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O Ministério
   do Leitor




Grupo de Liturgia São Domingos
  Sávio – Capela Dom Bosco.
Jesus, leitor na Sinagoga de Nazaré
• Lc 4, 16-21
  “Naquele tempo, Jesus foi a Nazaré, onde se
  tinha criado. Segundo o seu costume, entrou na
  sinagoga a um sábado e levantou-se para fazer a
  leitura. Entregaram-lhe o livro do profeta Isaías e,
  ao abrir o livro, encontrou a passagem em que
  estava escrito: “O Espírito do Senhor está sobre
  mim, porque me ungiu para anunciar a Boa Nova
  aos pobres. Enviou-me a proclamar a redenção
  aos cativos e a recuperação da vista aos cegos; …
Jesus, leitor na Sinagoga de Nazaré
• Lc 4, 16-21
  … a restituir a liberdade aos oprimidos, e a
  proclamar o ano da graça do Senhor”. Depois
  enrolou o livro, entregou-o ao responsável e
  sentou-se. Estavam fixos em Jesus os olhos de
  toda a sinagoga. Começou, então, a dizer-lhes:
  “Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da
  Escritura que acabais de ouvir”.
I
Perspectiva
Histórica e
 Patrística
1. O Ministério do Leitor
      nos primeiros séculos da Igreja
• S. Justino, Apologia I, 67 (c. 150)
  «No chamado dia do Sol, reúnem-se num mesmo
  lugar todos os que moram nas cidades ou nos
  campos, e lêem-se, na medida em que o tempo o
  permite, as memórias dos Apóstolos e os escritos
  dos Profetas. Quando o leitor termina, o
  presidente toma a palavra para fazer uma
  exortação, convidando os presentes a imitar tão
  belos ensinamentos (…) Reunimo-nos todos
  precisamente no dia do Sol (…) porque Jesus
  Cristo, nosso Salvador, nesse dia ressuscitou dos
  mortos».
1. O Ministério do Leitor
      nos primeiros séculos da Igreja
• Actas dos Mártires, Martírio de Pólio, 1 (séc. II)
  “O presidente Probos disse: Que ofício
  desempenhais?
  Pólio respondeu: O de primeiro leitor.
  O presidente Probos disse: O que são os
  leitores?
  Pólio respondeu: São os que costumam ler ao
  povo a palavra divina…”.
1. O Ministério do Leitor
     nos primeiros séculos da Igreja
• S. Hipólito de Roma, Tradição Apostólica I, 11 (c.
  215)


  «O leitor é instituído quando o bispo lhe
  entrega o livro, porque ele não recebe a
  imposição das mãos».
1. O Ministério do Leitor
     nos primeiros séculos da Igreja
• O leitor nas cartas de S. Cipriano de Cartago
  (séc. III)

  “Sabei que fiz leitor a Saturus, ao qual, já
  antes tínhamos encarregado de fazer a leitura
  no dia de Páscoa”. (Carta 29,2)
1. O Ministério do Leitor
   nos primeiros séculos da Igreja
“Aurélio merecia chegar aos mais altos graus da
clericatura. No entanto, pensámos ser melhor
fazê-lo começar pelo ofício de leitor, porque nada
há que convenha mais a uma voz que confessou a
Deus, do que soar na proclamação das divinas
escrituras. Depois das palavras sublimes que
deram testemunho de Cristo, convém que o
confessor da fé leia o Evangelho de Cristo que dá
força aos mártires e venha ao ambão, depois de
ter estado no suplício…
1. O Ministério do Leitor
   nos primeiros séculos da Igreja
… Aurélio foi exposto aos olhares dos pagãos;
convém que o seja agora aos olhos dos
irmãos. Fez-se ouvir lá com admiração do
