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A REFORMA LITURGIA 
Dos antecedentes do Breviário à 
Liturgia das Horas
INTRODUÇÃO 
 
 A Liturgia das Horas recebeu vários 
nomes na história. O mais difundido foi o 
de Breviário, que indicava a reunião em um 
só volume, para facilitar a recitação 
individual, de todos os elementos 
necessários para celebrar o Ofício Divino, 
como salmos, leituras, hinos, etc.
Esse nome, todavia, também encerrava uma 
mentalidade privatista e reducionista da prece 
eclesial que sempre se quis corrigir (pelo 
menos desde Trento), mas que o caminhar 
turbulento da Igreja sempre adiava.
Com Vaticano II, recuperaram seu significado as 
expressões Ofício Divino e Liturgia das Horas. Ofício 
quer dizer serviço cultual e ação litúrgica (ou seja, 
pública), e divino indica em honra de quem se 
realiza a celebração. Essa expressão é equivalente 
à Opus Dei (Obra de Deus), segundo a expressão 
de São Bento (Regra 43, 3): "Nada se anteponha à 
obra de Deus."
 
 O Ofício Divino é verdadeira liturgia, exercício do 
sacerdócio de Jesus Cristo para a santificação dos 
homens e para o culto a Deus (Sacrosanctum 
Concilium 7), e, conseqüentemente, celebração de toda 
a Igreja, ou seja, oração de Cristo ao Pai com seu corpo 
eclesial (SC 84). Por esse motivo dever-se-á preferir 
sempre a celebração comunitária, com assistência e 
participação ativa dos fiéis, à recitação indivial e quase 
particular (SC 26-27).
 A origem da oração das horas deve ser 
buscada na oração do Divino Mestre e das 
comunidades católicas primitivas, que 
observavam os ritmos da oração judaica. 
1.
1.1 A oração judaica na época do 
Novo Testamento 
 
 Jesus nasceu num povo que sabia orar, no seio de 
uma família piedosa que observava com amor e 
fidelidade os preceitos do Senhor. 
 
"Completados que foram os oito dias para ser 
circuncidado o menino, foi-lhe posto o nome de 
Jesus, como lhe tinha chamado o anjo, antes de ser 
concebido no seio materno.
 
 A prática judaica da prece compreendia três 
momentos de oração durante o dia: ao cair da tarde, 
ao amanhecer e ao meio dia. 
 
"Pela tarde, de manhã e ao meio-dia lamentarei e 
gemerei; e ele ouvirá minha voz." (Salmo 64, 18)
 
 "O Senhor disse a Moisés: 'Ordena o seguinte aos 
israelitas: cuidareis de apresentar no devido tempo a 
minha oblação, o meu alimento, em sacrifícios de 
agradável odor consumidos pelo fogo.‘(Números 28, 2-8) 
 a oração era santificada pelo sacrifício. Ao se deitar e ao 
se levantar se recitava o Shemá Ysrael (Escuta Israel), a 
profissão de fé no Deus único. (Deuteronômio 6, 4-9)
 
 Jesus também o recitava. 
 
"Jesus respondeu-lhe: 'O primeiro de todos os 
mandamentos é este: Ouve, Israel, o Senhor nosso 
Deus é o único Senhor; amarás ao Senhor teu Deus 
de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o 
teu espírito e de todas as tuas forças.' " (Marcos 12, 
29-30)
 
 A liturgia judaica incluía, uma ampla variedade de 
hinos, salmos e orações para as festas, para as 
peregrinações ao Templo e para a liturgia doméstica, 
na qual se destacavam as bênçãos ao cair da tarde 
(lucernário) e ação de graças da ceia. 
 Nesse ambiente de oração Jesus viveu, de modo 
que “o louvor a Deus ressoa no coração de Cristo 
com palavras humanas de adoração, propiciação e 
intercessão” (Instrução Geral sobre a Liturgia das 
Horas 3).
“Cristo Jesus, ao assumir a natureza humana, 
trouxe para este exílio terreno aquele hino que 
é cantado por todo o sempre nas habitações 
celestes” (IGLH 3; SC 83). A oração de Nosso 
Senhor em sua vida terrena foi a expressão do 
colóquio eterno do Verbo com o Pai no 
Espírito Santo, e o anúncio da mediação 
sacerdotal que continua agora nos Céus.
 
 "Um dia, num certo lugar, estava Jesus a rezar. 
Terminando a oração, disse-lhe um de seus 
discípulos: Senhor, ensina-nos a rezar, como 
também João ensinou a seus discípulos. Disse-lhes 
ele, então: Quando orardes, dizei: Pai, 
santificado seja o vosso nome; venha o vosso 
Reino; dai-nos hoje o pão necessário ao nosso 
sustento; perdoai-nos os nossos pecados, pois 
também nós perdoamos àqueles que nos 
ofenderam; e não nos deixeis cair em tentação." 
(Lucas XI, 1-4)
 
A Didaché, em fins do século I, é 
testemunha da substituição 
do Shemá pelo Pai-Nosso nos 
círculos judeu-católicos, também 
três vezes ao dia. (Didaché 8, 2-3)
Os apóstolos
 
 Os Apóstolos, instruídos pelo Senhor depois da Ressurreição 
(Atos I, 3), também ensinaram a orar e organizaram no 
Espírito de Jesus a oração das primeiras comunidades da 
Igreja. Desde os primeiros momentos a “perseverança nas 
orações” foi uma característica da comunidade que se 
transformou em Pentecostes. 
 
"Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, na reunião 
em comum, na fração do pão e nas orações." (Atos II, 42)
  Observavam o costume de rezar privadamente ou em comum no 
cômodo principal, em certas horas do dia e também da noite. 
 
