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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.
1
Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.
2
APRESENTAÇÃO
A presente apostila tem como objetivo formar jovens interessados no
Santo Serviço do Altar, no auxílio a Sacerdotes, na Santa Missa na Forma
Extraordinária do Rito Romano, a Missa Tridentina, conforme as prescrições
de 1962.
Mediante isso, chamamos a atenção dos candidatos que as normas
litúrgicas aqui expostas, tratam-se unicamente de atender a esta forma
litúrgica, anterior ao Concílio Vaticano II.
Cabe a nós entender e ter presente em nossas conciências a eliminação
de qualquer comparação e juízos de valores quanto às formas litúrgicas
diferentes das aqui expostas.
O Organizador.
Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.
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ORAÇÕES PARA INICIAR AS REUNIÕES
Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis.
E acendei neles o fogo do Vosso amor.
Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra.
OREMOS
Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a Luz do Espírito Santo,
Fazei que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito.
E gozemos sempre da Sua consolação, por Cristo Nosso Senhor. Amém!
Ave Maria, cheia de graça,
o Senhor é convosco.
Bendita sois vós entre as mulheres,
e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.
Santa Maria, Mãe de Deus,
rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte.
Amém.
Nossa Senhora do Carmo, Rogai por nós.
São João Bosco, Rogai por nós.
São Tarcísio, Rogai por nós.
+ Nos cum prole pia,
Benedictat Virgo Maria
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NOÇÕES, NORMAS,
EXPLICAÇÕES E
PRÁTICA CERIMONIAL
Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.
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15 CONSELHOS DE OURO PARA OS SERVIDORES DO ALTAR
1) CONSIDERAR UMA GRANDE HONRA O SER ACÓLITO (= NÃO INSTITUÍDO, COROINHA).
ESFORÇAR-SE POR HONRAR ESTE CARGO E SER FIEL A ESTA GRAÇA.
2) FAZER BEM CADA MOVIMENTO E COM EXATIDÃO. POR EXEMPLO: PREPARAR O ALTAR, AJUDAR NA
MISSA, ACENDER OS CARVÕES DO TURÍBULO, AS ENTRADAS E SAÍDAS DAS CERIMÔNIAS. DAR O MELHOR
DE SI.
3) PIEDADE. GRANDE AMOR A JESUS EUCARISTIA. FAZER UMA VISITA AO SANTÍSSIMO CADA VEZ QUE
FOR À IGREJA. AÇÃO DE GRAÇAS APÓS A COMUNHÃO. ROSÁRIO (OU TERÇO) DIÁRIO À NOSSA SENHORA.
4) ESTADO DE GRAÇA. PERMANECER SEMPRE NA AMIZADE COM DEUS. SE CAIR EM PECADO,
CONFESSAR-SE O QUANTO ANTES. FUGIR DAS OCASIÕES DE PECADO (TV, MÁS COMPANHIAS, MAUS
AMBIENTES).
5) CONHECER-SE E CORRIGIR-SE. TEMOS DEFEITOS E FRAQUEZAS. ACEITAR AS CORREÇÕES COM
HUMILDADE. PEDIR A GRAÇA DE DEUS.
6) SERIEDADE E RESPONSABILIDADE NO CUMPRIMENTO DO DEVER. LEVAR A SÉRIO AS ORDENS, OS
AVISOS, AS CERIMÔNIAS, OS DEVERES PRÓPRIOS DO ACÓLITO.
7) NÃO OLHAR PARA OS FIÉIS OU OUTRAS PARTES DURANTE AS CERIMÔNIAS.
8) PERMANECER ERGUIDO, EM POSIÇÃO RETA:
- AJOELHADO: ERGUIDO, AS MÃOS JUNTAS, SEM CRUZAR OU MOVER OS PÉS;
- EM PÉ: OS PÉS ENDIREITADOS, AS MÃOS JUNTAS;
- SENTADO: O CORPO ERGUIDO, OS JOELHOS JUNTOS, AS MÃOS SOBRE AS PERNAS;
- CAMINHANDO: COMPASSADAMENTE. OS OLHOS BAIXOS. NÃO CAMINHAR PARA TRÁS.
9) REALIZAR CADA AÇÃO SOMENTE DEPOIS DE TER CONCLUÍDO A ANTERIOR. SENTAR-SE, AJOELHAR-SE,
COLOCAR-SE DE PÉ (NÃO SE APOIAR QUANDO ESTIVER EM PÉ).
10) ATENÇÃO ÀS CERIMÔNIAS. FAZER AS COISAS BEM E COMPASSADAMENTE, MAS COM PRONTIDÃO E
DESENVOLTURA. ENSAIAR. APRENDER BEM.
11) SIMETRIA E SINCRONIZAÇÃO NAS CERIMÔNIAS. REALIZAR AS AÇÕES JUNTO COM OS OUTROS AO
MESMO TEMPO, POR EX: AS INCLINAÇÕES E AS RESPOSTAS DA MISSA. GUARDAR SEMPRE A MESMA
DISTÂNCIA QUANTO AOS OUTROS ACÓLITOS.
12) SILÊNCIO: NA IGREJA, NA SACRISTIA. NÃO CONVERSAR NA IGREJA, NÃO RIR, NÃO GESTICULAR.
13) PRONUNCIAR BEM AS PALAVRAS [EM LATIM].
14) RESPEITO E OBEDIÊNCIA AOS SACERDOTES, SUPERIORES E CERIMONIÁRIOS MAIS VELHOS.
15) BOM EXEMPLO: NO CATECISMO, NA ESCOLA, NA RUA, NA IGREJA. OBSERVAR UM COMPORTAMENTO
EXEMPLAR (QUE MOTIVE A SER IMITADO). FAZER AS COISAS COM DEDICAÇÃO, PIEDADE E ZELO.
Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.
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I – PARTICIPAÇÃO NA SANTA MISSA
Introdução.
Nesta apostila vamos seguir o que diz o Papa Pio XII na “Instrução sobre Música
Sacra e Sagrada Liturgia”, de 3 de setembro de 1958. Este é o último documento que trata
sobre o assunto até o ano de 1962.
1) Noções prévias.
A Santa Missa pode ser:
a) Missa Pontifical: é a Missa celebrada pelo Bispo. Esta pode ser:
 Solene: celebrada com canto e ministros sagrados.
 Rezada: sem canto com a ajuda de dois Sacerdotes Capelães (mesmas
normas de participação da Missa dialogada ou rezada pelo sacerdote).
b) Missa com canto: quando o Sacerdote canta as partes que lhe são próprias.
Subdivide-se em:
 Solene: quando o Sacerdote é ajudado pelo Diácono e Subdiácono;
 Cantada (de guardião): quando o Sacerdote é ajudado só por acólitos.
c) Missa Dialogada: quando os fiéis participam liturgicamente, ou seja,
respondendo ao Celebrante e rezando com ele o Gloria, Credo, Sanctus e Agnus Dei.
d) Missa Rezada: quando os fiéis participam em silêncio ou em comum por meio de
orações e cânticos de piedade popular (extra-litúrgicos).
2) Participação dos fiéis nas Missas com canto.
Na Missa Solene a participação ativa dos fiéis pode realizar-se em três graus:
a) Primeiro grau: Quando todos os fiéis cantam as respostas litúrgicas: Amen; Et
cum spiritu tuo; Gloria Tibi, Domine; Habemus ad Dominum; Dignum et iustum est; Sed
libera nos a malo; Deo gratias. Deve-se trabalhar para que em todos os lugares os fiéis
sejam capazes de cantar essas repostas.
b) Segundo grau: Quando todos os fiéis cantam as partes do Ordinário da Missa:
Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus e Agnus Dei. Deve-se esforçar para que os fiéis saibam a
cantar essas partes da Missa com as melodias gregorianas mais simples.
c) Terceiro grau: Quando todos os presentes estejam de tal modo exercitados no
canto gregoriano, que saibam cantar as partes do Próprio da Missa. Deve-se urgir essa
participação plena sobretudo nas comunidades religiosas e seminários.
Nos domingos e festas deve-se optar (optandum est) para que a Missa paroquial ou
principal seja celebrada com canto.
Para as Missas cantadas, aplicam-se as mesmas normas de participação da Missa
solene.
3) Participação dos fiéis nas Missas rezadas.
O primeiro modo com o qual os fiéis podem participar da Missa rezada dá-se
quando, cada um, por própria indústria, participa internamente, ou seja, com atenção às
partes principais da Missa, ou externamente, segundo os costumes aprovados das diversas
regiões.
Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.
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São principalmente dignos de louvor os que, com um pequeno missal adaptado à sua
capacidade, rezam com o Sacerdote as mesmas orações da Igreja. Como, porém, nem todos
os fiéis são igualmente idôneos para entender os ritos e fórmulas litúrgicas, estes podem
participar de um modo mais apto e fácil, ou seja “meditando piamente nos mistérios de
Jesus Cristo, ou fazendo exercícios de piedade e orações que, embora difiram da forma dos
ritos sagrados, no entanto pela sua natureza a eles convém1
”.
O segundo modo de participação dá-se quando os fiéis participam da Santa Missa
com orações comuns e cânticos. Deve-se cuidar para que tais orações e cânticos estejam de
acordo com as diversas partes da Missa.
O terceiro modo de participação e o mais perfeito de todos, dá-se quando os fiéis
respondem liturgicamente ao Celebrante, como que dialogando com ele e rezando em voz
alta as partes que lhes são próprias. Esta participação plena se distingue em quatro graus:
a) Primeiro grau: se os fiéis dão ao Celebrante as respostas mais fáceis: Amen; Et
cum spiritu tuo...
b) Segundo grau: se os fiéis dizem todas as respostas do acólito, rezam o Confiteor
antes da comunhão e o Domine non sum dignus.
c) Terceiro grau: se os fiéis rezam com o Celebrante as partes do Ordinário da
Missa: Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus e Agnus Dei.
d) Quarto grau: se os fiéis rezam juntamente com o Celebrante as partes do Próprio
da Missa: Intróito, Gradual, Ofertório e Comunhão. Este último grau pode ser usado com
dignidade por grupos mais seletos e cultos.
Outras normas:
Nas Missas rezadas, todo o Pater Noster pode ser rezado pelos fiéis juntamente com
o Celebrante, mas somente em língua latina, e acrescentando o Amen. Em razão do
costume, enquanto o Celebrante reza o Pai Nosso em latim, os fiéis podem rezá-lo juntos
em português.
Nas Missas rezadas os fiéis podem cantar hinos populares, guardando-se, porém, a
lei de que estejam de acordo com cada parte da Missa.
1
Mediator Dei.
Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.
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4) Posições dos fiéis na Santa Missa.
Partes da Cerimônia Missa Rezada Missa Dialogada Missa Cantada e
Solene
Missa
Pontifical
Recepção do Bispo (Ecce
Sacerdos)
De joelhos De joelhos De joelhos De joelhos
Entrada do Celebrante De pé De pé De pé De pé
Canto do Asperges De pé De pé De pé De pé
Orações ao pé do altar De joelhos De joelhos De pé De pé
Ao subir ao altar De joelhos De pé De pé De pé
Incensação - - De pé De pé
Intróito e Kyrie De joelhos De pé De pé De pé
Gloria De joelhos De pé De pé/sentados De
pé/sentados
Colecta (oração do dia). De joelhos De pé2
De pé5
De pé5
Epístola Sentados Sentados Sentados Sentados
Gradual/Aleluia Sentados Sentados Sentados Sentados
Evangelho De pé De pé De pé De pé
Credo De pé De pé De pé/sentados De
pé/sentados
Et incarnatus est Genuflexão Genuflexão De joelhos De joelhos
Dñus. vob./Oremus De pé De pé De pé De pé
Ofertório Sentados Sentados Sentados Sentados
Incensação do Celebrante - - De pé De pé
Orate fratres De pé De pé De pé De pé
Após o Sanctus (rezado
ou cantado)
De joelhos De joelhos De joelhos De joelhos
Todo o Cânon De joelhos De joelhos De joelhos De joelhos
Pater Noster/Agnus Dei De joelhos De pé De pé De pé
Após o Agnus /comunhão De joelhos De joelhos De joelhos De joelhos
Abluções até Communio De joelhos De joelhos De pé De pé
Postcommunio De joelhos De pé1
De pé1
De pé1
Bênção final De joelhos De joelhos De joelhos De joelhos
Evangelho final De pé De pé De pé De pé
Orações finais/pé do altar De joelhos De joelhos - -
Saída do Celebrante De pé De pé De pé De joelhos
2
Exceção: nos dias de penitência (advento, quaresma), salvo no domingo, e nas Missas de defuntos, deve-se
ajoelhar durante a Colecta e a Postcommunio.
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II – Normas para os Acólitos
1) Regras para ajudar a Missa rezada com 1 Acólito3
.
1. O acólito da Missa, sempre que possível, deve apresentar-se vestido de batina e
sobrepeliz.
2. Na sacristia, quando o sacerdote começa a paramentar-se, deve colocar-se à sua esquerda
e oferecer-lhe sucessivamente o amito, a alva, o cíngulo, o manípulo, a estola e a casula.
Depois que o sacerdote põe o cíngulo, ajusta a alva de maneira que as suas extremidades
fiquem igualmente elevadas do chão e as pregas igualmente distribuídas.
3. Uma vez paramentado o sacerdote, tomará o missal segurando-o com ambas as mãos,
por baixo, tendo-o diante do peito e com a abertura para o lado esquerdo.
4. Ao partir da sacristia, fará reverência à cruz, juntamente com o sacerdote, e lhe oferecerá
água benta, seguindo na sua frente. Se a Missa não for no altar-mor ou no altar do
Santíssimo, passando por estes fará genuflexão simples, e, se o Santíssimo, estiver exposto,
fará genuflexão dupla, juntamente com o sacerdote.
5. Chegando ao altar, receberá com a mão direita o barrete, beijando-o, depois de ter
beijado também a mão do sacerdote; fará genuflexão junto com o sacerdote, colocando em
seguida o missal no altar sobre a estante, e o barrete na credência do lado da Epístola.
 Note-se que o acólito sempre faz genuflexão durante a Missa, desde a chegada
até a saída, mesmo se não há o Santíssimo no sacrário.
6. De volta da credência, passará para o lado do Evangelho, fazendo genuflexão no meio,
ficando de pé, mãos postas e virado para o altar. Nas Missas com o povo, antes de ir para o
seu lugar ao lado do Evangelho, o acólito tocará a campainha, na credência, assim que o
celebrante, após abrir o missal, se dirigir para o meio do altar.
7. Quando o sacerdote desce o degrau para começar a Missa, se ajoelhará no chão (e não no
degrau) e benzendo-se com ele, responderá com voz clara e compassada, conservando
sempre as mãos postas e a cabeça virada para o altar.
 Sempre que o sacerdote se benze ou bate no peito, o acólito fará o mesmo
(exceto no Confíteor que o acólito também reza depois do sacerdote e durante o Cânon).
8. O Confiteor deve ser rezado com inclinação profunda; às palavras ''tibi pater" e ''te pater"
o acólito deve virar-se para o sacerdote; só ao "Indulgentiam" é que cessa a inclinação.
9. Quando o sacerdote sobe ao altar, o acólito levantará com a mão direita a extremidade
dianteira da alva para não ser pisada, e passará a ajoelhar-se sobre o degrau, aí ficando, de
joelhos, até o fim da Epístola.
3
Extraídas do Manual da Paróquia.
Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.
10
10. Terminada a Epístola, responderá ''Deo gratias" e, levantando-se irá buscar o missal
para passá-lo ao lado do Evangelho, esperando porém ao lado do sacerdote, que este se
dirija para o meio do altar.
11. No princípio do Evangelho fará o sinal da cruz juntamente com o celebrante, estando
virado para ele e ao seu lado esquerdo, e, ao ouvir a palavra "Iesus" fará reverência e
voltará para o lado da Epístola onde ficará até o fim do Evangelho, de pé e mãos postas.
12. Durante o Credo se conservará de joelhos.
13. Terminado o Credo e dito o "Oremus", subirá ao altar para dobrar o véu do cálice,
colocando-o dobrado sobre o altar (com a cruz para cima), e se dirigirá para a credência,
trazendo as galhetas para o lado do altar, tomando a do vinho na mão direita e a da água na
mão esquerda. Oferecerá ao sacerdote primeiro a do vinho, beijando-a na alça antes de dar
e depois de receber, e depois a da água, com a colherinha.
14. Logo em seguida levará as galhetas para a credência e voltará para o ''Lavabo'' com a
galheta de água na mão direita e o pratinho do Lavabo na mão esquerda, colocará no braço
esquerdo o manustérgio, ou colocará sobre o altar ou debaixo do pratinho, pendente na
direção do sacerdote. No Lavabo, quando o sacerdote se aproxima, o acólito lhe fará
reverência antes de derramar a água, como também depois, antes de voltar para a credência.
Terminado o "Lavabo" tomará a campainha da credência e irá se ajoelhar do lado da
Epístola.
15. Ao "Orate fratres" esperará que o sacerdote termine de dar a volta, para começar a
responder o "Suscipiat".
16. Ao "Sanctus" tocará três vezes a campainha e ao "Benedictus" se benzerá com o
sacerdote.
17. Antes da elevação, quando o sacerdote estender as duas mãos sobre o cálice, dará um
toque de campainha, levantar-se-á e levando a campainha irá se ajoelhar bem perto do
celebrante, mas atrás e para o lado. Durante a elevação (tanto da hóstia como do cálice)
tocará três vezes a campainha, bem espaçadamente, sustentando com a mão esquerda a
ponta da casula, e inclinando-se, dando um toque na campainha, quando o sacerdote faz a
genuflexão.
18. Terminada a elevação voltará a ajoelhar-se onde estava. Ao “Per ipsum” (pequena
elevação), tocará a campainha; ao "Agnus Dei" baterá três vezes no peito como o sacerdote,
e ao "Domine non sum dignus" tocará três vezes a campainha.
19. Quando o sacerdote faz genuflexão após ter tomado a Hóstia, o acólito levanta-se e vai
à credência buscar a patena. Ajoelha-se no seu lugar e, enquanto o sacerdote toma o cálice,
reza o "Confiteor" e reponde "Amen" ao "Misereatur" e ao "Indulgentiam". Bate a
campainha quando o sacerdote abre o sacrário, exceto quando na Missa foram consagradas
partículas para o povo em alguma âmbula. Bate a campainha nas três vezes em que o Padre
diz “Domine non sum dignus”.
Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.
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Quando o sacerdote vai se dirigir para a mesa da comunhão, o acólito se levanta,
afasta-se para a esquerda sem voltar as costas para o Santíssimo, deixa o padre passar e o
acompanha pelo lado direito, colocando bem a patena sob o queixo dos comungantes,
acompanhando o movimento da mão do sacerdote.
No final entrega a patena ao sacerdote. Bate a campainha ao fechar-se o sacrário. O
acólito deve segurar a patena sem tocar no centro dela, sempre em posição horizontal.
20. Abluções: O Acólito vai à credência e traz para o altar as duas galhetas de vinho e água,
uma em cada mão. Fica atento aguardando que o padre incline o cálice para a ablução.
Então porá vinho no cálice e, pouco depois vinho e água, devagar e aos poucos, parando
quando o celebrante erguer o cálice ou os dedos.
21. Voltará em seguida para a credência onde deixa as galhetas, cobrindo-as, e, vindo
novamente para o altar, levará o véu desdobrado, segurando-o com ambas as mãos, para o
lado do Evangelho e de lá passará o missal para o lado da Epístola, fazendo genuflexão ao
passar pelo meio do altar.
22. Posto o missal no altar (reto, não em diagonal), voltará para o lado do Evangelho para
entregar ao sacerdote a bolsa e o véu; depois se ajoelhará no degrau do lado do Evangelho.
23. Dada a bênção pelo sacerdote, levantar-se-á indo imediatamente para perto do altar do
lado do Evangelho e aí fará o sinal da cruz, respondendo ao sacerdote; em seguida, feita
reverência ao celebrante, passará para o lado da Epístola, indo buscar na credência a folha
com as orações finais (se for preciso).
24. Ao "Et Verbum caro factum est" fará genuflexão e logo após se ajoelhará no chão para
responder às orações finais, apresentando a folha das orações finais quando o sacerdote
pedir. Terminadas as orações, levará a folha para a credência, trará o barrete, apanhará o
missal, fará genuflexão com o sacerdote, dar-lhe-á o barrete, beijando-o primeiro e depois a
mão do sacerdote, e voltará para a sacristia, na frente, da mesma forma que veio no
princípio da Missa.
25. Chegando à sacristia fará reverência à cruz com o sacerdote, receberá o barrete e se
ajoelhará para receber a bênção do sacerdote. Depois, colocará o barrete juntamente com o
missal sobre a mesa; passando depois para a esquerda do sacerdote, o ajudará a desvestir-
se, recebendo os paramentos e colocando-os em ordem sobre a mesa.
26. Terminado tudo, fará uma reverência ao sacerdote e lhe pedirá a bênção, retirando-se da
sacristia.
 Se comungou, deverá ir para a igreja para dar ação de graças. Depois, guardar no
seu lugar a batina e a sobrepeliz. Se for o encarregado, deverá arrumar o altar, apagar as
velas e guardar os paramentos.
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2) Particularidades da Missa rezada com 2 Acólitos.
1. Princípios gerais:
 Eles se colocam ao pé do altar; no chão, de cada lado: o primeiro no lado da
epístola e o segundo no lado do evangelho.
 Antes e depois dos diversos deslocamentos, eles vêm juntos fazer a genuflexão no
meio do altar, no chão.
 É sempre o primeiro acólito (o da direita) que toca a campainha.