povo que o rodeava; deve fazer-se ouvir aqui
para alegria dos irmãos reunidos. Sabei
pois, irmãos, que ele foi instituído por mim e
pelos meus colegas presentes. E fez-nos
imediatamente a leitura, no dia do
Senhor, inaugurando um ministério de paz ao
começar as suas leituras”. (Carta 38, II, 1-2)
1. O Ministério do Leitor
     nos primeiros séculos da Igreja
• Escutar o leitor e imitar a sua fé
  “Como ele veio ter connosco com sinais
  evidentes de que o Senhor o aceitara, tendo-se
  tornado ilustre pelo testemunho e a admiração
  mesmo daquele que o perseguira, que podia eu
  fazer senão conduzi-lo ao ambão, que é o
  tribunal dos cristãos? Assim, olhando para nós de
  cima desse estrado elevado, visto de todo o
  povo, que ele passe a ler a Lei e o Evangelho do
  Senhor, que ele próprio vive com coragem e com
  fé…
1. O Ministério do Leitor
    nos primeiros séculos da Igreja
…Faça-se ouvir todos os dias na proclamação
da palavra, a voz que confessou o Senhor. Em
nenhum outro ministério um confessor da fé é
tão útil a seus irmãos. Enquanto escutamos da
sua boca o texto evangélico, cada um nada
mais tem a fazer do que imitar a fé do leitor”.
(Carta 39, IV, 1-2)
1. O Ministério do Leitor
      nos primeiros séculos da Igreja
• Eusébio de Cesareia, História Eclesiástica VI, Carta de
  Cornélio de Roma a Fábio de Alexandria, 43 (ano de
  251)
  “Este vingador do Evangelho não sabia que
  deve haver um só bispo em cada Igreja
  católica? Nesta, ele não o ignorava, há 46
  presbíteros, 7 diáconos, 7 subdiáconos, 42
  acólitos, e 52 exorcistas, leitores e ostiários,
  todos alimentados por graça e bondade do
  Senhor”.
2. Decadência
O ministério do leitor foi paulatinamente
esvanecido, primeiro em Roma e depois nas Igrejas do
oriente e do Norte de África.
No séc. VI, em Roma, o eclipse do ministério do leitor
já era evidente. As funções que normalmente o leitor
desempenhava foram sendo entregues a outros
ministros a partir dos sécs. IV-V, ficando sem qualquer
função própria. Santo Agostinho (354-430) ainda atesta
que competia ao leitor entoar o salmo. A última função
própria do leitor, antes do seu completo
obscurecimento parece ter sido entoar o Aleluia antes
do Evangelho.
2. Decadência
Na reforma litúrgica do séc. VI o leitor ficou
desprovido de qualquer função própria. O
ritual da missa do Papa esqueceu mesmo a
lembrança do leitor, pois nunca o cita na missa
solene, e mesmo na missa quotidiana deixou
de desempenhar qualquer serviço, a partir do
dia em que S. Gregório Magno (c. 540-604)
confiou a leitura da epístola e o canto do
gradual ao subdiácono, o que vigorou até ao
Concílio Vaticano II (1962-1965).
3. Restauração do Ministério do Leitor
       pelo Concílio Vaticano II
• Constituição Sacrosanctum Concilium (4/ 12/1963)
  “Os leitores desempenham um autêntico
  ministério litúrgico. Exerçam, pois, o seu
  múnus com piedade autêntica e de modo que
  convém a tão grande ministério e que o Povo
  de Deus tem o direito de exigir. É, pois,
  necessário imbuí-los de espírito litúrgico (…) e
  formá-los para executarem perfeita e
  ordenadamente a parte que lhes compete”.