"Refletiu um momento e dirigiu-se para a casa de Maria, mãe de 
João, que tem por sobrenome Marcos, onde muitos se tinham 
reunido e faziam oração." (Atos 12, 12) 
 
"Pela meia-noite, Paulo e Silas rezavam e cantavam um hino a 
Deus, e os prisioneiros os escutavam." (Atos 16, 25) 

A história do Ofício Divino significa a perseguição, ao longo 
dos séculos, do ideal (Lucas 18, 1): 
"É preciso orar sempre."
4.1 As primeiras tentativas de organização 
(séculos I– IV) 
 
 Os primeiros séculos da história católica oferecem 
pouquíssima informação sobre a oração em certas horas. 
Contudo, sabe-se que a Missa dominical acabou tendo uma 
vigília estendida, que consistia em leituras e cantos de 
Salmos. 
 A partir do século III os testemunhos são cada vez mais 
abundantes e mencionam, junto com os ofícios matutino e 
vespertino, sem dúvida comunitários, as horas terça, sexta e 
nona, fixas e determinadas na recordação da Santíssima 
Trindade e em memória dos momentos da Paixão de Cristo 
e de alguns acontecimentos narrados nos Atos dos 
Apóstolos.
4.2 A paz Constaniana 
  Na etapa que se seguiu à paz de Constantino o 
desenvolvimento do Ofício foi favorecido. Dois foram os 
modelos organizados: 
 1. O eclesial: celebrado nas catedrais e paróquias, era 
centrado nas celebrações da manhã e da tarde, isto é, nas 
laudes e nas vésperas presididas pelo bispo ou por um 
presbítero, com assistência do restante do clero e do povo. 
 2. O monástico: marcado pelo desejo de dedicar o maior 
tempo possível do dia à oração, seguindo os conselhos 
evangélicos e buscando o equilíbrio entre a oração e o 
trabalho. Assim, foram introduzidas, junto com as laudes e 
as vésperas e as horas intermediárias, a hora prima, as 
completas e as vigílias noturnas. 
 
Finalmente, a organização monástica configurou todo o 
Ofício.
4.3 Detalhando o desenvolvimento 
 
 Para os estudiosos, a oração que precedia a Eucaristia 
pós-apostólica, eventualmente, ficou organizada em quatro 
partes: 
I. uma que acabou originando a parte preparatória do 
Sacrifício (a Missa dos Catecúmenos do rito gregoriano), 
II. uma que se tornou as Vésperas do final da tarde, 
III. uma da qual nasceu as Matinas da meia noite 
IV. e, finalmente, uma que se tornou as Laudes do começo 
da manhã. 
monástico
 
 Esse grupo, originalmente noturno, constituiu as “Grandes 
Horas”, as outras cinco, as “Horas Menores”. 
 As Matinas poderiam ser chamadas de “pai de todas as 
horas” e as Vésperas e Laudes de "irmãs gêmeas", dada 
sua estrutura similar. 
 Mais tarde, o grupo diurno, Terça, Sexta e Noa foi instituído 
para a santificação ao longo do dia. Elas também são como 
gêmeas por terem uma estrutura idêntica.
 Por fim, as Completas e a Prima foram criadas 
 
para servirem de oração noturna e matutina no 
dormitório. Elas ainda mantém um sabor 
monástico maior que as outras horas e podem ser 
consideradas um irmão e uma irmã, pois embora 
sejam semelhantes, não possuem uma estrutura 
idêntica. 
Desse modo, originalmente, as horas do Ofício 
tinham uma correspondência com as horas do dia 
(segundo nossos parâmetros) um tanto diversa da 
que hoje possuem.
4.4 vejamos seguinte 
tabela: 
 
Matinas meia-noite 
Laudes 3 da 
madrugada 
Prima 6 da manhã 
Terça 9 da manhã 
Sexta meio-dia 
Vésperas 6 da tarde 
Completas 9 da noite
 Ou , após alguns séculos, as horas adquiriram a 
seguinte configuração nas casas religiosas: 
 
 
Matinas e Laudes - 2 e 3 da madrugada 
Prima - ao se acordar 
Terça - 9 da manhã 
Sexta - meio-dia 
Noa - 3 da tarde 
Vésperas - ao anoitecer 
Completas - antes de dormir
 Por fim, o esquema ficou assim: 
 
Matinas (com seus três noturnos) - durante a noite 
Laudes - 5 da manhã 
Prima - 7 da manhã 
Terça - 9 da manhã 
Sexta - meio-dia 
Noa - 3 da tarde 
Vésperas - 5 da tarde 
Completas - 8 da noite
5. Do Ofício completo e solene ao 
Ofício particular 
 
 Nos séculos VI-IX o Ofício era a oração da Igreja 
local, do clero e do povo. Quando ainda não se 
havia generalizado a celebração diária da Eucaristia, 
as horas do Ofício serviam para a santificação dos 
dias da semana. Aconteceu, então, uma grande 
criação de elementos não-bíblicos: antífonas, hinos, 
responsórios e orações, paralela à que acontecia na 
Missa e nos ritos dos sacramentos. 
 
Durante esses anos, as liturgias receberam sua 
estrutura definitiva.
 
 Nós sabemos pouco sobre o Ofício Romano 
primitivo, mas podemos distinguir entre os das 
igrejas presbiterais e os das basílicas (cuidadas por 
comunidades mais ou menos regulares). 
 Serviu, provavelmente, de modelo ao da Regra de 
São Bento. 
 Nas comunidades das basílicas, o Ofício era 
composto de Salmos, antífonas, leituras da Sagrada 
Escritura e dos Padres, responsórios, e, em certas 
igrejas, como nos mosteiros, de hinos.
 