2. Na saída da sacristia: o segundo vai à frente, toca o sino da entrada e, chegando ao altar,
deixa o primeiro, que leva o missal, e o celebrante passarem diante dele.
3. Depois da Epístola: o primeiro acólito transporta sozinho o missal; o segundo acólito se
levanta para ouvir o Evangelho, ou transporta o pedestal do microfone, se for o caso.
4. Ao Ofertório: Após a genuflexão, o segundo sobe ao altar para dobrar o véu do cálice,
enquanto o primeiro vai à credência apanhar as galhetas, toma a do vinho e dá a de água,
com a colherinha, para o segundo acólito; e ambos vão até o lado direito do altar.
5. No Lavabo: O primeiro derrama a água sobre os dedos do padre e ele mesmo segura o
pratinho. O segundo apresenta o manustérgio.
6. Na elevação: Sobem ambos para os lados do padre, um pouco atrás, e levantam um
pouquinho a casula só na elevação.
7. Depois da comunhão dos fiéis: O primeiro acólito serve o padre nas abluções e guarda a
patena enquanto o segundo aguarda de joelhos. A seguir, o segundo sobe e transporta o
missal ao mesmo tempo em que o primeiro toma e transporta o véu do cálice; o primeiro
deixa o segundo passar diante dele, por respeito pelo missal que ele transporta. O primeiro
apresenta ao padre a bolsa aberta, o véu e de novo a bolsa fechada, enquanto o segundo o
aguarda no chão ao lado da Epístola ao lado do altar. Ambos fazem vênia ao altar e vêm
juntos ao meio, onde genufletem, vão o primeiro para a esquerda e o segundo para a direita.
Destrocam os lugares quando o primeiro voltar da resposta ao último Evangelho.
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13
3) Modo de ajudar a Missa rezada do Bispo.
1. Arrumação: a) Do altar:
 Arrumar o paramento no meio do altar, com o manípulo ao lado.
 Não precisa colocar sacra se tiver o “cânon”.
 O missal já deve estar aberto na Missa do dia.
 Acendem-se quatro velas.
 Coloca-se uma candela ao lado do Missal (a candela deve estar sempre junto ao
Missal).
 Coloca-se um genuflexório aos pés do altar para o bispo com o “cânon”.
b) Da credência: arruma-se para a Missa como de costume acrescentando o lavabo do
bispo (jarro, bacia (com água) e toalha) e um pratinho para colocar a cruz e o solidéu. O
cálice deve ser colocado na credência da missa.
2. Para a Missa rezada do Bispo, sempre se requerem dois Acólitos. Chegando à igreja, o
Bispo fará as orações preparatórias no genuflexório: os Acólitos ficarão de joelhos a seus
lados. Depois que o Bispo fizer as orações preparatórias, faz-se o lavabo no meio do altar4
,
o A2 tira o genuflexório e coloca o “cânon” em frente ao sacrário (no lugar da sacra maior),
o A1 traz o pratinho para o bispo colocar a cruz peitoral e o solidéu, e depois os acólitos
ajudam o Bispo paramentar. Os acólitos devem levar os paramentos ao bispo, um de cada
vez. Depois que o Bispo se paramentar, o A1 traz o pratinho e coloca o solidéu no Bispo; o
A2 vai ajoelhar-se com o manípulo nas mãos.
3. Depois da absolvição para o povo, na oração aos pés do altar, o A2 entrega ao bispo o
Manípulo (o lado aberto deve estar virado para a direita).
4. Depois da Epístola, o A1 passa o Missal e A2 passa a candela.
5. O Ofertório: o A1 coloca o cálice no meio do altar. Tudo segue normal, sendo que o
lavabo se faz de joelhos: o A1 segura o jarro e a bacia, e o A2 a toalha.
Depois da Secreta, o A1 pega o pratinho na credência, tira o solidéu do bispo e o
coloca no pratinho. O A2 tira o Missal da estante e coloca em seu lugar o “cânon” se tiver, e
coloca o Missal na credência. Se não houver “cânon” nada do que foi dito será feito.
6. Na hora da comunhão dos fiéis o A1 vai com a patena e o A2 vai coma candela; de modo
que: o A1 fica à direita do Bispo e o A2 à sua esquerda. Depois da comunhão, o A2 já pode
deixar a candela no lado da epístola.
7. Depois que o A1 fizer as abluções, coloca o solidéu no Bispo. Depois que o cálice estiver
arrumado, o A1 levará o cálice novamente para a credência. E o A2 faz o lavabo do bispo
como já foi mostrado acima (se o A1 chegar a tempo deve ajudar, e para não complicar
muito, pode , desta vez, segurar a toalha)
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Acólito 1 leva o jarro e bacia; Acólito 2 leva a toalha e sabonete (se houver).
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8. Antes da bênção final há mais respostas: V: Sit nomen Domini benedictum. R: Ex hoc
nunc et usque in saeculum. / V: Adiutorium nostrum in nomine Domini. R: Qui fecit caelum
et terram.
9. Se tiver “cânon” o A2 segurá-lo-á para o bispo; se não, segurará a sacra.
10. Depois de acabar a Missa os acólitos ajudarão o Bispo a tirar os paramentos. Depois o
A1 pegará o pratinho para entregar a cruz peitoral; e o A2 colocará o genuflexório para o
Bispo (se o Bispo for fazer as orações finais, o genuflexório deve ser colocado antes). Os
acólitos devem permanecer junto ao Bispo.
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4) Missa Cantada com Cerimoniário e Turiferário
1. Turiferário à frente da procissão, com o turíbulo na mão direita, os dois acólitos com as
mãos postas, o clero presente, o cerimoniário e, por fim, o celebrante. Chegando ao altar o
TUR faz genuflexão e se dirige para o lado da Epístola. O CER fica à direita do CEL e os
ACS um de cada lado. O CER recebe o barrete e passa-o ao AC1, fazem todos a
genuflexão, se ajoelham, enquanto que o AC1 vai até a credência ou cadeira para deixar o
barrete, ao voltar se ajoelha do lado epístola à direita do CER.
2. Se houver Asperges, entram os ACs, em seguida o Clero presente. Atrás entra o CER
(direita) e o TUR (esquerda), segurando a capa do CEL. Chegando ao altar. Os ACS se
colocam um de cada lado. O TUR permanece ao lado esquerdo e o CER à direita do CEL.
O CER apresenta a água benta. Todos se ajoelham e o CEL entoa o Asperges. Depois que o
CEL se aspergir, como também aos ministros ao seu lado, todos se levantam. O CEL tendo
o CER à sua direita faz com este a genuflexão e asperge o Clero e depois o povo. Se houver
espaço o TUR acompanha o CEL segurando a capa do lado esquerdo.
3. Chegando ao altar de volta todos permanecem de pé até o final da oração. Finda a oração
todos genufletem e vão aos bancos. O CER recebe a capa do CEL e passa ao TUR que a
leva para a sacristia. Depois de colocar o manípulo e a casula o CEL vai ao meio do altar
acompanhado dos ACs e do CER para o início da Missa.
4. Terminadas as orações ao pé do altar, quando o CEL subir ao altar, o CER suspende a
alva do CEL, dá um sinal para que todos se levantem; chama o TUR, recebe a naveta e
ambos se dirigem ao centro do altar para benzer o incenso. O CER oferece ao celebrante a
colherinha, beija primeiro a colherinha e depois a mão do padre (na ordem inversa ao
recebê-la). Depois que entregou a colherinha diz: “Benedicite pater reverende”, inclinando
a cabeça.
5. Depois de bento o incenso, o CER recebe o turíbulo do TUR e lhe entrega a naveta
passando, em seguida, o turíbulo ao CEL beijando a parte superior do turíbulo e depois a
mão do celebrante . O TUR deixa a naveta na credência, faz genuflexão no centro, e se
coloca à esquerda do CEL.
6. Enquanto o CEL incensa a cruz, o AC1, sem genuflexão, pega o Missal e fica de pé do
lado epístola, virado para o altar. Ele fica com o Missal, enquanto o CEL incensa este lado
do altar, e em seguida o coloca sobre o altar, voltando para seu lugar sem genuflexão. O
CER e o TUR acompanham o CEL fazendo as genuflexões sustentando-o com a mão sob o
cotovelo. (Porém não seguram a parte posterior da casula.).
Após a incensação do altar o CER recebe o turíbulo do CEL (beijando a mão da
sacerdote e depois o turíbulo), o TUR desce com ele para o lado epístola e se coloca à sua
esquerda. O CER, diante do CEL, o incensa com três ductos de dois ictus, fazendo com o
TUR reverência profunda antes e depois. Em seguida o CER entrega o turíbulo ao TUR,
que volta para o seu lugar.
Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.
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7. O CER mantém-se à direita do CEL e lhe indica o intróito, em seguida recita o Kyrie
alternando com o CER e os ACs (que estão de pé). Se houver tempo o CEL faz vênia à cruz
e vai se sentar e os ACs fazem genuflexão no meio do altar e vão se sentar junto à
credência ,o CER permanece de pé à direita do celebrante, voltado para a nave. (Fig. 6)
8. Ao cantar-se o último Kyrie, o CEL, ao convite do CER, se dirige para o centro do altar,
onde, entre os dois ACs e estando o CER à direita do AC1, faz, juntamente com eles a
genuflexão. O CEL sobe ao altar para entoar o “Gloria” (se houver). Depois de recitado o
Gloria, o CEL genuflete no supedâneo; o CER e os ACs acompanham a genuflexão e todos
se dirigem para as cadeiras. Ao canto do “Cum Sancto Spiritu”, todos voltam para o altar.
9. Depois do canto do Kyrie ou do Gloria, o CEL canta o Dominus vobiscum e se dirige
para o lado da epístola para cantar a oração. O CER, estando do lado do missal, vira a
página e indica as orações, os ACs permanecem de pé.
10. Se o CEL for se sentar para o canto da epístola, quando um leitor for cantá-la, o
movimento é idêntico ao do Kyrie. Terminado o canto da epístola, o CEL e o CER dirigem-
se para o altar para rezar o gradual, alelluia ou tractus, e em seguida, regressam às cadeiras
se o canto for longo. Se o CEL não se sentar para o canto da epístola todos permanecem no
mesmo lugar, e vão se sentar só depois de rezado o gradual, tractus ou alelluia.
11. No versículo que segue ao alelluia, ou na última estrofe da prosa, ou no último
versículo do tractus, ao sinal do CER, todos se levantam e voltam para o altar para a benção
do incenso, que se procede como no início. Terminada a imposição do incenso, enquanto o
CEL reza o Munda Cor Meum, o CER toma o missal e, com o TUR, desce ao meio do
altar: então os acólitos se juntam aos dois e todos fazem a genuflexão. O CER sobe para
deixar o missal no altar, descendo em seguida para colocar-se à direita do TUR; o TUR vai
para o lado do evangelho e fica em baixo, de frente para o altar. Os ACs se colocam juntos
de pé no plano, na lateral do altar. Depois que o CEL cantou “Sequentia” ou “Initium”, com
o sinal da cruz, o TUR passa o turíbulo ao CER, e este o apresenta ao CEL beijando o
turíbulo e em seguida a mão do mesmo; o CER acompanha o CEL nas reverências.
Terminado a incensação do livro, o CER recebe de volta o turíbulo, beijando a mão do CEL
e o turíbulo e o entrega ao TUR. Terminado o canto do evangelho, se o CEL for pregar os
quatro ministros fazem juntos a genuflexão; o TUR vai alimentar o turíbulo; os ACs e o
CER vão se sentar. Se outro sacerdote for pregar, o movimento é feito junto com o
celebrante: CER à direita e TUR à esquerda do CEL, ACs em cada ponta.
12. Terminado o sermão os ACs dirigem-se para o altar, fazem genuflexão com o CEL ao
sinal do CER; se o CEL tiver pregado fazem genuflexão no centro, o CER à direita do AC
1; depois os ACs se abrem e o CER vai para o lado da epístola, todos permanecem de pé;
todos os ministros genufletem ao “Et incarnatus est”; tendo o CEL recitado o Credo ele
desce os degraus do altar para ajoelhar-se juntamente com os ministros ao canto do “Et
incarnatus”. Se ainda faltar muito para o canto destas palavras, todos se dirigem para as
cadeiras procedendo-se como no Gloria. Então ao canto do “Et Incarnatus” o CEL tira o
barrete e se inclina assim como os acólitos, enquanto que o CER se põe de joelhos. No
“Crucifixus”, o CER, se for clérigo, vai levar o cálice para o altar, se o CER não for clérigo,
um dos clérigos que estiverem no coro, dando preferência ao mais digno, vai levar o cálice
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ao altar depois do “Et homo factus est” do “Credo”, desdobra o corporal e coloca sobre ele
o cálice coberto com o véu. Se não houver “Credo”, faz-se o mesmo logo depois do
evangelho. Ao canto do “Et vitam”, ao sinal do CER, todos voltam para o altar. Os
ministros esperam, de pé, em seus devidos lugares o “Oremus” do Ofertório para fazerem a
vênia.
13. Depois que fizeram a reverência no “Oremus” do ofertório, os ACs fazem no meio a
genuflexão; o AC2 vai dobrar o véu do cálice, o AC1 vai à credência para pegar as
galhetas; depois de dobrar o véu o AC2 se coloca à esquerda do AC1 e recebe deste a
galheta com água. Fazem a reverência ao CEL ao apresentar-lhe as galhetas beijando-as
antes e depois (exceto na Missa de Requiem), e o saúdam novamente com uma inclinação
de cabeça, antes de se retirarem. Em seguida voltam aos seus lugares e permanecem de pé.
14. No oferecimento do cálice, quando o CEL estiver rezando o “Veni sanctificator
spiritus”, o CER chama o TUR e ambos sobem ao altar para a benção o incenso. Quando o
CEL estiver incensando a cruz o AC2 tira o missal, esperando do lado do evangelho, e o
põe de volta depois que o CEL incensou este lado do altar. Desce em seguida, fazendo a
genuflexão com o AC1 no centro, e se dirigem para a credência, para preparar o lavabo.
15. Terminado a incensação do altar, o CER incensa o CEL, como no intróito; o AC2 pega
com as duas mãos o manustérgio desdobrado, o AC1 pega com a mão esquerda o pratinho,
e com a direita a galheta de água, e se coloca à esquerda do AC2. Os ACs se aproximam
do CEL e fazem uma inclinação; o AC1 derrama a água e o AC2 apresenta o manustérgio.
Quando o CEL devolve o manustérgio, os ACs fazem a inclinação, voltam à credência e
deixam a galheta, o manustérgio e o pratinho, pegando em seguida a campainha; depois vão
ao meio do altar genufletem e ficam de pé, nos seus lugares, até serem incensados, em
seguida ajoelham.
Depois de incensado o CEL, o TUR recebe o turíbulo do CER, fazem juntos a
genuflexão diante do altar; o CER vai para o lado do evangelho para indicar as orações ao
CEL; o TUR vai incensar, primeiro o clero, um sacerdote de cada vez com um golpe duplo;
em seguida o coro, primeiro o lado do evangelho depois o da epístola, com três golpes
duplos em cada lado: um para o centro outro para a sua esquerda e outro para a sua direita.
16. O TUR, depois que incensou o coro, vai diante do altar faz a genuflexão e incensa de
um ducto e um ictus a cada um, ao CER, ao AC1 e ao AC2. Em seguida faz a genuflexão,
vai até a entrada do coro, e incensa o povo com 3 ductus e 1 ictus (no meio, à sua esquerda
e à sua direita); depois, volta diante do altar faz a genuflexão e vai alimentar o turíbulo,
para entrar na hora do Sanctus. Se não houver clero, o TUR espera o fim do lavabo para
incensar os ministros.
17. O CER deve estar atento para indicar as orações ao CEL e virar as páginas do missal.
Pouco antes da consagração, o TUR se coloca do lado da epístola; o AC1, põe o incenso
no turíbulo. O TUR se ajoelha no degrau central mais baixo, ao mesmo tempo que o CER
se ajoelha do lado esquerdo do CEL, ou seja, quando tiver virado a folha do missal que
corresponde à consagração, e incensa o Ssmo. com 3 ductos e 2 ictus a cada elevação,
fazendo uma inclinação mediana, antes e depois. . O CER, de joelhos à esquerda do CEL,
Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.
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levanta a casula durante a elevação. O AC1 toca a campainha, ou os dois, se houver duas
campainhas.
Depois da consagração, o CER e o TUR se levantam ; o CER continua a virar as
folhas do missal. O TUR depois de fazer uma genuflexão no centro vai deixar o turíbulo na
sacristia. Em seguida volta e se ajoelha ao lado direito do AC1. Os ACs permanecem de
joelhos até o “Domine non sum dignus”.
18. Quando o CER virou a folha do missal onde esteja o “Domine non sum dignus”, ele
desce os degraus e se ajoelha ao lado esquerdo do AC2. Terminado o terceiro “Domine non
sum dignus”,os quatro se levantam; o AC1 vai à credência deixar a campainha e pegar a
patena. Quando o AC1 chegar, fazem todos a genuflexão e sobem ao supedâneo para
comungar. Quando o sacerdote estiver comungando o Preciosíssimo Sangue, o CER reza o
“Confiteor”, que todos acompanham. Depois que comungaram, os ACs voltam para seus
lugares ao pé do altar e se ajoelham; o TUR volta a se ajoelhar ao lado do AC1; e o CER
acompanha o CEL com a patena. Ao voltar da Comunhão, o CER se coloca de joelhos no
degrau inferior do altar, lado da epístola.
19. Depois da comunhão, quando o CEL fechar o sacrário, todos se levantam; o AC1 vai
pegar as galhetas que apresenta ao CEL como na missa rezada. Depois que deixou as
galhetas na credência vai ao meio do altar e faz genuflexão com o AC2; em seguida o AC1
transporta o missal enquanto que o AC2 transporta o véu do cálice. Depois que o CEL
cobriu o cálice, descem e se colocam cada qual no seu lugar. O TUR vai à sacristia buscar o
turíbulo e se coloca junto à credência, onde permanece até a procissão de saída. Durante o
Evangelho final, o próprio TUR coloca incenso no turíbulo.
20. O CER, quando o CEL fechou o sacrário, se levanta e permanece no mesmo lugar, do
lado da epístola; quando o AC1 deixar o missal sobre o altar ele sobe e se coloca do lado do
missal, no lado da epístola, marca o missal para a antífona de comunhão e assiste durante as
orações. Depois da última oração, ele fecha o missal, pega e mostra ao CEL um livro com
o “Ite Missa est”. Quando o CEL terminou de cantar o “Ite Missa est”, o CER desce, faz
genuflexão no meio e se coloca do lado evangelho, de pé; quando o coro terminar de cantar
o “Deo Gratias”, ao sinal do CER, todos se ajoelham para a bênção; terminada a bênção
todos se levantam e o CER vai segurar a sacra para o sacerdote; se houver um evangelho
próprio ele deixa o missal aberto e o leva para o lado evangelho, assim que o CEL cantar o
“Ite missa est”. Contudo o CER deve ir para o lado do evangelho neste momento. Durante o
Evangelho, os ACs estão de pé virados para o CEL; no “Et Verbum” eles fazem a
genuflexão.
21. Depois do evangelho final, o CER vai pegar o barrete do CEL; quando este desce, todos
fazem a genuflexão, depois o CER entrega o barrete ao CEL beijando primeiro o barrete e
depois a mão de celebrante. Voltam para a sacristia na mesma ordem de entrada. Chegando
à sacristia o CEL tira o barrete e todos fazem vênia à cruz como antes da missa; o CEL tira
os paramentos, ajudado pelo CER.
A . M . D. G .
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ANOTAÇÕES
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Transcrição resumida de algumas partes do livro
A SANTA MISSA NA HISTÓRIA E NA MÍSTICA.
Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.
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INTROÍBO AD ALTARE DEI
Entrarei ao Altar de Deus. Um dia, como um cervo acossado por matilhas, debatia-
se David com mil inimigos, assim externos como internos, para livrar-se deles e levar vida
mais tranquila. Mas só depois de longo, penoso e renhido combate, quando forças humanas
já não lhe podiam valer, foi que chamou por socorro do Alto: “Julgai-me, ó Deus, e separai
a minha causa da gente ímpia; livrai-me do homem injusto e enganador!”.
Foi, então, que, talvez arrebatado em êxtase, como o profeta Jeremias, entrou a
contemplar os povos da Terra, ascendendo ao Monte Sião para lá celebrar a nova aliança; e
os ouvia aclamar triunfalmente, lá do alto, aplaudindo aos que vinham carregados dos bens
do Senhor, como trigo, vinho novo... e os via como em um jardim irrigado e florido, sem
nunca elanguescer e entristecer-se: fortalecia-os o Senhor e lhes mudava o pesar em alegria.
E o Senhor repetia: “Saturá-los-ei de graças; inebriarei as almas dos meus sacerdotes, e o
meu povo usará à fartura dos meus bens” (Jer 31, 12-15).
Foi, então, repito, que David resolveu entrar ao Altar do Senhor, erguido no Monte
Sião. – Introíbo ad altare Dei.
* * *
O que David queria, e em êxtase via, não lhe foi possível obter. Qual Moisés, viu e
suspirou pela terra em que corre leite e mel, viu e suspirou pelo Altar, em que sacrifica o
Cordeiro imaculado, mas como Moisés, morreu sem entrar na terra prometida.
“Introíbo ad altare Dei!” – Sim, entrarei ao altar de Deus; entrarei senão eu, ao
menos, em um dos meus descendentes!