  (SC 29)
3. Restauração do Ministério do Leitor
       pelo Concílio Vaticano II
• Instrução Inter Oecumenici (26/9/1964)
  “Nas missas não solenes, celebradas com a
  participação dos fiéis, as Leituras e a Epístola
  com os cânticos intercalares podem ser lidas
  por um leitor idóneo (…) enquanto o
  celebrante escuta, sentado”. (IO 50)
II
O ministério
do leitor na
   Igreja
1. As funções próprias dos leitores
 “O leitor é instituído para a função que lhe é
 própria, de ler a palavra de Deus nas assembleias
 litúrgicas. Por isso mesmo, na missa e nas demais
 acções sagradas, será ele a fazer as leituras da Sagrada
 Escritura (com excepção, porém, do Evangelho); na
 falta do salmista, será ele a recitar o salmo entre as
 leituras; quando não houver diácono ou cantor será ele
 a enunciar as intenções da oração universal; a dirigir o
 canto e a orientar a participação do povo fiel; a
 preparar os fiéis para a recepção digna dos
 Sacramentos. Poderá, além disso, na medida em que
 for necessário, ocupar-se da preparação de outros fiéis
 que, por encargo temporário, devam ler a Sagrada
 Escritura nas acções litúrgicas”.
(Carta Apostólica Ministeria Quaedam, 5, de 15/8/1972)
2. Leitores instituídos

•      Aos leitores instituídos é confiado o ministério do
  leitorado de modo estável e permanente, com um rito
  litúrgico próprio normalmente conferido pelo Bispo.
•      Estes “devem exercer a sua função própria ao menos
  nos domingos e dias festivos, sobretudo na celebração
  principal” (OLM 51)
•      A sua função não se limita a ler a Palavra de Deus na
  Liturgia, “também lhes pode ser confiado o ofício de
  ajudar na organização da liturgia da palavra” (OLM 51)
2. Leitores instituídos

• Devem saber manejar com os leccionários e neles
  procurar as leituras de cada celebração
• Organizar o grupo dos leitores ocasionais
• Devem estar inteiramente ao serviço da palavra e
  preocupar-se com a participação activa do maior
  número possível de fiéis no ministério da leitura.
• «Na medida em que for necessário, ocupar-se da
  preparação de outros fiéis que, por encargo
  temporário, devam ler a Sagrada Escritura nas acções
  litúrgicas» (Ministeria quaedam 5)
3. Leitores não instituídos

• Os Leitores não instituídos, designados, nomeados
  ou ‘de facto’ exercem o ministério de forma supletiva
  e por cada vez que lêem, não sendo ministros
  permanentes da Palavra.
• “A assembleia litúrgica precisa de leitores, embora
  não instituídos para esta função” (OLM 52)
• Em cada comunidade há que procurar pessoas com
  mais capacidade para ler em público e prepará-las
  diligentemente para exercerem este ministério.
4. O Ministério do Leitor na
   Instrução Geral do Missal Romano
• “Segundo a tradição, a função de proferir as
  leituras não é presidencial, mas ministerial. Por
  isso, as leituras são proclamadas por um leitor;
  mas o Evangelho é anunciado pelo diácono ou, na
  ausência deste, por outro sacerdote. Se, porém,
  não estiver presente o diácono nem outro
  sacerdote, leia o Evangelho o próprio sacerdote
  celebrante; e se também faltar outro leitor
  idóneo, o sacerdote celebrante proclame
  igualmente as outras leituras”. (IGMR 59)
4. O Ministério do Leitor na
  Instrução Geral do Missal Romano
• “Na falta de leitor instituído, podem ser
  designados outros leigos para proclamar as
  leituras da Sagrada Escritura, desde que sejam
  realmente aptos para o desempenho desta
  função e se tenham cuidadosamente
  preparado, de tal modo que, pela escuta das
  leituras divinas, os fiéis desenvolvam no seu
  coração um afecto vivo e suave pela Sagrada
  Escritura”. (IGMR 101)
4. O Ministério do Leitor na
   Instrução Geral do Missal Romano
• O Ambão
  “A dignidade da palavra de Deus requer que haja
  na igreja um lugar adequado para a sua
  proclamação e para o qual, durante a liturgia da
  palavra, convirja espontaneamente a atenção dos
  fiéis. Em princípio, este lugar deve ser um ambão
  estável e não uma simples estante móvel. Tanto
  quanto a arquitectura da igreja o permita, o
  ambão dispõe-se de modo que os ministros
  ordenados e os leitores possam facilmente ser
  vistos e ouvidos pelos fiéis…
4. O Ministério do Leitor na
   Instrução Geral do Missal Romano
• O Ambão
  …Do ambão são proferidas unicamente as
  leituras, o salmo responsorial e o precónio pascal.