 Desse modo, foi natural que surgisse o Breviário. 
Ela era uma experiência de juntar todas as partes 
do Ofício num formato “breve” – um ou mais 
volumes com todos os elementos dispostos 
numa seqüência racional. Encontramos os 
primeiros Breviários compilados pelos monges 
de Monte Cassino nos século X e XI. 
 Embora certos Breviários mais antigos incluam 
alguns elementos musicais do Ofício, no geral, 
eles só continham o texto (enquanto os 
elementos musicais ficavam em outros livros, 
como o Antiphonale).
 
 Mas a verdadeira difusão do 
Breviário só veio com seu uso pela 
Curia papal e, mais tarde, pela sua 
adoção pelos mendicantes, em 
especial os franciscanos.
6. Os modelos de 
breviários
6.1 BREVIÁRIO DA CÙRIA 
ROMANA 
A solução praticada nacapela do Palácio de Latrão, 
em Roma, (CURIA ROMANA) de usar uma 
abreviação (aprovada por Inocêncio III) dos livros 
litúrgicos empregados na Basílica foi imitada em 
outros lugares. O exemplar mais antigo, conhecido 
como (Breviário de Santa Clara), se intitula 
assim: Incipit ordo et officium breviarii ecclesiae 
Curiae, quem consuevimus observare tempore 
Inocentii tertii papae el aliorum pontificum. 
 Esse breviário, adotado por São Francisco em 1223 
(dada sua portabilidade) e revisado por Haymo de 
Faversham (geral da ordem em 1240),
 
 Poucas mudanças foram feitas nos textos antigos, mas 
numerosas seções ad libitum desapareceram. Além 
disso, novas tendências na vida espiritual tiveram 
grande influência no seu desenvolvimento posterior; 
elas se manifestaram na multiplicação das festas e 
legendas históricas e na diminuição do número de 
leituras e de outros elementos.
 
Todavia, a vantagem real do livro litúrgico 
único trouxe consigo o inconveniente da 
introdução da recitação particular. Já no 
século XIII canonistas e teólogos passaram 
a justificar a prática da recitação privada e o 
que no começo foi exceção se transformou 
em norma.
7. O “Breviarium 
Sanctae Crucis” 
 
 O Papa Clemente VII, que tinha como um dos programas 
de seu governo a reorganização da oração oficial, 
encomendou ao espanhol Francisco Quiñones, cardeal da 
Santa Cruz, de Jerusalém, e ex-geral dos franciscanos, o 
encargo de reformar as Horas, reconduzindo-as, até onde 
fosse possível, à sua forma antiga e, mantendo-se fiel aos 
princípios que marcaram o Ofício ao longo do tempo, 
suprimir pontos complicados e prolixos (de maneira que os 
clérigos não tivessem mais desculpas para descuidar da 
Liturgia das Horas).
 
 Em 1534, terninou sua tarefa , pouco antes da 
morte do Papa; mas não o publicou até 1535, 
acompanhado de um breve do novo Pontífice, 
Paulo III. O autor o apresentou como um 
projeto, intitulado:Breviarium romanum ex 
sacra potissimum Scriptura et probatis 
Sanctorum historiis, collectum et concinnatum.
 Em relação à estrutura do novo Breviário, podemos destacar: 
a) Uma nova distribuição dos Salmos, de maneira que em cada semana se 
pudesse recitar o saltério inteiro sem nenhuma repetição. Para isso, em cada 
hora canônica, não excluídas as Matinas, havia apenas três Salmos; mas nas 
Laudes, em lugar do terceiro Salmo, se devia ler um cântico. 
 
 Segundo a tradição, o cântico das Laudes era 
o Benedictus, o das Vésperas o Magnificat e os das 
Completas o Nuc dimittis. 
 Finalmente, tanto nas festas de Nosso Senhor quanto nas 
da Santíssima Virgem, embora de primeira classe, se 
deviam recitar os Salmos assinalados no saltério para o dia 
em que caia a comemoração. 
 Assim, por exemplo, se a Assunção cai numa sexta-feira, 
nas Matinas se dizia os Salmos 21 (Deus, Deus meus, 
respice...), o 68 (Salvum me fac) e o 70 (In te speravi...), 
que expressam as tristezas e amarguras da Paixão.
8.Breviarium Pianum 
 
 Como a obra de Quiñones encontrou a resistência 
descrita, a questão da reforma do Breviário ficou em 
aberto, mas alguma tinha de ser feita (tanto que as 
propostas mais ridículas possíveis, em especial vindas dos 
“humanistas”, ganharam certo destaque – como uma que 
pedia a substituição das leituras dos Padres pela dos 
autores clássicos) seja porque o santoral continuava a 
crescer, obscurecendo a centralidade dos mistérios da 
vida de Cristo no Ofício.
 
 São Pio V, em 1568, de acordo com a reforma proposta pelo Concílio 
de Trento, impôs um novo Breviário universalmente (só respeitando, 
como já foi dito, os existentes a mais de 200 anos). 
 A comissão que formulou o novo esquema do Ofício se guiou pelos 
seguintes princípios: 
 1) Não inventar um novo Breviário. 
 
2) Ser guiado pela tradição eclesiástica. 
 
3) Manter tudo de bom que foi adicionado ao longo do tempo, mas, ao 
mesmo tempo, corrigir os inúmeros erros que levantavam tantas 
reclamações.
 
 Seguindo essas linhas, a nova Liturgia das Horas foi 
caracterizado pela redução do calendário, da hora da Prima, 
das preces e dos ofícios suplementares e que, com as 
inovações da imprensa, teve rápida difusão. O Saltério, foco 
do Ofício, foi valorizado novamente (da maneira que estava a 
recitação semanal era quase impossível e certos Salmos 
nunca eram recitados) e as legendas dos Santos e as 
homilias foram cuidadosamente revisadas. 
 