E a profecia se realizou. O Filho da Casa de David, Jesus Cristo, entrou ao altar de
Deus, levantado no Monte calvário, levantado no Monte Sião, que se multiplicou tantas
vezes quantas são as Igrejas do Senhor no mundo universo.
* * *
O Sacrifício.
Que é um sacrifício? O sacrifício verdadeiro e propriamente dito, segundo no-lo
define o próprio Espírito Santo pela boca de Moisés e São Paulo, é a oblação de coisa
sensível com a sua destruição quer parcial, quer total, quer seja física (como se dá com o
holocausto) quer mística, (como se dá com a libação e efusão de vinho ou água) efetuada
por um ministro legítimo e feita só a Deus, com o fim de manifestar os sentimentos
internos, com que o homem deve reconhecer o seu supremo domínio. Desde que há
memória do homem decaído, não faltaram sacrifícios entre os povos.
Passando pelos mais, limito-me a apontar o de Melquisedec, narrado nas Escrituras,
e que tem, por isso mesmo, o testemunho infalível do Espírito Santo, e que é muito próprio
para o nosso caso.
Melquisedec ofereceu a Deus o sacrifício de pão e vinho, símbolo perfeitíssimo do
sacrifício da Nova Aliança, em que o pão, pelo poder das palavras da consagração, se
transubstancia em Corpo de Cristo, e o vinho em Sangue de Cristo. Recordo ainda o
sacrifício da lei mosaica, que é considerado debaixo de quatro pontos de vista, devido aos
quatro diversos fins:
O sacrifício latrêutico, que visa direta e exclusivamente, segundo a intenção do
sacrificante, o fim de reconhecer por ele o supremo e inalienável domínio de Deus sobre
Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.
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tudo o que existe. Por isso, neste sacrifício há destruição total da oferta ou vítima, há
destruição física; e é por isso dito holocausto.
O sacrifício eucarístico, que visa diretamente o fim de render graças a Deus pelos
favores e benefícios outorgados; e chama-se “hóstia pacífica”.
O impetratório, que visa a obtenção de novas graças e novos benefícios.
O propiciatório, que visa aplacar a Deus, e por isso é chamado também de
satisfatório, cujo escopo é oferecer a Deus vítimas em expiação dos pecados, em satisfação
das penas devidas pelos pecados, e chama-se “hóstia pro delicto” e “hóstia pro peccatis”.
Do dito se colhe que o sacrifício tem como fim reconhecer a perfeição infinita do
ser Divino e do seu soberano domínio sobre quanto veio à existência por seu infinito poder.
O reconhecimento do Ser perfeitíssimo, que é Deus, é uma Eucaristia ou agradecimento no
pleno rigor da significação do termo; ela abrange em sua verdadeira acepção as idéias da
adoração, em virtude da qual o homem se aniquila na presença da divina Majestade; da
gratidão, que leva o homem a exaltar os benefícios de Deus; da imperfeição, que induz o
homem a implorar as graças de que necessita; da expiação, que faz com que se obtenha a
supressão da justa ira do Senhor, prestes a fulminar sobre o homem o seu tremendo castigo.
Estes são e devem ser os quatro fins que visa todo e qualquer sacrifício que se
oferece à Divindade, os quais se podem reunir em um púnico, que é o de unir intimamente
o homem a Deus; e chama-se a eucaristia-sacrifício.
O sacrifício da Nova Aliança.
Exposta a noção geral do sacrifício, qual é entendido por todas as religiões
verdadeiras e falsas, releva acentuar mais a significação do sacrifício da Nova Lei, o
sacrifício da religião revelada, sacrifício da religião cristã, o único aceitável a Deus, sendo
o único prescrito por ele próprio. Abrogando Deus a religião mosaica, aboliu o sacrifício
que nela fora ordenado; e fundando uma religião diversa da de Moisés, estabeleceu um
sacrifício diferente do de Moisés.
Cristo, o Filho de Deus, veio ao mundo para fazer a vontade do Pai. Depois de haver
aperfeiçoado a lei de Moisés e modificando a religião judaica, instituiu um sacrifício digno
da lei e da religião divinamente acabadas: é o sacrifício de um homem-Deus.
A natureza humana, unida hipostaticamente à Pessoa divina, isto é, ao verbo,
segunda Pessoa da santíssima Trindade, não pratica ação que não se deva atribuir à Pessoa;
ora, em Jesus há uma única Pessoa, e esta é divina; Jesus é Deus, e o que Deus faz é ato de
valor infinito e, se bem que o sacrifício seja de natureza humana, todavia o sacrifício de
Jesus é ação que se deve atribuir à Pessoa divina, ao Verbo; mas a ação do Verbo é infinita,
logo, infinito é o sacrifício; logo, o sacrifício do homem-Deus é de valor infinito. Portanto,
de todos os sacrifícios é o sacrifício de cristo, o Homem-Deus, que de um modo mais
perfeito preenche os quatro fins acima expostos; porque, considerada a dignidade da vítima
imolada em holocausto, que vítima houve jamais ou haverá que supere em dignidade ou
excelência a Vítima divina, Jesus Cristo? O sacrifício de Cristo, embora um único, valeu
infinitamente mais do que os milhões e bilhões de vítimas puramente humanas ou
irracionais de todos os tempos.
Esta é a verdade que a Igreja definiu nos Concílios Efesino e Tridentino, quando
disse que Cristo se ofereceu a Deus Pai sobre o altar da cruz, para lá efetuar a nossa eterna
redenção.
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Sim, a morte de Cristo na cruz foi um verdadeiro sacrifício. Em Cristo temos o
sacerdote constituído por Deus desde toda a eternidade e por isso legítimo. Em Cristo
temos a vítima sensível, verdadeira e realmente imolada na cruz. Temos portanto, os dois
requisitos essenciais para todo o sacrifício: o sacerdote e a vítima. (N.B. Não é requisito
essencial que seja o sacerdote quem mate a vítima, mas sim quem a ofereça). Em Cristo
temos outrossim perfeitamente verificados os quatro fins do sacrifício: Cristo por sua morte
na cruz reconhece o supremo domínio de Deus, aplaca a divina majestade, expia as penas
dos pecados, impetra novas bênçãos do alto e rende graças a Deus pelos benefícios
recebidos.
O Santo Sacrifício da Missa.
Enquanto houver homens sobre a terra é mister que haja sacrifícios; e isto por força
dos fins que visa toda sacrifício: o reconhecimento da soberania absoluta de Deus, o
rendimento de graças ao Senhor pelos benefícios recebidos, a impetração de novos favores
divinos e o aplacamento da ira divina, ofendida pelos pecados, e a satisfação das penas
merecidas.
Ora, que outro sacrifício poderia ser mais grato a Deus e preencher de modo mais
perfeito a finalidade do sacrifício do que o sacrifício do Homem-Deus?
Eis aqui por que, fundando Cristo sua religião sobre a terra, lhe deu um novo
sacrifício, que é a continuação do sacrifício oferecido outrora, cruentamente, sobre o
Calvário: o sacrifício da Missa!
O sacrifício da Missa é um verdadeiro sacrifício; porque é, primeiro, um ato público
efetuado segundo um rito determinado e por ministros para isso especificamente deputados.
Este rito e estes ministros foram instituídos por Deus mesmo, que aboliu o rito e os
mistérios da Lei Antiga. Por isto, de todos os sacrifícios, é o da santa Missa o único
aceitável a Deus, porquanto é ele a renovação e a aplicação daquele do Calvário, do qual
tem a plena eficácia.
É, em segundo lugar, verdadeiro sacrifício, porque se oferece na Missa uma coisa
sensível, que é o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, debaixo das espécies de pão e vinho, o
mesmo Corpo e o mesmo Sangue que um dia ficou imolado no alto do Calvário, oferecido
pelo próprio Sumo Sacerdote, Jesus Cristo. Se há uma diferença entre os dois, esta consiste
em que o Sacrifício do Calvário foi cruento; em que no Calvário Cristo se ofereceu
pessoalmente sem ministros, enquanto nos nossos altares se oferece mediante o ministério
dos sacerdotes; em que no Calvário o sacrifício nos mereceu a redenção, e nos nossos
altares, a aplicação dos frutos dela.
Portanto, não há motivo algum para negar que o Sacrifício da Missa seja verdadeiro
sacrifício: temos nela o sacerdote e temos a vítima.
A Eucaristia – Sacramento.
A respeito do sacrifício seria incompleto se passássemos em silêncio um elemento,
não digo essencial, mais integral de todo o sacrifício: A Eucaristia-Sacramento.
Parece provado que a todos os sacrifícios, assim pagãos como judaicos, estava
anexa a ideia de que, para ser completo o sacrifício, era mister unir-se à divindade com a
participação efetiva e real das vítimas: isto é, com a comunhão, como diríamos hoje, em
que se come da vítima.
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Fosse como fosse a ideia dos pagãos e juDeus a respeito da comunhão, o certo é que
o sacrifício da Missa, não só é Eucaristia-Sacrifício, senão também Eucaristia-sacramento.
Sim, no sacrifício da Missa a criatura não só se dá inteiramente a Deus em holocausto, mas
é por Deus convidada a assentar-se à sua mesa celeste, sobre a qual ele oferece a comer e a
beber aquela mesma vítima, a carne e o sangue preciosíssimos de Jesus.
Ó alimento divinizado pela consagração! Alimento divino! O Corpo e o Sangue
unidos à alma e à divindade de nosso Senhor Jesus Cristo! Alimento único; pois só ele tem
a virtude de operar a fusão de Deus com o homem, união que proporciona à criatura bens
inúmeros, que a transforma e a torna sempre mais semelhante ao seu Criador.
Que realidade consoladora! Pela Eucaristia-Sacramento ou pela comunhão que devo
fazer, sempre que celebro, uno-me de modo admirável a Deus; nutro-me com a substância
divina; sou de certa maneira divinizado; preparo-me insensivelmente para a páscoa da vida
eterna.
* * *
Quer-me agora parecer que não é necessário insistir ainda no valor do santo
sacrifício da Missa. É mais que evidente. Aqui temos um Deus que se imola, um Deus que
é imolado. Que cúmulo de mistérios!
Entretanto, importa relembrar que o sacrifício da Missa é de valor infinito, para que
ninguém se escuse de não ter encontrado o suficiente para si. É um mar inexaurível de
graças e benefícios. Só quem bebe deste mar agrada a Deus; só quem assiste à Missa presta
a Deus o sacrifício por ele aceito. Afora o sacrifício da Missa, nenhum outro pode ser
agradável a Deus e proveitoso ao homem e tão proveitoso, que santos do céu participam da
sua glória, as almas do purgatório e os vivos da terra gozam superabundantemente dos seus
benefícios. É que o sacrifício da Missa constitui o único holocausto verdadeiramente digno
do Senhor, em que se sacrifica o Cristo sempre vivo para interceder em nosso favor. Aqui,
como sobre a cruz, o Cristo se constitui o vínculo vivo que nos une a Deus.
No santo sacrifício da Missa temos o ato em volta do qual gravita e dele se irradia o
próprio sacrifício da Redenção. Sim, na santa Missa, aquele mesmo sacrifício, oferecido um
dia sobre o Calvário, assume a condição como de coisa que ocupa a circunferência, como
de um satélite gravitando em volta do sol, como de uma fonte viva que deságua no oceano.
A santa Missa é o entro, é o sol e é o oceano onde se concentra o próprio sacrifício do
Calvário que é eterno, e ao mesmo tempo perpetuado no tempo, no céu perante Deus e na
terra entre os homens; é o mistério da consumação de todos os desígnios de Deus, realizado
um dia e renovado por todos os séculos até ao fim do mundo.
* * *
É tendo presente o exposto que o sacerdote deve oferecer o tremendo ato religioso.
Oxalá se aproximasse sempre para o futuro da ara sagrada do Senhor com estas disposições
de alma que o dominam ao presente!
Quem dera, pudesse comunicar e, comunicadas, conservar estas mesmas santas e
invejáveis disposições nas almas de todos os assistentes ao santo e inefável sacrifício da
Missa! Quisera, sim, que todos os cristãos se persuadissem de vez por todas ser o santo
sacrifício da Missa o ato de religião mais necessário!
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PARAMENTANDO-SE
1. O amicto.
2. A alva.
3. O cíngulo.
4. O manípulo;
5. A estola.
6. A casula.
7. A dalmática.
O sacerdote é no altar o substituto e representante de Jesus Cristo. Para apresentar-
se dignamente diante de Deus Pai, e da Corte Celeste, deve trazer na alma o ornamento das
virtudes daquele que representa.
O sacerdote deverá apresentar-se diante do Pai celeste como um outro Jacó diante
de Isaac, vestido das vestes de Esaú, o primogênito. Exultará Deus por aquela fragrância
que se desprenderá do coração de seu Filho primogênito e unigênito, oculta debaixo das
vestes desde sacerdote. Manda a Igreja, qual outra Rebeca, vestir o sacerdote de vestes não
suas, como para atrair sobre si, por esta piedosa fraude, a complacência divina, e tornar o
sacrifício incruento da santa Missa aceito a Deus Pai.
Quão pequeno e ao mesmo tempo quão grande é o sacerdote; nada em si, tudo em
Jesus! Nisto pensando, vai se paramentando; e a cada paramento que enverga novas ideias
lhe ocorrem. Ouçamo-lo!
1. O amicto.
A primeira peça, que o sacerdote veste, é o amicto. Beija-o; lança-o sobre aos ombros,
descansa-o por um momento na cabeça; fixa-o em volta do pescoço; deixa-lhe as
extremidades caírem pelas espáduas, e segura-as em seguida com duas longas fitas, em
volta dos rins, enquanto diz: “Ponde-me na cabeça, Senhor, o elmo da salvação para que
repila os assaltos do demônio”.
* * *
O amicto é de origem muito antiga, comum aos clérigos e leigos. Estes, porém, o
abandonaram, e Roma o adotou. Era então o amicto desdobrado não pr baixo, mas por cima
da alva, como peça litúrgica, e prescreve seu uso a partir do século XI. Ainda o prescreve o
rito ambrosiano.
Cinge-se com o amicto o pescoço, para significar segundo Amalário, a moderação
que se deve ter no uso da voz, visto que esta se localiza na garganta: “Collum undique
cingimos, quia vox in collo est”. Esta é de fato a idéia que expressa ainda hoje o bispo,
quando, na ordenação do subdiácono, diz, impondo-lhe o amicto: “Recebe o amicto,
símbolo da moderação na voz”.
Se perguntarmos por que descansa o amicto por um momento na cabeça,
respondemos que foi uso já antes do século XI cobrir primeiro a cabeça, da qual se tirava só
depois de se tem envergado todos os mais paramentos, que o amicto deveria cobrir. Posto
que fosse isto de direito exclusivo dos papas a partir do século XII até XVI, estava em uso
também entre os simples sacerdotes de alguns lugares, que se cobriam cm ele a cabeça
durante certa parte da Missa. Deste uso originou-se o sentido místico dado ao amicto.
Chamaram-no de – “galea salutis” – elmo da salvação.
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Belo sentido místico tem ele! Bem necessário é ao sacerdote este elmo da salvação.
Agarre-se ele a este símbolo da verdadeira esperança cristã!
Elmo de aço, capacete inamolgável, quanto és necessário ao ministro e batalhador
da causa de Deus! É justamente contra o sacerdote que o demônio arma e assesta de
preferência sua formidável bateria para arrancar-lhe da alma a paz, e do coração a coragem.
Protege-o, ó – “galea salutis”.
2. A alva.
Vestido o amicto, enverga a alva, veste talar qual fora prescrita por Deus aos
sacerdotes descendentes de Aarão. É geralmente tecida de linho. Comforma-se assim
melhor com as vestes que São João viu em sua visão e descreve: “E foi-lhe dado vestir-se
de finíssimo linho, resplandecente e branco” (Apoc 19, 8). A alva representa, no seu lavor
como na sua brancura, a justiça e a inocência conquistadas mediante as tribulações
padecidas em união com Cristo: “E este linho fino são as virtudes dos Santos” (Apoc 19,
8). “Esses lavaram seus vestidos e os embranqueceram no sangue do Cordeiro” (Apoc 7,
14).
Os ministros da Igreja primitiva andavam sempre vestidos com essa alva, também
fora das funções litúrgicas. Os neófitos e os néo-batizados vestiam-se na oitava da pascoela
e a depunham no sábado seguinte, que por isso chamava “in albis”, donde vem o nome da
veste: “alva”.
3. O cíngulo.
Pega depois o cíngulo, corda de certo comprimento que serve para estreitar a alva
em volta dos flancos assim que a sua amplitude não impeça no desempenho das suas
funções religiosas.
O cíngulo é de origem muito antiga, e com ele cingiam, então, todos os que
gozavam ou queriam gozar do bom nome e da boa reputação, pois simbolizava o recato, a
continência, a probidade; é por isso prescrito já no primeiro “Ordo Romanus’, como peça
que deve fazer parte das vestes eclesiásticas.
E cingindo-se os rins com este cíngulo, reza: “Cingi-me, Senhor, com o cíngulo da
pureza, e extingui em mim as chamas da volúpia, para que reine em mim a virtude da
continência e da castidade”.
Cíngulo, cinge os rins dos sacerdotes, para que tenham sempre presente a
necessidade da mortificação, que lhes assegura e garante a inocência da vida! Sem se
mortificar não são e não podem ser Ministros do Crucificado, porque quem quer ser de
Cristo crucifica a carne com seus vícios e concupiscências.
4. O manípulo.
Enfia, ao depois, no braço esquerdo o manípulo. Sua origem, além de remotíssima,
é interessante. Usavam-no os Cônsules Romanos por ocasião da inauguração dos jogos no
circo. Depois que o cristianismo entrou em Roma, e criou nela raízes, as estátuas e
monumentos cristãos, que simbolizavam o Salvador e a Santíssima Virgem, eram
distinguidas das mais pelo manípulo. Logo vê-se nele um sinal de respeito todo peculiar
prestado a Jesus e a Maria.
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As personagens distintas, em ocasiões de darem ou receberem presentes, levavam o
manípulo ricamente trabalhado. As estátuas ou imagens destas personagens são
representadas com o manípulo sobre o braço esquerdo. No primeiro “Ordo Romanus”, é
prescrito como insígnia de autoridade: tem-no o subdiácono desdobrado sobre o braço
direito na ocasião de dirigir a “Schola Cantorum”.
De Moléon (1718) aventou a ideia de que o manípulo teria servido de lenço para
enxugar o suor: daí o nome “sudarium”. Dele se serviam os rapazes que, na abadia de
Cluni, cantavam no coro; como também durante o mesmo ofício, dele usavam os rapazes de
São João de Lyon. Estes seguravam-no entre os dedos da mão esquerda.
Isto parece sugerir a ideia de que a finalidade do manípulo fora sempre qual é hoje a
dos lenços. Mas, por serem estes casos esporádicos, parece ser mais aceitável a ideias dos
manípulos, em sua origem, eram verdadeiros distintivos de nobreza e autoridade, sendo que
consta, com toda a certeza, que eram levados pelos clérigos “in sacris”, e só durante a
Missa, desde o século X.
Entretanto, assim uma como outra ideia pode ser interpretada pela oração que a
Igreja põe na boca do sacerdote ao introduzir-lhe no braço o manípulo: “Possa eu tornar-me
digno, Senhor, de carregar o manípulo das lágrimas e da dor, para que receba na glória o
prêmio dde minhas fadigas”.
5. A Estola.
Depois do manípulo vem a vez da de pendurar ao pescoço, peito abaixo, e cruzar
sobre o mesmo a estola. Interessante a sua origem! As pessoas de posição e abastadas
usavam originariamente um rico tecido de linho pendente do pescoço para com ele enxugar
o rosto. Deste pano, chamado orarium (do latim, os= boca, rosto), usavam mais tarde os
que falavam em público; por isso tornou-se ele, aos poucos, nas Igrejas, o ornamento dos
bispos, dos padres e dos diáconos; daí quererem alguns derivar a origem do “orarium”, de
“orator” = pregador; daí o costume de subirem ainda hoje, os pregadores ao púlpito com a
estola.
É certo que primitivamente caía a estola direito por trás e pela frente. Passou-se
depois a cruzá-la sobre o peito e até a firmá-la cruzada debaixo do braço direito.
A Igreja conserva ainda hoje três modos de levar a estola. O bispo observa primeiro,
o sacerdote o segundo e o diácono o terceiro.
6. A Casula.
Vem a vez de envergar a casula (casa pequena, chamada pelos gregos de “planeta”)
peça não fixa, mas móvel. A casula primitiva assemelhava-se bastante a uma pequena casa,
em que parecia estar encerrado o sacerdote. A sua forma redonda permitia o giro fácil em
redor do pescoço.
É a antiga “paenula” derivado de “pannus”, vestimenta de uso universal, vestida em
toda parte e por todos.
Pelo fim do século IV tornou-se mais o hábito próprio e cotidiano dos senadores; e
aos poucos passou a ser veste exclusiva dos sacerdotes ou ministros do culto divino.
Santo Ambrósio é representado em um mosaico do século V vestido da “paenula”,
mosaico que se encontra na capela de São Sátiro em Milão.
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Para ter livres as mãos, o sacerdote recolhia a casula dos braços aos ombros; na
elevação o diácono soerguia-a por detrás, para que o celebrante fosse mais desimpedido em
seus movimentos, ato este, ainda hoje em uso, posto que de nenhuma finalidade prática.
Desde o século XV foi-se-lhe cortando parte do que cobria os braços, assim que
veio tomando imperceptivelmente a forma atual, que muito pouco se assemelha àquela
primitiva. Só a “gótica” relembra mais de perto o que fora a casula primitiva.