  Podem também fazer-se do ambão a homilia e
  proporem-se as intenções da oração universal. A
  dignidade do ambão exige que só o ministro da
  palavra suba até ele”. (IGMR 309)

  “Atenda-se a que os fiéis não somente possam
  ver (…) os leitores, mas também consigam ouvi-
  los comodamente, recorrendo aos meios da
  técnica moderna”. (IGMR 311)
4. O Ministério do Leitor na
   Instrução Geral do Missal Romano
• “Se estão presentes várias pessoas que podem exercer
  o mesmo ministério, nada obsta a que distribuam e
  desempenhem entre si as diversas partes desse
  ministério ou ofício. Por exemplo: (…) quando há mais
  que uma leitura, é preferível confiá-las a diversos
  leitores, e assim noutros casos. Mas não é conveniente
  que vários ministros dividam entre si um único
  elemento da celebração, por exemplo, a mesma leitura
  lida por dois, um após outro, a não ser que se trate da
  Paixão do Senhor” (IGMR 109)
• Não é conveniente = é possível fazê-lo em casos
  excepcionais, p. ex. missas com crianças ou jovens
4. O Ministério do Leitor na
   Instrução Geral do Missal Romano
• “Na procissão de entrada, na ausência do
  diácono, o leitor, vestido com a veste
  aprovada, pode levar o Evangeliário um pouco
  elevado. Neste caso, vai à frente do sacerdote;
  se não, vai junto com os outros ministros”
  (IGMR 194)
• “Os acólitos, leitores e outros ministros leigos
  podem vestir a alva ou outra veste
  legitimamente aprovada pela Conferência
  Episcopal em cada região” (IGMR 339)
4. O Ministério do Leitor na
  Instrução Geral do Missal Romano
• “Nos textos que devem ser proferidos
  claramente e em voz alta, quer pelo sacerdote
  ou pelo diácono, quer pelo leitor ou por
  todos, a voz deve corresponder ao género do
  próprio texto, conforme se trate de leitura,
  oração, admonição, aclamação ou cântico.
  Igualmente se há-de acomodar à forma da
  celebração e à solenidade da assembleia”
  (IGMR 38)
5. O Ministério do Leitor na
 Exortação Apostólica Verbum Domini
• “Na assembleia sinodal sobre a Eucaristia, já se tinha
  pedido maior cuidado com a proclamação da Palavra
  de Deus. Como é sabido, enquanto o Evangelho é
  proclamado pelo sacerdote ou pelo diácono, a primeira
  e a segunda leitura na tradição latina são proclamadas
  pelo leitor encarregado, homem ou mulher. Quero aqui
  fazer-me eco dos padres sinodais que sublinharam,
  também naquela circunstância, a necessidade de
  cuidar, com uma adequada formação, o exercício da
  função de leitor na celebração litúrgica, e de modo
  particular o ministério do leitorado que, enquanto tal,
  no rito latino, é ministério laical…
5. O Ministério do Leitor na
Exortação Apostólica Verbum Domini
… É necessário que os leitores encarregados de
tal serviço, ainda que não tenham recebido a
instituição no mesmo, sejam verdadeiramente
idóneos e preparados com empenho. Tal
preparação deve ser não apenas bíblica e litúrgica
mas também técnica: “A formação bíblica deve
levar os leitores a saberem enquadrar as leituras
no seu contexto e a identificarem o centro do
anúncio revelado à luz da fé. A formação litúrgica
deve comunicar aos leitores uma certa facilidade
em perceber o sentido e a estrutura da liturgia da
palavra e os motivos da relação entre a liturgia da
Palavra e a liturgia eucarística…
5. O Ministério do Leitor na
Exortação Apostólica Verbum Domini
 … A preparação técnica deve tornar os leitores
 cada vez mais idóneos na arte de lerem em
 público tanto com a simples voz normal, como
 com a ajuda dos instrumentos modernos de
 amplificação sonora” (OLM 55)”

Bento XVI, Exortação Apostólica Verbum Domini, 58 (10/9/2010)
O Ministério
   do Leitor




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O ministério do leitor

  • 1. O Ministério do Leitor Grupo de Liturgia São Domingos Sávio – Capela Dom Bosco.