Com o passar dos séculos, o Breviário tridentino passou por 
pequenas modificações.
 
 A principal delas começou durante o pontificado de 
Sixto V (e terminou sob Clemente VIII), consistindo 
na mudança dos textos bíblicos, que adotaram a 
Vulgata revisada, e emendas nas rubricas: ao 
Comum dos Santos foi adicionada a das Santas 
Mulheres não Virgens, o rito de certas festas foi 
alterado e algumas festas adicionadas. A Bula Cum 
Ecclesia que aplicou as alterações é datada de 10 de 
maio de 1602.
 
 Outro conjunto de mudanças foi promovido por Urbano VIII. 
Ele nomeou uma comissão que revisou as lições e homilias 
segundo os manuscritos mais antigos. 
 Papa acabou indo muito além, pois, como humanista e 
poeta, ele considerava o Breviário com um estilo trivial e 
uma prosódia irregular, e acabou decidindo por uma grande 
revisão gramatical (segundo os parâmetros clássicos) e 
métrica. 
 As correções feitas pelos puristas de sua equipe (no geral, 
jesuítas) chegaram ao número de 952, alterando 
profundamente o caráter de alguns hinos que, embora 
ganhassem um estilo mais literário, perderam boa parte de 
seu antigo charme e fervor.
9. A Reforma do Ofício 
após o Vaticano II 
 
 Para entender a reforma que o Concílio 
Vaticano II pediu para o Ofício e o que, de fato, 
foi feito, a leitura dos seguintes documentos é 
imprescindível: 
 1. Sacrosanctum Concilium (de 4 dezembro de 
1963), capítulo IV, artigos 83-101. 
 
2. A Constituição Apostólica Laudatis 
canticum (de 1 de novembro de 1970). 
 
3. A Instrução Geral sobre a Liturgia das 
Horas.
9.1.Liturgia das horas 
 
 A santificação de vários momentos do dia foi mantida, 
embora a Prima tenha sido abolida, as Matinas (vigílias) 
terem se transformado no Ofício de Leituras (que, fora do 
contexto monástico, pode ser recitado a qualquer hora do 
dia) e das três “Horas Menores” apenas uma poder ser 
escolhida (isso, também, fora de um contexto monástico). 
Os “momentos” obrigatórios, portanto, passaram de oito 
para cinco (só que um pode ser recitado quando for mais 
conveniente).
 
 O modelo eclesial não perdeu totalmente, 
pois as Laudes (oração da manhã) e 
as Vésperas (oração do anoitecer) foram 
valorizadas. A oração da manhã celebra as 
duas criações, a segundo a natureza e a 
segundo a graça; a do anoitecer reflete 
sobre a presença de Deus na nossa vida. 
Essas duas horas foram chamadas "os 
dois polos do Ofício quotidiano" (SC 89a).
 
A reforma pós-conciliar manteve a 
abrangência de todo o Saltério no Ofício 
(no modelo eclesial é evidente que isso não 
se dá), só que, fugindo do uso romano, o 
novo ciclo é de quatro semanas. Desse 
modo, nem uma hora tem mais de três 
Salmos ou três seções de um Salmo (no 
Breviário tradicional podem ser até cinco).
 
 No Ofício de Leituras temos uma boa oferta de trechos 
bíblicos.. um ciclo bianual de leituras de passagens 
bíblicas que raramente encontramos na liturgia. 
 os textos dos Padres e dos outros autores que dedicaram 
suas vidas a edificação da Igreja militante, e que possuem 
um inestimável valor catequético, litúrgico, poético, 
místico e pastoral, sofreram um aumento cuidadoso e 
passaram a incluir uma quantidade maior de autores 
orientais. 
 Os hinos também foram revisados e, em muitos casos (em 
latim), restaurados à sua forma pré-Urbano VIII (embora 
alguns deles tenham sido encurtados).
 
 Por fim, como novidades temos as orações de 
intercessão que acompanham as Laudes e 
as Vésperas e a oração do Pai Nosso ao final 
delas (com várias maneiras de ser introduzida), o 
que, junto com a oração na Missa, promove a 
repetição do Pai Nosso três vezes ao dia, uma 
prática da Igreja primitiva.
Referências 
 
 Liturgia diária das Horas, setembro de 2008 (Paulus). 
 Constituição Sacrosanctum Concilium. In Documentos do Concílio 
 Vaticano II: constituições, decretos, declarações. São Paulo: Paulinas, 
 2007. 
 Some Essential Elements of the Vatican II Renewal of the Liturgy of the 
Hours, Rev. Sam Anthony Morello, O.C.D., STL, 1983: in 
<http://www.ourgardenofcarmel.org/renewloh.html 
 http://www.salvemaliturgia.com/2009/09/o-oficio-divino-no-rito-romano.html> 
 OFICIO DIVINO DO RITO ROMANO . Do breviário a liturgia das horas 
.Por Rafael Vitola Brodbeck, em 24 setembro 2012 às 2:30 
<http://apologetica.ning.com/profiles/blogs/breviario-liturgia-das-horas#. 
VFJW_TTF8Wk>
Questionário 
  1. Quais os antecedentes que fundamentam a 
liturgia das horas? E como se chamava no inicio o 
oficio divino? 
 R: Na oração do Divino Mestre e das comunidades católicas 
primitivas, a oração judaica. 
 - Breviário 
 2. Os primeiros séculos da história católica oferecem 
pouquíssima informação sobre a oração em certas horas. Qual 
o primeiro livro impresso que trazia em forma de vigília , 
consistia em leituras e cantos de Salmos. 
 R: Um Missa dominical
 3. A difusão do Breviário só veio com seu uso pela Cúria papal 
 
e, mais tarde por quem? 
 R: pela sua adoção pelos mendicantes, em especial os 
franciscanos. 
 4. Quais os nomes dos três Breviário mais conhecidos? 
porque foram importantes ? 
 R: 1) Breviário da Cúria Romana , conhecido como “Breviário 
de Santa Clara”,(adotado por São Francisco ) 
 
 2) Breviarium Sanctae Crucis, (O Papa Clemente VII, 
encomendou ao espanhol Francisco Quiñones, cardeal da 
Santa Cruz) 
 3) Breviarium Pianum ,( De São Pio V) com reforma de Trento, 
impôs um novo Breviário universalmente.
 