* * *
O diácono e o subdiácono são ministros, servos, ajudantes que servem o sacerdote
no altar.
O diaconato e o subdiaconato são as duas Ordens chamadas Maiores para se
distinguirem das Menores, que são os ostiariato, leitorato, exorcistato e acolitato.
O ofício próprio do diácono é cantar o santo Evangelho e servir o sacerdote no altar.
Antigamente, quando os sacerdotes eram pouco numerosos, incumbiam-se os diáconos de
outras funções mais importantes, hoje reservados ao sacerdote: eles batizavam, distribuíam
a santa comunhão, o que se lhes concede ainda hoje em certos casos raros.
O subdiácono canta a Epístola e serve diretamente ao diácono, indiretamente ao
sacerdote, no que se refere ao santo Sacrifício. São estes dois ministros do Sacerdote, em
virtude do seu ofício, revestidos de dignidade extraordinária. É a eles que se permite chegar
mais perto do Santo dos Santos; são os que representam no altar os fiéis e respondem em
nome deles.
* * *
Como disse, paramentam-se: o diácono leva manípulo, mas só durante a santa Missa
e no ofício da sexta-feira santa e sábado santo; põe estola, que, ao invés do sacerdote, cruza,
não sobre o peito, mas sob o braço direito. Em vez de casula enverga dalmática. Dos
mesmos paramentos, menos a estola, se veste o subdiácono.
7. A dalmática.
A dalmática é, com poucas variantes, a tunicela dos antigos romanos, veste
comprida, de mangas, antes estreitas que largas, que se sobrepunha à alva; mas não logrou
generalizar-se na liturgia.
A dalmática, originária da Dalmácia (donde lhe vem o nome) entrou em uso
litúrgico já no século II do cristianismo. Era mais comprida que a tunicela e muito ampla.
As mangas mais largas, porém fechadas, como as da tunicela. Mais tarde se abriram as
mangas da dalmática e da tunicela. Eram mangas curtas; pois não ultrapassavam os
cotovelos.
Vestia-se então a dalmática por sobre a tunicela, como hoje ainda o faz o bispo ao
celebrar pontificalmente. Até os imperadores envergavam este hábito. Como paramento
sagrado, a dalmática foi primeiramente reservada aos Bispos. São Silvestre, no século IV, a
concedeu também aos diáconos; e não tardou que se tornasse paramento exclusivo deles.
Chama-se na liturgia a veste da justiça – “dalmática justitiae”.
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AS CORES DOS PARAMENTOS
1. O Branco.
2. O Encarnado.
3. O Verde.
4. O Roxo.
5. O Preto.
6. O Róseo.
1. O Branco.
Os paramentos que ostentam cor branca revelam dia de festa e júbilo.
É sempre o fundo dos paramentos que diz se um paramento é branco, encarnado,
verde, roxo, preto ou róseo, e não a corda da cruz da casula, e é o fundo que se apresenta
com relevos artísticos trabalhados em ouro, pedraria e prata.
Entre as cores é o branco a expressão da alegria da inocência, da glória angélica, do
trunfo dos Santos, da dignidade e da vitória do Salvador.
Por isso os paramentos de cor branca são usados na Igreja romana nas festas de
Nosso Senhor Jesus Cristo: Natal, Epifania, Ascenção, Corpo de Deus, festas do Sagrado
Coração de Jesus; nas festas de Nossa Senhora, de todos os Santos, Pontífices, Doutores,
Confessores e Virgens, numa palavra, nas festas dos santos e santas que não forem
mártires.
2. O vermelho.
A Igreja Romana prescreve, além dos paramentos brancos, os encarnados, os
verdes, os roxos, e os pretos. Entende-se aqui por paramentos a casula, a estola e o
manípulo.
Os paramentos encarnados ou vermelhos são usados nas festas do Espírito Santo, da
Cruz, e dos Santos Mártires.
Quão bem quadra o encarnado nestas Missas! Simboliza, em seus esplendor, o fogo,
e em sua cor, o sangue: o fogo da caridade pura e santa, o fogo que teve o poder de levar os
que o sentiam crepitar estuante, no peito, a dar a vida e o sangue por Deus.
3. O verde.
Os paramentos verdes são usados nas funções religiosas das Têmporas, que
significam na liturgia mística a peregrinação rumo do céu, i. é, no tempo que segue à
Epifania e Pentecostes.
Em verdade, muito bem sabe a Igreja interpretar os pensamentos mais sublimes por
meio dos mais simples sinais e símbolos! Manda ao sacerdote que use dos paramentos
verdes nestes dias para ficar com o sentir do povo cristão, que vê no verde a cor da
primavera e o símbolo da esperança, dando-lhe ocasião de suspirar pela eterna primavera
como peregrinos que têm postos os olhos só na Cidade Eterna, com a firme esperança de lá
chegar.
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4. O roxo.
Os paramentos roxos ou violáceos são usados durante o Advento, Septuagésima,
Quaresma, Têmpora, Vigílias, Rogações e as três solenes bênçãos litúrgicas do ano, i. é, das
velas, das cinzas e das palmas.
Também aqui está a cor maravilhosamente escolhida. É a cor da penitência; e os
dias em que ela é usada são de penitência. É a cor, cujos reflexos ora claros, ora escuros
fascinam a vista, considerada na antiguidade como a cor significativa do poder régio, da
soberania, das altas dignidades, das riquezas.
A Igreja, longe de abolir este simbolismo, ampliou-o, modificando lhe o aspecto e
aplicando-o à penitência, à oração em meio da aflição e da humilhação. E não é
precisamente isto que nos enriquece, eleva e dignifica? Não é a penitência, a oração e a
humilhação que nos tornam gratos a Deus e nos conquistam a sua graça?
5. O preto.
O preto está em perfeito antagonismo com o branco. Se esta cor é símbolo da
alegria, aquela é o símbolo da tristeza.
A cor preta recorda tristeza, designa luto, relembra a morte.
A Igreja veste luto na comemoração da morte de Jesus e de seus filhos. Chora-lhes a
morte como Esposa que é de Jesus e como Mãe que é dos cristãos. Lá está ela vestida de
preto no altar a interceder e a sacrificar pelos filhos bem amados.
6. O róseo.
Os paramentos róseos foram introduzidos nas Igrejas ricas e são usados só duas
vezes ao ano: no terceiro domingo do Advento, chamado “Gaudete”, e no quarto domingo
da Quaresma, chamado “Laetare”. A origem desta cor litúrgica vem disso: no domingo
“Laetare”, o Papa benzia a rosa que enviaria, ora a um, ora a outro dos príncipes cristãos.
Só mais tarde é que esta cor ficou introduzida no domingo “Gaudete”, que apresenta
algumas analogias litúrgicas como o domingo “Laetare”.
Estas são as cores dos paramentos na Igreja romana, que não reconhece nenhuma
outra mais.
N.B. A uniformidade exige que todas as mais peças, com o frontal, o conopéu, etc.,
sejam sempre da cor da casula, excetuado o conopéu, que nunca deve ser de cor preta.
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COISAS DO CULTO DIVINO
1. A pia da água benta.
2. A aspersão – Caldeirinha com o hissope.
3. O cantochão ou gregoriano (cantoria).
4. O incenso (naveta).
5. O turíbulo.
6. O altar (fixo, móvel e portátil).
7. O Tabernáculo.
8. As toalhas.
9. O Corporal com a Bursa.
10. A pala.
11. O purificatório.
12. O manustérgio.
13. O cálice com o véu.
14. A vela com Castiçal.
1. A pia da água benta.
A água benta. A benção da água é uma cerimônia litúrgica antiquíssima, Tertuliano, no
século III, fala da água santificada por meio da invocação de Deus.
A benção mais solene da água foi sempre a da fonte batismal, que se faz nas Vigílias da
Páscoa e Pentecoste.
Nos primeiros séculos muitos do povo cristão levavam às suas casas um pouco de água
benta, antes que fosse misturada com o sacro crisma, a fim de aspergir as casas e os
campos. Generalizando-se este costume, tornou-se muito cedo tão grande o número de
pretendentes desta água que, não bastando a que fora benta nas duas preditas solenidades,
ordenou Carlos magno em seus Capitulares (Código de leis dividido em capítulos) que se
benzesse a água em todos os domingos do ano antes da Missa.
O rito da benção da água está cheio de belos significados. O sacerdote toma sal e água,
que primeiro exorciza, e, misturando-os em seguida, os benze recitando algumas orações.
Que significam estas cerimônias e matérias?
A tarefa própria do sal é preservar da corrupção; a da água purificar. O sacerdote os
exorciza, isto é, os livra de todo o contato diabólico, coisa que a Igreja faz sempre que eleva
alguma criatura ao uso santo. Mistura-os o sacerdote para que esta água consagrada tenha
em si a virtude que preserva da corrupção e a que purifica. Lança-lhes a bênção ainda, com
o sinal da cruz, que é a arma da defesa contra os inimigos da salvação e a fonte de toda a
graça. Reza, enfim, implorando a virtude de poder, mediante esta água, expulsar o diabo
das nossas almas, dos nossos corpos e das nossas casas; curar as nossas doenças e atrair
sobre nós o socorro do espírito Santo.
Possui a água benta o poder de apagar os pecados veniais de todos os que dela se
servem com fé em Jesus Cristo e com o arrependimento das próprias culpas.
“Lavai-me, Senhor, sempre mais das minhas iniquidades e purificai-me dos meus
pecados.” (Sl 50, 4)
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2. A aspersão – caldeirinha com hissope.
A aspersão do altar e da Casa de Deus que é prescrita para certas Igrejas antes de
começar a Santa Missa Solene, e é louvavelmente praticada nas matrizes, oncorre
belamente para instruir o povo fiel acerca de grande e importante verdade: é necessário que
nós nos purifiquemos antes de assistir ao Santo sacrifício. São numerosíssimas as
purificações prescritas na Lei antiga, aos sacerdotes e ao povo que se propõe a fazer suas
oblações a Deus. E, todavia, quão inferiores são os sacrifícios de Israel aos dos cristãos! A
nação alguma foi dado ter a divindade tão perto, como o nosso Deus nos é tão vizinho,
exclama São Tomás.
Enquanto se vai procedendo à aspersão, o coro canta a antífona: “asperges me, Domine,
hyssopo, et mundabor, lavabis me et super nivem dealbabor”. – Aspergi-me Senhor, com o
hissope, e serei purificado; lavai-me, senhor, e serei mais alvo que a neve.
Asperge-se primeiramente o altar, para afugentar o espírito das trevas que se introduz
em toda a parte, mesmo no santuário.
A seguir, o sacerdote se asperge a si mesmo; pois, se a pureza há de ser o condão de
todos, é evidente que deve ser particularmente do sacerdote, que se propõe percorrer as filas
dos fiéis, levando-lhes as graças da purificação.
Segue a aspersão dos fiéis. E, à medida que vai desempenhando estas cerimônias, recita
a meia voz, com os seus ministros, o “Miserere”, expressando os sentimentos de penitência,
que o animam a ele e aos fiéis, dispondo-se assim a receber os dons divinos.
Durante o tempo Pascal, ou melhor, desde a Páscoa a Pentecoste, o coro canta uma
outra antífona, acompanhada da primeira estrofe, não já do “Miserere” mas do Salmo 117:
“Confitemini Domino”: - “Vidi aquam egredientem de templo a latare dextro, aleluia! Et
omnes ad quos pervenit aqua ista salvi facti sunt et dicent: aleluia, aleluia, aleluia!” – Vi a
água romper do lado direito do templo, aleluia! E salvaram-se todos os que foram
aspergidos com esta água; e todos dirão: aleluia, aleluia, aleluia!
Mas por que este canto durante o tempo pascal? É que antigamente era nos dias de
Páscoa e Pentecoste que se administrava o santo sacramento do Batismo aos catecúmenos.
A antífona relembra os frutos salutares do sacramento da regeneração. Convida-nos a Igreja
à alegria e ao recolhimento, por tão grande benefício. Entende-se, por isso que estaria fora
de lugar o “Miserere”, que é próprio para dias de dor e penitência.
Se tivéssemos maior fé, de certo estaríamos sempre em tempo na Igreja a fim de
participar das graças da aspersão!
3. O cantochão ou gregoriano.
O coro canta, e canta um canto todo próprio da Santa Igreja, um canto sagrado pela
elevação divina dos pensamentos e melodias.
Longe de ser inferior a qualquer outro, o Canto Gregoriano supera a todos pela
expressão da prece, que irrompe tão intensa quão simples da alma humana que procura a
Deus.
O Canto gregoriano merece ser aqui recordado por constituir uma nota característica na
santa Missa Solene, e nos demais ofícios divinos.
O nome de “cantus planus” – cantochão – orignou-se da sua simplicidade; assim, foi
chamado a partir do século XIV, em oposição ao canto compassado e figurado que entrou a
lhe fazer concorrência.
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4. O incenso – Naveta.
E enquanto os ouvidos se embalam e a alma se eleva às regiões superiores com as
suaves melodias do cantochão, turvam os olhos e o olfato nuvens espiraladas que ascendem
do turíbulo ao alto e enchem a Igreja toda.
É o incenso cuja origem, símbolo e uso despertam certo interesse, como coisa
inseparável em todas as solenes funções religiosas.
O incenso é uma substancia resinosa, extraída de uma planta que cresce na Palestina e
na Arábia.
A língua latina tem duas palavras para indicar essa substancia: a palavra “thus”, de um
verbo grego, que significa perfumar, e a palavra “incensum”, de um verbo latino, que quer
dizer queimar, donde o termo incenso. Podemos reunir os dois significados e dizer que o
incenso é um perfume destinado a se consumir em honra de Deus.
O uso do incenso era conhecido entre os Gregos e Romanos, que o ofereciam aos seus
Deuses. Em sinal de honra, era queimado também diante de personagens ilustres. Aos
poucos foi usado outrossim para incensar os bispos, depois de pessoas em geral, por fim, os
próprios objetos.
5. O turíbulo.
O turíbulo é um instrumento litúrgico, em que crepita o fogo que devorará o incenso, e
donde se evolará em nuvens aromáticas. Em sua origem era o turíbulo um enorme
perfumador sem correntes e repleto de carvão aceso. Um mosaico de São Vital de Ravena
prova que o turíbulo já era suspenso por correntes no século VI. Era o turíbulo carregado
pelos acólitos e levado “ad nares hominum” – aos narizes dos homens – que estendiam para
ele as mãos e recolhiam a si o fumo suave do incenso. Há testemunhos que depõem ter sido
o incenso usado, desde o século II, para perfumar as Igrejas; e só mais tarde se passou a
usa-lo para incensar as pessoas e as cosas. A “Peregrinatio Sylvias ad loca santa” narra que
na manhã do domingo, ao canto do galo, quando o Bispo e os seus ministrantes entraram no
santuário do “Atanásis” (Ressurreição) já alumiado por numerosíssimas lâmpadas, após a
oração e a salmodia, e antes que o Bispo lesse o Evangelho ao povo, eram carregados
turíbulos; e a “Basílica da Ressurreição ficou cheia de um suave aroma”.
O uso do incenso na liturgia é ainda hoje muito frequente. É usado quase em todas as
cerimônias litúrgicas: na Missa Solene; durante os ofícios das Laudes e das Vésperas; nas
bênçãos do Santíssimo; e, entre outras, nas grandes bênçãos litúrgicas do ano, das velas, da
Purificação, das cinzas, e das palmas.
Falar-se-á em seu lugar da incensação do altar durante a missa solene.
Também o incenso tem o seu simbolismo. Este aroma, que a Igreja usa em todas as
solenidades, deve recordar-vos continuamente que devemos ter o bom cheiro de Jesus
Cristo, e rescender em todo lugar o conhecimento e o amor de nosso Deus.
Ascendamos ainda mais alto para achar um belíssimo significado do incenso! Como o
discípulo predileto, em sua visão de Patmos, contemplamos no céu os turíbulos de ouro,
movidos pelos Anjos, junto ao trono do Cordeiro. Estes turíbulos estavam cheios de
perfumes, narra o vidente; e revela-nos também que eles não eram outra coisa que as
orações dos Santos. O incenso, portanto, segundo São João, simboliza também a oração; e
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quando se eleva ao céu, relembra-nos como há de ser a nossa prece; isto é, pura, ardente,
aromatizante com o perfume das nossas virtudes.
6. O altar (fixo, móvel e portátil)
Fixam-se agora os olhares mais intensa e demoradamente no altar. Os maiores e mais
vivos sentimentos despertam à sua vista.
Que é o altar? Quantas espécies há? Que representa?
O altar significa coisa alta, “alta res”; e é uma tábua soerguida um tanto acima do solo,
em que se oferece o sacrifício.
A Igreja devia ter o seu altar, altar sagrado por excelência, porque a vítima que nele se
imola é um Deus.
Há duas espécies de altares: o altar fixo ou imóvel e o altar portátil ou móvel. O
primeiro consta de uma grande laje de pedra (geralmente de mármore) que descansa sobre
um bloco ou colunatas da mesma matéria, e forma um todo consagrado e fixo soalho. O
outro não passa de uma simples laje de pedra, assaz larga para pousarem sobre ela o cálice
e a hóstia; e é engastada em uma lousa de pedra ou madeira. A pedra ou altar móvel
consagrado pode ser transportado de um lugar para outro sem prejuízo da consagração, o
que não se dá com o altar imóvel.
Há nas Igrejas geralmente mais de um altar. O altar-mor, quase sempre fixo, é o
principal; é o lugar em que se efetuam de preferências as sagradas cerimônias.
Os altares laterais não eram conhecidos nos primeiros séculos; principiaram a sê-lo,
quando foi introduzido o costume de rezar mais missas simultaneamente em uma e mesma
Igreja.
Seja qual for o material com que se constrói o complexo de peças que compõem o altar,
nele não poderá faltar nunca a lousa de pedra consagrada sobre a qual possam caber pelo
menos a hóstia e o cálice.
Sobre o altar está colocada a cruz com a imagem de Jesus Cristo Crucificado, a fim de
recordar ao celebrante e aos fiéis a paixão de Jesus Cristo, que o sacrifício renova
misticamente.
Não podem faltar duas velas acesas, uma à direita, outra à esquerda do Crucifixo, em
sinal da honra e veneração que se deve tributar à adorável vítima.
São regularmente três os degraus no altar-mor, e simbolizam as virtudes teologais da fé,
esperança e caridade que conduzem a Jesus Cristo.
De fato, o altar representa Jesus Cristo; e disso adverte o bispo aos subdiáconos no dia
da sua ordenação. O rito da consagração dos altares é comovente: são mais de duzentos
sinais da cruz que se fazem sobre o altar durante as cerimônias de sua consagração, o que
bem deve lembrar o pensamento predominante do sacrifício da cruz.
O altar é de pedra, ao menos a parte que deve receber a hóstia e o cálice; ora, a pedra é
uma figura de Jesus Cristo, “pedra angular” (Ef 2, 20) da Igreja, como chama São Paulo.
Cinco cruzes estão gravadas nesta pedra e figuram as cinco chagas do Salvador.
É ela purificada por numerosas bênçãos, porquanto simboliza aquele Pontífice eterno,
santo, inocente, imaculado, de quem fala o Apóstolo.
Passa ainda por diversas unções executadas com o óleo dos Catecúmenos e do Sagrado
Crisma. Constitui emblema daquele de quem está escrito: “O espírito do Senhor descasa
sobre mim; por isso ele me ungiu” (Lc 4 ,18)
Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.
38
No sepulcro desta pedra jazem algumas relíquias de Santos, devendo ser, ao menos uma
delas, de um mártir, para assim relembrar o piedoso costume dos primeiros séculos em que
se celebravam os santos mistérios sobre o sepulcro dos mártires.
O altar representa, portanto, Jesus Cristo; é a figura de Deus que reside no meio do seu
povo.
7. O tabernáculo.
Releva fixar a atenção no tabernáculo, que ocupa o centro do altar e é encimado de uma
cupulazinha ou baldaquim. Encontra-se quase so no altar-mor. Sua finalidade, desde os
tempos mais remotos, é guardar as sagradas hóstias e partículas das mesmas. O baldaquim é
absolutamente necessário para que se possa expor o Santíssimo no ostensório.
O tabernáculo deve ser no interior revestido ou de ouro ou de seda branca, e no exterior,
ao menos a parte da frente, de um véu chamado “conopéu’.
Sobre o tabernáculo não deve haver nada, afora o crucifixo. Assim o tabernáculo como
o baldaquim devem ser de obra prima, tanto quanto possível. Em alguns lugares são
riquíssimos e de execução artística. Neste sentido a Igreja não poupou nunca dinheiro ou
tempo.
O altar há de ser exornado de forma que mereça, tanto quanto a matéria o possa, servir
de morada de Deus três vezes santo.
Concorrem de modo especial a santificar o altar as relíquias dos Santos que, em arcas
preciosas, ficam expostas sobre ele. É este costume muito antigo e muito digno e justo,
porque digno e justo é que no momento da sacrifício do augusto e soberano Senhor, Cabeça
dos fiéis, os Santos, como membros desse corpo, estejam presentes e se associem à glória
do supremo ato da Religião Cristã.
Ordena, porém, a Igreja que, mesmo assim, se devem afastar do altar todas as relíquias
e relicários durante a santa missa, que se celebra no tempo do advento e da quaresma, bem
como durante o ofício de réquiem e a exposição do Santíssimo Sacramento.