  • 2. Jesus, leitor na Sinagoga de Nazaré • Lc 4, 16-21 “Naquele tempo, Jesus foi a Nazaré, onde se tinha criado. Segundo o seu costume, entrou na sinagoga a um sábado e levantou-se para fazer a leitura. Entregaram-lhe o livro do profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a passagem em que estava escrito: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa Nova aos pobres. Enviou-me a proclamar a redenção aos cativos e a recuperação da vista aos cegos; …
  • 3. Jesus, leitor na Sinagoga de Nazaré • Lc 4, 16-21 … a restituir a liberdade aos oprimidos, e a proclamar o ano da graça do Senhor”. Depois enrolou o livro, entregou-o ao responsável e sentou-se. Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga. Começou, então, a dizer-lhes: “Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir”.
  • 5. 1. O Ministério do Leitor nos primeiros séculos da Igreja • S. Justino, Apologia I, 67 (c. 150) «No chamado dia do Sol, reúnem-se num mesmo lugar todos os que moram nas cidades ou nos campos, e lêem-se, na medida em que o tempo o permite, as memórias dos Apóstolos e os escritos dos Profetas. Quando o leitor termina, o presidente toma a palavra para fazer uma exortação, convidando os presentes a imitar tão belos ensinamentos (…) Reunimo-nos todos precisamente no dia do Sol (…) porque Jesus Cristo, nosso Salvador, nesse dia ressuscitou dos mortos».
  • 6. 1. O Ministério do Leitor nos primeiros séculos da Igreja • Actas dos Mártires, Martírio de Pólio, 1 (séc. II) “O presidente Probos disse: Que ofício desempenhais? Pólio respondeu: O de primeiro leitor. O presidente Probos disse: O que são os leitores? Pólio respondeu: São os que costumam ler ao povo a palavra divina…”.
  • 7. 1. O Ministério do Leitor nos primeiros séculos da Igreja • S. Hipólito de Roma, Tradição Apostólica I, 11 (c. 215) «O leitor é instituído quando o bispo lhe entrega o livro, porque ele não recebe a imposição das mãos».