 5. Qual das horas foi suprimida e qual a que 
recebeu alteração do nome para oficio das leituras 
com a reforma do vaticano II do oficio Divino 
 R: As Primas. 
- Matinas se converteram em Oficio das Leituras.

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A história da Liturgia das Horas

  • 1. A REFORMA LITURGIA Dos antecedentes do Breviário à Liturgia das Horas
  • 2. INTRODUÇÃO   A Liturgia das Horas recebeu vários nomes na história. O mais difundido foi o de Breviário, que indicava a reunião em um só volume, para facilitar a recitação individual, de todos os elementos necessários para celebrar o Ofício Divino, como salmos, leituras, hinos, etc.
  • 3. Esse nome, todavia, também encerrava uma mentalidade privatista e reducionista da prece eclesial que sempre se quis corrigir (pelo menos desde Trento), mas que o caminhar turbulento da Igreja sempre adiava.
  • 4. Com Vaticano II, recuperaram seu significado as expressões Ofício Divino e Liturgia das Horas. Ofício quer dizer serviço cultual e ação litúrgica (ou seja, pública), e divino indica em honra de quem se realiza a celebração. Essa expressão é equivalente à Opus Dei (Obra de Deus), segundo a expressão de São Bento (Regra 43, 3): "Nada se anteponha à obra de Deus."
  • 5.   O Ofício Divino é verdadeira liturgia, exercício do sacerdócio de Jesus Cristo para a santificação dos homens e para o culto a Deus (Sacrosanctum Concilium 7), e, conseqüentemente, celebração de toda a Igreja, ou seja, oração de Cristo ao Pai com seu corpo eclesial (SC 84). Por esse motivo dever-se-á preferir sempre a celebração comunitária, com assistência e participação ativa dos fiéis, à recitação indivial e quase particular (SC 26-27).
  • 6.  A origem da oração das horas deve ser buscada na oração do Divino Mestre e das comunidades católicas primitivas, que observavam os ritmos da oração judaica. 1.
  • 7. 1.1 A oração judaica na época do Novo Testamento   Jesus nasceu num povo que sabia orar, no seio de uma família piedosa que observava com amor e fidelidade os preceitos do Senhor.  "Completados que foram os oito dias para ser circuncidado o menino, foi-lhe posto o nome de Jesus, como lhe tinha chamado o anjo, antes de ser concebido no seio materno.
  • 8.   A prática judaica da prece compreendia três momentos de oração durante o dia: ao cair da tarde, ao amanhecer e ao meio dia.  "Pela tarde, de manhã e ao meio-dia lamentarei e gemerei; e ele ouvirá minha voz." (Salmo 64, 18)
  • 9.   "O Senhor disse a Moisés: 'Ordena o seguinte aos israelitas: cuidareis de apresentar no devido tempo a minha oblação, o meu alimento, em sacrifícios de agradável odor consumidos pelo fogo.‘(Números 28, 2-8)  a oração era santificada pelo sacrifício. Ao se deitar e ao se levantar se recitava o Shemá Ysrael (Escuta Israel), a profissão de fé no Deus único. (Deuteronômio 6, 4-9)
  • 10.   Jesus também o recitava.  "Jesus respondeu-lhe: 'O primeiro de todos os mandamentos é este: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor; amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito e de todas as tuas forças.' " (Marcos 12, 29-30)
  • 11.   A liturgia judaica incluía, uma ampla variedade de hinos, salmos e orações para as festas, para as peregrinações ao Templo e para a liturgia doméstica, na qual se destacavam as bênçãos ao cair da tarde (lucernário) e ação de graças da ceia.  Nesse ambiente de oração Jesus viveu, de modo que “o louvor a Deus ressoa no coração de Cristo com palavras humanas de adoração, propiciação e intercessão” (Instrução Geral sobre a Liturgia das Horas 3).
  • 12. “Cristo Jesus, ao assumir a natureza humana, trouxe para este exílio terreno aquele hino que é cantado por todo o sempre nas habitações celestes” (IGLH 3; SC 83). A oração de Nosso Senhor em sua vida terrena foi a expressão do colóquio eterno do Verbo com o Pai no Espírito Santo, e o anúncio da mediação sacerdotal que continua agora nos Céus.
  • 13.   "Um dia, num certo lugar, estava Jesus a rezar. Terminando a oração, disse-lhe um de seus discípulos: Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos. Disse-lhes ele, então: Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso Reino; dai-nos hoje o pão necessário ao nosso sustento; perdoai-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos àqueles que nos ofenderam; e não nos deixeis cair em tentação." (Lucas XI, 1-4)
  • 14.  A Didaché, em fins do século I, é testemunha da substituição do Shemá pelo Pai-Nosso nos círculos judeu-católicos, também três vezes ao dia. (Didaché 8, 2-3)
  • 16.   Os Apóstolos, instruídos pelo Senhor depois da Ressurreição (Atos I, 3), também ensinaram a orar e organizaram no Espírito de Jesus a oração das primeiras comunidades da Igreja. Desde os primeiros momentos a “perseverança nas orações” foi uma característica da comunidade que se transformou em Pentecostes.  "Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, na reunião em comum, na fração do pão e nas orações." (Atos II, 42)