8. As toalhas.
O que prende a atenção sobre o altar são as três toalhas de linho ou cânhamo alvíssimo
Uma dessas se estende por sobre a ara sagrada de forma a encobrir quase inteiramente o
altar dos lados e da frente. Duas outras que se ocultam aos olhares cobrem a mesa do altar e
devem cobrir ao menos a pedra sagrada. O sacerdote que celebra sem estas três toalhas peca
gravemente, como também se admite outras de pano que não sejam linho ou cânhamo. Sua
finalidade é óbvia: pode suceder que se entorne o santíssimo Sangue e então uma única
toalha não bastaria para recolher. O uso da toalha remonta ao menos ao século IV: isto se
pode provar historicamente.
9. O corporal com a Bursa.
Quero aqui antecipar a referência a outros panos, que, por rigor da ordem proposta neste
trabalho, deveriam ser mencionados quando ocorressem no ato da celebração da missa.
Faço-o para não distrair então a atenção, que reclamam coisas mais simples.
Assim, pois, importa saber que, afora as toalhas, que cobrem o altar, são usados,
durante o santo sacrifício da Missa, o corporal, a pala, o purificatório e o manustérgio.
Apostila de liturgia completo
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  • 1. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 1
  • 2. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 2 APRESENTAÇÃO A presente apostila tem como objetivo formar jovens interessados no Santo Serviço do Altar, no auxílio a Sacerdotes, na Santa Missa na Forma Extraordinária do Rito Romano, a Missa Tridentina, conforme as prescrições de 1962. Mediante isso, chamamos a atenção dos candidatos que as normas litúrgicas aqui expostas, tratam-se unicamente de atender a esta forma litúrgica, anterior ao Concílio Vaticano II. Cabe a nós entender e ter presente em nossas conciências a eliminação de qualquer comparação e juízos de valores quanto às formas litúrgicas diferentes das aqui expostas. O Organizador.
  • 3. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 3 ORAÇÕES PARA INICIAR AS REUNIÕES Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis. E acendei neles o fogo do Vosso amor. Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra. OREMOS Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a Luz do Espírito Santo, Fazei que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito. E gozemos sempre da Sua consolação, por Cristo Nosso Senhor. Amém! Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém. Nossa Senhora do Carmo, Rogai por nós. São João Bosco, Rogai por nós. São Tarcísio, Rogai por nós. + Nos cum prole pia, Benedictat Virgo Maria
  • 4. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 4 NOÇÕES, NORMAS, EXPLICAÇÕES E PRÁTICA CERIMONIAL
  • 5. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 5 15 CONSELHOS DE OURO PARA OS SERVIDORES DO ALTAR 1) CONSIDERAR UMA GRANDE HONRA O SER ACÓLITO (= NÃO INSTITUÍDO, COROINHA). ESFORÇAR-SE POR HONRAR ESTE CARGO E SER FIEL A ESTA GRAÇA. 2) FAZER BEM CADA MOVIMENTO E COM EXATIDÃO. POR EXEMPLO: PREPARAR O ALTAR, AJUDAR NA MISSA, ACENDER OS CARVÕES DO TURÍBULO, AS ENTRADAS E SAÍDAS DAS CERIMÔNIAS. DAR O MELHOR DE SI. 3) PIEDADE. GRANDE AMOR A JESUS EUCARISTIA. FAZER UMA VISITA AO SANTÍSSIMO CADA VEZ QUE FOR À IGREJA. AÇÃO DE GRAÇAS APÓS A COMUNHÃO. ROSÁRIO (OU TERÇO) DIÁRIO À NOSSA SENHORA. 4) ESTADO DE GRAÇA. PERMANECER SEMPRE NA AMIZADE COM DEUS. SE CAIR EM PECADO, CONFESSAR-SE O QUANTO ANTES. FUGIR DAS OCASIÕES DE PECADO (TV, MÁS COMPANHIAS, MAUS AMBIENTES). 5) CONHECER-SE E CORRIGIR-SE. TEMOS DEFEITOS E FRAQUEZAS. ACEITAR AS CORREÇÕES COM HUMILDADE. PEDIR A GRAÇA DE DEUS. 6) SERIEDADE E RESPONSABILIDADE NO CUMPRIMENTO DO DEVER. LEVAR A SÉRIO AS ORDENS, OS AVISOS, AS CERIMÔNIAS, OS DEVERES PRÓPRIOS DO ACÓLITO. 7) NÃO OLHAR PARA OS FIÉIS OU OUTRAS PARTES DURANTE AS CERIMÔNIAS. 8) PERMANECER ERGUIDO, EM POSIÇÃO RETA: - AJOELHADO: ERGUIDO, AS MÃOS JUNTAS, SEM CRUZAR OU MOVER OS PÉS; - EM PÉ: OS PÉS ENDIREITADOS, AS MÃOS JUNTAS; - SENTADO: O CORPO ERGUIDO, OS JOELHOS JUNTOS, AS MÃOS SOBRE AS PERNAS; - CAMINHANDO: COMPASSADAMENTE. OS OLHOS BAIXOS. NÃO CAMINHAR PARA TRÁS. 9) REALIZAR CADA AÇÃO SOMENTE DEPOIS DE TER CONCLUÍDO A ANTERIOR. SENTAR-SE, AJOELHAR-SE, COLOCAR-SE DE PÉ (NÃO SE APOIAR QUANDO ESTIVER EM PÉ). 10) ATENÇÃO ÀS CERIMÔNIAS. FAZER AS COISAS BEM E COMPASSADAMENTE, MAS COM PRONTIDÃO E DESENVOLTURA. ENSAIAR. APRENDER BEM. 11) SIMETRIA E SINCRONIZAÇÃO NAS CERIMÔNIAS. REALIZAR AS AÇÕES JUNTO COM OS OUTROS AO MESMO TEMPO, POR EX: AS INCLINAÇÕES E AS RESPOSTAS DA MISSA. GUARDAR SEMPRE A MESMA DISTÂNCIA QUANTO AOS OUTROS ACÓLITOS. 12) SILÊNCIO: NA IGREJA, NA SACRISTIA. NÃO CONVERSAR NA IGREJA, NÃO RIR, NÃO GESTICULAR. 13) PRONUNCIAR BEM AS PALAVRAS [EM LATIM]. 14) RESPEITO E OBEDIÊNCIA AOS SACERDOTES, SUPERIORES E CERIMONIÁRIOS MAIS VELHOS. 15) BOM EXEMPLO: NO CATECISMO, NA ESCOLA, NA RUA, NA IGREJA. OBSERVAR UM COMPORTAMENTO EXEMPLAR (QUE MOTIVE A SER IMITADO). FAZER AS COISAS COM DEDICAÇÃO, PIEDADE E ZELO.
  • 6. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 6 I – PARTICIPAÇÃO NA SANTA MISSA Introdução. Nesta apostila vamos seguir o que diz o Papa Pio XII na “Instrução sobre Música Sacra e Sagrada Liturgia”, de 3 de setembro de 1958. Este é o último documento que trata sobre o assunto até o ano de 1962. 1) Noções prévias. A Santa Missa pode ser: a) Missa Pontifical: é a Missa celebrada pelo Bispo. Esta pode ser:  Solene: celebrada com canto e ministros sagrados.  Rezada: sem canto com a ajuda de dois Sacerdotes Capelães (mesmas normas de participação da Missa dialogada ou rezada pelo sacerdote). b) Missa com canto: quando o Sacerdote canta as partes que lhe são próprias. Subdivide-se em:  Solene: quando o Sacerdote é ajudado pelo Diácono e Subdiácono;  Cantada (de guardião): quando o Sacerdote é ajudado só por acólitos. c) Missa Dialogada: quando os fiéis participam liturgicamente, ou seja, respondendo ao Celebrante e rezando com ele o Gloria, Credo, Sanctus e Agnus Dei. d) Missa Rezada: quando os fiéis participam em silêncio ou em comum por meio de orações e cânticos de piedade popular (extra-litúrgicos). 2) Participação dos fiéis nas Missas com canto. Na Missa Solene a participação ativa dos fiéis pode realizar-se em três graus: a) Primeiro grau: Quando todos os fiéis cantam as respostas litúrgicas: Amen; Et cum spiritu tuo; Gloria Tibi, Domine; Habemus ad Dominum; Dignum et iustum est; Sed libera nos a malo; Deo gratias. Deve-se trabalhar para que em todos os lugares os fiéis sejam capazes de cantar essas repostas. b) Segundo grau: Quando todos os fiéis cantam as partes do Ordinário da Missa: Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus e Agnus Dei. Deve-se esforçar para que os fiéis saibam a cantar essas partes da Missa com as melodias gregorianas mais simples. c) Terceiro grau: Quando todos os presentes estejam de tal modo exercitados no canto gregoriano, que saibam cantar as partes do Próprio da Missa. Deve-se urgir essa participação plena sobretudo nas comunidades religiosas e seminários. Nos domingos e festas deve-se optar (optandum est) para que a Missa paroquial ou principal seja celebrada com canto. Para as Missas cantadas, aplicam-se as mesmas normas de participação da Missa solene. 3) Participação dos fiéis nas Missas rezadas. O primeiro modo com o qual os fiéis podem participar da Missa rezada dá-se quando, cada um, por própria indústria, participa internamente, ou seja, com atenção às partes principais da Missa, ou externamente, segundo os costumes aprovados das diversas regiões.
  • 7. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 7 São principalmente dignos de louvor os que, com um pequeno missal adaptado à sua capacidade, rezam com o Sacerdote as mesmas orações da Igreja. Como, porém, nem todos os fiéis são igualmente idôneos para entender os ritos e fórmulas litúrgicas, estes podem participar de um modo mais apto e fácil, ou seja “meditando piamente nos mistérios de Jesus Cristo, ou fazendo exercícios de piedade e orações que, embora difiram da forma dos ritos sagrados, no entanto pela sua natureza a eles convém1 ”. O segundo modo de participação dá-se quando os fiéis participam da Santa Missa com orações comuns e cânticos. Deve-se cuidar para que tais orações e cânticos estejam de acordo com as diversas partes da Missa. O terceiro modo de participação e o mais perfeito de todos, dá-se quando os fiéis respondem liturgicamente ao Celebrante, como que dialogando com ele e rezando em voz alta as partes que lhes são próprias. Esta participação plena se distingue em quatro graus: a) Primeiro grau: se os fiéis dão ao Celebrante as respostas mais fáceis: Amen; Et cum spiritu tuo... b) Segundo grau: se os fiéis dizem todas as respostas do acólito, rezam o Confiteor antes da comunhão e o Domine non sum dignus. c) Terceiro grau: se os fiéis rezam com o Celebrante as partes do Ordinário da Missa: Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus e Agnus Dei. d) Quarto grau: se os fiéis rezam juntamente com o Celebrante as partes do Próprio da Missa: Intróito, Gradual, Ofertório e Comunhão. Este último grau pode ser usado com dignidade por grupos mais seletos e cultos. Outras normas: Nas Missas rezadas, todo o Pater Noster pode ser rezado pelos fiéis juntamente com o Celebrante, mas somente em língua latina, e acrescentando o Amen. Em razão do costume, enquanto o Celebrante reza o Pai Nosso em latim, os fiéis podem rezá-lo juntos em português. Nas Missas rezadas os fiéis podem cantar hinos populares, guardando-se, porém, a lei de que estejam de acordo com cada parte da Missa. 1 Mediator Dei.
  • 8. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 8 4) Posições dos fiéis na Santa Missa. Partes da Cerimônia Missa Rezada Missa Dialogada Missa Cantada e Solene Missa Pontifical Recepção do Bispo (Ecce Sacerdos) De joelhos De joelhos De joelhos De joelhos Entrada do Celebrante De pé De pé De pé De pé Canto do Asperges De pé De pé De pé De pé Orações ao pé do altar De joelhos De joelhos De pé De pé Ao subir ao altar De joelhos De pé De pé De pé Incensação - - De pé De pé Intróito e Kyrie De joelhos De pé De pé De pé Gloria De joelhos De pé De pé/sentados De pé/sentados Colecta (oração do dia). De joelhos De pé2 De pé5 De pé5 Epístola Sentados Sentados Sentados Sentados Gradual/Aleluia Sentados Sentados Sentados Sentados Evangelho De pé De pé De pé De pé Credo De pé De pé De pé/sentados De pé/sentados Et incarnatus est Genuflexão Genuflexão De joelhos De joelhos Dñus. vob./Oremus De pé De pé De pé De pé Ofertório Sentados Sentados Sentados Sentados Incensação do Celebrante - - De pé De pé Orate fratres De pé De pé De pé De pé Após o Sanctus (rezado ou cantado) De joelhos De joelhos De joelhos De joelhos Todo o Cânon De joelhos De joelhos De joelhos De joelhos Pater Noster/Agnus Dei De joelhos De pé De pé De pé Após o Agnus /comunhão De joelhos De joelhos De joelhos De joelhos Abluções até Communio De joelhos De joelhos De pé De pé Postcommunio De joelhos De pé1 De pé1 De pé1 Bênção final De joelhos De joelhos De joelhos De joelhos Evangelho final De pé De pé De pé De pé Orações finais/pé do altar De joelhos De joelhos - - Saída do Celebrante De pé De pé De pé De joelhos 2 Exceção: nos dias de penitência (advento, quaresma), salvo no domingo, e nas Missas de defuntos, deve-se ajoelhar durante a Colecta e a Postcommunio.
  • 9. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 9 II – Normas para os Acólitos 1) Regras para ajudar a Missa rezada com 1 Acólito3 . 1. O acólito da Missa, sempre que possível, deve apresentar-se vestido de batina e sobrepeliz. 2. Na sacristia, quando o sacerdote começa a paramentar-se, deve colocar-se à sua esquerda e oferecer-lhe sucessivamente o amito, a alva, o cíngulo, o manípulo, a estola e a casula. Depois que o sacerdote põe o cíngulo, ajusta a alva de maneira que as suas extremidades fiquem igualmente elevadas do chão e as pregas igualmente distribuídas. 3. Uma vez paramentado o sacerdote, tomará o missal segurando-o com ambas as mãos, por baixo, tendo-o diante do peito e com a abertura para o lado esquerdo. 4. Ao partir da sacristia, fará reverência à cruz, juntamente com o sacerdote, e lhe oferecerá água benta, seguindo na sua frente. Se a Missa não for no altar-mor ou no altar do Santíssimo, passando por estes fará genuflexão simples, e, se o Santíssimo, estiver exposto, fará genuflexão dupla, juntamente com o sacerdote. 5. Chegando ao altar, receberá com a mão direita o barrete, beijando-o, depois de ter beijado também a mão do sacerdote; fará genuflexão junto com o sacerdote, colocando em seguida o missal no altar sobre a estante, e o barrete na credência do lado da Epístola.  Note-se que o acólito sempre faz genuflexão durante a Missa, desde a chegada até a saída, mesmo se não há o Santíssimo no sacrário. 6. De volta da credência, passará para o lado do Evangelho, fazendo genuflexão no meio, ficando de pé, mãos postas e virado para o altar. Nas Missas com o povo, antes de ir para o seu lugar ao lado do Evangelho, o acólito tocará a campainha, na credência, assim que o celebrante, após abrir o missal, se dirigir para o meio do altar. 7. Quando o sacerdote desce o degrau para começar a Missa, se ajoelhará no chão (e não no degrau) e benzendo-se com ele, responderá com voz clara e compassada, conservando sempre as mãos postas e a cabeça virada para o altar.  Sempre que o sacerdote se benze ou bate no peito, o acólito fará o mesmo (exceto no Confíteor que o acólito também reza depois do sacerdote e durante o Cânon). 8. O Confiteor deve ser rezado com inclinação profunda; às palavras ''tibi pater" e ''te pater" o acólito deve virar-se para o sacerdote; só ao "Indulgentiam" é que cessa a inclinação. 9. Quando o sacerdote sobe ao altar, o acólito levantará com a mão direita a extremidade dianteira da alva para não ser pisada, e passará a ajoelhar-se sobre o degrau, aí ficando, de joelhos, até o fim da Epístola. 3 Extraídas do Manual da Paróquia.
  • 10. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 10 10. Terminada a Epístola, responderá ''Deo gratias" e, levantando-se irá buscar o missal para passá-lo ao lado do Evangelho, esperando porém ao lado do sacerdote, que este se dirija para o meio do altar. 11. No princípio do Evangelho fará o sinal da cruz juntamente com o celebrante, estando virado para ele e ao seu lado esquerdo, e, ao ouvir a palavra "Iesus" fará reverência e voltará para o lado da Epístola onde ficará até o fim do Evangelho, de pé e mãos postas. 12. Durante o Credo se conservará de joelhos. 13. Terminado o Credo e dito o "Oremus", subirá ao altar para dobrar o véu do cálice, colocando-o dobrado sobre o altar (com a cruz para cima), e se dirigirá para a credência, trazendo as galhetas para o lado do altar, tomando a do vinho na mão direita e a da água na mão esquerda. Oferecerá ao sacerdote primeiro a do vinho, beijando-a na alça antes de dar e depois de receber, e depois a da água, com a colherinha. 14. Logo em seguida levará as galhetas para a credência e voltará para o ''Lavabo'' com a galheta de água na mão direita e o pratinho do Lavabo na mão esquerda, colocará no braço esquerdo o manustérgio, ou colocará sobre o altar ou debaixo do pratinho, pendente na direção do sacerdote. No Lavabo, quando o sacerdote se aproxima, o acólito lhe fará reverência antes de derramar a água, como também depois, antes de voltar para a credência. Terminado o "Lavabo" tomará a campainha da credência e irá se ajoelhar do lado da Epístola. 15. Ao "Orate fratres" esperará que o sacerdote termine de dar a volta, para começar a responder o "Suscipiat". 16. Ao "Sanctus" tocará três vezes a campainha e ao "Benedictus" se benzerá com o sacerdote. 17. Antes da elevação, quando o sacerdote estender as duas mãos sobre o cálice, dará um toque de campainha, levantar-se-á e levando a campainha irá se ajoelhar bem perto do celebrante, mas atrás e para o lado. Durante a elevação (tanto da hóstia como do cálice) tocará três vezes a campainha, bem espaçadamente, sustentando com a mão esquerda a ponta da casula, e inclinando-se, dando um toque na campainha, quando o sacerdote faz a genuflexão. 18. Terminada a elevação voltará a ajoelhar-se onde estava. Ao “Per ipsum” (pequena elevação), tocará a campainha; ao "Agnus Dei" baterá três vezes no peito como o sacerdote, e ao "Domine non sum dignus" tocará três vezes a campainha. 19. Quando o sacerdote faz genuflexão após ter tomado a Hóstia, o acólito levanta-se e vai à credência buscar a patena. Ajoelha-se no seu lugar e, enquanto o sacerdote toma o cálice, reza o "Confiteor" e reponde "Amen" ao "Misereatur" e ao "Indulgentiam". Bate a campainha quando o sacerdote abre o sacrário, exceto quando na Missa foram consagradas partículas para o povo em alguma âmbula. Bate a campainha nas três vezes em que o Padre diz “Domine non sum dignus”.
  • 11. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 11 Quando o sacerdote vai se dirigir para a mesa da comunhão, o acólito se levanta, afasta-se para a esquerda sem voltar as costas para o Santíssimo, deixa o padre passar e o acompanha pelo lado direito, colocando bem a patena sob o queixo dos comungantes, acompanhando o movimento da mão do sacerdote. No final entrega a patena ao sacerdote. Bate a campainha ao fechar-se o sacrário. O acólito deve segurar a patena sem tocar no centro dela, sempre em posição horizontal. 20. Abluções: O Acólito vai à credência e traz para o altar as duas galhetas de vinho e água, uma em cada mão. Fica atento aguardando que o padre incline o cálice para a ablução. Então porá vinho no cálice e, pouco depois vinho e água, devagar e aos poucos, parando quando o celebrante erguer o cálice ou os dedos. 21. Voltará em seguida para a credência onde deixa as galhetas, cobrindo-as, e, vindo novamente para o altar, levará o véu desdobrado, segurando-o com ambas as mãos, para o lado do Evangelho e de lá passará o missal para o lado da Epístola, fazendo genuflexão ao passar pelo meio do altar. 22. Posto o missal no altar (reto, não em diagonal), voltará para o lado do Evangelho para entregar ao sacerdote a bolsa e o véu; depois se ajoelhará no degrau do lado do Evangelho. 23. Dada a bênção pelo sacerdote, levantar-se-á indo imediatamente para perto do altar do lado do Evangelho e aí fará o sinal da cruz, respondendo ao sacerdote; em seguida, feita reverência ao celebrante, passará para o lado da Epístola, indo buscar na credência a folha com as orações finais (se for preciso). 24. Ao "Et Verbum caro factum est" fará genuflexão e logo após se ajoelhará no chão para responder às orações finais, apresentando a folha das orações finais quando o sacerdote pedir. Terminadas as orações, levará a folha para a credência, trará o barrete, apanhará o missal, fará genuflexão com o sacerdote, dar-lhe-á o barrete, beijando-o primeiro e depois a mão do sacerdote, e voltará para a sacristia, na frente, da mesma forma que veio no princípio da Missa. 25. Chegando à sacristia fará reverência à cruz com o sacerdote, receberá o barrete e se ajoelhará para receber a bênção do sacerdote. Depois, colocará o barrete juntamente com o missal sobre a mesa; passando depois para a esquerda do sacerdote, o ajudará a desvestir- se, recebendo os paramentos e colocando-os em ordem sobre a mesa. 26. Terminado tudo, fará uma reverência ao sacerdote e lhe pedirá a bênção, retirando-se da sacristia.  Se comungou, deverá ir para a igreja para dar ação de graças. Depois, guardar no seu lugar a batina e a sobrepeliz. Se for o encarregado, deverá arrumar o altar, apagar as velas e guardar os paramentos.