  • 8. 1. O Ministério do Leitor nos primeiros séculos da Igreja • O leitor nas cartas de S. Cipriano de Cartago (séc. III) “Sabei que fiz leitor a Saturus, ao qual, já antes tínhamos encarregado de fazer a leitura no dia de Páscoa”. (Carta 29,2)
  • 9. 1. O Ministério do Leitor nos primeiros séculos da Igreja “Aurélio merecia chegar aos mais altos graus da clericatura. No entanto, pensámos ser melhor fazê-lo começar pelo ofício de leitor, porque nada há que convenha mais a uma voz que confessou a Deus, do que soar na proclamação das divinas escrituras. Depois das palavras sublimes que deram testemunho de Cristo, convém que o confessor da fé leia o Evangelho de Cristo que dá força aos mártires e venha ao ambão, depois de ter estado no suplício…
  • 10. 1. O Ministério do Leitor nos primeiros séculos da Igreja … Aurélio foi exposto aos olhares dos pagãos; convém que o seja agora aos olhos dos irmãos. Fez-se ouvir lá com admiração do povo que o rodeava; deve fazer-se ouvir aqui para alegria dos irmãos reunidos. Sabei pois, irmãos, que ele foi instituído por mim e pelos meus colegas presentes. E fez-nos imediatamente a leitura, no dia do Senhor, inaugurando um ministério de paz ao começar as suas leituras”. (Carta 38, II, 1-2)
  • 11. 1. O Ministério do Leitor nos primeiros séculos da Igreja • Escutar o leitor e imitar a sua fé “Como ele veio ter connosco com sinais evidentes de que o Senhor o aceitara, tendo-se tornado ilustre pelo testemunho e a admiração mesmo daquele que o perseguira, que podia eu fazer senão conduzi-lo ao ambão, que é o tribunal dos cristãos? Assim, olhando para nós de cima desse estrado elevado, visto de todo o povo, que ele passe a ler a Lei e o Evangelho do Senhor, que ele próprio vive com coragem e com fé…
  • 12. 1. O Ministério do Leitor nos primeiros séculos da Igreja …Faça-se ouvir todos os dias na proclamação da palavra, a voz que confessou o Senhor. Em nenhum outro ministério um confessor da fé é tão útil a seus irmãos. Enquanto escutamos da sua boca o texto evangélico, cada um nada mais tem a fazer do que imitar a fé do leitor”. (Carta 39, IV, 1-2)
  • 13. 1. O Ministério do Leitor nos primeiros séculos da Igreja • Eusébio de Cesareia, História Eclesiástica VI, Carta de Cornélio de Roma a Fábio de Alexandria, 43 (ano de 251) “Este vingador do Evangelho não sabia que deve haver um só bispo em cada Igreja católica? Nesta, ele não o ignorava, há 46 presbíteros, 7 diáconos, 7 subdiáconos, 42 acólitos, e 52 exorcistas, leitores e ostiários, todos alimentados por graça e bondade do Senhor”.
  • 14. 2. Decadência O ministério do leitor foi paulatinamente esvanecido, primeiro em Roma e depois nas Igrejas do oriente e do Norte de África. No séc. VI, em Roma, o eclipse do ministério do leitor já era evidente. As funções que normalmente o leitor desempenhava foram sendo entregues a outros ministros a partir dos sécs. IV-V, ficando sem qualquer função própria. Santo Agostinho (354-430) ainda atesta que competia ao leitor entoar o salmo. A última função própria do leitor, antes do seu completo obscurecimento parece ter sido entoar o Aleluia antes do Evangelho.
  • 15. 2. Decadência Na reforma litúrgica do séc. VI o leitor ficou desprovido de qualquer função própria. O ritual da missa do Papa esqueceu mesmo a lembrança do leitor, pois nunca o cita na missa solene, e mesmo na missa quotidiana deixou de desempenhar qualquer serviço, a partir do dia em que S. Gregório Magno (c. 540-604) confiou a leitura da epístola e o canto do gradual ao subdiácono, o que vigorou até ao Concílio Vaticano II (1962-1965).