  • 17.   Observavam o costume de rezar privadamente ou em comum no cômodo principal, em certas horas do dia e também da noite.  "Refletiu um momento e dirigiu-se para a casa de Maria, mãe de João, que tem por sobrenome Marcos, onde muitos se tinham reunido e faziam oração." (Atos 12, 12)  "Pela meia-noite, Paulo e Silas rezavam e cantavam um hino a Deus, e os prisioneiros os escutavam." (Atos 16, 25) 
  • 18. A história do Ofício Divino significa a perseguição, ao longo dos séculos, do ideal (Lucas 18, 1): "É preciso orar sempre."
  • 19. 4.1 As primeiras tentativas de organização (séculos I– IV)   Os primeiros séculos da história católica oferecem pouquíssima informação sobre a oração em certas horas. Contudo, sabe-se que a Missa dominical acabou tendo uma vigília estendida, que consistia em leituras e cantos de Salmos.  A partir do século III os testemunhos são cada vez mais abundantes e mencionam, junto com os ofícios matutino e vespertino, sem dúvida comunitários, as horas terça, sexta e nona, fixas e determinadas na recordação da Santíssima Trindade e em memória dos momentos da Paixão de Cristo e de alguns acontecimentos narrados nos Atos dos Apóstolos.
  • 20. 4.2 A paz Constaniana   Na etapa que se seguiu à paz de Constantino o desenvolvimento do Ofício foi favorecido. Dois foram os modelos organizados:  1. O eclesial: celebrado nas catedrais e paróquias, era centrado nas celebrações da manhã e da tarde, isto é, nas laudes e nas vésperas presididas pelo bispo ou por um presbítero, com assistência do restante do clero e do povo.  2. O monástico: marcado pelo desejo de dedicar o maior tempo possível do dia à oração, seguindo os conselhos evangélicos e buscando o equilíbrio entre a oração e o trabalho. Assim, foram introduzidas, junto com as laudes e as vésperas e as horas intermediárias, a hora prima, as completas e as vigílias noturnas.  Finalmente, a organização monástica configurou todo o Ofício.
  • 21. 4.3 Detalhando o desenvolvimento   Para os estudiosos, a oração que precedia a Eucaristia pós-apostólica, eventualmente, ficou organizada em quatro partes: I. uma que acabou originando a parte preparatória do Sacrifício (a Missa dos Catecúmenos do rito gregoriano), II. uma que se tornou as Vésperas do final da tarde, III. uma da qual nasceu as Matinas da meia noite IV. e, finalmente, uma que se tornou as Laudes do começo da manhã. monástico
  • 22.   Esse grupo, originalmente noturno, constituiu as “Grandes Horas”, as outras cinco, as “Horas Menores”.  As Matinas poderiam ser chamadas de “pai de todas as horas” e as Vésperas e Laudes de "irmãs gêmeas", dada sua estrutura similar.  Mais tarde, o grupo diurno, Terça, Sexta e Noa foi instituído para a santificação ao longo do dia. Elas também são como gêmeas por terem uma estrutura idêntica.
  • 23.  Por fim, as Completas e a Prima foram criadas  para servirem de oração noturna e matutina no dormitório. Elas ainda mantém um sabor monástico maior que as outras horas e podem ser consideradas um irmão e uma irmã, pois embora sejam semelhantes, não possuem uma estrutura idêntica. Desse modo, originalmente, as horas do Ofício tinham uma correspondência com as horas do dia (segundo nossos parâmetros) um tanto diversa da que hoje possuem.
  • 24. 4.4 vejamos seguinte tabela:  Matinas meia-noite Laudes 3 da madrugada Prima 6 da manhã Terça 9 da manhã Sexta meio-dia Vésperas 6 da tarde Completas 9 da noite
  • 25.  Ou , após alguns séculos, as horas adquiriram a seguinte configuração nas casas religiosas:   Matinas e Laudes - 2 e 3 da madrugada Prima - ao se acordar Terça - 9 da manhã Sexta - meio-dia Noa - 3 da tarde Vésperas - ao anoitecer Completas - antes de dormir
  • 26.  Por fim, o esquema ficou assim:  Matinas (com seus três noturnos) - durante a noite Laudes - 5 da manhã Prima - 7 da manhã Terça - 9 da manhã Sexta - meio-dia Noa - 3 da tarde Vésperas - 5 da tarde Completas - 8 da noite
  • 27. 5. Do Ofício completo e solene ao Ofício particular   Nos séculos VI-IX o Ofício era a oração da Igreja local, do clero e do povo. Quando ainda não se havia generalizado a celebração diária da Eucaristia, as horas do Ofício serviam para a santificação dos dias da semana. Aconteceu, então, uma grande criação de elementos não-bíblicos: antífonas, hinos, responsórios e orações, paralela à que acontecia na Missa e nos ritos dos sacramentos.  Durante esses anos, as liturgias receberam sua estrutura definitiva.
  • 28.   Nós sabemos pouco sobre o Ofício Romano primitivo, mas podemos distinguir entre os das igrejas presbiterais e os das basílicas (cuidadas por comunidades mais ou menos regulares).  Serviu, provavelmente, de modelo ao da Regra de São Bento.  Nas comunidades das basílicas, o Ofício era composto de Salmos, antífonas, leituras da Sagrada Escritura e dos Padres, responsórios, e, em certas igrejas, como nos mosteiros, de hinos.
  • 29.   Desse modo, foi natural que surgisse o Breviário. Ela era uma experiência de juntar todas as partes do Ofício num formato “breve” – um ou mais volumes com todos os elementos dispostos numa seqüência racional. Encontramos os primeiros Breviários compilados pelos monges de Monte Cassino nos século X e XI.  Embora certos Breviários mais antigos incluam alguns elementos musicais do Ofício, no geral, eles só continham o texto (enquanto os elementos musicais ficavam em outros livros, como o Antiphonale).