  • 12. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 12 2) Particularidades da Missa rezada com 2 Acólitos. 1. Princípios gerais:  Eles se colocam ao pé do altar; no chão, de cada lado: o primeiro no lado da epístola e o segundo no lado do evangelho.  Antes e depois dos diversos deslocamentos, eles vêm juntos fazer a genuflexão no meio do altar, no chão.  É sempre o primeiro acólito (o da direita) que toca a campainha. 2. Na saída da sacristia: o segundo vai à frente, toca o sino da entrada e, chegando ao altar, deixa o primeiro, que leva o missal, e o celebrante passarem diante dele. 3. Depois da Epístola: o primeiro acólito transporta sozinho o missal; o segundo acólito se levanta para ouvir o Evangelho, ou transporta o pedestal do microfone, se for o caso. 4. Ao Ofertório: Após a genuflexão, o segundo sobe ao altar para dobrar o véu do cálice, enquanto o primeiro vai à credência apanhar as galhetas, toma a do vinho e dá a de água, com a colherinha, para o segundo acólito; e ambos vão até o lado direito do altar. 5. No Lavabo: O primeiro derrama a água sobre os dedos do padre e ele mesmo segura o pratinho. O segundo apresenta o manustérgio. 6. Na elevação: Sobem ambos para os lados do padre, um pouco atrás, e levantam um pouquinho a casula só na elevação. 7. Depois da comunhão dos fiéis: O primeiro acólito serve o padre nas abluções e guarda a patena enquanto o segundo aguarda de joelhos. A seguir, o segundo sobe e transporta o missal ao mesmo tempo em que o primeiro toma e transporta o véu do cálice; o primeiro deixa o segundo passar diante dele, por respeito pelo missal que ele transporta. O primeiro apresenta ao padre a bolsa aberta, o véu e de novo a bolsa fechada, enquanto o segundo o aguarda no chão ao lado da Epístola ao lado do altar. Ambos fazem vênia ao altar e vêm juntos ao meio, onde genufletem, vão o primeiro para a esquerda e o segundo para a direita. Destrocam os lugares quando o primeiro voltar da resposta ao último Evangelho.
  • 13. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 13 3) Modo de ajudar a Missa rezada do Bispo. 1. Arrumação: a) Do altar:  Arrumar o paramento no meio do altar, com o manípulo ao lado.  Não precisa colocar sacra se tiver o “cânon”.  O missal já deve estar aberto na Missa do dia.  Acendem-se quatro velas.  Coloca-se uma candela ao lado do Missal (a candela deve estar sempre junto ao Missal).  Coloca-se um genuflexório aos pés do altar para o bispo com o “cânon”. b) Da credência: arruma-se para a Missa como de costume acrescentando o lavabo do bispo (jarro, bacia (com água) e toalha) e um pratinho para colocar a cruz e o solidéu. O cálice deve ser colocado na credência da missa. 2. Para a Missa rezada do Bispo, sempre se requerem dois Acólitos. Chegando à igreja, o Bispo fará as orações preparatórias no genuflexório: os Acólitos ficarão de joelhos a seus lados. Depois que o Bispo fizer as orações preparatórias, faz-se o lavabo no meio do altar4 , o A2 tira o genuflexório e coloca o “cânon” em frente ao sacrário (no lugar da sacra maior), o A1 traz o pratinho para o bispo colocar a cruz peitoral e o solidéu, e depois os acólitos ajudam o Bispo paramentar. Os acólitos devem levar os paramentos ao bispo, um de cada vez. Depois que o Bispo se paramentar, o A1 traz o pratinho e coloca o solidéu no Bispo; o A2 vai ajoelhar-se com o manípulo nas mãos. 3. Depois da absolvição para o povo, na oração aos pés do altar, o A2 entrega ao bispo o Manípulo (o lado aberto deve estar virado para a direita). 4. Depois da Epístola, o A1 passa o Missal e A2 passa a candela. 5. O Ofertório: o A1 coloca o cálice no meio do altar. Tudo segue normal, sendo que o lavabo se faz de joelhos: o A1 segura o jarro e a bacia, e o A2 a toalha. Depois da Secreta, o A1 pega o pratinho na credência, tira o solidéu do bispo e o coloca no pratinho. O A2 tira o Missal da estante e coloca em seu lugar o “cânon” se tiver, e coloca o Missal na credência. Se não houver “cânon” nada do que foi dito será feito. 6. Na hora da comunhão dos fiéis o A1 vai com a patena e o A2 vai coma candela; de modo que: o A1 fica à direita do Bispo e o A2 à sua esquerda. Depois da comunhão, o A2 já pode deixar a candela no lado da epístola. 7. Depois que o A1 fizer as abluções, coloca o solidéu no Bispo. Depois que o cálice estiver arrumado, o A1 levará o cálice novamente para a credência. E o A2 faz o lavabo do bispo como já foi mostrado acima (se o A1 chegar a tempo deve ajudar, e para não complicar muito, pode , desta vez, segurar a toalha) 4 Acólito 1 leva o jarro e bacia; Acólito 2 leva a toalha e sabonete (se houver).
  • 14. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 14 8. Antes da bênção final há mais respostas: V: Sit nomen Domini benedictum. R: Ex hoc nunc et usque in saeculum. / V: Adiutorium nostrum in nomine Domini. R: Qui fecit caelum et terram. 9. Se tiver “cânon” o A2 segurá-lo-á para o bispo; se não, segurará a sacra. 10. Depois de acabar a Missa os acólitos ajudarão o Bispo a tirar os paramentos. Depois o A1 pegará o pratinho para entregar a cruz peitoral; e o A2 colocará o genuflexório para o Bispo (se o Bispo for fazer as orações finais, o genuflexório deve ser colocado antes). Os acólitos devem permanecer junto ao Bispo.
  • 15. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 15 4) Missa Cantada com Cerimoniário e Turiferário 1. Turiferário à frente da procissão, com o turíbulo na mão direita, os dois acólitos com as mãos postas, o clero presente, o cerimoniário e, por fim, o celebrante. Chegando ao altar o TUR faz genuflexão e se dirige para o lado da Epístola. O CER fica à direita do CEL e os ACS um de cada lado. O CER recebe o barrete e passa-o ao AC1, fazem todos a genuflexão, se ajoelham, enquanto que o AC1 vai até a credência ou cadeira para deixar o barrete, ao voltar se ajoelha do lado epístola à direita do CER. 2. Se houver Asperges, entram os ACs, em seguida o Clero presente. Atrás entra o CER (direita) e o TUR (esquerda), segurando a capa do CEL. Chegando ao altar. Os ACS se colocam um de cada lado. O TUR permanece ao lado esquerdo e o CER à direita do CEL. O CER apresenta a água benta. Todos se ajoelham e o CEL entoa o Asperges. Depois que o CEL se aspergir, como também aos ministros ao seu lado, todos se levantam. O CEL tendo o CER à sua direita faz com este a genuflexão e asperge o Clero e depois o povo. Se houver espaço o TUR acompanha o CEL segurando a capa do lado esquerdo. 3. Chegando ao altar de volta todos permanecem de pé até o final da oração. Finda a oração todos genufletem e vão aos bancos. O CER recebe a capa do CEL e passa ao TUR que a leva para a sacristia. Depois de colocar o manípulo e a casula o CEL vai ao meio do altar acompanhado dos ACs e do CER para o início da Missa. 4. Terminadas as orações ao pé do altar, quando o CEL subir ao altar, o CER suspende a alva do CEL, dá um sinal para que todos se levantem; chama o TUR, recebe a naveta e ambos se dirigem ao centro do altar para benzer o incenso. O CER oferece ao celebrante a colherinha, beija primeiro a colherinha e depois a mão do padre (na ordem inversa ao recebê-la). Depois que entregou a colherinha diz: “Benedicite pater reverende”, inclinando a cabeça. 5. Depois de bento o incenso, o CER recebe o turíbulo do TUR e lhe entrega a naveta passando, em seguida, o turíbulo ao CEL beijando a parte superior do turíbulo e depois a mão do celebrante . O TUR deixa a naveta na credência, faz genuflexão no centro, e se coloca à esquerda do CEL. 6. Enquanto o CEL incensa a cruz, o AC1, sem genuflexão, pega o Missal e fica de pé do lado epístola, virado para o altar. Ele fica com o Missal, enquanto o CEL incensa este lado do altar, e em seguida o coloca sobre o altar, voltando para seu lugar sem genuflexão. O CER e o TUR acompanham o CEL fazendo as genuflexões sustentando-o com a mão sob o cotovelo. (Porém não seguram a parte posterior da casula.). Após a incensação do altar o CER recebe o turíbulo do CEL (beijando a mão da sacerdote e depois o turíbulo), o TUR desce com ele para o lado epístola e se coloca à sua esquerda. O CER, diante do CEL, o incensa com três ductos de dois ictus, fazendo com o TUR reverência profunda antes e depois. Em seguida o CER entrega o turíbulo ao TUR, que volta para o seu lugar.
  • 16. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 16 7. O CER mantém-se à direita do CEL e lhe indica o intróito, em seguida recita o Kyrie alternando com o CER e os ACs (que estão de pé). Se houver tempo o CEL faz vênia à cruz e vai se sentar e os ACs fazem genuflexão no meio do altar e vão se sentar junto à credência ,o CER permanece de pé à direita do celebrante, voltado para a nave. (Fig. 6) 8. Ao cantar-se o último Kyrie, o CEL, ao convite do CER, se dirige para o centro do altar, onde, entre os dois ACs e estando o CER à direita do AC1, faz, juntamente com eles a genuflexão. O CEL sobe ao altar para entoar o “Gloria” (se houver). Depois de recitado o Gloria, o CEL genuflete no supedâneo; o CER e os ACs acompanham a genuflexão e todos se dirigem para as cadeiras. Ao canto do “Cum Sancto Spiritu”, todos voltam para o altar. 9. Depois do canto do Kyrie ou do Gloria, o CEL canta o Dominus vobiscum e se dirige para o lado da epístola para cantar a oração. O CER, estando do lado do missal, vira a página e indica as orações, os ACs permanecem de pé. 10. Se o CEL for se sentar para o canto da epístola, quando um leitor for cantá-la, o movimento é idêntico ao do Kyrie. Terminado o canto da epístola, o CEL e o CER dirigem- se para o altar para rezar o gradual, alelluia ou tractus, e em seguida, regressam às cadeiras se o canto for longo. Se o CEL não se sentar para o canto da epístola todos permanecem no mesmo lugar, e vão se sentar só depois de rezado o gradual, tractus ou alelluia. 11. No versículo que segue ao alelluia, ou na última estrofe da prosa, ou no último versículo do tractus, ao sinal do CER, todos se levantam e voltam para o altar para a benção do incenso, que se procede como no início. Terminada a imposição do incenso, enquanto o CEL reza o Munda Cor Meum, o CER toma o missal e, com o TUR, desce ao meio do altar: então os acólitos se juntam aos dois e todos fazem a genuflexão. O CER sobe para deixar o missal no altar, descendo em seguida para colocar-se à direita do TUR; o TUR vai para o lado do evangelho e fica em baixo, de frente para o altar. Os ACs se colocam juntos de pé no plano, na lateral do altar. Depois que o CEL cantou “Sequentia” ou “Initium”, com o sinal da cruz, o TUR passa o turíbulo ao CER, e este o apresenta ao CEL beijando o turíbulo e em seguida a mão do mesmo; o CER acompanha o CEL nas reverências. Terminado a incensação do livro, o CER recebe de volta o turíbulo, beijando a mão do CEL e o turíbulo e o entrega ao TUR. Terminado o canto do evangelho, se o CEL for pregar os quatro ministros fazem juntos a genuflexão; o TUR vai alimentar o turíbulo; os ACs e o CER vão se sentar. Se outro sacerdote for pregar, o movimento é feito junto com o celebrante: CER à direita e TUR à esquerda do CEL, ACs em cada ponta. 12. Terminado o sermão os ACs dirigem-se para o altar, fazem genuflexão com o CEL ao sinal do CER; se o CEL tiver pregado fazem genuflexão no centro, o CER à direita do AC 1; depois os ACs se abrem e o CER vai para o lado da epístola, todos permanecem de pé; todos os ministros genufletem ao “Et incarnatus est”; tendo o CEL recitado o Credo ele desce os degraus do altar para ajoelhar-se juntamente com os ministros ao canto do “Et incarnatus”. Se ainda faltar muito para o canto destas palavras, todos se dirigem para as cadeiras procedendo-se como no Gloria. Então ao canto do “Et Incarnatus” o CEL tira o barrete e se inclina assim como os acólitos, enquanto que o CER se põe de joelhos. No “Crucifixus”, o CER, se for clérigo, vai levar o cálice para o altar, se o CER não for clérigo, um dos clérigos que estiverem no coro, dando preferência ao mais digno, vai levar o cálice
  • 17. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 17 ao altar depois do “Et homo factus est” do “Credo”, desdobra o corporal e coloca sobre ele o cálice coberto com o véu. Se não houver “Credo”, faz-se o mesmo logo depois do evangelho. Ao canto do “Et vitam”, ao sinal do CER, todos voltam para o altar. Os ministros esperam, de pé, em seus devidos lugares o “Oremus” do Ofertório para fazerem a vênia. 13. Depois que fizeram a reverência no “Oremus” do ofertório, os ACs fazem no meio a genuflexão; o AC2 vai dobrar o véu do cálice, o AC1 vai à credência para pegar as galhetas; depois de dobrar o véu o AC2 se coloca à esquerda do AC1 e recebe deste a galheta com água. Fazem a reverência ao CEL ao apresentar-lhe as galhetas beijando-as antes e depois (exceto na Missa de Requiem), e o saúdam novamente com uma inclinação de cabeça, antes de se retirarem. Em seguida voltam aos seus lugares e permanecem de pé. 14. No oferecimento do cálice, quando o CEL estiver rezando o “Veni sanctificator spiritus”, o CER chama o TUR e ambos sobem ao altar para a benção o incenso. Quando o CEL estiver incensando a cruz o AC2 tira o missal, esperando do lado do evangelho, e o põe de volta depois que o CEL incensou este lado do altar. Desce em seguida, fazendo a genuflexão com o AC1 no centro, e se dirigem para a credência, para preparar o lavabo. 15. Terminado a incensação do altar, o CER incensa o CEL, como no intróito; o AC2 pega com as duas mãos o manustérgio desdobrado, o AC1 pega com a mão esquerda o pratinho, e com a direita a galheta de água, e se coloca à esquerda do AC2. Os ACs se aproximam do CEL e fazem uma inclinação; o AC1 derrama a água e o AC2 apresenta o manustérgio. Quando o CEL devolve o manustérgio, os ACs fazem a inclinação, voltam à credência e deixam a galheta, o manustérgio e o pratinho, pegando em seguida a campainha; depois vão ao meio do altar genufletem e ficam de pé, nos seus lugares, até serem incensados, em seguida ajoelham. Depois de incensado o CEL, o TUR recebe o turíbulo do CER, fazem juntos a genuflexão diante do altar; o CER vai para o lado do evangelho para indicar as orações ao CEL; o TUR vai incensar, primeiro o clero, um sacerdote de cada vez com um golpe duplo; em seguida o coro, primeiro o lado do evangelho depois o da epístola, com três golpes duplos em cada lado: um para o centro outro para a sua esquerda e outro para a sua direita. 16. O TUR, depois que incensou o coro, vai diante do altar faz a genuflexão e incensa de um ducto e um ictus a cada um, ao CER, ao AC1 e ao AC2. Em seguida faz a genuflexão, vai até a entrada do coro, e incensa o povo com 3 ductus e 1 ictus (no meio, à sua esquerda e à sua direita); depois, volta diante do altar faz a genuflexão e vai alimentar o turíbulo, para entrar na hora do Sanctus. Se não houver clero, o TUR espera o fim do lavabo para incensar os ministros. 17. O CER deve estar atento para indicar as orações ao CEL e virar as páginas do missal. Pouco antes da consagração, o TUR se coloca do lado da epístola; o AC1, põe o incenso no turíbulo. O TUR se ajoelha no degrau central mais baixo, ao mesmo tempo que o CER se ajoelha do lado esquerdo do CEL, ou seja, quando tiver virado a folha do missal que corresponde à consagração, e incensa o Ssmo. com 3 ductos e 2 ictus a cada elevação, fazendo uma inclinação mediana, antes e depois. . O CER, de joelhos à esquerda do CEL,
  • 18. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 18 levanta a casula durante a elevação. O AC1 toca a campainha, ou os dois, se houver duas campainhas. Depois da consagração, o CER e o TUR se levantam ; o CER continua a virar as folhas do missal. O TUR depois de fazer uma genuflexão no centro vai deixar o turíbulo na sacristia. Em seguida volta e se ajoelha ao lado direito do AC1. Os ACs permanecem de joelhos até o “Domine non sum dignus”. 18. Quando o CER virou a folha do missal onde esteja o “Domine non sum dignus”, ele desce os degraus e se ajoelha ao lado esquerdo do AC2. Terminado o terceiro “Domine non sum dignus”,os quatro se levantam; o AC1 vai à credência deixar a campainha e pegar a patena. Quando o AC1 chegar, fazem todos a genuflexão e sobem ao supedâneo para comungar. Quando o sacerdote estiver comungando o Preciosíssimo Sangue, o CER reza o “Confiteor”, que todos acompanham. Depois que comungaram, os ACs voltam para seus lugares ao pé do altar e se ajoelham; o TUR volta a se ajoelhar ao lado do AC1; e o CER acompanha o CEL com a patena. Ao voltar da Comunhão, o CER se coloca de joelhos no degrau inferior do altar, lado da epístola. 19. Depois da comunhão, quando o CEL fechar o sacrário, todos se levantam; o AC1 vai pegar as galhetas que apresenta ao CEL como na missa rezada. Depois que deixou as galhetas na credência vai ao meio do altar e faz genuflexão com o AC2; em seguida o AC1 transporta o missal enquanto que o AC2 transporta o véu do cálice. Depois que o CEL cobriu o cálice, descem e se colocam cada qual no seu lugar. O TUR vai à sacristia buscar o turíbulo e se coloca junto à credência, onde permanece até a procissão de saída. Durante o Evangelho final, o próprio TUR coloca incenso no turíbulo. 20. O CER, quando o CEL fechou o sacrário, se levanta e permanece no mesmo lugar, do lado da epístola; quando o AC1 deixar o missal sobre o altar ele sobe e se coloca do lado do missal, no lado da epístola, marca o missal para a antífona de comunhão e assiste durante as orações. Depois da última oração, ele fecha o missal, pega e mostra ao CEL um livro com o “Ite Missa est”. Quando o CEL terminou de cantar o “Ite Missa est”, o CER desce, faz genuflexão no meio e se coloca do lado evangelho, de pé; quando o coro terminar de cantar o “Deo Gratias”, ao sinal do CER, todos se ajoelham para a bênção; terminada a bênção todos se levantam e o CER vai segurar a sacra para o sacerdote; se houver um evangelho próprio ele deixa o missal aberto e o leva para o lado evangelho, assim que o CEL cantar o “Ite missa est”. Contudo o CER deve ir para o lado do evangelho neste momento. Durante o Evangelho, os ACs estão de pé virados para o CEL; no “Et Verbum” eles fazem a genuflexão. 21. Depois do evangelho final, o CER vai pegar o barrete do CEL; quando este desce, todos fazem a genuflexão, depois o CER entrega o barrete ao CEL beijando primeiro o barrete e depois a mão de celebrante. Voltam para a sacristia na mesma ordem de entrada. Chegando à sacristia o CEL tira o barrete e todos fazem vênia à cruz como antes da missa; o CEL tira os paramentos, ajudado pelo CER. A . M . D. G .
  • 19. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 19 ANOTAÇÕES ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ...................................................................................................................................................
  • 20. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 20 ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ...................................................................................................................................................
  • 21. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 21 ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ...................................................................................................................................................
  • 22. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 22 ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... ...................................................................................................................................................
  • 23. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 23 Transcrição resumida de algumas partes do livro A SANTA MISSA NA HISTÓRIA E NA MÍSTICA.