  • 16. 3. Restauração do Ministério do Leitor pelo Concílio Vaticano II • Constituição Sacrosanctum Concilium (4/ 12/1963) “Os leitores desempenham um autêntico ministério litúrgico. Exerçam, pois, o seu múnus com piedade autêntica e de modo que convém a tão grande ministério e que o Povo de Deus tem o direito de exigir. É, pois, necessário imbuí-los de espírito litúrgico (…) e formá-los para executarem perfeita e ordenadamente a parte que lhes compete”. (SC 29)
  • 17. 3. Restauração do Ministério do Leitor pelo Concílio Vaticano II • Instrução Inter Oecumenici (26/9/1964) “Nas missas não solenes, celebradas com a participação dos fiéis, as Leituras e a Epístola com os cânticos intercalares podem ser lidas por um leitor idóneo (…) enquanto o celebrante escuta, sentado”. (IO 50)
  • 19. 1. As funções próprias dos leitores “O leitor é instituído para a função que lhe é própria, de ler a palavra de Deus nas assembleias litúrgicas. Por isso mesmo, na missa e nas demais acções sagradas, será ele a fazer as leituras da Sagrada Escritura (com excepção, porém, do Evangelho); na falta do salmista, será ele a recitar o salmo entre as leituras; quando não houver diácono ou cantor será ele a enunciar as intenções da oração universal; a dirigir o canto e a orientar a participação do povo fiel; a preparar os fiéis para a recepção digna dos Sacramentos. Poderá, além disso, na medida em que for necessário, ocupar-se da preparação de outros fiéis que, por encargo temporário, devam ler a Sagrada Escritura nas acções litúrgicas”. (Carta Apostólica Ministeria Quaedam, 5, de 15/8/1972)
  • 20. 2. Leitores instituídos • Aos leitores instituídos é confiado o ministério do leitorado de modo estável e permanente, com um rito litúrgico próprio normalmente conferido pelo Bispo. • Estes “devem exercer a sua função própria ao menos nos domingos e dias festivos, sobretudo na celebração principal” (OLM 51) • A sua função não se limita a ler a Palavra de Deus na Liturgia, “também lhes pode ser confiado o ofício de ajudar na organização da liturgia da palavra” (OLM 51)
  • 21. 2. Leitores instituídos • Devem saber manejar com os leccionários e neles procurar as leituras de cada celebração • Organizar o grupo dos leitores ocasionais • Devem estar inteiramente ao serviço da palavra e preocupar-se com a participação activa do maior número possível de fiéis no ministério da leitura. • «Na medida em que for necessário, ocupar-se da preparação de outros fiéis que, por encargo temporário, devam ler a Sagrada Escritura nas acções litúrgicas» (Ministeria quaedam 5)
  • 22. 3. Leitores não instituídos • Os Leitores não instituídos, designados, nomeados ou ‘de facto’ exercem o ministério de forma supletiva e por cada vez que lêem, não sendo ministros permanentes da Palavra. • “A assembleia litúrgica precisa de leitores, embora não instituídos para esta função” (OLM 52) • Em cada comunidade há que procurar pessoas com mais capacidade para ler em público e prepará-las diligentemente para exercerem este ministério.
  • 23. 4. O Ministério do Leitor na Instrução Geral do Missal Romano • “Segundo a tradição, a função de proferir as leituras não é presidencial, mas ministerial. Por isso, as leituras são proclamadas por um leitor; mas o Evangelho é anunciado pelo diácono ou, na ausência deste, por outro sacerdote. Se, porém, não estiver presente o diácono nem outro sacerdote, leia o Evangelho o próprio sacerdote celebrante; e se também faltar outro leitor idóneo, o sacerdote celebrante proclame igualmente as outras leituras”. (IGMR 59)
  • 24. 4. O Ministério do Leitor na Instrução Geral do Missal Romano • “Na falta de leitor instituído, podem ser designados outros leigos para proclamar as leituras da Sagrada Escritura, desde que sejam realmente aptos para o desempenho desta função e se tenham cuidadosamente preparado, de tal modo que, pela escuta das leituras divinas, os fiéis desenvolvam no seu coração um afecto vivo e suave pela Sagrada Escritura”. (IGMR 101)