  • 30.   Mas a verdadeira difusão do Breviário só veio com seu uso pela Curia papal e, mais tarde, pela sua adoção pelos mendicantes, em especial os franciscanos.
  • 31. 6. Os modelos de breviários
  • 32. 6.1 BREVIÁRIO DA CÙRIA ROMANA A solução praticada nacapela do Palácio de Latrão, em Roma, (CURIA ROMANA) de usar uma abreviação (aprovada por Inocêncio III) dos livros litúrgicos empregados na Basílica foi imitada em outros lugares. O exemplar mais antigo, conhecido como (Breviário de Santa Clara), se intitula assim: Incipit ordo et officium breviarii ecclesiae Curiae, quem consuevimus observare tempore Inocentii tertii papae el aliorum pontificum.  Esse breviário, adotado por São Francisco em 1223 (dada sua portabilidade) e revisado por Haymo de Faversham (geral da ordem em 1240),
  • 33.   Poucas mudanças foram feitas nos textos antigos, mas numerosas seções ad libitum desapareceram. Além disso, novas tendências na vida espiritual tiveram grande influência no seu desenvolvimento posterior; elas se manifestaram na multiplicação das festas e legendas históricas e na diminuição do número de leituras e de outros elementos.
  • 34.  Todavia, a vantagem real do livro litúrgico único trouxe consigo o inconveniente da introdução da recitação particular. Já no século XIII canonistas e teólogos passaram a justificar a prática da recitação privada e o que no começo foi exceção se transformou em norma.
  • 35. 7. O “Breviarium Sanctae Crucis”   O Papa Clemente VII, que tinha como um dos programas de seu governo a reorganização da oração oficial, encomendou ao espanhol Francisco Quiñones, cardeal da Santa Cruz, de Jerusalém, e ex-geral dos franciscanos, o encargo de reformar as Horas, reconduzindo-as, até onde fosse possível, à sua forma antiga e, mantendo-se fiel aos princípios que marcaram o Ofício ao longo do tempo, suprimir pontos complicados e prolixos (de maneira que os clérigos não tivessem mais desculpas para descuidar da Liturgia das Horas).
  • 36.   Em 1534, terninou sua tarefa , pouco antes da morte do Papa; mas não o publicou até 1535, acompanhado de um breve do novo Pontífice, Paulo III. O autor o apresentou como um projeto, intitulado:Breviarium romanum ex sacra potissimum Scriptura et probatis Sanctorum historiis, collectum et concinnatum.
  • 37.  Em relação à estrutura do novo Breviário, podemos destacar: a) Uma nova distribuição dos Salmos, de maneira que em cada semana se pudesse recitar o saltério inteiro sem nenhuma repetição. Para isso, em cada hora canônica, não excluídas as Matinas, havia apenas três Salmos; mas nas Laudes, em lugar do terceiro Salmo, se devia ler um cântico.   Segundo a tradição, o cântico das Laudes era o Benedictus, o das Vésperas o Magnificat e os das Completas o Nuc dimittis.  Finalmente, tanto nas festas de Nosso Senhor quanto nas da Santíssima Virgem, embora de primeira classe, se deviam recitar os Salmos assinalados no saltério para o dia em que caia a comemoração.  Assim, por exemplo, se a Assunção cai numa sexta-feira, nas Matinas se dizia os Salmos 21 (Deus, Deus meus, respice...), o 68 (Salvum me fac) e o 70 (In te speravi...), que expressam as tristezas e amarguras da Paixão.
  • 38. 8.Breviarium Pianum   Como a obra de Quiñones encontrou a resistência descrita, a questão da reforma do Breviário ficou em aberto, mas alguma tinha de ser feita (tanto que as propostas mais ridículas possíveis, em especial vindas dos “humanistas”, ganharam certo destaque – como uma que pedia a substituição das leituras dos Padres pela dos autores clássicos) seja porque o santoral continuava a crescer, obscurecendo a centralidade dos mistérios da vida de Cristo no Ofício.
  • 39.   São Pio V, em 1568, de acordo com a reforma proposta pelo Concílio de Trento, impôs um novo Breviário universalmente (só respeitando, como já foi dito, os existentes a mais de 200 anos).  A comissão que formulou o novo esquema do Ofício se guiou pelos seguintes princípios:  1) Não inventar um novo Breviário.  2) Ser guiado pela tradição eclesiástica.  3) Manter tudo de bom que foi adicionado ao longo do tempo, mas, ao mesmo tempo, corrigir os inúmeros erros que levantavam tantas reclamações.
  • 40.   Seguindo essas linhas, a nova Liturgia das Horas foi caracterizado pela redução do calendário, da hora da Prima, das preces e dos ofícios suplementares e que, com as inovações da imprensa, teve rápida difusão. O Saltério, foco do Ofício, foi valorizado novamente (da maneira que estava a recitação semanal era quase impossível e certos Salmos nunca eram recitados) e as legendas dos Santos e as homilias foram cuidadosamente revisadas.  Com o passar dos séculos, o Breviário tridentino passou por pequenas modificações.
  • 41.   A principal delas começou durante o pontificado de Sixto V (e terminou sob Clemente VIII), consistindo na mudança dos textos bíblicos, que adotaram a Vulgata revisada, e emendas nas rubricas: ao Comum dos Santos foi adicionada a das Santas Mulheres não Virgens, o rito de certas festas foi alterado e algumas festas adicionadas. A Bula Cum Ecclesia que aplicou as alterações é datada de 10 de maio de 1602.
