação do Mistério Pascal, obra do amor e da misericórdia de Deus. • Esses textos cristãos nos conduzem à primeira Palavra, a Palavra de Deus. Estão recheados de referências bíblicas.
  • 44.
  • 45. • Os Santos Padres, particularmente, são mestres na leitura da Bíblia, em cujas verdades penetram fundo, e são testemunhas privilegiadas da meditação da Palavra divina ao longo de séculos. • Acompanhando e penetrando nos seus comentários, compreendemos melhor a Escritura, descobrimos mais inesgotáveis tesouros desta, nos educamos na sua meditação e crescemos na afeição a ela. • Os pregadores da Palavra encontram, cada dia, nesses autores, exemplos notáveis de como fazer bem a pregação, de como preparar e servir ao povo cristão o pão da Palavra divina de forma substanciosa e, muitas vezes, aliada à graça e ao vigor em sua expressão.
  • 46. • Neste Ofício, que se distingue dos outros particularmente pela escuta, cria-se ambiente favorável para nos fazermos discípulos ouvintes não só de Deus, mas também da Igreja que, nele, se faz Mãe, Mestra e Guia, e que nos fala pelas leituras patrísticas, dos outros autores eclesiásticos e do seu próprio Magistério. • Essas leituras põem à nossa disposição grande número de textos valiosos e representativos do pensar e do sentir eclesial em todos os tempos e em múltiplos espaços cristãos. • Elas nos fazem ascender a um enorme patrimônio de riquezas espirituais da Igreja, patrimônio constituído pelo testemunho de santos e pensadores eminentes do Oriente e do Ocidente.
  • 47. • Elas constituem um coro imenso de homens e mulheres crentes, por vezes afastados no tempo e no espaço, cada um e cada uma com a sua própria melodia, • mas todos juntos executando o único coral da Igreja, interpretando fundamentalmente variações sobre a Palavra de Deus, sob a inspiração e a direção do Espírito do Senhor. • Essas leituras nos mostram, ademais, as variadas experiências eclesiais relativas à revelação cristã, • nos desvendam as formas como a Escritura foi entendida nas diversas épocas e lugares, • e como a Igreja soube inculturá-la nas diferentes condições históricas e geográficas em que a anunciou.
  • 48.
  • 49.
  • 50.
  • 51. • Com tudo isso, tais textos são para nós uma escola formadora no "sensus ecclesiae", o "sentido da Igreja". • Ajudam-nos a enraizar nossa fé atual na prática e na fé de todos os tempos. E nos estimulam a, também nós, aplicarmos sabiamente as verdades da Escritura à nossa geração. • Os Padres da Igreja e os demais autores que ouvimos nas leituras cristãs do Ofício são também, para nós, mestres da vida espiritual. • Também seus textos são um tesouro para enriquecer nossa vida cristã. Eles servem para fundamentar e alimentar nossa fé, nossa piedade, nosso compromisso e nossa celebração cristã.
  • 52. • Para que o contato com esses textos cristãos seja mais frutuoso para a nossa inteligência, o nosso coração e a nossa vida, é preciso particularmente estudar os Santos Padres, familiarizar-se com eles, não esquecendo, no entanto, que o mais importante não é abordá-los por causa da ciência exegética ou patrística que há neles, mas pela resposta de fé que suscitam ou podem suscitar em nós. • Nas festas dos santos, o texto que segue à leitura bíblica refere-se ao santo celebrado no dia. • Essa leitura chama-se hagiográfica (de "hagios": santo. sacro, sagrado; e de "graphos": o escrito. Portanto, escrito sobre ou dos santos).
  • 53. • Num primeiro caso, que é o mais frequente, o texto lido e um trecho dos escritos do próprio santo do dia. • Por exemplo, em 7 de abril, o primeiro ponto da Meditação de São João Batista de La Salle; ou, no dia 27 de setembro, o texto em que São Vicente de Paulo prega que se deve preferir o serviço dos pobres acima de tudo. • Outra possibilidade é a leitura de uma narração relativa a vida do santo. Assim, em 28 de setembro, conta-se a história da morte de São Venceslau. Em 27 de agosto, reproduz-se o texto de Santo Agostinho sobre os últimos dias de sua mãe Santa Mônica. E, em 1 ° de outubro, se transcreve uma página autobiográfica de Santa Teresinha do Menino Jesus.
  • 54. • No conjunto dessas peças narrativas, as atas dos martírios estão entre as mais impressionantes. Como o de Perpétua e Felicidade, em 7 de março; ou de São Justino e seus companheiros, em 1° de junho; ou, ainda, o de São Cipriano, em 11 de setembro. • Esse costume de se ler a narração da paixão dos mártires remonta aos primeiros séculos do cristianismo. • Inicialmente, tal narração era feita na vigília, junto ao sepulcro dos mártires; mais tarde, passou a ser introduzida no Ofício.