  • 25. 4. O Ministério do Leitor na Instrução Geral do Missal Romano • O Ambão “A dignidade da palavra de Deus requer que haja na igreja um lugar adequado para a sua proclamação e para o qual, durante a liturgia da palavra, convirja espontaneamente a atenção dos fiéis. Em princípio, este lugar deve ser um ambão estável e não uma simples estante móvel. Tanto quanto a arquitectura da igreja o permita, o ambão dispõe-se de modo que os ministros ordenados e os leitores possam facilmente ser vistos e ouvidos pelos fiéis…
  • 26. 4. O Ministério do Leitor na Instrução Geral do Missal Romano • O Ambão …Do ambão são proferidas unicamente as leituras, o salmo responsorial e o precónio pascal. Podem também fazer-se do ambão a homilia e proporem-se as intenções da oração universal. A dignidade do ambão exige que só o ministro da palavra suba até ele”. (IGMR 309) “Atenda-se a que os fiéis não somente possam ver (…) os leitores, mas também consigam ouvi- los comodamente, recorrendo aos meios da técnica moderna”. (IGMR 311)
  • 27. 4. O Ministério do Leitor na Instrução Geral do Missal Romano • “Se estão presentes várias pessoas que podem exercer o mesmo ministério, nada obsta a que distribuam e desempenhem entre si as diversas partes desse ministério ou ofício. Por exemplo: (…) quando há mais que uma leitura, é preferível confiá-las a diversos leitores, e assim noutros casos. Mas não é conveniente que vários ministros dividam entre si um único elemento da celebração, por exemplo, a mesma leitura lida por dois, um após outro, a não ser que se trate da Paixão do Senhor” (IGMR 109) • Não é conveniente = é possível fazê-lo em casos excepcionais, p. ex. missas com crianças ou jovens
  • 28. 4. O Ministério do Leitor na Instrução Geral do Missal Romano • “Na procissão de entrada, na ausência do diácono, o leitor, vestido com a veste aprovada, pode levar o Evangeliário um pouco elevado. Neste caso, vai à frente do sacerdote; se não, vai junto com os outros ministros” (IGMR 194) • “Os acólitos, leitores e outros ministros leigos podem vestir a alva ou outra veste legitimamente aprovada pela Conferência Episcopal em cada região” (IGMR 339)
  • 29. 4. O Ministério do Leitor na Instrução Geral do Missal Romano • “Nos textos que devem ser proferidos claramente e em voz alta, quer pelo sacerdote ou pelo diácono, quer pelo leitor ou por todos, a voz deve corresponder ao género do próprio texto, conforme se trate de leitura, oração, admonição, aclamação ou cântico. Igualmente se há-de acomodar à forma da celebração e à solenidade da assembleia” (IGMR 38)
  • 30. 5. O Ministério do Leitor na Exortação Apostólica Verbum Domini • “Na assembleia sinodal sobre a Eucaristia, já se tinha pedido maior cuidado com a proclamação da Palavra de Deus. Como é sabido, enquanto o Evangelho é proclamado pelo sacerdote ou pelo diácono, a primeira e a segunda leitura na tradição latina são proclamadas pelo leitor encarregado, homem ou mulher. Quero aqui fazer-me eco dos padres sinodais que sublinharam, também naquela circunstância, a necessidade de cuidar, com uma adequada formação, o exercício da função de leitor na celebração litúrgica, e de modo particular o ministério do leitorado que, enquanto tal, no rito latino, é ministério laical…
  • 31. 5. O Ministério do Leitor na Exortação Apostólica Verbum Domini … É necessário que os leitores encarregados de tal serviço, ainda que não tenham recebido a instituição no mesmo, sejam verdadeiramente idóneos e preparados com empenho. Tal preparação deve ser não apenas bíblica e litúrgica mas também técnica: “A formação bíblica deve levar os leitores a saberem enquadrar as leituras no seu contexto e a identificarem o centro do anúncio revelado à luz da fé. A formação litúrgica deve comunicar aos leitores uma certa facilidade em perceber o sentido e a estrutura da liturgia da palavra e os motivos da relação entre a liturgia da Palavra e a liturgia eucarística…
  • 32. 5. O Ministério do Leitor na Exortação Apostólica Verbum Domini … A preparação técnica deve tornar os leitores cada vez mais idóneos na arte de lerem em público tanto com a simples voz normal, como com a ajuda dos instrumentos modernos de amplificação sonora” (OLM 55)” Bento XVI, Exortação Apostólica Verbum Domini, 58 (10/9/2010)
  • 33. O Ministério do Leitor Grupo de Liturgia São Domingos Sávio – Capela Dom Bosco.