  • 42.   Outro conjunto de mudanças foi promovido por Urbano VIII. Ele nomeou uma comissão que revisou as lições e homilias segundo os manuscritos mais antigos.  Papa acabou indo muito além, pois, como humanista e poeta, ele considerava o Breviário com um estilo trivial e uma prosódia irregular, e acabou decidindo por uma grande revisão gramatical (segundo os parâmetros clássicos) e métrica.  As correções feitas pelos puristas de sua equipe (no geral, jesuítas) chegaram ao número de 952, alterando profundamente o caráter de alguns hinos que, embora ganhassem um estilo mais literário, perderam boa parte de seu antigo charme e fervor.
  • 43. 9. A Reforma do Ofício após o Vaticano II   Para entender a reforma que o Concílio Vaticano II pediu para o Ofício e o que, de fato, foi feito, a leitura dos seguintes documentos é imprescindível:  1. Sacrosanctum Concilium (de 4 dezembro de 1963), capítulo IV, artigos 83-101.  2. A Constituição Apostólica Laudatis canticum (de 1 de novembro de 1970).  3. A Instrução Geral sobre a Liturgia das Horas.
  • 44. 9.1.Liturgia das horas   A santificação de vários momentos do dia foi mantida, embora a Prima tenha sido abolida, as Matinas (vigílias) terem se transformado no Ofício de Leituras (que, fora do contexto monástico, pode ser recitado a qualquer hora do dia) e das três “Horas Menores” apenas uma poder ser escolhida (isso, também, fora de um contexto monástico). Os “momentos” obrigatórios, portanto, passaram de oito para cinco (só que um pode ser recitado quando for mais conveniente).
  • 45.   O modelo eclesial não perdeu totalmente, pois as Laudes (oração da manhã) e as Vésperas (oração do anoitecer) foram valorizadas. A oração da manhã celebra as duas criações, a segundo a natureza e a segundo a graça; a do anoitecer reflete sobre a presença de Deus na nossa vida. Essas duas horas foram chamadas "os dois polos do Ofício quotidiano" (SC 89a).
  • 46.  A reforma pós-conciliar manteve a abrangência de todo o Saltério no Ofício (no modelo eclesial é evidente que isso não se dá), só que, fugindo do uso romano, o novo ciclo é de quatro semanas. Desse modo, nem uma hora tem mais de três Salmos ou três seções de um Salmo (no Breviário tradicional podem ser até cinco).
  • 47.   No Ofício de Leituras temos uma boa oferta de trechos bíblicos.. um ciclo bianual de leituras de passagens bíblicas que raramente encontramos na liturgia.  os textos dos Padres e dos outros autores que dedicaram suas vidas a edificação da Igreja militante, e que possuem um inestimável valor catequético, litúrgico, poético, místico e pastoral, sofreram um aumento cuidadoso e passaram a incluir uma quantidade maior de autores orientais.  Os hinos também foram revisados e, em muitos casos (em latim), restaurados à sua forma pré-Urbano VIII (embora alguns deles tenham sido encurtados).
  • 48.   Por fim, como novidades temos as orações de intercessão que acompanham as Laudes e as Vésperas e a oração do Pai Nosso ao final delas (com várias maneiras de ser introduzida), o que, junto com a oração na Missa, promove a repetição do Pai Nosso três vezes ao dia, uma prática da Igreja primitiva.
  • 49. Referências   Liturgia diária das Horas, setembro de 2008 (Paulus).  Constituição Sacrosanctum Concilium. In Documentos do Concílio  Vaticano II: constituições, decretos, declarações. São Paulo: Paulinas,  2007.  Some Essential Elements of the Vatican II Renewal of the Liturgy of the Hours, Rev. Sam Anthony Morello, O.C.D., STL, 1983: in <http://www.ourgardenofcarmel.org/renewloh.html  http://www.salvemaliturgia.com/2009/09/o-oficio-divino-no-rito-romano.html>  OFICIO DIVINO DO RITO ROMANO . Do breviário a liturgia das horas .Por Rafael Vitola Brodbeck, em 24 setembro 2012 às 2:30 <http://apologetica.ning.com/profiles/blogs/breviario-liturgia-das-horas#. VFJW_TTF8Wk>
  • 50. Questionário   1. Quais os antecedentes que fundamentam a liturgia das horas? E como se chamava no inicio o oficio divino?  R: Na oração do Divino Mestre e das comunidades católicas primitivas, a oração judaica.  - Breviário  2. Os primeiros séculos da história católica oferecem pouquíssima informação sobre a oração em certas horas. Qual o primeiro livro impresso que trazia em forma de vigília , consistia em leituras e cantos de Salmos.  R: Um Missa dominical
  • 51.  3. A difusão do Breviário só veio com seu uso pela Cúria papal  e, mais tarde por quem?  R: pela sua adoção pelos mendicantes, em especial os franciscanos.  4. Quais os nomes dos três Breviário mais conhecidos? porque foram importantes ?  R: 1) Breviário da Cúria Romana , conhecido como “Breviário de Santa Clara”,(adotado por São Francisco )   2) Breviarium Sanctae Crucis, (O Papa Clemente VII, encomendou ao espanhol Francisco Quiñones, cardeal da Santa Cruz)  3) Breviarium Pianum ,( De São Pio V) com reforma de Trento, impôs um novo Breviário universalmente.
  • 52.   5. Qual das horas foi suprimida e qual a que recebeu alteração do nome para oficio das leituras com a reforma do vaticano II do oficio Divino  R: As Primas. - Matinas se converteram em Oficio das Leituras.