  • 24. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 24 INTROÍBO AD ALTARE DEI Entrarei ao Altar de Deus. Um dia, como um cervo acossado por matilhas, debatia- se David com mil inimigos, assim externos como internos, para livrar-se deles e levar vida mais tranquila. Mas só depois de longo, penoso e renhido combate, quando forças humanas já não lhe podiam valer, foi que chamou por socorro do Alto: “Julgai-me, ó Deus, e separai a minha causa da gente ímpia; livrai-me do homem injusto e enganador!”. Foi, então, que, talvez arrebatado em êxtase, como o profeta Jeremias, entrou a contemplar os povos da Terra, ascendendo ao Monte Sião para lá celebrar a nova aliança; e os ouvia aclamar triunfalmente, lá do alto, aplaudindo aos que vinham carregados dos bens do Senhor, como trigo, vinho novo... e os via como em um jardim irrigado e florido, sem nunca elanguescer e entristecer-se: fortalecia-os o Senhor e lhes mudava o pesar em alegria. E o Senhor repetia: “Saturá-los-ei de graças; inebriarei as almas dos meus sacerdotes, e o meu povo usará à fartura dos meus bens” (Jer 31, 12-15). Foi, então, repito, que David resolveu entrar ao Altar do Senhor, erguido no Monte Sião. – Introíbo ad altare Dei. * * * O que David queria, e em êxtase via, não lhe foi possível obter. Qual Moisés, viu e suspirou pela terra em que corre leite e mel, viu e suspirou pelo Altar, em que sacrifica o Cordeiro imaculado, mas como Moisés, morreu sem entrar na terra prometida. “Introíbo ad altare Dei!” – Sim, entrarei ao altar de Deus; entrarei senão eu, ao menos, em um dos meus descendentes! E a profecia se realizou. O Filho da Casa de David, Jesus Cristo, entrou ao altar de Deus, levantado no Monte calvário, levantado no Monte Sião, que se multiplicou tantas vezes quantas são as Igrejas do Senhor no mundo universo. * * * O Sacrifício. Que é um sacrifício? O sacrifício verdadeiro e propriamente dito, segundo no-lo define o próprio Espírito Santo pela boca de Moisés e São Paulo, é a oblação de coisa sensível com a sua destruição quer parcial, quer total, quer seja física (como se dá com o holocausto) quer mística, (como se dá com a libação e efusão de vinho ou água) efetuada por um ministro legítimo e feita só a Deus, com o fim de manifestar os sentimentos internos, com que o homem deve reconhecer o seu supremo domínio. Desde que há memória do homem decaído, não faltaram sacrifícios entre os povos. Passando pelos mais, limito-me a apontar o de Melquisedec, narrado nas Escrituras, e que tem, por isso mesmo, o testemunho infalível do Espírito Santo, e que é muito próprio para o nosso caso. Melquisedec ofereceu a Deus o sacrifício de pão e vinho, símbolo perfeitíssimo do sacrifício da Nova Aliança, em que o pão, pelo poder das palavras da consagração, se transubstancia em Corpo de Cristo, e o vinho em Sangue de Cristo. Recordo ainda o sacrifício da lei mosaica, que é considerado debaixo de quatro pontos de vista, devido aos quatro diversos fins: O sacrifício latrêutico, que visa direta e exclusivamente, segundo a intenção do sacrificante, o fim de reconhecer por ele o supremo e inalienável domínio de Deus sobre
  • 25. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 25 tudo o que existe. Por isso, neste sacrifício há destruição total da oferta ou vítima, há destruição física; e é por isso dito holocausto. O sacrifício eucarístico, que visa diretamente o fim de render graças a Deus pelos favores e benefícios outorgados; e chama-se “hóstia pacífica”. O impetratório, que visa a obtenção de novas graças e novos benefícios. O propiciatório, que visa aplacar a Deus, e por isso é chamado também de satisfatório, cujo escopo é oferecer a Deus vítimas em expiação dos pecados, em satisfação das penas devidas pelos pecados, e chama-se “hóstia pro delicto” e “hóstia pro peccatis”. Do dito se colhe que o sacrifício tem como fim reconhecer a perfeição infinita do ser Divino e do seu soberano domínio sobre quanto veio à existência por seu infinito poder. O reconhecimento do Ser perfeitíssimo, que é Deus, é uma Eucaristia ou agradecimento no pleno rigor da significação do termo; ela abrange em sua verdadeira acepção as idéias da adoração, em virtude da qual o homem se aniquila na presença da divina Majestade; da gratidão, que leva o homem a exaltar os benefícios de Deus; da imperfeição, que induz o homem a implorar as graças de que necessita; da expiação, que faz com que se obtenha a supressão da justa ira do Senhor, prestes a fulminar sobre o homem o seu tremendo castigo. Estes são e devem ser os quatro fins que visa todo e qualquer sacrifício que se oferece à Divindade, os quais se podem reunir em um púnico, que é o de unir intimamente o homem a Deus; e chama-se a eucaristia-sacrifício. O sacrifício da Nova Aliança. Exposta a noção geral do sacrifício, qual é entendido por todas as religiões verdadeiras e falsas, releva acentuar mais a significação do sacrifício da Nova Lei, o sacrifício da religião revelada, sacrifício da religião cristã, o único aceitável a Deus, sendo o único prescrito por ele próprio. Abrogando Deus a religião mosaica, aboliu o sacrifício que nela fora ordenado; e fundando uma religião diversa da de Moisés, estabeleceu um sacrifício diferente do de Moisés. Cristo, o Filho de Deus, veio ao mundo para fazer a vontade do Pai. Depois de haver aperfeiçoado a lei de Moisés e modificando a religião judaica, instituiu um sacrifício digno da lei e da religião divinamente acabadas: é o sacrifício de um homem-Deus. A natureza humana, unida hipostaticamente à Pessoa divina, isto é, ao verbo, segunda Pessoa da santíssima Trindade, não pratica ação que não se deva atribuir à Pessoa; ora, em Jesus há uma única Pessoa, e esta é divina; Jesus é Deus, e o que Deus faz é ato de valor infinito e, se bem que o sacrifício seja de natureza humana, todavia o sacrifício de Jesus é ação que se deve atribuir à Pessoa divina, ao Verbo; mas a ação do Verbo é infinita, logo, infinito é o sacrifício; logo, o sacrifício do homem-Deus é de valor infinito. Portanto, de todos os sacrifícios é o sacrifício de cristo, o Homem-Deus, que de um modo mais perfeito preenche os quatro fins acima expostos; porque, considerada a dignidade da vítima imolada em holocausto, que vítima houve jamais ou haverá que supere em dignidade ou excelência a Vítima divina, Jesus Cristo? O sacrifício de Cristo, embora um único, valeu infinitamente mais do que os milhões e bilhões de vítimas puramente humanas ou irracionais de todos os tempos. Esta é a verdade que a Igreja definiu nos Concílios Efesino e Tridentino, quando disse que Cristo se ofereceu a Deus Pai sobre o altar da cruz, para lá efetuar a nossa eterna redenção.
  • 26. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 26 Sim, a morte de Cristo na cruz foi um verdadeiro sacrifício. Em Cristo temos o sacerdote constituído por Deus desde toda a eternidade e por isso legítimo. Em Cristo temos a vítima sensível, verdadeira e realmente imolada na cruz. Temos portanto, os dois requisitos essenciais para todo o sacrifício: o sacerdote e a vítima. (N.B. Não é requisito essencial que seja o sacerdote quem mate a vítima, mas sim quem a ofereça). Em Cristo temos outrossim perfeitamente verificados os quatro fins do sacrifício: Cristo por sua morte na cruz reconhece o supremo domínio de Deus, aplaca a divina majestade, expia as penas dos pecados, impetra novas bênçãos do alto e rende graças a Deus pelos benefícios recebidos. O Santo Sacrifício da Missa. Enquanto houver homens sobre a terra é mister que haja sacrifícios; e isto por força dos fins que visa toda sacrifício: o reconhecimento da soberania absoluta de Deus, o rendimento de graças ao Senhor pelos benefícios recebidos, a impetração de novos favores divinos e o aplacamento da ira divina, ofendida pelos pecados, e a satisfação das penas merecidas. Ora, que outro sacrifício poderia ser mais grato a Deus e preencher de modo mais perfeito a finalidade do sacrifício do que o sacrifício do Homem-Deus? Eis aqui por que, fundando Cristo sua religião sobre a terra, lhe deu um novo sacrifício, que é a continuação do sacrifício oferecido outrora, cruentamente, sobre o Calvário: o sacrifício da Missa! O sacrifício da Missa é um verdadeiro sacrifício; porque é, primeiro, um ato público efetuado segundo um rito determinado e por ministros para isso especificamente deputados. Este rito e estes ministros foram instituídos por Deus mesmo, que aboliu o rito e os mistérios da Lei Antiga. Por isto, de todos os sacrifícios, é o da santa Missa o único aceitável a Deus, porquanto é ele a renovação e a aplicação daquele do Calvário, do qual tem a plena eficácia. É, em segundo lugar, verdadeiro sacrifício, porque se oferece na Missa uma coisa sensível, que é o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, debaixo das espécies de pão e vinho, o mesmo Corpo e o mesmo Sangue que um dia ficou imolado no alto do Calvário, oferecido pelo próprio Sumo Sacerdote, Jesus Cristo. Se há uma diferença entre os dois, esta consiste em que o Sacrifício do Calvário foi cruento; em que no Calvário Cristo se ofereceu pessoalmente sem ministros, enquanto nos nossos altares se oferece mediante o ministério dos sacerdotes; em que no Calvário o sacrifício nos mereceu a redenção, e nos nossos altares, a aplicação dos frutos dela. Portanto, não há motivo algum para negar que o Sacrifício da Missa seja verdadeiro sacrifício: temos nela o sacerdote e temos a vítima. A Eucaristia – Sacramento. A respeito do sacrifício seria incompleto se passássemos em silêncio um elemento, não digo essencial, mais integral de todo o sacrifício: A Eucaristia-Sacramento. Parece provado que a todos os sacrifícios, assim pagãos como judaicos, estava anexa a ideia de que, para ser completo o sacrifício, era mister unir-se à divindade com a participação efetiva e real das vítimas: isto é, com a comunhão, como diríamos hoje, em que se come da vítima.
  • 27. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 27 Fosse como fosse a ideia dos pagãos e juDeus a respeito da comunhão, o certo é que o sacrifício da Missa, não só é Eucaristia-Sacrifício, senão também Eucaristia-sacramento. Sim, no sacrifício da Missa a criatura não só se dá inteiramente a Deus em holocausto, mas é por Deus convidada a assentar-se à sua mesa celeste, sobre a qual ele oferece a comer e a beber aquela mesma vítima, a carne e o sangue preciosíssimos de Jesus. Ó alimento divinizado pela consagração! Alimento divino! O Corpo e o Sangue unidos à alma e à divindade de nosso Senhor Jesus Cristo! Alimento único; pois só ele tem a virtude de operar a fusão de Deus com o homem, união que proporciona à criatura bens inúmeros, que a transforma e a torna sempre mais semelhante ao seu Criador. Que realidade consoladora! Pela Eucaristia-Sacramento ou pela comunhão que devo fazer, sempre que celebro, uno-me de modo admirável a Deus; nutro-me com a substância divina; sou de certa maneira divinizado; preparo-me insensivelmente para a páscoa da vida eterna. * * * Quer-me agora parecer que não é necessário insistir ainda no valor do santo sacrifício da Missa. É mais que evidente. Aqui temos um Deus que se imola, um Deus que é imolado. Que cúmulo de mistérios! Entretanto, importa relembrar que o sacrifício da Missa é de valor infinito, para que ninguém se escuse de não ter encontrado o suficiente para si. É um mar inexaurível de graças e benefícios. Só quem bebe deste mar agrada a Deus; só quem assiste à Missa presta a Deus o sacrifício por ele aceito. Afora o sacrifício da Missa, nenhum outro pode ser agradável a Deus e proveitoso ao homem e tão proveitoso, que santos do céu participam da sua glória, as almas do purgatório e os vivos da terra gozam superabundantemente dos seus benefícios. É que o sacrifício da Missa constitui o único holocausto verdadeiramente digno do Senhor, em que se sacrifica o Cristo sempre vivo para interceder em nosso favor. Aqui, como sobre a cruz, o Cristo se constitui o vínculo vivo que nos une a Deus. No santo sacrifício da Missa temos o ato em volta do qual gravita e dele se irradia o próprio sacrifício da Redenção. Sim, na santa Missa, aquele mesmo sacrifício, oferecido um dia sobre o Calvário, assume a condição como de coisa que ocupa a circunferência, como de um satélite gravitando em volta do sol, como de uma fonte viva que deságua no oceano. A santa Missa é o entro, é o sol e é o oceano onde se concentra o próprio sacrifício do Calvário que é eterno, e ao mesmo tempo perpetuado no tempo, no céu perante Deus e na terra entre os homens; é o mistério da consumação de todos os desígnios de Deus, realizado um dia e renovado por todos os séculos até ao fim do mundo. * * * É tendo presente o exposto que o sacerdote deve oferecer o tremendo ato religioso. Oxalá se aproximasse sempre para o futuro da ara sagrada do Senhor com estas disposições de alma que o dominam ao presente! Quem dera, pudesse comunicar e, comunicadas, conservar estas mesmas santas e invejáveis disposições nas almas de todos os assistentes ao santo e inefável sacrifício da Missa! Quisera, sim, que todos os cristãos se persuadissem de vez por todas ser o santo sacrifício da Missa o ato de religião mais necessário!
  • 28. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 28 PARAMENTANDO-SE 1. O amicto. 2. A alva. 3. O cíngulo. 4. O manípulo; 5. A estola. 6. A casula. 7. A dalmática. O sacerdote é no altar o substituto e representante de Jesus Cristo. Para apresentar- se dignamente diante de Deus Pai, e da Corte Celeste, deve trazer na alma o ornamento das virtudes daquele que representa. O sacerdote deverá apresentar-se diante do Pai celeste como um outro Jacó diante de Isaac, vestido das vestes de Esaú, o primogênito. Exultará Deus por aquela fragrância que se desprenderá do coração de seu Filho primogênito e unigênito, oculta debaixo das vestes desde sacerdote. Manda a Igreja, qual outra Rebeca, vestir o sacerdote de vestes não suas, como para atrair sobre si, por esta piedosa fraude, a complacência divina, e tornar o sacrifício incruento da santa Missa aceito a Deus Pai. Quão pequeno e ao mesmo tempo quão grande é o sacerdote; nada em si, tudo em Jesus! Nisto pensando, vai se paramentando; e a cada paramento que enverga novas ideias lhe ocorrem. Ouçamo-lo! 1. O amicto. A primeira peça, que o sacerdote veste, é o amicto. Beija-o; lança-o sobre aos ombros, descansa-o por um momento na cabeça; fixa-o em volta do pescoço; deixa-lhe as extremidades caírem pelas espáduas, e segura-as em seguida com duas longas fitas, em volta dos rins, enquanto diz: “Ponde-me na cabeça, Senhor, o elmo da salvação para que repila os assaltos do demônio”. * * * O amicto é de origem muito antiga, comum aos clérigos e leigos. Estes, porém, o abandonaram, e Roma o adotou. Era então o amicto desdobrado não pr baixo, mas por cima da alva, como peça litúrgica, e prescreve seu uso a partir do século XI. Ainda o prescreve o rito ambrosiano. Cinge-se com o amicto o pescoço, para significar segundo Amalário, a moderação que se deve ter no uso da voz, visto que esta se localiza na garganta: “Collum undique cingimos, quia vox in collo est”. Esta é de fato a idéia que expressa ainda hoje o bispo, quando, na ordenação do subdiácono, diz, impondo-lhe o amicto: “Recebe o amicto, símbolo da moderação na voz”. Se perguntarmos por que descansa o amicto por um momento na cabeça, respondemos que foi uso já antes do século XI cobrir primeiro a cabeça, da qual se tirava só depois de se tem envergado todos os mais paramentos, que o amicto deveria cobrir. Posto que fosse isto de direito exclusivo dos papas a partir do século XII até XVI, estava em uso também entre os simples sacerdotes de alguns lugares, que se cobriam cm ele a cabeça durante certa parte da Missa. Deste uso originou-se o sentido místico dado ao amicto. Chamaram-no de – “galea salutis” – elmo da salvação.
  • 29. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 29 Belo sentido místico tem ele! Bem necessário é ao sacerdote este elmo da salvação. Agarre-se ele a este símbolo da verdadeira esperança cristã! Elmo de aço, capacete inamolgável, quanto és necessário ao ministro e batalhador da causa de Deus! É justamente contra o sacerdote que o demônio arma e assesta de preferência sua formidável bateria para arrancar-lhe da alma a paz, e do coração a coragem. Protege-o, ó – “galea salutis”. 2. A alva. Vestido o amicto, enverga a alva, veste talar qual fora prescrita por Deus aos sacerdotes descendentes de Aarão. É geralmente tecida de linho. Comforma-se assim melhor com as vestes que São João viu em sua visão e descreve: “E foi-lhe dado vestir-se de finíssimo linho, resplandecente e branco” (Apoc 19, 8). A alva representa, no seu lavor como na sua brancura, a justiça e a inocência conquistadas mediante as tribulações padecidas em união com Cristo: “E este linho fino são as virtudes dos Santos” (Apoc 19, 8). “Esses lavaram seus vestidos e os embranqueceram no sangue do Cordeiro” (Apoc 7, 14). Os ministros da Igreja primitiva andavam sempre vestidos com essa alva, também fora das funções litúrgicas. Os neófitos e os néo-batizados vestiam-se na oitava da pascoela e a depunham no sábado seguinte, que por isso chamava “in albis”, donde vem o nome da veste: “alva”. 3. O cíngulo. Pega depois o cíngulo, corda de certo comprimento que serve para estreitar a alva em volta dos flancos assim que a sua amplitude não impeça no desempenho das suas funções religiosas. O cíngulo é de origem muito antiga, e com ele cingiam, então, todos os que gozavam ou queriam gozar do bom nome e da boa reputação, pois simbolizava o recato, a continência, a probidade; é por isso prescrito já no primeiro “Ordo Romanus’, como peça que deve fazer parte das vestes eclesiásticas. E cingindo-se os rins com este cíngulo, reza: “Cingi-me, Senhor, com o cíngulo da pureza, e extingui em mim as chamas da volúpia, para que reine em mim a virtude da continência e da castidade”. Cíngulo, cinge os rins dos sacerdotes, para que tenham sempre presente a necessidade da mortificação, que lhes assegura e garante a inocência da vida! Sem se mortificar não são e não podem ser Ministros do Crucificado, porque quem quer ser de Cristo crucifica a carne com seus vícios e concupiscências. 4. O manípulo. Enfia, ao depois, no braço esquerdo o manípulo. Sua origem, além de remotíssima, é interessante. Usavam-no os Cônsules Romanos por ocasião da inauguração dos jogos no circo. Depois que o cristianismo entrou em Roma, e criou nela raízes, as estátuas e monumentos cristãos, que simbolizavam o Salvador e a Santíssima Virgem, eram distinguidas das mais pelo manípulo. Logo vê-se nele um sinal de respeito todo peculiar prestado a Jesus e a Maria.
  • 30. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 30 As personagens distintas, em ocasiões de darem ou receberem presentes, levavam o manípulo ricamente trabalhado. As estátuas ou imagens destas personagens são representadas com o manípulo sobre o braço esquerdo. No primeiro “Ordo Romanus”, é prescrito como insígnia de autoridade: tem-no o subdiácono desdobrado sobre o braço direito na ocasião de dirigir a “Schola Cantorum”. De Moléon (1718) aventou a ideia de que o manípulo teria servido de lenço para enxugar o suor: daí o nome “sudarium”. Dele se serviam os rapazes que, na abadia de Cluni, cantavam no coro; como também durante o mesmo ofício, dele usavam os rapazes de São João de Lyon. Estes seguravam-no entre os dedos da mão esquerda. Isto parece sugerir a ideia de que a finalidade do manípulo fora sempre qual é hoje a dos lenços. Mas, por serem estes casos esporádicos, parece ser mais aceitável a ideias dos manípulos, em sua origem, eram verdadeiros distintivos de nobreza e autoridade, sendo que consta, com toda a certeza, que eram levados pelos clérigos “in sacris”, e só durante a Missa, desde o século X. Entretanto, assim uma como outra ideia pode ser interpretada pela oração que a Igreja põe na boca do sacerdote ao introduzir-lhe no braço o manípulo: “Possa eu tornar-me digno, Senhor, de carregar o manípulo das lágrimas e da dor, para que receba na glória o prêmio dde minhas fadigas”. 5. A Estola. Depois do manípulo vem a vez da de pendurar ao pescoço, peito abaixo, e cruzar sobre o mesmo a estola. Interessante a sua origem! As pessoas de posição e abastadas usavam originariamente um rico tecido de linho pendente do pescoço para com ele enxugar o rosto. Deste pano, chamado orarium (do latim, os= boca, rosto), usavam mais tarde os que falavam em público; por isso tornou-se ele, aos poucos, nas Igrejas, o ornamento dos bispos, dos padres e dos diáconos; daí quererem alguns derivar a origem do “orarium”, de “orator” = pregador; daí o costume de subirem ainda hoje, os pregadores ao púlpito com a estola. É certo que primitivamente caía a estola direito por trás e pela frente. Passou-se depois a cruzá-la sobre o peito e até a firmá-la cruzada debaixo do braço direito. A Igreja conserva ainda hoje três modos de levar a estola. O bispo observa primeiro, o sacerdote o segundo e o diácono o terceiro. 6. A Casula. Vem a vez de envergar a casula (casa pequena, chamada pelos gregos de “planeta”) peça não fixa, mas móvel. A casula primitiva assemelhava-se bastante a uma pequena casa, em que parecia estar encerrado o sacerdote. A sua forma redonda permitia o giro fácil em redor do pescoço. É a antiga “paenula” derivado de “pannus”, vestimenta de uso universal, vestida em toda parte e por todos. Pelo fim do século IV tornou-se mais o hábito próprio e cotidiano dos senadores; e aos poucos passou a ser veste exclusiva dos sacerdotes ou ministros do culto divino. Santo Ambrósio é representado em um mosaico do século V vestido da “paenula”, mosaico que se encontra na capela de São Sátiro em Milão.