  • 55. • A terceira alternativa é a leitura de outro tipo de texto sobre ou a propósito da vida ou virtudes do santo em questão: comentário, panegírico, reflexão teológica, moral, ou espiritual. • Estão nesta categoria escritos como o sermão de São Metódio da Sicília, na festa de Santa Águeda; o elogio de São Fidélis de Sigmaringa, em 24 de abril; a homilia de Paulo VI, na canonização dos mártires de Uganda (São Carlos Lwanga e seus companheiros).
  • 56.
  • 57. • Um último caso é o de um texto de algum Padre da Igreja ou outro escritor eclesiástico que possa ser corretamente aplicado à vida, à fisionomia espiritual geral ou a uma virtude em particular do santo, embora tal texto não fale dele diretamente. • É o que se observa, por exemplo, com a homilia de São Gregório Magno sobre o Evangelho, no dia de São Lucas, Evangelista. • Verifica-se, também, no sermão de Santo Agostinho sobre "a preciosa morte dos mártires", no dia de São Cosme e Damião, ambos martirizados; • ou com o comentário do mesmo santo sobre o Salmo 33 ("Dai graças ao Senhor ao som da harpa, na lira de dez cordas celebrai- o "), na festa de Santa Cecília, padroeira dos músicos; • ou ainda, com uma passagem, novamente de Agostinho, sobre a alegria, no dia do alegre São Filipe Néri.
  • 58. • Essas leituras hagiográficas vêm precedidas de um breve resumo biográfico do santo celebrado. • Tal resumo visa a ser um informe. Não se destina a ser lido em voz alta. • Tais leituras de textos do santo, ou sobre ele, ou a propósito dele foram pensadas para "exporem e colocarem na devida luz a fisionomia espiritual e o papel desempenhado pelo santo na vida da Igreja”. • Na seleção dos textos a serem usados como leitura ha- giográfica levou-se em conta em primeiro lugar, a verdade histórica. • Assim, por exemplo, o relato da paixão de São Clemente Romano (23 de novembro) é lendário. Por isso neste dia, o que se lê não é o relato dessa paixão, mas um fragmento de sua carta aos coríntios.
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  • 60. • Os escritos dos santos, o relato de suas vidas e os comentários feitos sobre eles, ou a propósito deles, particularmente a sua generosidade , quando não o seu heroísmo - no serviço a Deus são iluminação e exemplo para nós, também chamados à santidade. • A perspectiva e a possibilidade desse proveito espiritual, e não só o deleite intelectual e estético, foi um segundo critério a presidir a escolha dos textos hagiográficos. • E a IG completa o rol desses critérios dizendo: "Dar-se-á relevância à peculiar índole espiritual dos santos, adaptada às circunstâncias atuais, à sua importância para a vida e para a espiritualidade da Igreja". • As Leituras desse Ofício podem ser seguidas ou de homilia ou de silêncio assimilativo.
  • 62. • Ao final das leituras, não se diz: "Palavra de Deus", ou: "Palavra da Salvação". E isso porque a "resposta" ao texto ouvido é dada pelo "responsório". • Tanto a leitura bíblica quanto a eclesiástica são seguidas de seu responsório próprio. • Este é extraído do tesouro tradicional da Igreja ou é constituído também de criações novas. • O responsório às leituras mais longas desse Oficio exerce as mesmas funções assinaladas ao que segue às leituras breves: • ele faz eco ao texto lido, prolonga a sua mensagem, lança nova luz sobre ela; ou transforma a leitura em oração e contemplação; ou realiza a passagem do Antigo ao Novo Testamento.
  • 63. • Ao que a IG ainda acrescenta: O responsório "pode" situar a leitura proclamada "na História da Salvação; • e, por fim, pode, com sua beleza poética (e melódica, poderíamos acrescentar), oferecer agradável variedade". • Com um detalhe, adicionado pela própria IG: • o responsório que segue à segunda leitura "não precisa estar em relação, estreitamente, com o texto da leitura", de modo a favorecer "maior liberdade para a meditação".
  • 64.
  • 65. • Em todo o responsório há alguma(s) parte(s) repetida(s). Contudo, ela "pode ser omitida na recitação sem canto, a não ser que o sentido exija que seja pronunciada". Te Deum • O Te Deum é uma "profissão de fé (trinitária), uma ação de graças, e uma súplica" solene . • Ele é recitado no Ofício das Leituras antes da oração final nos domingos fora da Quaresma, nos dias da Oitava de Natal e Pentecostes, nas solenidades e festas. • A Oração conclusiva. • Costuma ser a oração própria do dia. A conclusão: "Bendigamos ao Senhor".