  • 31. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 31 Para ter livres as mãos, o sacerdote recolhia a casula dos braços aos ombros; na elevação o diácono soerguia-a por detrás, para que o celebrante fosse mais desimpedido em seus movimentos, ato este, ainda hoje em uso, posto que de nenhuma finalidade prática. Desde o século XV foi-se-lhe cortando parte do que cobria os braços, assim que veio tomando imperceptivelmente a forma atual, que muito pouco se assemelha àquela primitiva. Só a “gótica” relembra mais de perto o que fora a casula primitiva. * * * O diácono e o subdiácono são ministros, servos, ajudantes que servem o sacerdote no altar. O diaconato e o subdiaconato são as duas Ordens chamadas Maiores para se distinguirem das Menores, que são os ostiariato, leitorato, exorcistato e acolitato. O ofício próprio do diácono é cantar o santo Evangelho e servir o sacerdote no altar. Antigamente, quando os sacerdotes eram pouco numerosos, incumbiam-se os diáconos de outras funções mais importantes, hoje reservados ao sacerdote: eles batizavam, distribuíam a santa comunhão, o que se lhes concede ainda hoje em certos casos raros. O subdiácono canta a Epístola e serve diretamente ao diácono, indiretamente ao sacerdote, no que se refere ao santo Sacrifício. São estes dois ministros do Sacerdote, em virtude do seu ofício, revestidos de dignidade extraordinária. É a eles que se permite chegar mais perto do Santo dos Santos; são os que representam no altar os fiéis e respondem em nome deles. * * * Como disse, paramentam-se: o diácono leva manípulo, mas só durante a santa Missa e no ofício da sexta-feira santa e sábado santo; põe estola, que, ao invés do sacerdote, cruza, não sobre o peito, mas sob o braço direito. Em vez de casula enverga dalmática. Dos mesmos paramentos, menos a estola, se veste o subdiácono. 7. A dalmática. A dalmática é, com poucas variantes, a tunicela dos antigos romanos, veste comprida, de mangas, antes estreitas que largas, que se sobrepunha à alva; mas não logrou generalizar-se na liturgia. A dalmática, originária da Dalmácia (donde lhe vem o nome) entrou em uso litúrgico já no século II do cristianismo. Era mais comprida que a tunicela e muito ampla. As mangas mais largas, porém fechadas, como as da tunicela. Mais tarde se abriram as mangas da dalmática e da tunicela. Eram mangas curtas; pois não ultrapassavam os cotovelos. Vestia-se então a dalmática por sobre a tunicela, como hoje ainda o faz o bispo ao celebrar pontificalmente. Até os imperadores envergavam este hábito. Como paramento sagrado, a dalmática foi primeiramente reservada aos Bispos. São Silvestre, no século IV, a concedeu também aos diáconos; e não tardou que se tornasse paramento exclusivo deles. Chama-se na liturgia a veste da justiça – “dalmática justitiae”.
  • 32. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 32 AS CORES DOS PARAMENTOS 1. O Branco. 2. O Encarnado. 3. O Verde. 4. O Roxo. 5. O Preto. 6. O Róseo. 1. O Branco. Os paramentos que ostentam cor branca revelam dia de festa e júbilo. É sempre o fundo dos paramentos que diz se um paramento é branco, encarnado, verde, roxo, preto ou róseo, e não a corda da cruz da casula, e é o fundo que se apresenta com relevos artísticos trabalhados em ouro, pedraria e prata. Entre as cores é o branco a expressão da alegria da inocência, da glória angélica, do trunfo dos Santos, da dignidade e da vitória do Salvador. Por isso os paramentos de cor branca são usados na Igreja romana nas festas de Nosso Senhor Jesus Cristo: Natal, Epifania, Ascenção, Corpo de Deus, festas do Sagrado Coração de Jesus; nas festas de Nossa Senhora, de todos os Santos, Pontífices, Doutores, Confessores e Virgens, numa palavra, nas festas dos santos e santas que não forem mártires. 2. O vermelho. A Igreja Romana prescreve, além dos paramentos brancos, os encarnados, os verdes, os roxos, e os pretos. Entende-se aqui por paramentos a casula, a estola e o manípulo. Os paramentos encarnados ou vermelhos são usados nas festas do Espírito Santo, da Cruz, e dos Santos Mártires. Quão bem quadra o encarnado nestas Missas! Simboliza, em seus esplendor, o fogo, e em sua cor, o sangue: o fogo da caridade pura e santa, o fogo que teve o poder de levar os que o sentiam crepitar estuante, no peito, a dar a vida e o sangue por Deus. 3. O verde. Os paramentos verdes são usados nas funções religiosas das Têmporas, que significam na liturgia mística a peregrinação rumo do céu, i. é, no tempo que segue à Epifania e Pentecostes. Em verdade, muito bem sabe a Igreja interpretar os pensamentos mais sublimes por meio dos mais simples sinais e símbolos! Manda ao sacerdote que use dos paramentos verdes nestes dias para ficar com o sentir do povo cristão, que vê no verde a cor da primavera e o símbolo da esperança, dando-lhe ocasião de suspirar pela eterna primavera como peregrinos que têm postos os olhos só na Cidade Eterna, com a firme esperança de lá chegar.
  • 33. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 33 4. O roxo. Os paramentos roxos ou violáceos são usados durante o Advento, Septuagésima, Quaresma, Têmpora, Vigílias, Rogações e as três solenes bênçãos litúrgicas do ano, i. é, das velas, das cinzas e das palmas. Também aqui está a cor maravilhosamente escolhida. É a cor da penitência; e os dias em que ela é usada são de penitência. É a cor, cujos reflexos ora claros, ora escuros fascinam a vista, considerada na antiguidade como a cor significativa do poder régio, da soberania, das altas dignidades, das riquezas. A Igreja, longe de abolir este simbolismo, ampliou-o, modificando lhe o aspecto e aplicando-o à penitência, à oração em meio da aflição e da humilhação. E não é precisamente isto que nos enriquece, eleva e dignifica? Não é a penitência, a oração e a humilhação que nos tornam gratos a Deus e nos conquistam a sua graça? 5. O preto. O preto está em perfeito antagonismo com o branco. Se esta cor é símbolo da alegria, aquela é o símbolo da tristeza. A cor preta recorda tristeza, designa luto, relembra a morte. A Igreja veste luto na comemoração da morte de Jesus e de seus filhos. Chora-lhes a morte como Esposa que é de Jesus e como Mãe que é dos cristãos. Lá está ela vestida de preto no altar a interceder e a sacrificar pelos filhos bem amados. 6. O róseo. Os paramentos róseos foram introduzidos nas Igrejas ricas e são usados só duas vezes ao ano: no terceiro domingo do Advento, chamado “Gaudete”, e no quarto domingo da Quaresma, chamado “Laetare”. A origem desta cor litúrgica vem disso: no domingo “Laetare”, o Papa benzia a rosa que enviaria, ora a um, ora a outro dos príncipes cristãos. Só mais tarde é que esta cor ficou introduzida no domingo “Gaudete”, que apresenta algumas analogias litúrgicas como o domingo “Laetare”. Estas são as cores dos paramentos na Igreja romana, que não reconhece nenhuma outra mais. N.B. A uniformidade exige que todas as mais peças, com o frontal, o conopéu, etc., sejam sempre da cor da casula, excetuado o conopéu, que nunca deve ser de cor preta.
  • 34. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 34 COISAS DO CULTO DIVINO 1. A pia da água benta. 2. A aspersão – Caldeirinha com o hissope. 3. O cantochão ou gregoriano (cantoria). 4. O incenso (naveta). 5. O turíbulo. 6. O altar (fixo, móvel e portátil). 7. O Tabernáculo. 8. As toalhas. 9. O Corporal com a Bursa. 10. A pala. 11. O purificatório. 12. O manustérgio. 13. O cálice com o véu. 14. A vela com Castiçal. 1. A pia da água benta. A água benta. A benção da água é uma cerimônia litúrgica antiquíssima, Tertuliano, no século III, fala da água santificada por meio da invocação de Deus. A benção mais solene da água foi sempre a da fonte batismal, que se faz nas Vigílias da Páscoa e Pentecoste. Nos primeiros séculos muitos do povo cristão levavam às suas casas um pouco de água benta, antes que fosse misturada com o sacro crisma, a fim de aspergir as casas e os campos. Generalizando-se este costume, tornou-se muito cedo tão grande o número de pretendentes desta água que, não bastando a que fora benta nas duas preditas solenidades, ordenou Carlos magno em seus Capitulares (Código de leis dividido em capítulos) que se benzesse a água em todos os domingos do ano antes da Missa. O rito da benção da água está cheio de belos significados. O sacerdote toma sal e água, que primeiro exorciza, e, misturando-os em seguida, os benze recitando algumas orações. Que significam estas cerimônias e matérias? A tarefa própria do sal é preservar da corrupção; a da água purificar. O sacerdote os exorciza, isto é, os livra de todo o contato diabólico, coisa que a Igreja faz sempre que eleva alguma criatura ao uso santo. Mistura-os o sacerdote para que esta água consagrada tenha em si a virtude que preserva da corrupção e a que purifica. Lança-lhes a bênção ainda, com o sinal da cruz, que é a arma da defesa contra os inimigos da salvação e a fonte de toda a graça. Reza, enfim, implorando a virtude de poder, mediante esta água, expulsar o diabo das nossas almas, dos nossos corpos e das nossas casas; curar as nossas doenças e atrair sobre nós o socorro do espírito Santo. Possui a água benta o poder de apagar os pecados veniais de todos os que dela se servem com fé em Jesus Cristo e com o arrependimento das próprias culpas. “Lavai-me, Senhor, sempre mais das minhas iniquidades e purificai-me dos meus pecados.” (Sl 50, 4)
  • 35. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 35 2. A aspersão – caldeirinha com hissope. A aspersão do altar e da Casa de Deus que é prescrita para certas Igrejas antes de começar a Santa Missa Solene, e é louvavelmente praticada nas matrizes, oncorre belamente para instruir o povo fiel acerca de grande e importante verdade: é necessário que nós nos purifiquemos antes de assistir ao Santo sacrifício. São numerosíssimas as purificações prescritas na Lei antiga, aos sacerdotes e ao povo que se propõe a fazer suas oblações a Deus. E, todavia, quão inferiores são os sacrifícios de Israel aos dos cristãos! A nação alguma foi dado ter a divindade tão perto, como o nosso Deus nos é tão vizinho, exclama São Tomás. Enquanto se vai procedendo à aspersão, o coro canta a antífona: “asperges me, Domine, hyssopo, et mundabor, lavabis me et super nivem dealbabor”. – Aspergi-me Senhor, com o hissope, e serei purificado; lavai-me, senhor, e serei mais alvo que a neve. Asperge-se primeiramente o altar, para afugentar o espírito das trevas que se introduz em toda a parte, mesmo no santuário. A seguir, o sacerdote se asperge a si mesmo; pois, se a pureza há de ser o condão de todos, é evidente que deve ser particularmente do sacerdote, que se propõe percorrer as filas dos fiéis, levando-lhes as graças da purificação. Segue a aspersão dos fiéis. E, à medida que vai desempenhando estas cerimônias, recita a meia voz, com os seus ministros, o “Miserere”, expressando os sentimentos de penitência, que o animam a ele e aos fiéis, dispondo-se assim a receber os dons divinos. Durante o tempo Pascal, ou melhor, desde a Páscoa a Pentecoste, o coro canta uma outra antífona, acompanhada da primeira estrofe, não já do “Miserere” mas do Salmo 117: “Confitemini Domino”: - “Vidi aquam egredientem de templo a latare dextro, aleluia! Et omnes ad quos pervenit aqua ista salvi facti sunt et dicent: aleluia, aleluia, aleluia!” – Vi a água romper do lado direito do templo, aleluia! E salvaram-se todos os que foram aspergidos com esta água; e todos dirão: aleluia, aleluia, aleluia! Mas por que este canto durante o tempo pascal? É que antigamente era nos dias de Páscoa e Pentecoste que se administrava o santo sacramento do Batismo aos catecúmenos. A antífona relembra os frutos salutares do sacramento da regeneração. Convida-nos a Igreja à alegria e ao recolhimento, por tão grande benefício. Entende-se, por isso que estaria fora de lugar o “Miserere”, que é próprio para dias de dor e penitência. Se tivéssemos maior fé, de certo estaríamos sempre em tempo na Igreja a fim de participar das graças da aspersão! 3. O cantochão ou gregoriano. O coro canta, e canta um canto todo próprio da Santa Igreja, um canto sagrado pela elevação divina dos pensamentos e melodias. Longe de ser inferior a qualquer outro, o Canto Gregoriano supera a todos pela expressão da prece, que irrompe tão intensa quão simples da alma humana que procura a Deus. O Canto gregoriano merece ser aqui recordado por constituir uma nota característica na santa Missa Solene, e nos demais ofícios divinos. O nome de “cantus planus” – cantochão – orignou-se da sua simplicidade; assim, foi chamado a partir do século XIV, em oposição ao canto compassado e figurado que entrou a lhe fazer concorrência.
  • 36. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 36 4. O incenso – Naveta. E enquanto os ouvidos se embalam e a alma se eleva às regiões superiores com as suaves melodias do cantochão, turvam os olhos e o olfato nuvens espiraladas que ascendem do turíbulo ao alto e enchem a Igreja toda. É o incenso cuja origem, símbolo e uso despertam certo interesse, como coisa inseparável em todas as solenes funções religiosas. O incenso é uma substancia resinosa, extraída de uma planta que cresce na Palestina e na Arábia. A língua latina tem duas palavras para indicar essa substancia: a palavra “thus”, de um verbo grego, que significa perfumar, e a palavra “incensum”, de um verbo latino, que quer dizer queimar, donde o termo incenso. Podemos reunir os dois significados e dizer que o incenso é um perfume destinado a se consumir em honra de Deus. O uso do incenso era conhecido entre os Gregos e Romanos, que o ofereciam aos seus Deuses. Em sinal de honra, era queimado também diante de personagens ilustres. Aos poucos foi usado outrossim para incensar os bispos, depois de pessoas em geral, por fim, os próprios objetos. 5. O turíbulo. O turíbulo é um instrumento litúrgico, em que crepita o fogo que devorará o incenso, e donde se evolará em nuvens aromáticas. Em sua origem era o turíbulo um enorme perfumador sem correntes e repleto de carvão aceso. Um mosaico de São Vital de Ravena prova que o turíbulo já era suspenso por correntes no século VI. Era o turíbulo carregado pelos acólitos e levado “ad nares hominum” – aos narizes dos homens – que estendiam para ele as mãos e recolhiam a si o fumo suave do incenso. Há testemunhos que depõem ter sido o incenso usado, desde o século II, para perfumar as Igrejas; e só mais tarde se passou a usa-lo para incensar as pessoas e as cosas. A “Peregrinatio Sylvias ad loca santa” narra que na manhã do domingo, ao canto do galo, quando o Bispo e os seus ministrantes entraram no santuário do “Atanásis” (Ressurreição) já alumiado por numerosíssimas lâmpadas, após a oração e a salmodia, e antes que o Bispo lesse o Evangelho ao povo, eram carregados turíbulos; e a “Basílica da Ressurreição ficou cheia de um suave aroma”. O uso do incenso na liturgia é ainda hoje muito frequente. É usado quase em todas as cerimônias litúrgicas: na Missa Solene; durante os ofícios das Laudes e das Vésperas; nas bênçãos do Santíssimo; e, entre outras, nas grandes bênçãos litúrgicas do ano, das velas, da Purificação, das cinzas, e das palmas. Falar-se-á em seu lugar da incensação do altar durante a missa solene. Também o incenso tem o seu simbolismo. Este aroma, que a Igreja usa em todas as solenidades, deve recordar-vos continuamente que devemos ter o bom cheiro de Jesus Cristo, e rescender em todo lugar o conhecimento e o amor de nosso Deus. Ascendamos ainda mais alto para achar um belíssimo significado do incenso! Como o discípulo predileto, em sua visão de Patmos, contemplamos no céu os turíbulos de ouro, movidos pelos Anjos, junto ao trono do Cordeiro. Estes turíbulos estavam cheios de perfumes, narra o vidente; e revela-nos também que eles não eram outra coisa que as orações dos Santos. O incenso, portanto, segundo São João, simboliza também a oração; e
  • 37. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 37 quando se eleva ao céu, relembra-nos como há de ser a nossa prece; isto é, pura, ardente, aromatizante com o perfume das nossas virtudes. 6. O altar (fixo, móvel e portátil) Fixam-se agora os olhares mais intensa e demoradamente no altar. Os maiores e mais vivos sentimentos despertam à sua vista. Que é o altar? Quantas espécies há? Que representa? O altar significa coisa alta, “alta res”; e é uma tábua soerguida um tanto acima do solo, em que se oferece o sacrifício. A Igreja devia ter o seu altar, altar sagrado por excelência, porque a vítima que nele se imola é um Deus. Há duas espécies de altares: o altar fixo ou imóvel e o altar portátil ou móvel. O primeiro consta de uma grande laje de pedra (geralmente de mármore) que descansa sobre um bloco ou colunatas da mesma matéria, e forma um todo consagrado e fixo soalho. O outro não passa de uma simples laje de pedra, assaz larga para pousarem sobre ela o cálice e a hóstia; e é engastada em uma lousa de pedra ou madeira. A pedra ou altar móvel consagrado pode ser transportado de um lugar para outro sem prejuízo da consagração, o que não se dá com o altar imóvel. Há nas Igrejas geralmente mais de um altar. O altar-mor, quase sempre fixo, é o principal; é o lugar em que se efetuam de preferências as sagradas cerimônias. Os altares laterais não eram conhecidos nos primeiros séculos; principiaram a sê-lo, quando foi introduzido o costume de rezar mais missas simultaneamente em uma e mesma Igreja. Seja qual for o material com que se constrói o complexo de peças que compõem o altar, nele não poderá faltar nunca a lousa de pedra consagrada sobre a qual possam caber pelo menos a hóstia e o cálice. Sobre o altar está colocada a cruz com a imagem de Jesus Cristo Crucificado, a fim de recordar ao celebrante e aos fiéis a paixão de Jesus Cristo, que o sacrifício renova misticamente. Não podem faltar duas velas acesas, uma à direita, outra à esquerda do Crucifixo, em sinal da honra e veneração que se deve tributar à adorável vítima. São regularmente três os degraus no altar-mor, e simbolizam as virtudes teologais da fé, esperança e caridade que conduzem a Jesus Cristo. De fato, o altar representa Jesus Cristo; e disso adverte o bispo aos subdiáconos no dia da sua ordenação. O rito da consagração dos altares é comovente: são mais de duzentos sinais da cruz que se fazem sobre o altar durante as cerimônias de sua consagração, o que bem deve lembrar o pensamento predominante do sacrifício da cruz. O altar é de pedra, ao menos a parte que deve receber a hóstia e o cálice; ora, a pedra é uma figura de Jesus Cristo, “pedra angular” (Ef 2, 20) da Igreja, como chama São Paulo. Cinco cruzes estão gravadas nesta pedra e figuram as cinco chagas do Salvador. É ela purificada por numerosas bênçãos, porquanto simboliza aquele Pontífice eterno, santo, inocente, imaculado, de quem fala o Apóstolo. Passa ainda por diversas unções executadas com o óleo dos Catecúmenos e do Sagrado Crisma. Constitui emblema daquele de quem está escrito: “O espírito do Senhor descasa sobre mim; por isso ele me ungiu” (Lc 4 ,18)
  • 38. Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 38 No sepulcro desta pedra jazem algumas relíquias de Santos, devendo ser, ao menos uma delas, de um mártir, para assim relembrar o piedoso costume dos primeiros séculos em que se celebravam os santos mistérios sobre o sepulcro dos mártires. O altar representa, portanto, Jesus Cristo; é a figura de Deus que reside no meio do seu povo. 7. O tabernáculo. Releva fixar a atenção no tabernáculo, que ocupa o centro do altar e é encimado de uma cupulazinha ou baldaquim. Encontra-se quase so no altar-mor. Sua finalidade, desde os tempos mais remotos, é guardar as sagradas hóstias e partículas das mesmas. O baldaquim é absolutamente necessário para que se possa expor o Santíssimo no ostensório. O tabernáculo deve ser no interior revestido ou de ouro ou de seda branca, e no exterior, ao menos a parte da frente, de um véu chamado “conopéu’. Sobre o tabernáculo não deve haver nada, afora o crucifixo. Assim o tabernáculo como o baldaquim devem ser de obra prima, tanto quanto possível. Em alguns lugares são riquíssimos e de execução artística. Neste sentido a Igreja não poupou nunca dinheiro ou tempo. O altar há de ser exornado de forma que mereça, tanto quanto a matéria o possa, servir de morada de Deus três vezes santo. Concorrem de modo especial a santificar o altar as relíquias dos Santos que, em arcas preciosas, ficam expostas sobre ele. É este costume muito antigo e muito digno e justo, porque digno e justo é que no momento da sacrifício do augusto e soberano Senhor, Cabeça dos fiéis, os Santos, como membros desse corpo, estejam presentes e se associem à glória do supremo ato da Religião Cristã. Ordena, porém, a Igreja que, mesmo assim, se devem afastar do altar todas as relíquias e relicários durante a santa missa, que se celebra no tempo do advento e da quaresma, bem como durante o ofício de réquiem e a exposição do Santíssimo Sacramento. 8. As toalhas. O que prende a atenção sobre o altar são as três toalhas de linho ou cânhamo alvíssimo Uma dessas se estende por sobre a ara sagrada de forma a encobrir quase inteiramente o altar dos lados e da frente. Duas outras que se ocultam aos olhares cobrem a mesa do altar e devem cobrir ao menos a pedra sagrada. O sacerdote que celebra sem estas três toalhas peca gravemente, como também se admite outras de pano que não sejam linho ou cânhamo. Sua finalidade é óbvia: pode suceder que se entorne o santíssimo Sangue e então uma única toalha não bastaria para recolher. O uso da toalha remonta ao menos ao século IV: isto se pode provar historicamente. 9. O corporal com a Bursa. Quero aqui antecipar a referência a outros panos, que, por rigor da ordem proposta neste trabalho, deveriam ser mencionados quando ocorressem no ato da celebração da missa. Faço-o para não distrair então a atenção, que reclamam coisas mais simples. Assim, pois, importa saber que, afora as toalhas, que cobrem o altar, são usados, durante o santo sacrifício da Missa, o corporal, a pala, o purificatório e o manustérgio.